Panela do Jazz terá 10 horas de programação gratuita neste sábado – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Panela do Jazz terá 10 horas de programação gratuita neste sábado

Evento gratuito retorna ao Poço da Panela no dia 10 de setembro e mescla música, artes cênicas, gastronomia, ações educativas, preservação ambiental e economia criativa

O Panela do Jazz finalmente retorna para o nascedouro depois da interrupção forçada de dois anos por conta da pandemia da covid-19. E o regresso será repleto de atrações para marcar a consolidação de um dos eventos mais significativos da cena musical nordestina, com quase 10 horas de programação neste sábado. Trio 3-63, formado por Andrea Ernest Dias, Marcos Suzano e Paulo Braga, Louise Wooley Quinteto e o duo Cristóvão Bastos & Rogério Caetano estão entre as atrações da maratona, que será encerrada com Henrique Albino & O carnaval dos espíritos, show especial criado em homenagem ao maestro pernambucano Moacir Santos (1926-2006), um dos principais nomes da nossa música, celebrado nas atividades do festival neste ano.

O retorno ao bucólico e tradicional bairro do Poço da Panela será híbrida, com transmissão online simultânea através do YouTube e a chancela dos selos de Evento Neutro e o Sou Resíduo Zero. As atrações começam logo cedo, a partir das 15h, com um encontro de palhaçadas, com apresentações dos palhaços Gardênia e Peripécia, Palhaços Gambiarra e Mingau, A Trupe Carcará e o Palhaço Mixuruca para receber o público, no polo gastronômico, até as 18h.

De graça, na rua, plural, incorporador de múltiplas linguagens e atento à importância de estimular a economia local e valorizar nossos artistas, mas também grandes nomes da música nacional. “O Panela do Jazz tem como princípio a relação com a cidade, as pessoas do bairro, os produtores locais, a economia criativa. A programação deste ano reúne artistas talentosos de vários locais e reverencia a música afrobrasileira, em diálogo com a homenagem ao grande Moacir Santos”, resume o idealizador e diretor-geral do evento, Antonio Pinheiro.

O palco será armado no pátio em frente à Igreja de Nossa Senhora da Saúde e as imediações serão tomadas pelas barracas da arena gastronômica e pela Feira Livre do Poço. Foram selecionados cerca de 30 expositores de moda, artesanato, acessórios, itens infantis e haverá até um brechó. “O que priorizamos na curadoria foram os produtores responsáveis por produzir o próprio trabalho, foi uma seleção difícil, diante de tantos inscritos”, explica Cecília Montenegro, idealizadora da Feira Livre do Poço.

ATRAÇÕES

O multi-instrumentista Nino Alves dá a largada musical, às 16h, com o espetáculo “ExperimentaSons”. Acompanhado por Betinho Lima (bateria), Lucas Romeiro (guitarra e violão) e Efraim Rocha (contrabaixo), ele explora instrumentos não convencionais, como tigelas de vidro, molhos de chaves e alguns itens confeccionados por ele, como xilopet/petfone, feito de garrafas pet afinadas com ar.

O trompetista pernambucano Márcio Oliveira sobe ao palco às 17h, com um time de sete músicos, para executar faixas do premiado álbum “Encabeçando” e fazer releituras de Moacir Santos. O repertório vibrante mergulha em vários ritmos de matriz africana e pernambucana e enaltece a produção musical afrobrasileira.

A pianista e compositora paulista Louise Woolley toca às 18h10 com seu sexteto, formado por Alex Buck (bateria), Bruno Migotto (baixo), Jota P. Barbosa (sax), Diego Garbin (trompete) e Livia Nestrovski (voz). O grupo apresenta as composições do terceiro álbum, “Rascunhos”, surgidas a partir do projeto “Música nova”, comissionado pelo Savassi Festival, de Belo Horizonte.

A simbiose entre o piano de Cristóvão Bastos e o violão de sete cordas de aço de Rogério Caetano, às 19h10, foi indicada ao Grammy Latino e conquistou o Prêmio Profissionais da Música no ano passado. Os dois virtuosos são compositores, arranjadores e parceiros de grandes nomes da cena nacional, como Chico Buarque e Aldir Blanc (Cristóvão) e Yamandu Costa e Hamilton de Holanda (Rogério).

Questionamentos, percepções e sensações de Anne Costa, Bárbara Regina, Jefferson Figueirêdo e Neris Rodrigues estão na performance político-anárquica-reflexiva “Utópicas curvas”, às 20h20. A criação coletiva propõe retratar maneiras sagazes e a mandinga de se forjar no movimento que a rua dá e expressar as dificuldades encontradas enquanto artistas em uma sociedade que cerceia as artes.

No retorno à programação musical, o Trio 3-63 propõe programas dedicados à escuta das múltiplas frequências da criação musical brasileira a partir das 18h10. A flautista Andrea Ernest Dias, o pianista Paulo Braga e o percussionista Marcos Suzano unem suas experiências em palcos e estúdios da música popular, da música de câmara e da música sinfônica para embalar o legado dos grandes instrumentistas brasileiros. Com virtuosismo, qualidade lírica e harmonias pesquisadas, exaltam a atualidade da música instrumental e o cosmopolitismo dos sons brasileiros.

A multiartista Gabriela Sampaio estreia no festival com seu primeiro trabalho solo, “Meu canto é sagrado”, no qual embala de forma singular os ritmos e cânticos da cultura popular afrobrasileira e indígena, como o ijexá, às 22h. Ela reverencia a ancestralidade nagô e presta homenagem ao maestro Moacir Santos, junto com ogãs e yabás do terreiro Ilê Obá Aganjú Okoloyá, Márcio Oliveira e Beto Xambá.

A multi-instrumentista pernambucana Lara Klaus enche o palco em show no qual apresenta uma diversidade de ritmos e diferentes combinações de percussão e bateria, aliadas ao piano, baixo e guitarra, às 22h40. Ela, que já tocou em grandes palcos do mundo, como do Montreux Jazz Festival, e conquistou prêmios internacionais, mostrará músicas autorais e algumas releituras, acompanhada por Paula Bujes (violino e rabeca), Laís de Assis (viola), Nana Milet (percussão), Joana Xeba (percussão), Thiago Rad (guitarra), Romero Medeiros (piano) e Rogê Victor (baixo elétrico e acústico).

Um dos principais focos da edição, os sons de matriz africana são merecidamente homenageados na apresentação do Afoxé Oyá Alaxé, às 23h40. O grupo foi fundado há quase duas décadas no Ilê Obá Aganjú Okoloyá, no bairro de Dois Unidos. A escolha destaca também a importância da produção musical dos terreiros de candomblé nagô, relevantes pontos de resistência social e cultural.

O encerramento está marcado para a meia-noite, com um show especial montado para o festival em tributo a Moacir Santos. O show “Henrique Albino & O carnaval dos espíritos” faz referência ao quarto álbum ao homenageado do festival, o terceiro dele gravado nos Estados Unidos. Henrique Albino criou arranjos inéditos de “Coisa”s, emblemática série de obras de Moacir, e vai executá-las com orquestra formada por instrumentos tradicionais como a viola de 10 cordas e o pífano, instrumentos do frevo, do choro e da música clássica

tocados por virtuoses do estado. Uma das promessas é o convite para o público cantar e interagir com as composições.

CURSOS GRATUITOS

Na semana anterior, artistas, estudantes, produtores culturais e entusiastas podem participar de masterclasses e workshops gratuitos. No dia 8 de setembro, ocorrerão a masterclass “Improvisação tronxa”, com o compositor, arranjador, multi-instrumentista, educador, pesquisador e produtor musical Henrique Albino e o workshop “Criando, empreendendo e transformando”, com Pedro Verda, que é consultor, curador, apresentador, palestrante e mentor com experiência em grandes eventos, ambos no Paço do Frevo (Bairro do Recife).

No dia 9, estão marcadas a masterclass “Moacir Santos, ou os caminhos de um músico brasileiro”, às 10h, no Paço do Frevo, com a flautista e pesquisadora Andrea Ernst, autora de biografia homônima ao curso, e “Produção técnica de eventos e direção de palco”, na Igreja Nossa Senhora da Saúde (Poço da Panela), com o produtor Marcílio Moura, graduado em tecnologia em eventos, e Raminho, roadie desde 2006, com atuação em vários festivais.

EXPANSÃO

Este é um ano de expansão para o Panela do Jazz. Antes do evento principal, o festival ocupou o Plaza Shopping por três fins de semana. Em dezembro, estreará em Triunfo, no Sertão pernambucano, nos dias 16, 17 e 18. As atividades contam com patrocínio da Lojas Renner e Chesf, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Funcultura (Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura), do governo estadual, e do SIC – Sistema de Incentivo à Cultura / Fundação de Cultura Cidade do Recife / Secretaria de Cultura / Prefeitura da Cidade do Recife e apoio da operadora Claro.

PROGRAMAÇÃO

Polo gastronômico

15h – Encontro de palhaçadas, com Palhaça Gardênia e Palhaço Peripécia, Palhaços Gambiarra e Mingau, A Trupe Carcará e o Palhaço Mixuruca

Palco Principal

16h – Nino Alves (PE)

17h – Márcio Oliveira (PE)

18h10 – Louise Wooley Sexteto (SP)

19h10 – Duo Cristóvão Bastos (RJ) & Rogério Caetano (GO)

20h20 – Utópicas curvas (PE): Anne Costa, Bárbara Regina, Jefferson Figueirêdo e Neris Rodrigues

21h10 – Trio 3-63: Andrea Ernest Dias, Marcos Suzano e Paulo Braga (RJ)

22h – Gabriela Sampaio (PE)

22h40 – Lara Klaus (PE) convida Laís de Assis (PE) e Paula Bujes (RS)

23h40 – Afoxé Oyá Alaxé (PE)

0h – Henrique Albino & O carnaval dos espíritos (PE) – show especial em homenagem a Moacir Santos

Deixe seu comentário

+ Recentes

Assine nossa Newsletter

No ononno ono ononononono ononono onononononononononnon