Dentro de quadra o Campeonato Sul-Americano de Vôlei não tem surpresas. O Brasil, comandado por José Roberto Guimarães, está atropelando os adversários. O duplo 3 x 0 até agora diante do Chile e Argentina estavam dentro do esperado. A escalação do técnico também está dentro do previsto. A base da equipe que acabou de disputar a Liga das Nações veio para o Recife. A surpresa maior está do lado de fora da quadra. A torcida recifense, após anos sem receber uma partida da seleção, tem feito uma festa “desproporcional” ao torneio, como comentou a campeã olímpica Fabi na partida de estreia, no SporTV.
O Geraldão ficou pequeno para a competição que está longe de reunir as maiores equipes do voleibol internacional. Com exceção do Brasil, apenas Argentina ainda compete nos principais torneios mundiais. Mesmo sem nenhuma pernambucana no elenco, como no passado tivemos presenças de Dani Lins e de Jaqueline, a relação de amor com o vôlei merece atenção.
“Estou realmente impressionado. O Geraldão ficou muito moderno. Só não estou surpreso com o público, porque em 2002 o estádio estava cheio. A população de Recife ama o voleibol. Este campeonato sul-americano, com certeza, vai entrar na história e será o primeiro de vários outros. E também é fundamental para divulgar o esporte dentro do país e, com isso, crescer o número de praticantes e amantes do voleibol”, afirma o diretor executivo da Confederação Sul-Americana de Vôlei, Marcelo Wangler.
O Brasil ainda joga nesta semana diante do Peru e da Colômbia, mas não tem mais ingressos à venda.
Há anos o Recife não recebia a seleção de vôlei e nem consegue criar elencos que disputem a elite da Superliga da modalidade. O Sul-Americano é uma demonstração que a cidade merece mais. Temos um público apaixonado e, com a reforma do Geraldão, passamos a contar com um ginásio de alto nível para receber grandes jogos. Que o Recife volte ao calendário da modalidade de forma mais constante.
(Foto: Mauricio Val/CBV)