Na oitava semana de vida uterina, o reflexo de sucção começa a aparecer no bebê como questão de sobrevivência, já que ele precisa sugar para se alimentar. A sucção também dá prazer, pois promove a liberação de endorfina – hormônio que produz um efeito de modulação da dor, do humor e da ansiedade – provocando uma sensação de bem-estar. No entanto, a sucção do bebê ao mamar no seio materno é diferente de sugar uma chupeta. Para saber mais informações acerca desse assunto que causa tantas perguntas, conversamos com a Dra. Gabriela Trindade, especialista em odontopediatria da clínica Abre o Bocão, no Parnamirim, que explicou algumas questões.
De maneira geral, o ideal é evitar que a criança faça o uso da chupeta, pois é um acessório que pode causar alterações na dentição somente resolvidas com o uso de aparelho ortodôntico. “O uso frequente de bicos artificiais trazem prejuízos ósseos e musculares para a face da criança. Mordida aberta anterior, mordida cruzada posterior, interposição lingual e deglutição atípica são algumas das alterações provocadas por maus hábitos, como chupar dedo e chupeta”, explicou a Dra. Gabriela Trindade.
CHUPETA ORTODÔNTICA: De acordo com a profissional, por volta dos 2 anos, com o término da fase oral da criança, é o momento certo de remover a sucção não nutritiva, como chupeta, dedo e mamadeira. Entretanto, para não perder o hábito e deixar o bebê sem o objeto que, por muitas vezes, acalma nos momentos mais críticos, os pais têm recorrido ao uso da chupeta ortodôntica, que promete suprir as necessidades dos pequenos de forma benéfica.
“É importante salientar que chupeta “ortodôntica” não é um termo aceitável pelos profissionais, já que ela não realiza nenhum tipo de tratamento ortodôntico. No entanto, as empresas de bicos tendem a fabricar chupetas mais anatômicas com design especial, base reta e estreita, causando assim uma menor interferência na oclusão (mordida)”, ressaltou a ortodontista. “Portanto, na hora de escolher, a ortodôntica é sempre a melhor opção. O que não invalida a recomendação de uso restrito e remoção de chupeta aos 2 anos”, acrescentou.
Com tamanhos e formatos de bicos que variam de acordo com cada fabricante, na hora da escolha, é preciso estar atento. “É importante salientar que eles não devem acompanhar o crescimento da criança, estacionando o tamanho por volta dos 6 meses e livres de BPA (composto químico usado na produção de plásticos e resinas muito nocivo à saúde)”, finalizou a Dra. Gabriela.