Protesto contra construção de Escola de Sargentos do Exército denuncia risco de desmatamento e ameaça ao abastecimento de água
Na última sexta-feira (11), o Bar Teatro Mamulengo, no Recife, foi palco de um ato cultural e político promovido pelo Movimento Gato-Maracajá, em defesa da Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia Beberibe. A mobilização denunciou os impactos da proposta de construção de uma Escola de Sargentos do Exército sobre a Bacia do Catucá, região que integra o bioma da Mata Atlântica e é considerada estratégica para o abastecimento hídrico da Região Metropolitana.
De acordo com ambientalistas, o empreendimento pode resultar no desmatamento de cerca de 200 mil árvores e comprometer o fornecimento de água para mais de um milhão de pernambucanos. Classificada como um possível “crime ambiental”, a obra ameaça a fauna local, incluindo espécies em risco de extinção, como o gato-maracajá — que dá nome ao movimento organizador do protesto.
O evento contou com apoio de artistas, parlamentares, coletivos e sindicatos. Estiveram presentes a vereadora Jô Cavalcanti e as sindicalistas Jussara Ribeiro e Sidineiva Gonçalves, além do historiador Cálaran Ribeiro, todos do Paraná. Do cenário ambiental pernambucano, participaram Vânia Fialho, do Fórum Socioambiental de Aldeia e da SAAB (Salve APA Aldeia Beberibe), e os representantes do coletivo Artistas Pelo Clima, Julia e Guilherme. Música, poesia e performances deram o tom à manifestação.
A mobilização reforça a crescente articulação entre arte e ativismo ambiental na defesa de territórios ameaçados pelo avanço de grandes empreendimentos. Para os organizadores, o momento exige união e resistência diante da ameaça à biodiversidade e ao direito fundamental à água.