O olhar ausente, o vocabulário limitado, o isolamento social e as crises comportamentais são apenas algumas das características que as pessoas com autismo podem apresentar. Cada um dos dois milhões de brasileiros com o transtorno - sendo 600 mil crianças e adolescentes - tem características e necessidades diferentes. O que todos têm em comum é o fato de que, quanto mais cedo o diagnóstico e intervenção, mais eficiente é o tratamento e menores as limitações, segundo o psiquiatra Gustavo Teixeira, fundador do CBI (Child Behavior Institute) of Miami, que oferece cursos sobre os transtornos de comportamento infantis e da adolescência.
Os primeiros sinais do distúrbio podem ser percebidos na fase entre um e dois anos. “Se a criança não fala, não aponta para objetos e não olha nos olhos dos pais, ela precisa ser avaliada por um médico”, aponta o especialista em saúde mental infantil e psicoeducação.
Não existem exames laboratoriais para fazer esta identificação. A avaliação é o diagnóstico clínico e o tratamento é multidisciplinar: envolve de terapeuta a fonoaudiólogo e mediação escolar. É fundamental, então, a difusão de conhecimento, para que pais, professores e profissionais de saúde possam oferecer as melhores condições para o desenvolvimento da criança. “A informação diminui o preconceito e faz com que as pessoas busquem ajuda e tenham ferramentas para lidar com o autismo”, salienta João Roberto Magalhães, também fundador do CBI of Miami.
O Instituto ministra cursos on-line sobre problemas comportamentais que atingem cerca de 10% a 20% das crianças e adolescentes - como o famoso “Reizinho da casa”, déficit de atenção, agressividade, dificuldade de aprendizagem, depressão e suicídio. Os treinamentos são dados por especialistas nos temas e abordam as novidades sobre as patologias, suas características, o impacto na vida das famílias e amigos e, claro, os tratamentos.