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Entenda o que é o ceratocone

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Visão borrada, sensibilidade à luz e dificuldade para enxergar à noite. Esses são alguns dos sintomas do ceratocone, patologia corneana que tem como característica o afinamento na estrutura da córnea e um aumento na sua curvatura. Essas alterações podem ocasionar o surgimento da miopia, elevação do grau de astigmatismo e piora da acuidade visual. “Muitos pacientes não sabem que têm ceratocone, uma vez que seus sintomas podem ser confundidos com os de um distúrbio refracional, como por exemplo a miopia”, relata a oftalmologista Jeanine Dantas, do Hospital de Olhos de Pernambuco (HOPE).

O desafio é o diagnóstico precoce da patologia, principalmente naqueles pacientes que apresentam progressão da miopia e astigmatismo, mas permanecem com uma acuidade visual normal e sem sinais clínicos típicos. “Por isso a importância da consulta periódica com o oftalmologista”, orienta a médica, que é especialista em córnea, doenças externas e lente de contato. Além de avaliar o histórico familiar, pois a grande maioria dos casos tem relação com a hereditariedade, é necessário incluir alguns exames complementares. A topografia corneana possibilita a avaliação da superfície e curvatura da córnea e é considerado o principal exame para o diagnóstico.

O ceratocone, geralmente, se manifesta na adolescência e é bilateral. Pode estar associado a outras alterações oculares, especialmente àquelas relacionadas ao hábito de coçar os olhos. Apesar da piora progressiva da visão, o ceratocone não causa cegueira, mas precisa ser tratado.

O tratamento depende do estágio da doença. “As lentes rígidas são as que proporcionam uma melhora da qualidade e quantidade da visão. Essas lentes evoluíram muito nos últimos trinta anos e, hoje, possuem vários tipos e curvaturas. Mesmo em casos avançados, podemos adaptar as lentes esclerais e obter uma resposta satisfatória”, explica. O tratamento cirúrgico consiste no Crosslink, anel intraestromal e transplantes de córnea, esse último realizado naqueles casos avançados em que as lentes rígidas e o anel intraestromal já não são mais indicados.

A evolução do ceratocone pode ser rápida ou levar anos. “O ideal é que todos os pacientes diagnosticados com ceratocone sejam acompanhados semestralmente em um centro de referência que disponha de todos os recursos para seu diagnóstico e tratamento”, orienta a oftalmologista.

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