Que o País precisa de uma reforma tributária é um consenso. A complexidade do nosso sistema tributário gera uma insegurança jurídica que afugenta investimentos e demanda muito esforço das corporações para cumprir todas as regras. Porém, há muita preocupação do setor de serviços com o avanço do atual projeto que está em tramitação no Congresso Nacional. Com uma carga tributária maior no País, a indústria terá um alívio nas alícotas após a aprovação. Porém, essa conta tende a sobrar para os demais setores. E nesse ponto, Pernambuco e o Porto Digital podem perder muito. Esse foi o tema do almoço da Assespro (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação) que aconteceu na última sexta-feira (29), no Bairro do Recife.
MULTIPLICAÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA
O setor de TI publicou um manifesto com um alerta muito significativo. A carga tributária atual de até 8,65% pode chegar ou até ultrapassar os 25%. É um pesadelo para o Porto Digital e para todas as empresas de tecnologia do País. “Tal medida inevitavelmente resultará no fechamento de empresas, um aumento significativo nas demissões, uma perda alarmante de competitividade e um retrocesso prejudicial à economia nacional frente ao cenário global”. Alerta o documento.
ESTRATÉGIAS E AMEAÇAS
O debate da Assespro contou com a presença do economista Ecio Costa, do ex-presidente da Assespro Ítalo Nogueira e do cientista político com MBA em Relações Governamentais e em Gestão de Negócios Renato Roll. A mesa foi conduzida pela presidente da Assespro-PE, Laís Xavier. Os representantes setoriais explanaram o impacto dessa mudança na competitividade dos negócios do parque tecnológico recifense e descreveram uma série de ações junto aos senadores para uma maior sensibilização para a causa do setor, que é estratégico para o desenvolvimento do País. Com a facilidade de migrar os negócios para outros Países, em pouco tempo muitas empresas poderiam sair para vizinhos da América Latina que têm políticas de fomento às novas tecnologias. Após anos sem avançar nessa reforma, as expectativas de aprovação neste trimestre no Congresso Nacional são grandes. Um calendário que impõe pressa na mobilização empresarial e política para evitar um prejuízo de décadas para o Recife e para Pernambuco.
GERINO XAVIER, presidente da FENAINFO
"Que nação a gente quer sem tecnologia? Vamos ficar a reboque? A hegemonia política do mundo vai passar por informação".