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Capoeira faz bem para o corpo e a mente

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Criada pelos escravos que vieram da África, a capoeira é uma expressão que combina dança, música e luta. Reconhecida em 2014 como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, a arte marcial brasileira está em mais de 140 países por todo o mundo, segundo a Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. Mas a luta também traz benefícios para a saúde, pois movimenta todos os grupos musculares, proporcionando maior flexibilidade e capacidade cardiorrespiratória. Além disso, a prática da atividade tem um efeito preventivo para diversas doenças.

“A capoeira tem uma diversidade de estímulos. A musicalidade, a gestualidade, a ritualística e o convívio social podem ser um meio de promoção de saúde”, afirmou o contramestre capoeirista e professor do Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Pernambuco, Henrique Kohl. Para o mestre Isnaldo Carvalho, “batizado” na atividade capoeirista de Mula, a capoeira é uma arte completa. “Nela nós trabalhamos o equilíbrio, a força, a coordenação motora, a flexibilidade e até promove atividades culturais e sociais”. É papel de todo capoeirista se aprofundar sobre a manifestação, regida pelo toque de instrumentos como o berimbau, pandeiro, atabaque e agogô, além dos cânticos.

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Outro benefício é proporcionar uma musculatura forte e bem desenvolvida. “A ampla variedade de golpes, como 'queda de rins', bananeiras, esquivas e saltos potencializa o ganho muscular e auxiliam na perda de gordura corporal, devido ao exercício trabalhar bastante a função cardiorrespiratória”, explica o personal trainer e contramestre Douglas Nagô. Segundo ele, a amplitude dos golpes contribui para o aumento da flexibilidade. “Os movimentos forçam bastante a musculatura e isso contribui para a elasticidade dos praticantes”.

Executada por todas as idades, a capoeira não requer muitos requisitos para exercitá-la. Basta ter força de vontade. “Todos podem praticar, pois os movimentos podem ser adaptados às limitações das pessoas”, revelou o contramestre Henrique, “batizado” como Tchê. Mestre Mula também não hesita em afirmar que a capoeira é para todos. “É superbenéfica para a saúde. Respeitando a capacidade individual de cada um, é claro. Vários mestres e amigos participam de projetos para pessoas com deficiência ou de idade avançada. Eu mesmo já trabalhei com um grupo apenas de idosos e foi gratificante”.

A arte é uma ótima ferramenta de combate ao estresse, à ansiedade e à depressão, pois além de trabalhar as funções motoras e cognitivas, também atua na socialização. Ao entrar numa roda o praticante é obrigado a lidar com questões de timidez, porque a interação com outras pessoas acontece de forma natural. “O grupo percebe você como um deles, na linguagem da capoeira chamamos de camaradagem, o que ajuda na perspectiva terapêutica”, afirma o contramestre Tchê. Para Douglas, a arte marcial é um grande passo para a aproximação de indivíduos. “A capoeira não tem distinção social, de religião, cor ou gênero”.

A professora de dança Cirlanny Nascimento constata no corpo e na mente os benefícios da atividade. “Comecei a praticar em 2012 e sinto que a capoeira contribuiu bastante para o meu fortalecimento muscular, aumento da flexibilidade, melhora da capacidade cardiorrespiratória e socialização”. Já para a fisioterapeuta Manuela Brito, a capoeira serve para desestressar. “Minha saúde melhorou muito desde que comecei há cinco anos. Sem dúvida, é a minha terapia. Em nosso grupo todos conversam e se ajudam cada um buscando a sua melhora”. Segundo ela, o horário das aulas (20h30) até atrapalha um pouco, mas ela faz questão de não faltar. “É o ponto alto da semana e onde relaxamos”.

A dica para aqueles que têm o desejo de tornar-se um capoeirista é ficar atento ao local, grupo e mestre. A razão para a observação é simples: a atividade é dividida em capoeira angola, regional e contemporânea, e cada uma delas tem as suas particularidades. Então, é indicado se certificar sobre qual estilo se quer praticar. Uma boa ideia é visitar o ambiente e se possível, até mesmo, fazer algumas aulas práticas para experimentar.

*Por Marcelo Bandeira

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