Alfabetismo Funcional Atinge 29% Dos Brasileiros Desde 2018 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco
Alfabetismo funcional atinge 29% dos brasileiros desde 2018

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Estudo mostra piora entre jovens e destaca desigualdades raciais e educacionais; especialistas alertam para urgência de políticas públicas integradas (Foto: Freepik)

Apesar dos avanços tecnológicos e do crescimento da digitalização no Brasil, o país continua enfrentando um sério desafio educacional: 29% da população entre 15 e 64 anos é considerada analfabeta funcional, ou seja, não compreende frases simples nem realiza operações matemáticas básicas. O dado, divulgado nesta segunda-feira (5) pelo Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), é o mesmo registrado em 2018, evidenciando uma preocupante estagnação. Segundo os responsáveis pela pesquisa, a situação atual exige um esforço mais amplo e contínuo de políticas públicas que enfrentem as desigualdades de forma estrutural.

O levantamento, realizado entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025 com mais de 2,5 mil brasileiros, revelou também um retrocesso entre os jovens: o analfabetismo funcional entre pessoas de 15 a 29 anos subiu de 14% para 16% no período. A pandemia, com o fechamento de escolas e a interrupção de aulas presenciais, pode ter contribuído para esse agravamento, segundo os pesquisadores. "Um resultado melhor só pode ser alcançado com políticas públicas significativas no campo da educação e não só da educação, também na redução das desigualdades e nas condições de vida da população", afirma Roberto Catelli, da Ação Educativa, uma das instituições coordenadoras do Inaf.

A pesquisa também revelou disparidades alarmantes. Entre trabalhadores, 27% são analfabetos funcionais e apenas 40% têm níveis consolidados de alfabetização. Mesmo entre os que possuem ensino superior, 12% não conseguem interpretar textos ou resolver problemas simples. Quando se observa o recorte racial, as desigualdades se aprofundam: 47% dos amarelos e indígenas estão no nível mais baixo de alfabetismo, frente a 30% entre negros e 28% entre brancos. Esses dados escancaram a persistência da exclusão educacional em diferentes camadas sociais.

O Inaf 2024/2025 foi correalizado por diversas instituições, entre elas Fundação Itaú, Fundação Roberto Marinho, Instituto Unibanco, Unicef e Unesco. Pela primeira vez, o levantamento também avaliou a capacidade dos brasileiros de compreender e atuar em ambientes digitais, um passo essencial diante da crescente presença da inteligência artificial e das tecnologias no cotidiano. “A gente vai precisar melhorar o ritmo de como estão acontecendo as coisas porque estamos já em um ambiente muito mais acelerado”, alerta Esmeralda Macana, coordenadora do Observatório Fundação Itaú. “Precisamos garantir que as crianças, os jovens, os adolescentes possam ter o aprendizado adequado para a sua idade”, completa.

(Com informações da Agência Brasil)

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