Muita gente sai da universidade imaginando que o conhecimento técnico adquirido, contatos e um pouco de sorte são fatores suficientes para ter uma vida profissional de sucesso. Porém, o que um universitário nem sempre aprende nas aulas é a necessidade de planejar sua trajetória no mundo do trabalho. “O estudante se prepara tecnicamente, mas não raciocina outras questões do tipo: como está o mercado? O que fazer para se diferenciar? Quais as competências necessárias? Às vezes, o melhor aluno da sala de aula não se transforma num profissional bem-sucedido por não estar atento a essas questões”, alerta Andréa Carvalho, sócia da ÁgilisRH.
O planejamento estratégico de carreira é um processo de reflexão sistemática sobre o futuro profissional. É comum, no entanto, recorrer-se a ele quando se está insatisfeito no trabalho ou em caso de demissão. Mas esse exercício pode acontecer em qualquer momento da vida. “Você pode até estar bem na profissão e nem por isso precisa parar de planejar”, recomenda a sócia da ÁgilisRH Carolina Holanda.
Ter um mentor, uma pessoa que seja referência e possa passar experiência ao profissional, é uma maneira de obter auxílio nessa reflexão. Pode ser um familiar ou um ex-chefe, por exemplo. Mas existem no mercado consultores qualificados para exercer essa orientação. “Ao fazer o planejamento estratégico de carreira, o coach propõe a projeção de cenários futuros a partir de indagações do tipo: como você gostaria de estar daqui a cinco anos?”, explica Carolina.
Por meio de encontros periódicos, são levantadas as variáveis que impactam esse cenário, tanto aquelas que facilitam quanto as que dificultam o alcance da meta projetada, incluindo os riscos e os entraves. Baseado nesse quadro, são definidas ações que o profissional deve executar no curto, médio e longo prazos.
Engana-se, porém, quem pensa que essas diretrizes são determinadas pelo consultor. Este, na verdade, é como se fosse uma espécie de treinador que assessora a pessoa a descobrir o que ela realmente quer profissionalmente. Também a auxilia na percepção dos obstáculos para alcançar esse desejo. A partir desse autoconhecimento, ela projeta o que fazer para se desenvolver na profissão.
Trata-se de um processo que requer muita disposição e vontade, já que o profissional pode se deparar com algumas dificuldades que ele nem imaginava que existiam. Carolina recorda-se, por exemplo, de uma pessoa que almejava um cargo de chefia na empresa em que atuava, mas ela não percebia que não tinha um perfil de líder. “Era uma excelente técnica, mas não tinha capacidade para ser gestora, pois precisava de outras competências e habilidades, como ter liderança, não focar apenas no operacional para poder ter uma visão mais abrangente”, exemplifica a sócia da ÁgilisRH.
É comum, por exemplo, profissionais que foram demitidos sonharem em ter um negócio próprio. “Nesse caso, deve-se considerar variáveis que não sejam apenas o seu desejo, mas saber o que realmente é viável”, adverte Andréa. É importante analisar se há capital disponível, se o mercado tem demanda para aquele serviço ou produto que pretende ofertar e também se possui disposição para ser dono de uma empresa e trabalhar mais de oito horas por dia.
Planejar estrategicamente a carreira traz resultados tão positivos que muitas organizações oferecem esse tipo de assessoria a seus executivos. Nesse caso, eles devem aproveitar a oportunidade para impulsionar sua trajetória profissional. Ao longo desse processo ele terá encontros periódicos com o coach para acompanhar a execução do que foi projetado. “Esse acompanhamento é essencial para que o desejo torne-se realidade. Afinal, planejar é fácil, o difícil é fazer acontecer”, salienta Andréa Carvalho.
Carreira: Onde você quer estar daqui a 5 anos?
Revista algomais
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