O grupo Caminhadas Domingueiras passeou pelas peças da arquitetura neocolonial no Recife distribuídas na cidade. O estilo, criado entre as décadas de 1910 e 1920, é marcado pela influência da arquitetura colonial e barroca, mas com uma proposta de construir um estilo nacional, fazendo um contraponto à Art Decó e ao eclético. De acordo com o arquiteto Francisco Cunha, que conduziu o percurso, o neocolonial foi vitorioso no País por pelo menos 10 a 15 anos.
"É um estilo espremido entre o eclético, do final do século 19, e o moderno. Esse estilo defendia que nós, do Brasil, precisávamos de um estilo nosso, que não é o eclético, que foi importado da França. Começou um debate sobre qual era o estilo brasileiro e se chegou a ideia que o estilo brasileiro era o que recuperava as características do barroco e do colonial", afirmou Francisco Cunha na partida da caminhada.
A caminhada partiu da Praça Euclides da Cunha, que fica em frente ao Clube Internacional do Recife. Erguido no estilo neocolonial, o edifício possui como elementos característicos do período como as pilares, colunas, a varanda e as janelas visíveis na sua fachada.
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O segundo prédio com estilo neocolonial visitado foi o Memorial de Medicina da UFPE, antiga Faculdade de Medicina. O local foi no passado o Grande Hotel Internacional, obra de Delmiro Gouveia.
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Na avenida Rui Barbosa, mais duas antigas residências que guardavam o estilo. Numa delas funciona atualmente o Restaurante Ilha da Kosta.
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A caminhada se encerrou no Arquivo Público de Pernambuco, na Rua do Imperador Dom Pedro II. O prédio foi construído inicialmente no estilo colonial, mas numa reforma posterior adquiriu características da arquitetura neocolonial. O espaço, erguido entre 1729 e 1732, no passado abrigou câmara e cadeia.
O grupo foi recebido pelo presidente do Arquivo Público Evaldo Costa e o diretor Frederico Carvalho.
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*Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafael@algomais.com)