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Brasileirão 2017 termina com final feliz para o Nordeste

Claudia Santos

*Por Houldine Nascimento

Em 2018, o futebol nordestino terá quatro representantes no Campeonato Brasileiro. Há algumas rodadas, o Bahia obteve a pontuação necessária para se manter na elite nacional e o Ceará fez boa campanha na Série B, terminando na zona de acesso. Sport e Vitória, que chegaram à última rodada lutando pela permanência, conseguiram os resultados necessários e também estarão na Série A do próximo ano.

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Carga dramática não faltou para os dois rubro-negros nesse domingo (3). Em tese, o baiano tinha a tarefa mais fácil, uma vez que bastava vencer em casa. Já o time pernambucano precisava do triunfo e também de que ao menos um dos concorrentes diretos tropeçasse. Por incrível que pareça, o Sport sofreu menos.

Além de ganhar do time misto do Corinthians por 1 a 0, com gol de André, numa Ilha do Retiro lotada, o Leão do Recife viu os rivais pela permanência sucumbirem nos minutos finais. O Coritiba, que acabou rebaixado, sofreu a virada da Chapecoense (2 a 1) nos acréscimos, na Arena Condá. Por ironia do destino, dois “renegados” do Sport tiveram participação efetiva no gol que determinou o rebaixamento do Coxa: Apodi ajeitou para Túlio de Melo escorar sozinho de cabeça.

É bem verdade que este tento salvou mais a pele do Vitória, que perdeu no Barradão para o Flamengo por 2 a 1 e também de virada no final do jogo. Foi o desfecho de uma péssima campanha como mandante. Pelo saldo de gols, o time baiano permanece na Primeira Divisão. Outro adversário direto, o Avaí não teve forças para derrotar o Santos na Vila Belmiro e empatou por 1 a 1.

Os placares fizeram o Sport chegar aos 45 pontos e o Vitória estacionar nos 43, mesma pontuação de Coritiba e Avaí. Para a sorte do Rubro-negro da Boa Terra, a equipe catarinense tinha uma vitória a menos (11 a 10) e o Alviverde paranaense um saldo de gols pior que o seu (-9 a -8).

De duas quedas iminentes, o Nordeste passa a ter mais um representante na Série A. Com isso, 20% das vagas serão ocupadas por times da região. Se Sport e Vitória chegaram ao fim ameaçados, muito se deve a constantes erros de suas diretorias. Embora não dê para comparar com os principais clubes do Sul e Sudeste, os dois tiveram as maiores receitas da história.

Num breve exercício, as duas equipes baianas partem na frente para a temporada seguinte, sobretudo porque já possuem técnicos. O Bahia, que trocou três vezes de comandante neste Brasileirão, enfim acertou ao contratar Paulo César Carpegiani. E Vagner Mancini ajustou o Vitória, ciente das limitações técnicas do elenco, para funcionar de maneira mais eficaz, com pouca posse de bola e saindo em velocidade nos contra-ataques, o que foi uma arma letal fora de casa, mas ineficaz nos seus domínios.

Agora, os dois treinadores terão a chance de começar uma temporada à frente dos times e montar os respectivos elencos. O Sport sai atrás justo por não ter um técnico. Apesar de salvar o clube do descenso nos dois últimos anos, Daniel Paulista não seguirá no comando. O nome mais ventilado é o de Alberto Valentim, que liderou o Palmeiras na reta final do Brasileirão. Se sua vinda se concretizar, vai mostrar que a diretoria não aprendeu com os erros de 2017. Será mais uma aposta arriscada e que evidenciará uma notória falta de planejamento.

Mesmo com técnico definido, o Ceará é o time nordestino que terá mais dificuldades, ao menos sob o ponto de vista das finanças por não ter o poder de investimento dos outros três clubes da região que vão disputar o Campeonato Brasileiro. O Vozão entra consciente de que a briga é para ficar na Série A.

Será que algum dia esse roteiro manjado dos clubes do Nordeste na Primeira Divisão vai mudar?

 

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