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A evolução das mulheres no mercado de trabalho empresarial

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Uma jornada de resiliência, conquistas e muito por avançar

*Por Luciana Almeida

Agenda TGI

A história das mulheres no mercado de trabalho empresarial é uma narrativa de resiliência, determinação e conquistas progressivas. No entanto, essa jornada tem sido marcada por desafios, discriminação de gênero e desigualdade de oportunidades, conforme evidenciado em algumas etapas dessa trajetória.

A chegada da Revolução Industrial encontra as mulheres exercendo papéis associados a afazeres domésticos e a trabalhos manuais muito mal pagos. Seguiram por décadas relegadas a tarefas acessórias, subvalorizadas e sub-remuneradas, quando comparadas aos seus colegas masculinos. O que mudou esse panorama, de certo modo, foram as guerras quando, por força de necessidades econômicas, as mulheres foram impulsionadas para o mercado de trabalho. Ainda que em situação de inferioridade em reconhecimento e remuneração, representou uma oportunidade para demonstrarem suas capacidades.

O movimento feminista ganhou força ao longo do Século 20, reivindicando direitos civis, igualdade salarial, oportunidades de ascensão profissional e inspirando movimentos sociais e legislações em seu favor. Gradualmente, as mulheres conquistaram algum espaço em setores antes exclusivos dos homens.

As disparidades, no entanto, persistiram. A representação das mulheres em cargos de liderança continuou limitada, reflexo de uma cultura enraizada em preconceitos que continuou a impedir o pleno desenvolvimento do potencial feminino.

Apenas muito recentemente, houve uma mudança perceptível: as organizações começam a reconhecer o valor da diversidade de gênero, entre outras, e a adotar políticas inclusivas. É constatado em diversas pesquisas que empresas que investem em diversidade e inclusão criam ambientes que favorecem a inovação, a produtividade e o crescimento. Estudos mostram que empresas com uma representação equilibrada de gênero em cargos de liderança tendem a ser mais inovadoras, lucrativas e socialmente responsáveis.

Mulheres líderes frequentemente demonstram habilidades de comunicação mais eficazes, capacidade de resolução de problemas, empatia e inteligência emocional, características essenciais em um mundo empresarial cada vez mais diversificado e globalizado.

Há diferentes empresas que desenvolvem ações visando a uma equidade de gênero e buscam desenvolver uma cultura nesse setor. Destacam-se, por exemplo, o Prêmio Women’s Empowerment Principles, em parceria com a Rede Brasil do Pacto Global, uma iniciativa da ONU para mobilizar as empresas para os ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável). Dentro desse pacto é possível ter acesso a diferentes empresas que apoiam a causa e fazem a diferença nesse setor. No Brasil, a Lei de Igualdade Salarial, promulgada em julho do ano passado, é outro passo no sentido de corrigir lacunas com vistas à promoção da igualdade de remuneração entre mulheres e homens que desempenham funções equivalentes.

É, certamente, animador o crescimento de iniciativas para apoiar as organizações a promoverem igualdade de gêneros no ambiente de trabalho. Entretanto, as metas ainda estão distantes de serem alcançadas. Instituição que analisa a composição dos parlamentos em vários países aponta que entre os 192 pesquisados, o Brasil ocupa a posição de número 142 no ranking de participação de mulheres na política. Por outro lado, na liderança das empresas, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa e da Spencer Stuart, apenas 14% das posições em conselhos de administração e 25% em diretorias são ocupadas por mulheres.

Enquanto são celebradas as conquistas das mulheres no mercado de trabalho empresarial, também é essencial reconhecer que somente unindo forças e desafiando os obstáculos culturais constituídos poderemos avançar na direção de um futuro onde a competência, o talento e as habilidades sejam reconhecidos igualmente para todas e todos.

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