Copom decide pela quarta vez consecutiva segurar os juros básicos, mesmo com a redução da inflação no País
O Banco Central decidiu manter a Taxa Selic em 15% ao ano pela quarta reunião consecutiva do Comitê de Política Monetária (Copom). A decisão, unânime, confirma expectativas do mercado e mantém os juros no nível mais alto desde 2006. No comunicado, o colegiado destacou que o ambiente econômico ainda é marcado por forte incerteza e exige uma postura cautelosa para garantir a convergência da inflação à meta.
Estratégia de juros altos por mais tempo
O Copom reforçou que a estratégia atual envolve a manutenção da taxa por um período prolongado. Segundo o texto divulgado, “o comitê avalia que a estratégia em curso, de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado, é adequada para assegurar a convergência da inflação à meta”. O colegiado também destacou que permanece vigilante e poderá ajustar os passos futuros, afirmando que “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”.
Inflação recua e volta ao intervalo da meta
Em novembro, o indicador registrou alta de 0,18%, o menor patamar para o mês desde 2018, acumulando 4,46% em 12 meses e voltando a ficar dentro do limite superior da meta contínua. O novo modelo estabelece o acompanhamento mês a mês da inflação acumulada em 12 meses, com centro da meta de 3% e tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Revisões de projeções e expectativas do mercado
No último Relatório de Política Monetária, divulgado em setembro, o Banco Central revisou para 4,8% a projeção de inflação para 2025, mas os números serão atualizados em dezembro, especialmente devido à oscilação do dólar. O boletim Focus indica expectativa mais otimista, com IPCA encerrando o ano em 4,4%. Do lado da atividade econômica, a autoridade monetária reduziu a previsão de crescimento do PIB de 2,1% para 2%, enquanto o mercado projeta expansão de 2,25% em 2025.
Impacto dos juros altos sobre crédito e consumo
A manutenção da Selic em patamar elevado encarece o crédito e freia o consumo, o que contribui para o arrefecimento da inflação. Porém, também limita o ritmo da atividade econômica. A taxa básica é referência para diversas operações financeiras e títulos públicos, influenciando diretamente decisões de investimento, poupança e consumo. Para que um ciclo de corte seja iniciado, o BC afirma que precisa estar seguro de que não há risco de nova pressão inflacionária.
