O Dia de Combate ao Câncer é celebrado em 8 de abril e o Instituto Nacional do Câncer (Inca) calcula que o Brasil deve registrar 704 mil novos casos da doença, por ano, até 2025. Para Pernambuco, a instituição apresentou a estimativa de 24.590 novos casos, nesse mesmo período. O diagnóstico e o tratamento ainda provocam, em muitos casos, ansiedade aos pacientes e, nesse contexto, os cuidados paliativos são aliados importantes para complementar as abordagens necessárias a muitas dessas pessoas que portam uma doença neoplásica.
O termo “cuidados paliativos” vem da palavra “paliar”, que significa aliviar. Segundo a Aliança Mundial de Cuidados Paliativos, por ano, cerca de 57 milhões de pessoas precisam dessa área e, destes, 25 milhões estão no final da vida. A base principal desse tipo de abordagem é a reafirmação da vida e da morte como processos naturais e o objetivo é integrar aspectos psicológicos e sociais ao tratamento do paciente.
A jornada contra o câncer tem como foco principal a cura e a qualidade de vida do paciente, mas, para além desse objetivo, é preciso compreender o seu estado físico e emocional. Dessa forma, os cuidados paliativos são muito indicados para essas pessoas. “Pacientes oncológicos em estágio avançado (com metástase), pessoas em tratamento oncológico com sintomas de difícil controle em qualquer fase da doença e pessoas com neoplasias hematológicas avançadas ou refratárias, são muito beneficiados por essa abordagem”, explica Lívia Interaminense, médica paliativista da Multihemo Oncoclínicas.
Princípios do paliativismo
Como os cuidados paliativos têm o objetivo de aliviar sintomas físicos, cuidar da saúde mental e oferecer apoio para pacientes e familiares, a melhora na qualidade de vida dessas pessoas é visível. Além disso, é possível se desenvolver uma visão integral do paciente, valorizando sua autonomia, prevenindo o estresse, conhecendo seus desejos, além de ser possível montar um planejamento de cuidados individualizado, de acordo com a necessidade e contexto de cada um. “Na Multihemo Oncoclínicas, há o Programa de Cuidados, onde podemos ampliar ainda mais nossa capacidade de praticar um atendimento de maneira personalizada, uma assistência humanizada, entendendo as necessidades e o histórico de cada pessoa”, afirma Lívia. Dentro do programa, o atendimento é feito por um time multidisciplinar, com profissionais de diversas áreas: médico, psicólogo, nutricionista e enfermeiro. “Esse é o grande diferencial: ter uma equipe inteira à disposição do paciente e da família num lugar só e ao mesmo tempo”.
A médica explica que se engana quem imagina que os cuidados paliativos são apenas voltados aos portadores de doenças mais agressivas. Pacientes com perspectivas de cura também estão no foco dessa abordagem, pois eles têm suas trajetórias de vida modificadas, o que pode comprometer, e muito, a sua qualidade de vida. “Em algum momento esse paciente passou por alterações de imunidade desencadeadas por algum tipo de tratamento oncológico”, contextualiza.
Um dos casos comuns é o de mulheres que venceram o câncer de mama. Alguns tipos desse tumor têm mais associação à neoplasias de ovários, intestino e tireoide. Essas pacientes merecem uma abordagem proativa de pesquisa e implementação de prevenção para outras doenças. “Para elas, a equipe de cuidados continuados vai estabelecer metas de prevenção secundária, além de reforçar o acompanhamento regular com seu oncologista e cuidados gerais com a saúde”, finaliza a especialista.