OBSERVATÓRIO DO FUTURO

OBSERVATÓRIO DO FUTURO

Bruno Queiroz Ferreira

As habilidades do trabalhador do futuro (parte II)

Na edição anterior da coluna, abordamos a mudança de comportamento do trabalhador para se adaptar ao futuro no qual a tecnologia fará o trabalho pesado e repetitivo e será necessário desenvolver as habilidades que somente os humanos possuem para se manterem competitivos.

Vimos que, entre essas habilidades, estavam a proatividade, o autodidatismo, a criatividade, a resiliência e a responsividade. Nesta edição, vamos completar a lista que fez parte do estudo As Habilidades do Trabalhador do Futuro, realizado pela consultoria Cartello. São elas:

Comprometimento – É quando há uma conexão de valores entre o trabalhador e o trabalho que ele faz. O comprometimento é visível nas situações em que o resultado do trabalho transcende o campo prático, como a remuneração, e alcança a satisfação pessoal, criando uma motivação para a realização da atividade. Então, é preciso associar o trabalho aos interesses e inclinações pessoais para criar o comprometimento e evoluir profissionalmente.

Administração do tempo – Uma das principais características do mercado de trabalho do futuro é não ter apenas uma atividade, nem mesmo uma só profissão. Em virtude da redução de oportunidades de trabalho causada pelo avanço da tecnologia, será necessário desenvolver atividades paralelas. Nesse sentido, saber administrar o tempo se torna uma das habilidades essenciais para dar conta desse novo modelo, conhecido como gig economy, e não perder o nível de comprometimento com o trabalho.

Trabalho em equipe – Essa será uma das mais importantes habilidades para o trabalhador nos próximos anos. Com os robôs e algoritmos reduzindo as oportunidades de trabalho de baixa qualificação nos próximos anos, a tendência é que os seres humanos sejam mais necessários para resolver problemas complexos, que envolvem a própria tecnologia e requerem a atuação em equipes multidisciplinares. Para isso, o trabalhador precisará desenvolver tolerância diante de opiniões diferentes e abertura intelectual para a controvérsia, assim como capacidade de escutar e negociar. Além disso, é preciso ter temperança para manter o controle emocional das atitudes e não se afastar da razão, bem como para saber encontrar o equilíbrio adequado entre o momento de liderar e ser liderado na equipe.

Empatia – Apesar de ser exigida também no trabalho em equipe, a empatia tem uma dimensão mais abrangente. Como o cenário mais provável aponta no sentido de que as máquinas e os algoritmos farão a maior parte do trabalho repetitivo e os humanos se dedicarão cada vez mais às atividades de cuidar dos seres humanos, é preciso desenvolver a capacidade de se colocar no lugar do outro. Como diz o poeta francês Francis Ponge “o futuro do ser humano é o ser humano”.

Embora seja difícil reunir todas essas qualidades, cabe a cada um empenhar todas as suas energias na busca destas habilidades, otimizando os seus próprios talentos e procurando avançar naquelas em que tiver mais dificuldade.

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