5 Cervejas caras... e inusitadas (por Rivaldo Neto) - Revista Algomais - a revista de Pernambuco
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5 Cervejas caras... e inusitadas (por Rivaldo Neto)

Você com toda certeza já ouviu falar de vinhos caros. Vez por outra a imprensa noticia que uma certa celebridade ou alguma pessoa mais abastada pagou quantias exorbitantes para ter o delicioso prazer de deleitar-se com sabores únicos. Whisky também entra nessa restrita roda de produtos caríssimo e exclusivos. Com cerveja isso também não é diferente. E não podia deixar de ser, inclusive porque a bebida alcoólica mais consumida no mundo é a que também tem mais opções de variedades e insumos em seu preparo. Praticamente todos os países a produzem. De forma artesanal ou industrial, a cerveja para alcançar essa liderança tem uma característica que se diferencia das demais bebidas. Essa característica é a versatilidade, com ela não existem limites para mentes criativas e ousadas que buscam uma bebida perfeita.

Nesse caminho surgem também como citado acima, as cervejas exclusivas, de insumos excêntricos, caros, raros ou com preparos tão diferentes que muitos curiosos (e abastados) não se sentem rogados e desembolsar quantias vultosas para sentir esses sabores únicos. Então vou listar 5 cervejas que se encaixam nesse perfil. Se você um dia se aventurar nessa experiência, se prepare para o inusitado.

Vou começar por uma das mais excêntricas (e fortes também). Uma das minhas cervejarias favoritas é a escocesa BrewDog. Primeiro pela ousadia da empresa, é criativa e realmente faz cervejas diferentes para cervejeiros segmentados. Dessa vez confesso que me fez pensar no que é ousadia e o que é bizarrice, onde termina um para entrar o outro, mas vamos a cerveja. A cervejaria produziu a BrewDog The End Of History (BrewDog – O fim da História). Até o nome é inusitado. Trata-se de uma cerveja com grau altíssimo de variação alcoólica, possui inacreditáveis 55%Vol. Mas não é só isso, foram feitas apenas 12 garrafas (ainda bem pelo que vem a seguir). E que garrafas. As embalagens são esquilos e arminhos, animais submetidos ao processo de taxidermia, ou seja, empalhados. Custo: U$ 765 em torno de R$ 2.420.

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Se você é um explorador, no Egito você encontra o túmulo da rainha Nefertiti. Junto dela alguns barris de cerveja que depois de uma análise feita nos insumos do achado eram datados de 3.250 anos atrás. Pois o arqueólogo Barry Kemp aproveitou essa raridade, juntou-se a cervejaria escocesa Jim Merrigton e com esses insumos fabricou 1.000 garrafas da Tutankhamun Ale. A primeira alcançou a exorbitante marca de U$ 5.713 ou “módicos” R$ 17.994. Após algum tempo, ela não empolgou, baixou muito de preço, e hoje é vendida por U$ 55 ou R$ 175.

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Do espaço veio os insumos da cervejaria japonesa Sapporo. Isso mesmo, em dezembro de 2009 a empresa produziu a Sapporo Space Bailey. Isso porque na Estacão Espacial Internacional, japoneses e russos levaram sementes de cevada e lá produziram o insumo e depois de 5 meses a reenviaram para a terra. Com a cevada foi produzida a cerveja que é vendida ao preço de U$ 81 ou R$ 257.

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Alguns supermercados e locais que vendem cervejas importadas e artesanais tendem a baixar os preços das bebidas quando chegam perto dos seus prazos de validade para dar saída aos produtos. Mas se um dia você entrar em algum restaurante de luxo na Dinamarca, com uma determinada cerveja não acontecerá isso. A Carlsberg Jacobsen Vintage teve uma tiragem de apenas 1800 garrafas que foram produzidas entre 2008 e 2010, mas porque essa prática de baixar preços devido a prazo de validade não se encaixa nela? O motivo é que o prazo vai até 2059. Lógico que não vamos esperar até lá para provar não é? E pra ter acesso a cerveja mais longeva do mundo o desembolso é de U$ 295 ou R$ 934.

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E por fim, sabemos que a água é uma das coisas mais importantes na produção de cervejas. Da Austrália vem a cerveja mais cara a venda atualmente no mercado, a Nail Ale. Isso porque essa água vem “simplesmente” de um iceberg antártico. Somente 30 garrafas foram feitas. São oferecidas em leilões, pois a intenção é nobre. A renda arrecadada vai para um fundo para preservação de baleias na Antártida. O custo é de U$ 1.341 ou R$ 4.241. Mas segundo o site InfoMoney ela já chegou a ser vendida por U$ 1.850 ou R$ 5.846 a garrafinha de 500ml.

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Curiosas, bizarras, excêntricas, na verdade cerveja e diversão pura. E pra todos os bolsos. Concordam?


MUNDO CERVEJEIRO

Cervejaria Peba completa um ano e genuinamente pernambucana

Água, malte e lúpulo. Pronto. Não, peraí. Acrescenta aí trigo ou limão siciliano ou laranja. Ou melhor, acrescenta os três ingredientes. Agora! E milho? Não, a artesanal já chegou no coração. Pronto.

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Há um ano nascia a Cervejaria Peba, mais pernambucana impossível. Foi aquela história, três amigos arretados, bebedores instigados. Perceberam que o que já era bom, podia ser melhor. Ligados no que acontecia no mundo cervejeiro e desbravadores de novas marcas e sabores, perceberam que a paixão pela cervejinha no calor podia ir além, poderiam dar um toque pessoal na produção. E foi, simplesmente assim, que nasceu a Cervejaria Peba, potencialmente a melhor cerveja em linha reta da América Latina. Agora a Peba conta com três tipos de cerveja e mira novos consumidores.
Unidos pela paixão cervejeira e animados com a movimentação desse mercado em Recife, Igor Machado, Eric Almeida e Rick Monteiro deram início a produção totalmente artesanal, usando novas técnicas de qualidades e focados em potencializar novos sabores. “O universo cervejeiro está em processo de amadurecimento e apresenta grandes possibilidades de sabores, capaz de agradar do consumidor exigente com novos e fortes sabores até o aquele iniciante que não curte um amargor pesado”, explica Igor.
E nesse novo universo de criatividade cervejeira, Recife começa a se destacar com a consolidação de novos rótulos e maior presença de pernambucanos na escolha dos verdadeiros bebedores. “O mercado artesanal ainda não ganhou grandes proporções como já aconteceu no sul do país, mas é notório que Pernambuco está ganhando destaque nesse mundo com um número cada vez mais expressivo de novas cervejarias caseiras que estão se profissionalizando”, garante Igor. O fato é, a onda da cerveja artesanal chegou para ficar por aqui.
Além de inovar no paladar, a Peba também foge do mercado tradicional para encontrar seu público. É através dos canais digitais, Instagram e Whatsapp, que ela chega na mão de quem quer apreciar essa belezinha, num papo direto com quem produz. O próximo passo é que a Peba seja encontrada também nos principais foodparks da cidade. Agora, se a ideia é ter uma Peba pra chamar de sua, não tem aperreio. Ela também é produzida de forma personalizada para eventos específicos, seja um casamento, um aniversário ou aquela comemoração entre amigos. Rola até o desenvolvimento de receitas especiais. E o melhor, tudo acompanhado de perto pelo cliente. “Produzimos de acordo com o gosto do freguês.”

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*Rivaldo Neto é designer e apreciador de boas cervejas

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