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Delícias da terra do chucrute

Restaurante Alemão faz embutidos e defumados com num processo artesanal. O sabor dos embutidos alemães há alguns anos está se popularizando no Recife com o Restaurante do Alemão. Fundado pelo chef Andreas Schmaller há 8 anos, o espaço – instalado dentro do Clube Alemão do Recife – tem como carro-chefe do cardápio as apetitosas linguiças e salsichas, além da bisteca suína (kassler) e do joelho de porco (eisbein). A produção da famosa charcutaria alemã (embutidos e defumados)  é feita pela própria equipe do restaurante, que usa temperos vindos da Alemanha. A maioria do Sul do país europeu. “Fazemos tudo aqui, num processo artesanal. A gastronomia alemã tem uma grande tradição com a importação de temperos de todo o mundo, desde 1400. Esse é o diferencial dos nossos pratos”, comenta o sócio do restaurante, Werner Payne. O chef Andreas trabalhou por anos em cozinhas alemãs e ao chegar no Brasil, em 2006, começou a fazer os embutidos, como linguiças de vários sabores (defumada, vegetariana, apimentada, com queijo, entre outros), salsichas, mortadela e patê. Aos amantes dos doces, o restaurante serve a tradicional Apfelstrudel mit Sahne, a torna de maçã com canela e chantilly. Para completar, a cerveja servida é a tradicional Jacobinus Wizen. Andreas explica que até mesmo no seu país de origem não é tão fácil encontrar num único restaurante a oferta de todos esses pratos típicos, já que eles eram corriqueiros nas mesas alemãs nas décadas de 60 e 70. “Procuramos ao máximo chegar aos sabores originais”, comenta o chef que vê crescendo a procura por seus produtos. Para quem deseja apenas consumir os pratos, o restaurante funciona de terça à sexta-feira aberto ao público, entre às 9h e 18h. Nos finais de semana o acesso é mais restrito aos sócios do Clube Alemão. Outra opção é comprar os embutidos e defumados para cozinhar em casa. Os produtos da cozinha alemã não agradam apenas o paladar, mas também o bolso. Um prato misto (combinação de diferentes linguiças, batatas e saladas), para duas pessoas, fica por R$ 40. Serviço: Restaurante do Alemão. Clube Alemão do Recife, localizado na Estrada do Encanamento, 216, Parnamirim. De terça à sexta o restaurante é aberto ao público das 9h às 18h. Nos finais de semana apenas para sócio. Telefone para contato: 99993-9139.  

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Hora de repensar a educação brasileira

Em evento da Algomais e da TGI, João Batista Oliveira rebate ideias como a de que não há recursos para as escolas. O desenvolvimento da educação brasileira foi pautada nas últimas décadas pela expansão. Mais escolas, mais professores, mais disciplinas nos currículos, mais verba... Um modelo combatido pelo professor João Batista Oliveira. O doutor em pesquisa em educação defende que antes de investir mais recursos nos colégios, o País deveria fazer o dever de casa, que começa com a valorização da carreira do docente.  Oliveira, que é um dos especialistas mais reconhecidos no cenário nacional nessa discussão, foi o palestrante convidado pelo projeto Pernambuco Desafiado Educação, promovido pela Revista Algomais e TGI Consultoria em Gestão, com apoio da ABA Global Education e Faculdade Pernambucana de Saúde. A palestra contou com uma plateia bastante representativa das escolas privadas do Recife, além da presença do vice-governador de Pernambuco, Raul Henry; do secretário de Educação do Recife, Jorge Vieira; e do secretário executivo de Educação profissional de Pernambuco, Paulo Dutra. A abertura do workshop e apresentação do palestrante ficou a cargo do economista e colunista da Revista Algomais, Jorge Jatobá. Para repensar o futuro do sistema educacional, o professor João Batista apresentou uma série de números que questionam as ações mais recentes executadas pelo poder público brasileiro. O quadro negro da educação brasileira foi construído, na opinião do especialista, por decisões equivocadas. “O nosso sistema está inflado e só ouvimos falar em expansão. Os números nos levam a pensar o contrário do que ouvimos nos últimos 55 anos. É preciso fazer melhor e mais bem feito. Combater essa ideia que só se resolve gastando mais”, combateu. Ele justifica suas ideias afirmando que houve uma triplicação dos recursos injetados na educação nos últimos anos, sem que isso tenha obtido qualquer resultado mensurado. Entre os números que embasam essa análise estão a mudança demográfica da população brasileira, que indicam uma redução da população escolar nos próximos 20 anos. Para ilustrar o cenário inflacionado do ensino no Brasil, Oliveira mencionou que em Pernambuco, 24% da população total está na escola, enquanto, a rigor, esse número deveria ser em torno de 20%. Percentuais que se assemelham à média nacional, de acordo com o especialista. Ele avalia que as escolas atuais teriam vagas sobrando se não houvesse uma política de repetência nas nossas redes de ensino, que atinge atualmente 17% dos alunos matriculados. Dentro dessa crítica da prioridade em expandir no lugar de qualificar a educação, João Batista menciona problemas estruturais como a ausência de um currículo básico para as escolas do País e, principalmente, a desvalorização da carreira do docente. “Observando a experiência dos países que têm um sistema de educação sólido, o que há de comum entre eles é o fato de terem professores qualificados. Enquanto o Brasil não tiver uma política para atrair jovens talentosos para serem professores, esqueçam o resto”. Na palestra, ele mencionou que os próprios pais e os diretores das escolas desestimulam que os jovens sigam o magistério devido ao desprestígio da profissão no País. A formação de professores também é tema que preocupa o vice-governador Raul Henry. No wokshop ele citou uma pesquisa que revelou que quase metade dos alunos de pedagogia e de licenciatura têm renda familiar de até três salários mínimos e são filhos de pais que só estudaram até a quarta série do ensino fundamental. Além disso, esse futuro professor não tem em casa acesso a livros, jornais ou revistas e trabalha durante o dia para estudar à noite. "O cenário é preocupante, pois esse é o material humano que estamos requisitando para formar a futura geração do Brasil". Oliveira informou, no entanto, que atualizar todo um quadro de professores demanda cerca de 30 anos. O tempo para convencer os jovens com potencial a seguirem o magistério e prepará-los nas universidades para chegar na sala de aula e transformar essa escola. "O problema é que o Brasil não tem paciência", criticou o palestrante. Em uma das intervenções feitas pelo público presente, o diretor da ABA Global Education, Eduardo Carvalho, afirmou que a discussão sobre o sistema educacional no Brasil ocorre num nível de referência muito distante dos países desenvolvidos. “Esse tema é um dos que mais se discute em todos os países do mundo. A diferença é que enquanto partimos nosso debate de um Ideb de 3,5, os outros discutem as competências necessárias para os alunos do século 21 e assuntos mais evoluídos”, comparou. Ele lembrou ainda que há uma discussão do empresariado sobre que tipos de conteúdos são importantes para que o jovem desenvolva competências para o trabalho, como criatividade, comunicação e tecnologia. Sobre a definição do currículo da escola brasileira, o professor João Batista defendeu que seja construído um conteúdo a partir da discussão com especialistas. Um processo que não tem acontecido, na sua opinião. “Todo país sério tem um currículo. Isso é óbvio. Na maioria dos lugares do mundo eles são nacionais, nasceram de uma ampla discussão técnica e só se redige um currículo após um consenso, que é submetido aos professores. Muito diferente do que está sendo feito pelo Brasil, onde não houve mecanismo para discussão”. O professor critica a prática da gestão brasileira de tentar resolver os desafios nacionais criando leis, que muitas vezes estão descontextualizadas e que não geram mudanças práticas no sistema de ensino. A quantidade elevada de disciplinas curriculares no ensino médio foi outro ponto questionado pelo especialista. Um problema que também é fruto da ideologia de expansão, que traz novas obrigatoriedades de conteúdos para a sala de aula. Em seu livro recém-lançado, Repensando a educação brasileira - o que fazer para transformar nossas escolas, o especialista defende ser preciso observar a experiência de nações que conseguiram revolucionar o seu sistema educacional, como  o Japão, a Coreia do Sul e até o Chile. "Na maioria dos países, as mudanças se deram na forma de um processo evolutivo, sem grandes sobressaltos". Mais um recado de que a revolução do nosso sistema de educação não será fruto de um mandato presidencial,

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