Insegurança é a principal sensação dos brasileiros que se deslocam a pé pelas cidades. Estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) indicou que apenas 21,7% dos pedestres se sentem seguros. Entre as mulheres a situação é ainda pior: 17,5%. Indicadores que demonstram a necessidade de compreender as razões que tem afastado as pessoas dos espaços públicos e, por consequência, alimentado ainda mais esse sentimento.
A compreensão dos especialistas em urbanismo é de que uma das principais medidas para combater a violência urbana é ter mais gente nas ruas. Lugares isolados, com pouca movimentação e baixa iluminação são os mais suscetíveis a promoção de violência. Para 75,2% das pessoas entrevistadas a presença de iluminação pública interfere na decisão em andar a pé.
Outro fator que estimula a mobilidade a pé é a presença de comércios, serviços, saúde e educação nas proximidades (para 85,4% dos entrevistados). Mais um sinal de que bairros com um bom mix de serviços permite uma mobilidade mais humana e com menos carros nas ruas.
Os brasileiros concordam ainda que é preciso mudar a prioridade no trânsito. O estudo revelou que 80,3% concorda que mais ruas e avenidas sejam fechadas aos domingos para circulação de pedestres e ciclistas.
Essa percepção é nacional, mas se fosse aplicada ao Recife, é provável que os números seriam ainda mais alarmantes. Com a recente onda de crescimento da violência e as dificuldades de iluminação da cidade, o estímulo à mobilidade a pé por um maior número de recifenses é uma meta com dificuldades de ser superada.
A pesquisa ouviu 1,5 mil pessoas das 27 capitais brasileiras, de todas as classes econômicas.