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Uma sacada de mestre do Squash Tennis Center

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Ninguém duvida que o futebol é o esporte preferido da garotada. Mas nos próximos anos, o tênis poderá dividir espaço com a pelada e ainda ajudar na inclusão social. Isso porque, o Instituto Tênis São Paulo, organização sem fins lucrativos, desenvolve o projeto Massificação do Tênis que visa a inserir a modalidade esportiva nas escolas públicas e privadas. O objetivo é transformar o País numa potência nas quadras até 2033. O projeto chega ao Recife por intermédio do Squash Tennis Center.
Capitaneado por Jorge Paulo Lemann (um dos donos da Ambev) o projeto vai capacitar profissionais ou estudantes do curso de educação física para ensinar tênis nas escolas. Apaixonado pelo esporte, o empresário quer popularizar a modalidade entre as crianças, ensinando-as a jogar. A intenção é que no futuro sejam formados tenistas profissionais.

Equipe do Squash acolhe crianças e adolescentes da comunidade Beira do Rio. Foto: Tom Cabral

Assim como firmou a parceria com o Squash, o instituto vem se associando a empresas de outros Estados. Após serem capacitados, os educadores físicos terão seu trabalho nas escolas acompanhado pelo gestor do centro, Helson Davi Barros Filho. “Pelo menos uma vez na semana as crianças irão experimentar o tênis, assim como experimentam o futebol, queimado e basquete”, explica Barros.

As escolas vão ganhar raquetes, redes, bolas e monitoramento. O projeto selecionará 80 alunos com melhor desempenho, que receberão bolsa para ter aulas no Squash e no Centro Comunitário da Paz (Compaz) Escritor Ariano Suassuna, que conta com duas quadras de tênis.

Neste primeiro momento de interação dos professores com os alunos, espera-se atingir cerca de três mil crianças. Já estão cadastrados no projeto estudantes do ensino fundamental 1 da Escola Municipal Manoel Torres, de Boa Viagem. No Compaz serão beneficiadas 1.500 crianças de 5 a 10 anos. Tudo isso em aproximadamente três meses. Pela rede privada participam o Colégio Boa Viagem e o Santa Maria.

TRADIÇÃO EM FILANTROPIA
Este não é o único projeto social encampado pelo Squash Tennis Center. Desde a sua fundação, há 30 anos, o centro promove o Tênis para a Vida, iniciativa que oferece aulas da modalidade a crianças e jovens da comunidade Beira do Rio, em Boa Viagem, que fica vizinha ao centro.

“A ideia é proporcionar à criançada de 11 a 15 anos uma melhor perspectiva de vida por meio do esporte que desenvolve a disciplina, valores morais e a socialização”, explica Mônica Barros, irmã de Davi, à frente da ação social. Mais de 900 atletas foram formados, entre eles, dois campeões pernambucanos: Luciano Silva Soró e Fernando Albuquerque.

Mônica conta que as crianças da comunidade que passavam ao redor do centro tinham a curiosidade de conhecer o espaço, que está sempre de portas abertas. Elas entravam e tinham o primeiro contato com o esporte. “Aos poucos iam ganhando intimidade com a quadra, a raquete e a bola. Quando percebiam, já estavam fazendo os primeiros arremessos e ajudando como boleirinhos, apanhador de bolas”, relata Mônica.

Hoje, vários professores e auxiliares de quadras, vieram da Beira do Rio, alguns formados e outros estudam educação física. Robson Soares, 25, é um dos educadores do projeto social. Ainda criança, começou como boleiro de quadra, aos poucos foi realizando cursos, treinando, participando de campeonatos estaduais e aos 18 anos, passou a dar aula de tênis para alunos iniciantes. Concluindo a graduação, Robson relata que se não fosse a oportunidade que o clube lhe deu, talvez não estivesse estudando. “Foi um divisor de águas na minha vida. Abriu portas para muitas pessoas e graças à chance que tive, posso trabalhar, estudar e ter minha própria renda”, diz o professor.

Robson Soares é professor. Foto: Tom Cabral

O estudante Claudeci José, 14, também agarrou a oportunidade. Há seis anos, ele treina no centro e pensa, futuramente, em ser professor de tênis. “Moro perto do Squash e sempre tive vontade de participar, mas tinha vergonha. Até que um professor me chamou para jogar e desde então venho todo dia ao centro”, recorda.

Para ser aluno do projeto é necessário que as crianças estejam estudando, tenham um bom rendimento escolar, sejam disciplinadas em casa e respeitem as regras do centro. A ação social desenvolvida pelo Squash é gratuita e os adolescentes, a partir dos 16 anos, caso demonstrem interesse em seguir na profissão, passam a ter a carteira assinada e a trabalhar com o esporte recebendo uma renda financeira. Para ser professor, o pré-requisito é estar matriculado em uma faculdade de educação física. Para isso, o centro conta com a ajuda de clientes que jogam e prestam suporte financeiro para os profissionais se capacitarem. O projeto, embora já dure um bom tempo, vem se profissionalizando e está na incubadora do Porto Digital.

Foto: Tom Cabral

Toda essa história de solidariedade e amor ao tênis começou quando o tenista e empresário Helson Davi Barros, sentiu a ausência de seu filho, que aos 10 anos foi morar no exterior para se profissionalizar no esporte. Ele então teve a ideia de criar um centro de treinamento para que os pequenos esportistas não precisassem mais ficar longe dos pais.

Hoje, seu filho Helson Filho, acumula experiência no tênis de vários campeonatos disputados, e é professor e diretor técnico do centro. A empresa tem 35 funcionários e opera como um guarda-chuva que engloba a Escola Davi Barros Tênis e a Escolinha Guga, (franquia). “Todo reconhecimento do Squash é fruto de um trabalho sólido, de muito esforço e inserção social, no qual, um dos bens mais preciosos é a transformação das crianças, em situação de vulnerabilidade social, em cidadãos por meio do esporte” orgulha-se o fundador.

*Por Paulo Ricardo Mendes – algomais@algomais.com

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