Campanha por Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19 ganha força - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Campanha por Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19 ganha força

Rafael Dantas

Os movimentos Acredito, Agora, Ocupa Política, Extremos Não, Livres, Política Viva e Vem pra Rua se uniram para pressionar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a abrir a Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19. A campanha “CPI da Pandemia Já” inclui mobilização da população para cobrar dos parlamentares a instalação da comissão.

Enquanto o pedido para a criação da CPI está parado sob a mesa de Pacheco há quase um mês, à espera de uma definição, o Brasil enfrenta uma situação catastrófica: o país superou a marca dos 250 mil mortos pela Covid-19, a média móvel de mortes bate recordes e o sistema de saúde de mais da metade dos estados está à beira do colapso.

A campanha convoca os brasileiros a pressionar o Congresso por meio da assinatura de um e-mail endereçado ao presidente do Senado pela instalação imediata da CPI da Pandemia na Casa. Também permite a pressão via Twitter.

Para os organizadores da campanha, há evidências claras da responsabilidade do governo federal, com crimes, erros e omissões graves. Os movimentos alertam: o governo gasta R$ 90 milhões com tratamentos inúteis, sabota as compras de vacina, o uso de máscaras e as medidas de isolamento de governadores e prefeitos, além de fechar metade dos leitos de UTI, espalhar desinformação e notícias falsas e promover aglomerações.

A campanha também propõe a nomeação de pessoas competentes, capazes de cumprir seus deveres constitucionais de salvaguardar a vida dos brasileiros no comando das políticas públicas de combate ao coronavírus.

Rafael Parente, membro do Agora e um dos organizadores da campanha, afirma: "Atravessamos uma tragédia sem precedentes que sequer tem um prazo para terminar. Analistas internacionais apontam o Brasil como um dos
países com a pior resposta às crises sanitária, de saúde, econômica e de educação consequentes da pandemia. É nosso dever moral e ético identificar os erros de gestão e coordenação e responsabilizar quem está contribuindo
para tornar o país uma ameaça global."

Ana Luiza Rocha, do Movimento Acredito, acrescenta que é preciso investigar se esses erros foram crimes. "Em janeiro deste ano, o Amazonas ficou com seus hospitais sem oxigênio. Agora, acompanhamos diversos estados com o
sistema de saúde entrando em colapso. Quantas mortes poderiam ser evitadas?”, questiona.

Paulo Dalla Nora Macêdo, do movimento Política Viva, afirma que a sociedade precisa saber se houve falha na tarefa de defender a vida dos cidadãos e que essa é “a primeira tarefa de qualquer democracia”. Para ele, sem essa resposta, não teremos o resgate da confiança nas instituições. “Como confiar em algo que pode ter deixado um familiar morrer?”.

Rodrigo Alonço, do movimento Vem Pra Rua, lembra que, além de responsabilizar os culpados, o foco da campanha é pressionar o Governo pela vacinação em massa. “Os hospitais particulares entraram em colapso, assim como os hospitais públicos. Faltam apenas leitos ou faltam vacinas?" Para ele, sem saúde, a economia não anda.

Para Magno Karl, do Lives, documentos apontam que membros do Ministério da Saúde foram notificados antecipadamente sobre a situação precária em que se encontravam os estoques de suprimentos médicos, em especial os estoques de oxigênio medicinal em Manaus. “Neste contexto, uma CPI será fundamental para a investigação dos fatos e a eventual responsabilização dos culpados pela tragédia que matou milhares no Norte do Brasil”, afirma.

Miguel Souza, do Extremos Não, conclui: “esperamos que o Senado tenha responsabilidade e solidariedade pelas 250 mil famílias de brasileiros, que perderam suas vidas."

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