OBSERVATÓRIO DO FUTURO

OBSERVATÓRIO DO FUTURO

Bruno Queiroz Ferreira

As perspectivas para 2018 e as ondas da transformação digital

A rápida velocidade das inovações disruptivas é a principal ameaça aos negócios em 2018. Foi o que apontou o estudo Perspectivas de Executivos para os Principais Riscos em 2018, realizado pela consultoria Protiviti com 728 empresários de diversas regiões do mundo, incluindo o Brasil. A transformação digital ficou na frente de ameaças como as incertezas do cenário econômico, a instabilidade das eleições, a corrupção e o terrorismo.

Isso mostra que o assunto transformação digital já é percebido pela maioria dos executivos. Mas isso não quer dizer que as atitudes adequadas estão sendo tomadas dentro das empresas para enfrentar essa ameaça. Nesse sentido, é importante compreender que a transformação digital se movimenta em ondas, com impactos diferentes a depender da cadeia de valor de cada segmento: produção, distribuição, marketing e consumo.

A primeira onda da transformação digital aconteceu com mais intensidade de 10 anos para cá. Um exemplo clássico é o filme fotográfico, que foi substituído pela imagem digital. A função de registrar uma imagem foi mantida, mas a forma foi totalmente modificada em poucos anos. Isso levou a Kodak à falência, mesmo que tenha sido ela a criadora da câmera digital. Com a música também foi assim. O CD foi reduzido a uma participação irrelevante de mercado e o streaming é quem lidera atualmente a preferência do consumidor.

A segunda onda da transformação digital está acontecendo agora. Um bom exemplo é o automóvel, que vem sendo impactado não somente na sua forma, como também na sua função. Por causa do avanço da tecnologia, o carro está evoluindo nos próximos 10 anos na direção de ser elétrico, autônomo e compartilhado.

Em outras palavras, a mudança de comportamento do consumidor com o ato de não abastecer no posto, de não dirigir e de não ter a propriedade de um veículo está causando uma grande transformação na indústria do petróleo e de autopeças, na organização das cidades (leis, fiscalização, sinalização, habilitação, vias, estacionamento etc.) na rede de distribuição (concessionárias), na manutenção (oficinas), no financiamento bancário, nos serviços como seguro, etc. Muito provavelmente um impacto tão profundo que vai custar trilhões de dólares.

Ainda não dá para prever com precisão como será a terceira onda da transformação digital porque as novas tecnologias continuam surgindo e se consolidando a cada dia. Inteligência artificial, blockchain e internet das coisas estarão de alguma forma entre os grandes pilares dessa nova fase. Só não devemos esquecer que todos os negócios serão afetados no presente e no futuro, seja de forma direta ou indireta, com mais ou menos impacto. Portanto, avaliar corretamente esse cenário e responder com a atitude adequada são as melhores decisões a se tomar para não ser engolido pela transformação digital.

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