Doença que atinge mais de 15 milhões de brasileiros pode causar dor, rigidez e deformidades, especialmente em mulheres a partir dos 50 anos
Com o envelhecimento da população brasileira, doenças articulares como a artrose se tornam cada vez mais comuns e impactam diretamente a qualidade de vida. A artrose nas mãos, também chamada de osteoartrite, é uma das manifestações mais frequentes da condição e atinge especialmente mulheres após os 50 anos. Responsável por dores, rigidez e limitações nos movimentos, a doença compromete atividades cotidianas simples, como escrever, segurar objetos ou abrir embalagens.
Segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), cerca de 15 milhões de brasileiros convivem com a artrose, que é hoje a principal causa de incapacidade física entre os idosos. “Muita gente pensa que é só uma dor passageira ou que está com as mãos cansadas. Mas, quando o incômodo se torna frequente, é importante buscar ajuda médica, pois pode ser um sinal de artrose”, alerta a ortopedista Dra. Etelvina Vaz, especialista em mãos do Instituto de Ortopedia e Trauma do Recife (IOT).
O desgaste da cartilagem que reveste as articulações leva à dor progressiva, perda de mobilidade e até deformidades visíveis nos dedos. As áreas mais afetadas são as pontas dos dedos, a base do polegar e, com menos frequência, as articulações do meio dos dedos. O diagnóstico é clínico e pode ser confirmado com exames de imagem. “O objetivo é reduzir a dor, manter a função das mãos e evitar a progressão da doença”, explica a médica. Os tratamentos envolvem medicamentos, fisioterapia, órteses e, em alguns casos, cirurgia.
Embora mais frequente na terceira idade, a artrose também pode surgir em adultos jovens que sobrecarregam as mãos com atividades repetitivas. Digitadores, costureiros, trabalhadores manuais e praticantes de esportes de alto impacto nas mãos estão entre os grupos de risco. Por isso, a prevenção deve começar cedo, com a adoção de hábitos saudáveis, fortalecimento muscular e pausas durante o trabalho repetitivo.
“Envelhecer com qualidade de vida inclui também estar atento à saúde das mãos. Elas falam muito sobre como estamos nos movimentando e lidando com o nosso corpo”, finaliza a Dra. Etelvina. A detecção precoce e o acompanhamento especializado são essenciais para preservar a autonomia e o bem-estar durante o envelhecimento.