A importância da saúde mental no tratamento contra o câncer – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

A importância da saúde mental no tratamento contra o câncer

O câncer emerge como uma causa de mais de 10 milhões de óbitos em todo o mundo, e no Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) projeta a ocorrência de 704 mil novos casos da doença anualmente até 2025. Diante desse expressivo cenário, o setor de Saúde se vê desafiado a fornecer uma atenção adequada que transcende os medicamentos e seus efeitos. O tratamento, em muitos casos, desencadeia ansiedade e depressão nos pacientes. Conforme dados da American Cancer Society, aproximadamente um terço dos indivíduos com câncer enfrenta algum tipo de distúrbio de saúde mental ao longo do tratamento da doença. Esses distúrbios podem, por vezes, ser confundidos com reações naturais de medo e angústia, resultantes do desafio enfrentado pelo organismo nesse período.

Eduardo Inojosa, oncologista da Multihemo Oncoclínicas

“O impacto emocional do diagnóstico de câncer é geralmente brutal. O medo da morte, no primeiro momento, seguido de incertezas sobre os resultados e efeitos adversos do tratamento, bem como de possíveis mudança na rotina das atividades profissionais, físicas e conjugais trazem uma série desses sintomas”

Acompanhamento Psicológico

Durante essa jornada desafiadora, a importância do suporte psicológico como uma ferramenta valiosa para auxiliar nesse período é amplamente reconhecida. Estudos indicam uma correlação entre a saúde mental positiva e uma maior adesão ao tratamento. Pacientes que enfrentam o câncer com resiliência emocional tendem a seguir de maneira mais rigorosa as orientações médicas, comparecer às consultas e adotar comportamentos saudáveis, influenciando positivamente nos resultados.

A psicóloga Renata Sales, da Multihemo Oncoclínicas, destaca que a saúde da mente também desempenha um importante papel nas reações do organismo. “Na prática clínica, a partir da observação, inferimos que quanto mais equilibrado emocionalmente está o paciente, melhor será sua resposta imunológica e menor será o impacto do tratamento, ou seja, menos efeitos colaterais e/ou recuperação mais rápida. O acompanhamento psicológico pode conduzir o paciente inseguro e amedrontado para um lugar de enfrentamento favorável das dificuldades reais”, complementa. A psicóloga reforça que os sinais de melhora do paciente, depois de algum tempo de acompanhamento, são individuais e pessoais, devendo ser analisados caso a caso. Para ela, todo esse processo evidencia o benefício de um trabalho em conjunto: paciente, família e equipe multidisciplinar, no qual todos os envolvidos colaboram para a manutenção e/ou resgate do equilíbrio emocional.

Equilíbrio x desenvolvimento tumoral

Promover a qualidade do sono ao estabelecer uma rotina noturna que envolve desligar aparelhos eletrônicos uma hora antes de dormir; praticar atividades físicas, pois estas estimulam a liberação de hormônios e endorfinas, contribuindo para a melhoria do aspecto emocional; adotar uma alimentação saudável, através do consumo de alimentos frescos e naturais; evitar o isolamento e fortalecer os laços com familiares, amigos e outros indivíduos que também estejam enfrentando situações semelhantes são passos cruciais no cuidado integral durante esse período desafiador. Essas práticas não apenas promovem o bem-estar físico e emocional, mas também oferecem suporte vital para enfrentar os desafios associados ao tratamento do câncer.

A psicóloga explica que na Multihemo Oncoclínicas, o Programa de Promoção à Saúde (PAPO) promove encontros presenciais para favorecer o diálogo e o convívio em grupo. “A programação é elaborada por uma equipe multidisciplinar composta por enfermeiros, oncologistas, psicólogos, farmacêuticos e nutricionistas com o objetivo de munir o paciente com informação e proporcionar o alívio do estresse. São oferecidas rodas de conversas e palestras, além de oficinas que abrangem áreas como artesanato, culinária, entre outras”.

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