Bronzeamento Artificial Aumenta Significativamente O Risco De Câncer De Pele - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco
Bronzeamento artificial aumenta significativamente o risco de câncer de pele

Dezembro é o mês de conscientização sobre o câncer de pele, com a campanha Dezembro Laranja. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o tumor maligno de pele é o tipo mais comum no Brasil. Ainda de acordo com a entidade, o país deve fechar 2025 com o registro de 220 mil novos casos.

Os altos números no país se devem ao hábito de vida do brasileiro, com alta fotoexposição e uso inadequado de protetor solar, além da característica tropical e da diversidade étnica da população, com muitas pessoas de origem europeia, ou seja, as que têm maior predisposição genética para a doença.

A dermatologista Consuelo Albuquerque, do Hospital Santa Joana Recife, alerta sobre os principais fatores causadores do câncer de pele, que incluem a exposição excessiva e sem proteção à radiação ultravioleta (UV) do sol e o uso de aparelhos de bronzeamento artificial. “O bronzeamento artificial aumenta significativamente o risco de câncer de pele. A OMS já classificou as câmaras de bronzeamento como agentes cancerígenos, colocando-as no mesmo grupo do tabaco. Mesmo proibidas no Brasil desde 2009, ainda existem clínicas que oferecem o equipamento de forma irregular”, alerta.

Apesar das câmaras de bronzeamento artificial serem mais nocivas, os famosos bronzeamentos de fitinha — tão comuns no país durante todo o ano, e não apenas na época de veraneio — também apresentam riscos à saúde da pele. “Muitas vezes as pessoas usam produtos fotossensibilizantes para estimular ainda mais o bronzeamento, o que aumenta, por si só, o risco de queimadura. Ao colocar a fitinha e ir ao sol, as pessoas ficam mais tempo em exposição solar, porém sem um protetor adequado, com fator mais alto, já que o intuito é se bronzear. Então, esse bronzeamento natural, são os que verificamos queimaduras, também representam  risco para o câncer de pele. Na verdade, qualquer tipo de bronzeamento oferece riscos importantes”, enfatiza a especialista.

Entre aqueles com maior potencial de desenvolver a doença estão pessoas de pele clara; com históricos de exposição solar excessiva ou caso familiar de câncer de pele; a exposição a produtos químicos como arsênico e alcatrão; áreas cicatriciais; ou as que tenham passado por radioterapia.

Para se prevenir, é necessário evitar exposição solar direta entre 10h e 16h, usar proteção adequada (como roupas, chapéus e óculos com proteção UV) e aplicar protetor solar com no mínimo FPS 30 diariamente (inclusive em dias nublados), reaplicando a cada duas horas durante a exposição.

Segundo a especialista, é necessário notar os sinais do câncer o quanto antes para garantir um tratamento eficaz. “É essencial observar pintas que apresentem alterações no tamanho, forma ou cor; lesões e feridas de difícil cicatrização ou com sangramento, principalmente em áreas expostas ao sol. Também é importante realizar o check-up dermatológico anualmente, ou com maior frequência para a população de alto risco, a depender do histórico de cada paciente”, relata Consuelo.

Melanoma é o tipo mais perigoso

O câncer de pele se divide em dois tipos: melanoma e não melanoma. “Os não melanomas (carcinoma espinocelular e basocelular) são responsáveis por 95% do total de cânceres de pele. Eles se originam na camada superficial da pele e apresentam menor mortalidade quando comparados aos melanomas. Já os melanomas se desenvolvem nos melanócitos, células produtoras de melanina. Por se originarem em camadas mais profundas da pele, apresentam comportamento mais agressivo, com crescimento mais rápido e maior risco de metástase”, explica.

O tratamento do câncer de pele varia entre abordagens cirúrgicas e medicamentosas. “A maioria dos casos pode ser tratada com cirurgia, medicações tópicas, radioterapia, quimioterapia e até imunoterapia, mas isso depende do tipo e do estágio do câncer. É necessária uma avaliação detalhada do dermatologista, oncologista e da equipe de cirurgia oncológica para definição da conduta, em uma abordagem multidisciplinar”, complementa a especialista.

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