(Da Cepe)
Quem já teve a curiosidade de entrar no Museu da Cidade do Recife, instalado pela Prefeitura no Forte das Cinco Pontas em 14 de janeiro de 1982, conhece a riqueza do acervo ali guardado: fotos, mapas, gravuras, azulejos, cachimbos holandeses, fragmentos de cerâmicas que contam a história do Recife. Ao completar 40 anos de existência, em 2022, o museu celebra a data com uma nova exposição de longa duração e um livro a ser lançado pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) neste sábado (17), a partir das 16h, nas dependências do forte, localizado no bairro de São José.
Além do lançamento do livro Museu da Cidade do Recife – 40 anos em Movimento e da mostra homônima, será aberta a exposição temporária Coleção de Gravuras Roberto Cavalcanti. A programação terá início às 16h, com contação de história para crianças – contemplando o público infantil sempre presente no Museu. Às 17h, haverá o lançamento do livro e a abertura das exposições, ambas patrocinadas pela Cepe. A entrada é gratuita.
Em suas 164 páginas, o livro reúne textos de historiadores, arquitetos, jornalistas e pesquisadores sobre a origem do museu e sua evolução ao longo de quatro décadas, a relação que ele mantém com a cidade, as ações realizadas para o público (exposições, oficinas, atividades de educação patrimonial) e a importância do Forte das Cinco Pontas. O leitor vai descobrir, por exemplo, que no acervo iconográfico há mais de 200 mil imagens do Recife nos séculos 17, 19 e 20 até a década de 1980, além de 1.898 peças de cartografia do fim do século 19 e quase todo o século 20.
O título, organizado por Betânia Corrêa de Araújo, Emerson Pontes, Mariana Dantas e Sandro Vasconcelos, é ilustrado com fotos, mapas, gravuras e postais do acervo do museu. Está dividido em 12 artigos de autores diversos, entre eles o historiador Bruno Miranda, a arquiteta Amélia Reynaldo e o fotógrafo Josivan Rodrigues.
Exposição de longa duração – A mostra homônima ao livro convida o visitante a fazer um passeio pela história do Recife por meio do acervo do museu. E mais do que isso, a compreender as transformações da cidade sempre em movimento, e a refletir sobre o seu futuro. Estarão expostas imagens de azulejos de diferentes épocas que fazem parte da coleção do museu. Também haverá a exibição de uma animação em vídeo, com a recomposição do prato que ilustra a capa do livro dos 40 anos do MCR.
Os fragmentos do prato foram encontrados na década de 1970, nas instalações do forte. “A equipe de conservação do Museu recolheu os fragmentos dispersos e fez a recomposição do prato, realizando um trabalho conhecido como anastilose. E esse prato foi escolhido pelas pessoas que participaram das discussões do livro e da exposição por representar, simbolicamente, um pouco da história do museu e do Recife. A cidade é um conjunto de fragmentos que juntos formam uma unidade, assim como o MCR”, explica a diretora do museu e curadora da exposição, Betânia Corrêa de Araújo.
A segunda parte da exposição propõe uma viagem através dos séculos, iniciando pelo 16,quando o Recife era um povoado que abrigava o porto de Olinda, onde os navios europeus atracavam para buscar madeira e açúcar. Uma gravura, pouco conhecida e que ilustra em detalhes esse período, faz parte da mostra e teve seu tamanho ampliado para facilitar a imersão do visitante.
Ao chegar ao século 17, marcado pela ocupação holandesa no Nordeste brasileiro, o público encontrará uma animação produzida a partir de uma pintura de Frans Post, que retrata a construção da Cidade Maurícia. No século 18, com a cidade reconquistada pelos portugueses, a mostra destaca o projeto de edificação de igrejas no Recife. Ao passear pelo século 19, o visitante vai contemplar pinhas e azulejos que embelezavam a cidade à época, além de ilustrações do desenhista Luís Schlappriz, sobre o cotidiano urbano.
No século 20, por meio de fotografias, documentos e vídeo, a exposição ressalta três momentos de transformações no Recife: a reforma do Porto, a construção da Avenida Guararapes na década de 1930, e a construção da Dantas Barreto e demolição da Igreja dos Martírios nos anos 1970. Sobre o século 21, a mostra evidencia a Coleção Recife 500 Anos, elaborada pela Cepe, Prefeitura do Recife, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Observatório do Recife. “Grande parte das fotografias e mapas que estão nos livros da coleção fazem parte do acervo do museu. Destacamos a pujança dessa documentação histórica no sentido de pensar o futuro da cidade”, afirma Betânia.
Exposição “Coleção de Gravuras Roberto Cavalcanti” – O advogado, economista e colecionador Roberto Cavalcanti (1939-2020) adquiriu ao longo de sua vida 44 gravuras que retratam o Brasil, produzidas em um período de cerca de 250 anos, do século 17 ao 19. A coleção, de autores e editores diversos, foi doada ao museu pela família Cavalcanti de Albuquerque. Pela primeira vez, as peças serão expostas ao público, numa mostra com 120 dias de duração. Em março de 2023, um álbum com as gravuras será lançado pela Cepe.
SERVIÇO
O que: Lançamento do livro Museu da Cidade do Recife – 40 anos em movimento
Abertura das exposições Museu da Cidade do Recife – 40 anos em movimento e Coleção de Gravuras Roberto Cavalcanti
Quando: Sábado, 17 de dezembro
Horário: 16h – Contação de histórias para crianças
17 – Lançamento do livro e abertura das exposições
Onde: Museu da Cidade do Recife / Forte das Cinco Pontas (bairro de São José, Centro)
Funcionamento do museu: Quarta a sexta-feira, das 10h às 17h; sábados e domingos, das 10h às 16h
Entrada gratuita