Campanha Novembro laranja conscientiza sobre o zumbido e combate à surdez - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Campanha Novembro laranja conscientiza sobre o zumbido e combate à surdez

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 400 milhões de pessoas no mundo sofrem de perda auditiva. Dessas, quase 38% estão acima de 65 anos e 8% são crianças e adolescentes que tem até 15 anos de idade. No Brasil, estima-se que 10 milhões de pessoas possuam algum tipo de deficiência auditiva, e, de acordo com o IBGE, a cada mil recém-nascidos, três já nascem com surdez. Já cerca de outros 28 milhões de brasileiros convivem com zumbido.

Para ajuda na conscientização do assunto, foi criado a campanha “novembro laranja”, já que no dia 10/11 é comemorado o Dia de Prevenção e Combate à Surdez e em 11/11 é o Dia Nacional de Conscientização do Zumbido. De acordo com a coordenadora do núcleo de fonoaudiologia do Instituto de Desenvolvimento Educacional (IDE), *Fernanda Lima, o zumbido é sinal que o paciente pode estar sofrendo de um problema auditivo mais grave.

Agenda TGI

“Dois fatores que causam a perde auditiva: o envelhecimento natural do ouvido e exposição ao ruído em excesso (som alto). Por exemplo, cada vez mais pessoas estão tendo perda auditiva e zumbido em consequência do uso em excesso de fones de ouvido”. Outros dados da OMS revelam que o uso dos fones de ouvido por mais de 90 minutos por dia pode aumentar o risco de desenvolver zumbido ou perda auditiva em até cinco anos. Se se o uso for em potência máxima, as chances sobrem para 75%.
Ou seja, barulho demais é a principal causa da surdez precoce. Segundo a professora de fonoaudiologia do IDE, **Luciana Lucena, a dica para evitar danos é usar o aparelho com segurança, levando em consideração não apenas​ a intensidade ou volume, mas o tempo de uso. “Estudos mostram que o volume deve ser utilizado até 60% do volume máximo do celular, mais do que isso, pode causar, principalmente, perda de audição e zumbido”, explica.

De acordo com a professora, sons a partir de 85 decibéis por um período de oito horas diárias e sem uso de proteção já pode ser prejudicial. Portanto, o volume não deve ultrapassar essa intensidade. “Via de regra, se a uma distância de um braço de outra pessoa houver necessidade de falar muito alto, é bem provável que esteja acima do limite”, conta Luciana. ​

Para evitar a perda auditiva por ouvir som alto, uma das sugestões é não utilizar fones de ouvido para compensar o ruído externo​, afastar-se da fonte sonora por alguns períodos para permitir descansos auditivos, evitar ficar muito próximo às caixas de som e utilizar algum tipo de proteção auditiva. Caso não tenha sido feita a prevenção, como detectar a perda da audição, já que ela pode ser imperceptível no estágio inicial? Entre os sinais, a professora de fonoaudiologia do IDE diz que a pessoa começa a ter dificuldade em compreender o que outras pessoas falam, em especial em ambientes ruidosos.

“Apenas posteriormente surge a dificuldade em escutar. Normalmente, sintomas como zumbido e sensação de ouvido tampado surgem antes da dificuldade auditiva. Em qualquer um desses casos, deve-se procurar um médico ou fonoaudiólogo”, orienta. Para aqueles que se expõem a sons intensos regularmente, como músicos, pessoas habituadas a utilizar fones de ouvido com frequência e pessoas que frequentam shows, devem realizar o exame audiométrico pelo menos uma vez ao ano.

Quanto antes for detectado o problema, melhores as possibilidades de soluções, como o do zumbido. Já a perda auditiva, se causada pela exposição a sons intensos, é irreversível e não curável. A boa notícia é que há tratamento para melhorar a qualidade da saúde auditiva, como o uso de aparelhos de audição. Por isso, a importância de consultar o especialista para identificar possíveis patologias e indicar os tratamentos. “Estamos percebendo o aumento no número de adultos jovens que ingressam na vida profissional já com algum tipo de perda de audição. Então, reforçamos que a saúde auditiva deve ser cuidada desde cedo para evitar adulto portadores de perda auditiva”, conclui a professora de fonoaudiologia do IDE Luciana Lucena.

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