Caatinga Já Perdeu Mais De 11 Milhões De Hectares Para O Fogo Desde 1985 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco
Caatinga já perdeu mais de 11 milhões de hectares para o fogo desde 1985

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Formações savânicas concentram quase 80% das áreas queimadas; em 2024, houve queda de 16% em relação à média histórica

A Caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, foi palco de incêndios em 11,15 milhões de hectares entre 1985 e 2024, o equivalente a 13% da sua área total, segundo o novo Relatório Anual do Fogo (RAF), produzido pelo MapBiomas. O levantamento revela que 38% dessas áreas queimaram mais de uma vez ao longo das últimas quatro décadas, indicando um padrão de recorrência que desafia os esforços de conservação.

Formações savânicas são as mais atingidas

A maior parte do fogo atinge as formações savânicas, que compõem 95% da vegetação nativa do bioma. Dessas, 79% foram afetadas por queimadas. Outro dado preocupante é o tamanho dos focos: mais da metade (53%) das cicatrizes de fogo têm menos de 250 hectares, o que indica uma pulverização dos incêndios e dificulta o controle imediato.

Redução de queimadas em 2024 é positiva, mas não conclusiva

Em 2024, a Caatinga registrou 404 mil hectares queimados, uma queda de 16% em relação à média histórica de 480 mil hectares anuais. Apesar da melhora pontual, especialistas alertam para a necessidade de cautela. “A queda observada em 2024 é positiva, mas não garante uma tendência de redução a longo prazo”, afirma Soltan Galano, da equipe Caatinga do MapBiomas.

Fogo não é natural na Caatinga, mas se repete

O relatório revela que, diferente de biomas como o Cerrado, em que o fogo faz parte da dinâmica ecológica, na Caatinga ele não é um elemento natural predominante. Mesmo assim, sua presença contínua em áreas específicas exige monitoramento constante, políticas públicas eficazes e engajamento das comunidades locais para preservar um dos biomas mais vulneráveis do país.

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