*Por Paulo Caldas
O livro “Tarcísio Pereira – todos os livros do mundo”, do escritor Homero Fonseca, transcende à preciosa pesquisa sobre um livreiro nordestino tornado o maior do País (segundo o Guiness) e a sua vida familiar, uma vez cumprido o êxodo Natal – Recife.
O texto, elogiável, estende a abordagem do tema ao apego recíproco nutrido por Tarcísio à gente das letras e ao cotidiano dos livros, desde a minúscula lojinha, na Rua Sete de Setembro, até à pan livraria (assim definida por Gilberto Freyre), na mesma rua, considerada a maior do Brasil.
A empatia da tríade livros- livreiro -leitores conduziu as rédeas do bem-escrever, um texto de memórias transformou-se num testemunho impresso de uma geração de respeitáveis escribas, daqui e de alhures, registrando a vida de gerações inteiras.
Livreiro e livraria cumpriram ainda significativa participação na cena do Recife de então, promovendo eventos literários com lançamento de livros de autores consagrados e de calouros, momentos de natureza política e sociais e os inesquecíveis Carnavais, com a ida às ruas da Troça Carnavalesca Anárquica Armorial Nós Sofre, Mas Nóis Goza, liderada pela alegria bem comportada de Tarcísio Pereira, pra mim o eterno Senhor Sete.
Lançada pela Companhia Editora de Pernambuco, a publicação possui ilustrações do acervo da família do homenageado, intercaladas no conteúdo, além de dois nostálgicos cadernos de imagens. Os exemplares podem ser adquiridos no site da editora.
*Paulo Caldas é escritor