Saulo Suassuna Filho: “Eu e meu pai nos completamos na empresa” – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Saulo Suassuna Filho: “Eu e meu pai nos completamos na empresa”

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Aos 2 anos de idade, Saulo Suassuna Filho frequentava os canteiros de obras, levado por seu pai, Saulo Suassuna, sócio de um grande construtora. O garoto tomou gosto pelo ambiente e munido de lápis e papel já projetava edifícios nos seus traços infantis. O tempo passou e essa parceria entre ambos se consolidou quando o pai se desligou da empresa para fundar com o filho a Suassuna Fernandes Engenheira. A construtora que conta com 300 funcionários, foi a primeira a erguer um empresarial em Casa Forte, bairro do Recife. Os “Saulos” perceberam a demanda do morador local em ter um escritório próximo da residência.

Hoje eles atuam no sofisticado mercado de imóveis de alto padrão na região que abrange, além de Casa Forte, Jaqueira e Parnamirim. Também desenvolvem empreendimentos planejados em Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Ceará, em parceria com outras empresas. Nesta entrevista a Cláudia Santos, concedida no seu escritório também em Casa Forte, Saulo Filho, hoje com 43 anos, fala da trajetória da Suassuna Fernandes, da relação com o pai e sócio, da Molegolar – a tecnologia que criou para adaptar os empreendimentos à demanda do mercado – e das mudanças que a pandemia trouxe para o setor. Ciente da bem-sucedida vivência que teve com o pai, Saulo Filho, mantem, no seu escritório, uma mesa com quatro cadeiras infantis onde suas três filhas brincam de projetar prédios. É a terceira geração da empresa que está a caminho.

Como surgiu a Suassuna Fernandes?

Meu pai era sócio de uma grande incorporadora junto com meu tio e mais dois outros sócios. Eles tinham um acordo no qual a segunda geração não poderia trabalhar na empresa com a primeira geração. Exatamente para que a gestão não ficasse muito diversa, não tivesse um conflito de gerações. Meu pai resolveu, então, montar a Suassuna para que tivéssemos um caminho próprio. Ele se desligou da outra empresa, recebeu a participação dele e a gente começou a Suassuna. Isso aconteceu em 2002. Eu estava me formando em engenharia civil.

Como começou a empresa?

Meu pai teve um escritório na Praça de Casa Forte, e o nosso primeiro empreendimento foi também na praça. Adquirimos um terreno para fazer o primeiro prédio comercial da região. Na época muitos escritórios funcionavam na Ilha do Leite e no Derby, onde havia muitos empresariais. Nossa ideia era evitar que as pessoas que moravam aqui tivessem que se locomover para essas outras regiões que dispunham de prédios comerciais, para trabalhar. Pensamos nos moradores que não queriam perder tanto tempo no trânsito. Naquela época já começaram os engarrafamentos, as pessoas já não conseguiam almoçar em casa.

Nós, hoje, atuamos na região de Casa Forte, Jaqueira e Parnamirim, que tem a renda per capita mais alta do Nordeste, segundo o IBGE. Nossos clientes são profissionais liberais, que é o perfil das pessoas que moram no entorno. Mas há empresas também, cujos gestores não querem se instalar em outros locais porque moram nas proximidades. Pensando nesse público, construímos cinco empreendimentos na Praça de Casa Forte que chamamos empresarial boutique, que, assim como os hotéis boutiques, são menores (até porque os terrenos aqui são pequenos), mais exclusivos, mais charmosos. Depois desses, começamos a fazer os residenciais.

Como foi a receptividade do público-alvo?

Foi um sucesso de vendas. Retivemos 50% das unidades para locação para incorporar à parte patrimonial da empresa e vendemos a outra parte. Desde o primeiro empreendimento, nossa proposta foi a de fazer um acabamento diferenciado. Isso fez com que tivéssemos uma percepção do valor do metro quadrado mais alta no mercado. E, na entrega, comprovamos aquilo que tínhamos prometido: um imóvel acima da média do mercado. Os outros lançamentos seguiram essa mesma lógica.

Também nesta região?

Sim: Casa Forte, Jaqueira, Parnamirim. Temos vontade de ir para Boa Viagem, muitos amigos e clientes pedem isso. Mas somos muito criteriosos para a escolha do terreno e é muito difícil encontrar uma área com as características que buscamos na Zona Sul, em termos de nobreza da localização. Quando você chega na primeira e na segunda paralelas à orla, é muito difícil encontrar um terreno em que o visual não esteja comprometido, nem se consegue ver o mar de tanto prédio que há na frente. Se conseguirmos encontrar um terreno que tenha uma qualidade de vista condizente com o nosso produto, aí podemos pensar. Os terrenos que trabalhamos têm uma vista muito livre.

Como é a sua relação com um pai que ao mesmo tempo é um sócio?

É uma mistura de ídolo, de professor, de sócio, de pai mesmo, de amigo. Temos uma relação muito boa. Desde criança ele me colocou nesse meio de obra, nunca pensei em fazer outra coisa. Desde os 2 anos de idade ele me leva para as obras para brincar, para desenhar plantas de apartamentos. Ele me incentivou muito, sempre queria ouvir minha opinião. Às vezes, ele estava discutindo alguma coisa com as pessoas na obra e eu, pequeno, ouvindo e prestando atenção na conversa sem entender muita coisa. E ele perguntava: “o que você acha?” Ele queria que eu tivesse uma opinião desde cedo e isso foi muito importante para minha formação profissional e pessoal. Até porque você vai ganhando confiança naquilo e vai aprendendo, se interessando. Temos perfis bem complementares.

*Leia a entrevista completa na edição 212 da Revista Algomais: assine.algomais.com

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