Uma boa notícia para o pernambucano que aprecia uísque: a partir deste mês, o mercado brasileiro passa a receber o tradicional Teacher’s 100% importado de Glasgow, na Escócia. Até então, os maltes com que é produzido, eram trazidos da Europa e o blend (a mistura dos maltes) era feito no Brasil, onde o produto também era engarrafado. Com a mudança, segundo Walter Celli, presidente da Beam Suntory Brasil, Teacher’s passou a ser o único uísque na categoria standard produzido e engarrafado em território escocês.
“Estamos agregando ainda mais qualidade ao produto, porque o processo de produção será mais exigente em termos de qualidade, o blend passou a ser supervisionado por um master blender escocês”, explica Celli. O preço do produto, porém, continua acessível. “Seguiremos com a nossa postura comercial de dar acesso a um grande número de consumidores a essa categoria, mantendo uma justa relação entre custo e benefício aos apreciadores”, reforça Sylvia Sarubbi Costa, gerente de marketing da marca para o Brasil
A mudança, de acordo com Celli, visa a acompanhar o comportamento do apreciador de uísque do Brasil que está cada vez mais exigente. “Os brasileiros, em especial os pernambucanos que são muito evoluídos no que tangue a scotch, estão mais rigorosos e entendem que um uísque engarrafado na Escócia tem seu diferencial”, considera o presidente da Beam Suntory Brasil.
A decisão de oferecer um produto 100% importando também faz parte do plano de expansão da Beam Suntory para o País. A multinacional sino-americana é a terceira maior companhia de destilados premium do mundo e, desde julho rompeu a parceria com a Bacardi, que engarrafava e distribuía o Teacher’s no mercado nacional. Hoje toda a operação é feita pela própria empresa, que, dentro das suas novas estratégias, colocou o Brasil como um dos 10 mercados mais importantes para sua atuação. Nessa nova perspectiva, Pernambuco tem papel de destaque. Isto porque o Nordeste é responsável por 50% de todo o consumo de uísque no País e somente o estado consome nada menos que 25%.
Números que levaram a Beam Suntory a importar Teacher’s a partir de Pernambuco. “Movimentamos no Brasil 63 milhões de dose por ano, desse percentual 90% virá pelo Porto de Suape”, informa Celli. Uma parceria firmada com a empresa de logística DLH garantiu a distribuição do produto a partir do CD em Jaboatão dos Guararapes.
A empresa também aumentou o seu time de nove para 50 pessoas e embora esteja sediada em São Paulo, 40% do pessoal atua no escritório do Recife. A comunicação também é made in Pernambuco. Numa concorrência que a empresa fez entre as agências de publicidade de todo o País, a vencedora foi a pernambucana BG9. “O Nordeste representa 85% do nosso faturamento e ninguém conhece melhor o consumidor local do que os publicitários daqui”, justifica Celli. A agência participará das estratégias previstas para a renovação da marca. “O consumidor vai passar a ver Teacher’s de uma outra forma, em outros locais, com uma nova comunicação”, garante Sylvia.
As mudanças acontecem num momento em que a marca não foi afetada com a crise econômica brasileira, como de acordo com Celli, aconteceu com o mercado de uísque. “Teacher’s aponta para um crescimento de 30% este ano em comparação a 2018”, estima o executivo. Se este desempenho foi favorável, as perspectivas para a Beam Suntory, a longo prazo no País, são bastante ousadas: multiplicar o negócio por 10 nos próximos 10 anos.
Para alcançar esta meta, a estratégia é colocar no mercado brasileiro outros produtos do extenso portfólio da empresa. O primeiro deles acaba de ser lançado no País, o Gin Larios, que segundo Celli, é o mais vendido entre os espanhóis. “A Espanha é o país que mais consome gim no mundo, muitos pensam ser a Inglaterra”, informa o executivo.
Assim como acontece com o Teacher’s, a estratégia será oferecer um produto mais acessível numa linha de bebidas que hoje é super premium. “O Larios é mais leve e refrescante e tem mais afinidade com o clima do Brasil”. E também neste lançamento, o mercado pernambucano terá destaque. “Elegemos Pernambuco como praça foco para o Larios. O gim é uma categoria que cresce bem no Brasil, mas em Pernambuco ele está crescendo bastante e conhecemos o potencial do pernambucano de consumir bebidas destiladas”, afirma Celli.
*Por Cláudia Santos, editora da Algomais (claudia@algomais.com)