Este tempo de pandemia tem exigido de cada um de nós enfrentar um conjunto de desafios completamente inéditos, seja na vida pessoal, ou nas empresas em que exercemos nossa atividade profissional. Passado o “susto” do primeiro momento (e que susto!), é chegada a hora de analisar os impactos das mudanças e refletir como pretendemos avançar.
Nesta crise provocada pelo novo coronavírus, a expressão “reinventar-se” passou a estar na agenda de todos, como algo obrigatório à sobrevivência, no primeiro momento, e à permanência nesta nova ordem, nos tempos atuais.
Nesses dois anos passados, temos sido obrigados a viver novas experiências e construir novas soluções. Praticamente tudo foi mudado no nosso modo de viver, de trabalhar, de comprar, de estudar, o que cria um excepcional espaço aberto para a inovação e que tem sido bastante explorado, especialmente no mundo do trabalho. Uma pesquisa citada pela revista Época Negócios, realizada pela consultoria Twilio, ao final do primeiro ano de pandemia, com aproximadamente 2.500 executivos acerca dos impactos da Covid-19 sobre a inovação em seus negócios, revela que cerca de 43% deles consideram que a aceleração observada foi equivalente a até quatro anos; outros 27% afirmaram ter conseguido avançar entre cinco e nove anos; para 23% dos respondentes, foram superiores a 10 anos.
Embora quase sempre associada a avanços na área da tecnologia ou em negócios disruptivos, é preciso levar em conta que inovação não é restrita a essas questões. Alternativas criativas e inovadoras têm surgido em vários outros aspectos em resposta às condições desafiadoras presentes e que têm sido essenciais para a sobrevivência das empresas e das carreiras. Para isso, cabe à empresa incentivar e capacitar as pessoas a serem mais criativas e ao profissional desenvolver a habilidade de pensar diferente para buscar alternativas em seu modo de trabalhar e conquistar melhores resultados. Ou seja, criar um ambiente favorável à inovação.
Alguns requisitos são indispensáveis para desenvolver na empresa uma cultura voltada para a inovação, entre eles: (a) ter uma liderança com disposição para formular novas soluções e mobilizar a equipe para pensar “fora da caixa”; (b) assegurar um ambiente onde o questionamento é incentivado e os erros provenientes de novas ideias e experimentações são tolerados; (c) ter informações confiáveis sobre tudo o que acontece, construindo uma visão atualizada e crítica do cenário em seu entorno; (d) investir na formação de uma equipe mobilizada para a descoberta de novas soluções, com diversidade de perfis para descobrir várias possibilidades.
É importante lembrar que, ao longo da história da humanidade, sempre após uma crise global começa uma era de inovações. Neste momento, mesmo com ainda tantas incertezas à vista, é o momento de traçar novas rotas para o mundo em que queremos viver e trabalhar.
*Fátima Guimarães é sócia-fundadora da TGI Consultoria.