Amazônia como inspiração para “Naturezas Mortas” - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Amazônia como inspiração para “Naturezas Mortas”

Rafael Dantas

A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo e sua biodiversidade fundamental para o planeta. Nos últimos anos, porém, tem sido alvo de ataques deliberados: o desmatamento se alastra e, somente nos últimos 12 meses, uma área equivalente a seis vezes o município de São Paulo foram derrubados.

A aflição e tristeza de testemunhar, mesmo que à distância, a inércia da sociedade diante desse crime mundial, levaram o artista plástico pernambucano - e também arquiteto - Luiz Rangel a criar “Naturezas Mortas”, A série é inspirada nas atrocidades que o homem está cometendo contra a Amazônia, sem enxergar que também é cruel com a própria humanidade.

O resultado do trabalho será apresentado em exposição virtual, por meio da plataforma Instagram, a partir de 5 de setembro, quando se celebra o dia da Amazônia. A data foi criada em 2007, marcando a data em que Dom Pedro II decretou a criação da Província do Amazonas.

No perfil @luizrangel.art é possível conferir as dez obras que integram a exposição. A série de trabalho mescla técnicas variadas, em acrílico sobre papel, colagens e impressões digitais, dando um colorido especial às telas, destacando os tons dos laranjas dos cortes da madeira e das queimadas das centenárias árvores que vêm sendo destruídas.

Exposição – Os quadros com as colagens em tamanhos que variam de 0,50 x 0,40 e impressões digitais em grandes formatos 1,00 x 1,50m e 2,00m x 2,00 m foram criados pelo artista nos últimos seis meses e estão em seu ateliê-residência. A ideia inicial era uma exposição presencial, no espaço Casa Criatura, em Olinda, mas em virtude da pandemia o projeto foi adiado para o próximo ano. A parceria, porém, segue: a galeria irá se engajar na divulgação da mostra virtual (@casacriatura).

“Me sentia preocupado com o que está acontecendo na Amazônia, um crime sem retorno. Imagens foram me chegando, sucessivamente, a partir de notícias sobre o desmatamento, e também sobre as constantes queimadas, um sentimento forte de indignação que transformei em algo que todos pudessem enxergar”, explica Rangel.

Para o artista plástico Roberto Ploeg, “impressionante a força e o vigor das imagens do trabalho de Luiz Rangel, as cores e os efeitos das colagens. Um paradoxo: mostrar a tristeza da destruição e do desrespeito com a mãe terra através de um trabalho artístico que prima pela beleza das cores e a originalidade da sua técnica de colagem. O título fala desse paradoxo. E não poderia esperar outro momento para levar ao conhecimento do público. O seu alerta é imediato e teria que ganhar o mundo para que todos saibam o que acontece com a Amazônia”, diz ele.

O ARTISTA – Arquiteto e urbanista atuante, formado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o recifense Luiz Rangel iniciou sua ligação com desenho e pintura desde jovem, de forma autodidata. Desenvolveu suas aptidões artísticas durante a graduação e a vida profissional, com projetos arquitetônicos feitos à mão – na época em que não se utilizava o computador – e, posteriormente, em curso de pintura no Espaço Vitrúvio, em 2010.

Desde então, já participou de sete exposições – no próprio Espaço Vitrúvio, no festival Olinda Arte Em Toda Parte e por duas ocasiões em Frankfurt, na Alemanha: em 2012, com a mostra “Follow me” e, em 2014, “Onze – Abaixo do Equador”, ambas na Galeria Eulengasse.

Em 2016, participou da exposição individual “Autos Retratos”, no Museu da Cidade do Recife e em 2019 da criação e coordenação juntamente com o Atelier Ploeg de um painel coletivo, ao lado de 20 artistas locais. A obra “um recife conectado”, tem mais de 10 metros de comprimento e está no hall do Empresarial ITBC no histórico bairro do Recife.

Atualmente é cursista do Atelier Ploeg.

Serviço:

O que? Exposição “Naturezas Mortas”, do artista plástico Luiz Rangel

Quando: a partir do dia 5 de setembro

Onde: na plataforma Instagram @luizrangel.art

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