Para celebrar o ritmo que é embaixador da alegria momesca e patrimônio imaterial da humanidade, a tradicional abertura do Carnaval do Recife, no Marco Zero, será embalada pelos clarins de momo em 2018. Hoje, 9 de fevereiro, data em que o frevo canta de galo no calendário recifense, o ritmo que mistura alegria e história, entra pela cabeça, depois toma o corpo e acaba no pé será festejado numa bonita noite de espetáculos.
A partir das 18h, o Recife Antigo será tomado por cortejos, que arregimentarão e conduzirão o público para o Marco Zero, onde, a partir das 19h, a festa será oficialmente aberta pelas majestades momescas, o Rei e a Rainha do Carnaval.
Em seguida, o Marco Zero vira palco para uma grande celebração ao ritmo que é patrono da folia, abre alas da alegria e sinônimo de festa para todo recifense que se preze. Criado pela Secretaria de Cultura e Fundação de Cultura Cidade do Recife, em parceria com o Quinteto Violado, o espetáculo Frevo do Mundo contará a história do ritmo, desfilando as muitas tradições cantadas, tocadas e dançadas que cabem dentro do conceito que faz gente virar micróbio e sombrinha virar artigo de primeira necessidade durante a folia.
O musical, estrelado pela nova e velha guarda do frevo, será dividido em três momentos: passado, presente e futuro do ritmo. Começa com os primeiros acordes e passos, dados pelas bandas marciais e capoeiristas. E segue pelos muitos caminhos que o ritmo sempre encontrou para desaguar em festa e se fazer vivo há tantas gerações de carnavalescos, traduzindo-se e desdobrando-se, a cada passo e cada passista, a cada acorde e cada alegria, em tantos arranjos, sopros, corpos, movimentos e melodias.
Para contar essa história, que é de todo recifense, de cada folião e de cada carnavalesco, subirão ao palco Antônio Nóbrega, Maestro Forró, Spok, Banda de Pau e Corda, André Rio, Almir Rouche, Marrom Brasileiro, entre outros, além do Quinteto Violado, que fará as vezes de mestre de cerimônia do espetáculo, junto com a orquestra do Maestro Duda, um dos mais fiéis sinônimos de frevo na capital do frevo.
O espetáculo começa com grupos de capoeira, como o São Salomão, e passistas, como Meia Noite, dançando os primeiros capítulos do frevo, ao som dos dobrados das bandas marciais. Em seguida, para representar o momento em que o frevo ganha nome oficialmente e vira tradição, já no século 20, entram em cena porta estandartes de clubes e troças, como Abanadores do Arruda e Batutas de Água Fria.
Para celebrar o frevo canção, passistas e grupos de dança do Studio Viégas coreografarão verdadeiros hinos da festa, como Me Segura que Senão eu Caio, Banho de Cheiro e oHino do Elefante de Olinda. O frevo de bloco também desfilará suas tradições no espetáculo, que receberá mais de 20 blocos líricos, como Banhistas do Pina, Bloco das Flores, Madeira do Rosarinho, Bloco da Saudade e Pierrot de São José, entre outros, ao som de Madeira que Cupim não Rói, na voz de Antônio Nóbrega.
O frevo de rua não poderia ficar de fora. E será lembrado por blocos como Bola de Ouro, Lenhadores e Vassourinhas, além de ursos e bonecos gigantes, que dançarão ao som de Jota Michiles. O espetáculo segue com a apresentação do Grupo Pachka, que faz frevo no compasso da tecnologia e aponta para o futuro do ritmo que não morrerá enquanto houver Carnaval. E termina com a apresentação de vários artistas, ciceroneados pelos homenageados do Carnaval 2018, Nena Queiroga e Jota Michiles. Enquanto imagens do frevo ganhando o mundo são exibidas no palco, o espetáculo encerra com o hino Vassourinhas varrendo o Marco Zero, num grande arrastão de alegria.
Após o Frevo do Mundo, a noite será comandada pelos homenageados Nena Queiroga e Jota Michiles. Cada um deles apresentará um show biográfico, com convidados e trilhas que marcaram suas carreiras e muitas gerações de foliões.
Maracatus – Tradição das mais importantes de nossa cultura popular e ancestral, a manifestação popular que confirma a identidade de nosso povo e nossa matriz cultural tem seu espaço assegurado neste e em todos os carnavais promovidos por esta gestão. Celebrando séculos de história, as várias nações se encontrarão no Marco Zero, como já é tradição, e abraçarão a festa no sábado de Zé Pereira.