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Candidatos fazem propostas para melhorar a logística

Revista algomais

Em meio a uma das eleições nacionais mais tumultuadas e imprevisíveis, o debate sobre os temas essenciais para o desenvolvimento do Estado ficou prejudicado. Para não perder a oportunidade de tratar sobre questões estratégicas para Pernambuco nesse pleito estadual, provocamos os candidatos ao Palácio do Campo das Princesas a tratarem de quatro assuntos. Logística, segurança cidadã, interiorização do desenvolvimento e recuperação da indústria são aspectos cruciais apontados pelo corpo técnico da pesquisa Empresas & Empresários, que é realizada pela TGI e pelo INTG, com patrocínio do Governo de Pernambuco.

Armando Monteiro Neto (PTB), Dani Portela (PSOL), Júlio Lóssio (REDE), Maurício Rands (PROS) e Paulo Câmara (PSB) responderam aos nossos questionamentos. Entramos em contato com Simone Fontana (PSTU), mas ela não nos enviou as respostas a tempo. Nas páginas a seguir apontamos as propostas para cada um desses temas e no nosso site você pode conferir as respostas na íntegra.

Agenda TGI

 


 

Hoje abordamos as principais propostas sobre a melhoria do setor de logística e transportes no Estado.

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A logística tem uma conexão direta com a competitividade do setor industrial. A ausência ou a ineficiência da infraestrutura de transporte de mercadorias e pessoas é uma preocupação de qualquer estado e é alvo da atenção dos candidatos ao Governo de Pernambuco. Nesse campo temático foram relacionados pelo corpo técnico da pesquisa E&E como prioridades a "estadualização" do Porto de Suape, a expansão do Metrô, a construção do Arco Metropolitano e a conclusão da Transnordestina.

Utilizar mecanismos criativos para atrair investimentos para esses eixos estruturadores é a proposta de Maurício Rands. Ele avalia que o poder do Estado reside na capacidade de viabilizar contratos de longo prazo que propiciam aos agentes privados captarem financiamentos no mercado e realizarem as obras. “A modalidade parceria público-privada deve ser melhor explorada, a despeito de algumas experiências recentes que não foram bem sucedidas. Trata-se de articular melhor as possíveis concorrentes às licitações e rever as exigências de idoneidade técnica, econômica e financeira.” Rands afirma que voltará a convocar interessados no Arco Metropolitano e, no trecho do pólo automotivo, examinará um percurso alternativo com menor impacto ambiental do que as alternativas hoje cogitadas.

Para o Porto de Suape, Rands promete mobilizar as bancadas de todos os partidos para exigir a autonomia que foi retirada do complexo portuário.

Sobre a logística do Estado, Armando Monteiro Neto avalia ser importante recuperar a autonomia do Porto de Suape no planejamento e no desenho das licitações. Mas defende uma gestão mais profissionalizada, que aponte um planejamento estratégico para sua expansão. Nesse sentido afirma que criará uma lei estadual de governança das estatais que possa blindar Suape de interesses políticos menores e profissionalizar sua gestão. “Para atrair investidores e operadores portuários de classe mundial, as novas concessões para Suape precisam ser bem estruturadas para que possamos oferecer uma maior concorrência intraporto que gere a redução de tarifas para os usuários e melhore a qualidade dos serviços”, afirma.

No modal rodoviário, Armando Monteiro Neto defende uma requalificação urgente da malha e conclusão de obras estruturantes. Para isso, sugere um modelo de concessão que possa contar com parte dos recursos federais (seja por meio de financiamento, recursos orçamentários ou PPP). No modal ferroviário, defende a construção de uma solução para viabilizar a conclusão do trecho pernambucano da Transnordestina e promete empenho junto à bancada federal e aos demais governadores para viabilizar sua implantação. Sobre o Metrô do Recife, Monteiro Neto sugere defender junto ao Governo Federal a modernização dos trens ou aquisição de novas composições e melhorias no sistema de sinalização. Ele defende um plano de expansão definindo os trajetos possíveis e as melhores opções em termos de custo-benefício. O candidato trata também do setor aeroportuário, defendendo a concessão do aeroporto de forma individualizada e não junto com outros aeroportos da região.

Paulo Câmara afirma que o Estado tem uma vocação logística que vem crescendo nos últimos anos. “A ampliação do Complexo Industrial de Suape vai acontecer a partir de novas oportunidades que vêm ocorrendo a cada momento, novos terminais de contêineres, parcerias cada vez maiores com o Porto Digital, dentro da tecnologia da informação cada vez mais presente. Vemos a ampliação do número de conexões a partir do nosso aeroporto internacional, questões de estradas e de água, meio-ambiente, tudo isso faz parte dessas discussões para o futuro. Discussões que têm a logística como um grande carro-chefe”.

Câmara afirma que o Governo está trabalhando em um plano rodoviário, que inclui a construção do Arquinho (uma alternativa ao Arco Metropolitano, que foi idealizado no Governo Eduardo Campos, mas que o Governo Federal tomou para si e não conseguiu iniciar). “O nosso Arquinho vai permitir que os motoristas tenham uma alternativa ao passar por Abreu e Lima”.

Batalhar pela conclusão da Transnordestina é a prioridade de Dani Portela. “Com isso, viabilizaremos de forma definitiva o Porto de Suape. Em relação ao Arco Metropolitano, o Estado apresentará uma proposta junto à União com o objetivo de solucionar o problema. Quanto ao metrô, é necessário que aconteça uma expansão, com um ramal Cabo/Suape, assim como a expansão à Zona Norte”, sugere.

Júlio Lóssio destaca ser preciso aproveitar as oportunidades no setor. “Precisamos concluir a Transnordestina, avançar na hidrovia do São Francisco, na interiorização de voos e tornar Suape um porto de conexões internacionais, que permita alavancar exportações”.

 


 

Perguntamos para todos os candidados: A pesquisa E&E apontou que a logística do Estado como uma das áreas estratégicas para o desenvolvimento pernambucano nos próximos anos, tendo em vista inclusive o posicionamento geográfico do Estado. Foram colocados pelo corpo técnico da pesquisa como prioridades a "estadualização" do Porto de Suape, a expansão do Metrô, a construção do Arco Metropolitano e conclusão da Transnordestina. Qual a sua proposta para o setor de logística? Confira as respostas na íntegra.

ARMANDO MONTEIRO NETO
Pernambuco tem uma vocação natural para logística. Está localizado a 800 quilômetros de sete capitais no Nordeste com um mercado consumidor de 46 milhões de habitantes, além de ser porta de entrada e saída para vários continentes.

Conforme dados do Ministério do Trabalho, Pernambuco possui 20% dos estabelecimentos de logística e transporte da região Nordeste, mas representa apenas 6% do território total.

O aeroporto do Recife alcançou, pela primeira vez, a liderança regional de transporte de passageiros. Conseguimos duplicar os destinos nacionais e quadruplicar os voos internacionais. Ainda assim, o aeroporto não atingiu toda a sua capacidade instalada e, quando atingir, há espaço suficiente para duplicar a infraestrutura de pistas e terminais. Há uma carência de novos investimentos.

Assim defendo que seja feita concessão do aeroporto de forma individualizada e não junto com outros aeroportos da região (Maceió, Aracaju, Juazeiro do Norte, João Pessoa e Campina Grande) que atualmente dão prejuízo, assim iremos garantir maiores investimentos, a exemplo do que ocorreu com o aeroporto de Salvador (que tem movimentação semelhante), onde foram aportados R$ 2,8 bilhões. Em bloco, o nosso aeroporto receberia de investimentos ao redor de R$ 850 milhões.

Da mesma forma, no modal marítimo, o porto de Suape é um ativo de Pernambuco. O complexo ocupa uma área de 13,5 mil hectares (o equivalente a três cidades como Olinda), abriga 100 indústrias, concentra R$ 50 bilhões em investimentos e gera emprego para 22 mil pessoas. É o maior porto da região nordeste e o quinto do Brasil.

Por outro lado, temos enormes desafios para ampliar os ganhos oriundos da nossa vocação logística. Temos agora a obrigação de manter o desenvolvimento de Suape em marcha. Apesar das vantagens comparativas de Suape, o nosso porto se ressente de uma visão mais atualizada de planejamento e expansão, inclusive em função dos ganhos de competitividade obtidos com o Porto do Pecém no Ceará, que com seu terminal múltiplo uso oferece melhores condições para os armadores.

Acredito que seja importante recuperar a autonomia do Porto de Suape no planejamento e o desenho das licitações. Entretanto, é fundamental estabelecer uma gestão mais profissionalizada, que aponte um planejamento estratégico para sua expansão, inclusive com uma interlocução mais profissional com as empresas instaladas. Nesse sentido, iremos criar uma lei de estadual de governança das estatais que possa blindar Suape de interesses políticos menores e profissionalizar sua gestão.

Para atrair investidores e operadores portuários de classe mundial as novas concessões para Suape precisam ser bem estruturadas para que possamos oferecer uma maior concorrência intraporto que gere a redução de tarifas para os usuários e melhore a qualidade dos serviços.

No modal rodoviário, responsável por 67% do movimento de cargas, há necessidade urgente de requalificação da malha e conclusão de obras estruturantes – como o Arco Metropolitano, que é um investimento que claramente se paga, em função dos elevados retornos sociais do projeto. Por isso um modelo de concessão que possa contar com parte dos recursos federais, seja por meio de financiamento ou recursos orçamentários, ou mesmo no formato de uma PPP, em que o estado também poderia participar pode viabilizar essa obra fundamental para a logística do estado. Portanto, é preciso estruturar um modelo que atraía os investidores privados.

Já no modal ferroviário, é preciso construir uma solução urgente para viabilizar a conclusão do trecho pernambucano da Transnordestina, o que garantiria a redução dos custos de transporte das commodities

A solução da ferrovia também passa pelas questões regulatórias do Porto de Suape para viabilizar um terminal de minérios que seja competitivo a exemplo do que atualmente é oferecido pelo Porto de Pecém.

Há estudos que mostram que as alternativas de viabilidade da Transnordestina do ponto de vista do mercado. Se a demanda for bem especificada - o funding dos R$ 7 bilhões que faltam serem investidos, poderão ser viabilizados. No momento, o governo federal está buscando investidores que aportem esses recursos para conclusão da ferrovia em parceria com a CSN. Há também a possibilidade de ser retomada a concessão, com o lançamento de um edital para realizar uma PPP. Nesse caso, é urgente que a União encontre uma solução que viabilize a construção e a operação da ferrovia. Esse é um projeto de desenvolvimento regional que precisa ter uma atenção especial e que empenharei junto à bancada federal e demais governadores interessados para viabilizar sua implantação.

Finalmente, temos a oportunidade ímpar de agregar valor à cadeia logística por meio do ecossistema da inovação – o que poderá ser protagonizado pelo nosso Porto Digital. Pesquisa recente aponta que 95% das empresas do setor ainda não realizaram os plenos benefícios da digitalização da sua cadeia de suprimentos e logística. No meu governo fomentarei esse processo de integração entre o Porto Digital e a cadeia logística do estado, que tem como Suape o seu principal expoente.

Com relação ao Metrô do Recife teremos como meta inicial ampliar a capacidade de atendimento dos usuários por meio de investimentos na modernização dos trens ou aquisição de novas composições e melhorias no sistema de sinalização. Para isso vamos buscar junto ao governo federal os recursos necessários para realização desses investimentos. Em seguida é preciso viabilizar um plano de expansão definindo os trajetos possíveis e as melhores opções em termos custo-benefício.

 

PAULO CÂMARA
Pernambuco tem essa vocação de logística que vem crescendo nos últimos anos. O mundo agora é da economia do conhecimento, da economia criativa, e a logística está no centro disso. Então, a gente quer debater, ver quais são as oportunidades para o futuro, ver o que e como é que o Estado pode incrementar o seu planejamento, o foco e as ações para que a gente possa cada vez mais atrair empreendimentos, atrair emprego, atrair renda. Pernambuco já tem uma localização privilegiada, agora é criarmos cada vez mais condições dos investimentos chegarem, das pessoas escolherem Pernambuco para ser o grande centro de logística do Nordeste, como já é hoje, e olhar o futuro.

A ampliação do Complexo Industrial de Suape vai acontecer a partir de novas oportunidades que vêm ocorrendo a cada momento, novos terminais de containers, parcerias cada vez maiores com o Porto Digital, dentro da tecnologia da informação cada vez mais presente. Vemos ampliação, cada vez mais, do número de conexões a partir do nosso aeroporto internacional, questões de estradas, questões de água, meio-ambiente, tudo isso faz parte dessas discussões para o futuro. Discussões que têm a logística como um grande carro-chefe. A economia do conhecimento está presente no mundo todo e precisa cada vez mais de logística para que as pessoas tenham respostas aos seus anseios com a celeridade necessária.

Também estamos trabalhando o nosso plano rodoviário, que inclui a construção do nosso Arquinho, uma alternativa ao Arco Metropolitano, que foi idealizado no Governo Eduardo Campos, mas que o Governo Federal tomou para si e não conseguiu iniciar.
O nosso Arquinho vai permitir que os motoristas tenham uma alternativa ao passar pelo município de Abreu e Lima.

DANI PORTELA

Nosso governo vai batalhar pela conclusão da ferrovia Transnordestina. Com isso, viabilizaremos de forma definitiva o porto de Suape. Em relação ao arco metropolitano, o estado apresentará uma proposta junto à União com o objetivo de solucionar o problema. Quanto ao metrô, é necessário que aconteça uma expansão, com um ramal Cabo/Suape, assim como a expansão à zona norte.

 

MAURÍCIO RANDS

Utilizar mecanismos criativos de Project financing, a fim de atrair investimentos nacionais e internacionais que possam financiar esses investimentos estruturadores com garantias de recebíveis. O poder do estado reside na capacidade de viabilizar contratos de longo prazo que propiciam aos agentes privados captarem financiamentos no mercado e realizarem obras para as quais eles não teriam com dar garantias para obtenção dos recursos financeiros.

A modalidade parceria público-privada deve ser melhor explorada, a despeito de algumas experiências recentes que não foram bem sucedidas. Trata-se de articular melhor as possíveis concorrentes às licitações e rever as exigências de idoneidade técnica, econômica e financeira.

Vamos voltar a convocar interessados no Arco Metropolitano e, no caso do trecho que vem do pólo automotovo, examinar percurso alternativo que tenha menor impacto ambiental do que as alternativas hoje cogitadas.

Para Suape, podemos oferecer a parceria da empresa Suape, controlada pelo Governo do Pernambuco, para que a Petrobrás possa completar o projeto original de produção de 220 mil barris/dia. Hoje a Refinaria só produz 100 mil e a Petrobrás continua à procura de parceiros investidores. Com a parceria da empresa Suape, podem sem dados em garantia de financiamento os ativos do porto que são controlados pela empresa. Com os tributos arrecadados e os empregos gerados, o estado de PE será compensado pela parceria e terá recursos para amortização do empréstimo contraído para completar o projeto da refinaria.

Quanto ao Porto de Suape, essa conquista do povo de Pernambuco de várias gerações, vamos exercer nossa força política e mobilizar as bancadas de todos os partidos para exigir a autonomia que foi retirada pelos Governo Dilma e Temer.

 

JÚLIO LÓSSIO
Pernambuco possuem uma localização geográfica privilegiada do ponto de vista logístico. Precisamos concluir transnordestina, hidrovia do São Francisco , interiorização de voos, Tornar Suape um porto com confecções internacionais que permita alavancar exportações.

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