“Arretado”: Nova Espécie De Besouro é Descoberta Na Caatinga Por Pesquisadores Da Univasf - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco
“Arretado”: nova espécie de besouro é descoberta na Caatinga por pesquisadores da Univasf

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Athryeus arretado amplia conhecimento sobre biodiversidade do semiárido e reforça importância da conservação do bioma

Um pequeno morador da Caatinga acaba de ganhar notoriedade científica e cultural. Pesquisadores do Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna), da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), descreveram o Athyreus arretado, besouro da família Geotrupidae publicado na revista científica Zootaxa. O nome inusitado homenageia a expressão nordestina usada para destacar algo impressionante — e a espécie faz jus à alcunha, com traços únicos, como um chifre frontal e carenas em forma de “J” no corpo, além de coloração marrom-avermelhada e alaranjada.

O inseto foi registrado na Ecorregião das Dunas do São Francisco, em Casa Nova (BA), considerada prioritária para a conservação por abrigar espécies endêmicas. Este é o primeiro besouro da família Geotrupidae descrito para a região e apenas o segundo caso de uma nova espécie de Coleoptera identificada nas dunas do Submédio São Francisco. Para o pesquisador Gabriel Luiz Celante, responsável pela descrição, “a descoberta do Athyreus arretado mostra o quanto ainda temos a conhecer sobre a biodiversidade da Caatinga. Esse besouro foi encontrado em uma região pouco estudada e isso reforça que o bioma guarda espécies únicas que precisam ser registradas e preservadas.”

O trabalho reforça a relevância científica do bioma, frequentemente ameaçado por desmatamento, queimadas e avanço agrícola. “Cada nova espécie descrita é uma peça que se encaixa no grande quebra-cabeça da vida. O Athyreus arretado evidencia a riqueza natural na Caatinga e o papel fundamental da pesquisa científica realizada no sertão”, afirma o professor Dr. Benoit Jean Bernard Jahyny, coordenador do Laboratório de Mirmecologia do Cemafauna. Já a professora Dra. Patrícia Nicola, coordenadora do centro, destaca que “o Athyreus arretado é mais um exemplo de como a Caatinga ainda guarda segredos extraordinários. Cada espécie registrada fortalece nosso compromisso em conservar a fauna e em mostrar à sociedade que proteger esse bioma é essencial.”

O estudo foi conduzido por Gabriel Luiz Celante, Adhan Gabriel Carvalho e Benoit Jahyny (Univasf), em parceria com Kaylla Brisley Silva Araújo e Paula Batista dos Santos (Museu de Fauna da Caatinga/Univasf). O material coletado integra a Coleção Científica de Entomologia do Museu de Fauna da Caatinga, mantida há mais de dez anos pelo Cemafauna. O artigo completo está disponível na revista Zootaxa: clique aqui para acessar.

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