A pesquisa de Endividamento e Inadimplência (PEIC), realizada pela Fecomércio Pernambuco com base nos dados da Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revela um aumento no número de famílias endividadas no estado. Atualmente, cerca de 432 mil pernambucanos possuem dívidas com cartão de crédito, financiamentos, carnês e crédito pessoal, sendo que 162 mil estão com contas atrasadas.
O endividamento e a inadimplência representam um peso na renda mensal das famílias e limitam o consumo. Quanto mais cedo as dívidas forem quitadas, melhor, pois sobra mais renda disponível para aquisição de bens, serviços ou para poupança. Portanto, é importante reduzir ao máximo o tempo de atraso das dívidas e o número de inadimplentes, visando uma saúde financeira melhor para os lares.
Entre as famílias pernambucanas com menor renda relativa (até 10 salários-mínimos), os tipos de dívidas mais comuns são cartão de crédito (92,6%), carnês (29%) e crédito pessoal (7,3%). Esses números refletem a facilidade de acesso a empréstimos pré-aprovados no cartão de crédito, bem como a ausência de juros adicionais em parcelamentos por meio de carnês. Já o crédito pessoal engloba empréstimos ou linhas de crédito oferecidos por instituições financeiras para diversos fins, como despesas médicas, reformas domiciliares, compra de bens duráveis ou necessidades básicas.
Em média, as famílias pernambucanas ficam comprometidas com dívidas por cerca de 8 meses, enquanto o tempo médio de contas em atraso é de 60 dias em Pernambuco e 63 dias em todo o Brasil. Aqueles que estão em atraso podem enfrentar dificuldades financeiras, reduzindo sua capacidade de gastos e causando impacto negativo nas empresas devido ao endividamento e à inadimplência. Isso pode levar a uma desaceleração econômica, uma vez que o consumo e os investimentos são elementos essenciais para o crescimento econômico.
O economista da Fecomércio, Rafael Lima, destaca o programa Desenrola, que em breve iniciará suas operações, como uma medida relevanta para o setor. “Há uma expectativa positiva em relação ao programa Desenrola, que recentemente teve sua portaria publicada e em breve iniciará suas operações. Essa iniciativa tem como objetivo promover a renegociação das dívidas, beneficiando especialmente o setor varejista ao trazer de volta consumidores anteriormente restritos devido à inadimplência.”