Brasil Enfrenta Desafio Para Ampliar Financiamento Climático às Florestas Na COP30 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco
Brasil enfrenta desafio para ampliar financiamento climático às florestas na COP30

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Estudo da CPI/PUC-Rio revela que apenas 2% dos recursos internacionais destinados ao país foram aplicados em ecossistemas florestais, apesar do aumento geral no financiamento climático

O financiamento climático está no centro das negociações da COP30, marcada para novembro em Belém, onde países em desenvolvimento, como o Brasil, buscam captar US$ 1,3 trilhão anuais das nações mais ricas para ações ambientais. Um estudo recente do Climate Policy Initiative, vinculado à PUC-Rio, revela que apenas 2% dos recursos internacionais recebidos pelo Brasil foram direcionados às florestas, apontando para um desafio significativo na preservação desses ecossistemas vitais.

Joana Chiavari, advogada especialista em Direito Ambiental e diretora do CPI/PUC-Rio, destaca a importância estratégica das florestas tropicais para o combate às mudanças climáticas: “Elas desempenham um duplo papel: como fontes de emissão de CO2 (quando desmatadas ou degradadas) e como sumidouras de carbono (quando conservadas), podendo, ainda, capturar CO2 da atmosfera através da restauração florestal. Desta forma, as florestas têm capacidade de mitigar ou agravar a crise climática, dependendo da sua gestão”.

O estudo também indica que o setor que engloba florestas, agricultura e pesca enfrenta mais resistência para atrair capital privado devido à complexidade do retorno sobre investimento, apesar de o financiamento para esse segmento ter crescido 286% globalmente entre 2018 e 2023. No Brasil, entre 2021 e 2022, o país recebeu R$ 26,6 bilhões por ano em financiamento climático internacional, um crescimento de 84% em relação ao período anterior, com destaque para investimentos em energia renovável, que representam 53% do total.

Embora os recursos direcionados para florestas sejam insuficientes, o governo brasileiro tem adotado iniciativas para atrair capital estrangeiro, como a Plataforma de Investimentos Climáticos e Transformação Ecológica (BIP), o Eco Invest Brasil e a emissão de títulos soberanos sustentáveis. “Compreender o status atual de financiamento é crucial para medir o impacto dessas iniciativas e ampliar sua efetividade”, finaliza Chiavari.

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