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Dieta ou reeducação alimentar?

Muitas vezes nos sentimos atraídos por dietas que parecem fazer milagres, que prometem um emagrecimento rápido e aparentemente duradouro. A cada semana a tentativa é por um novo método, porém, esses modismos não são tão inofensivos e podem trazer riscos à nossa saúde. Muitas dessas dietas são elaboradas por profissionais não capacitados ou são tão restritivas, que colocam o organismo em uma situação de risco nutricional. Muitas não oferecem sucesso porque depois de um tempo a pessoa desiste, fica cansada com a monotonia de comer sempre a mesma coisa e assim retorna aos antigos e prejudiciais hábitos alimentares recuperando o peso (o famoso “efeito sanfona”). Partindo do princípio de que ninguém consegue viver de dieta sempre e que fazemos parte de uma sociedade que supervaloriza a alimentação, incorporando o alimento às manifestação de hospitalidade, eventos e comemorações, além da relação direta da alimentação com as emoções, como lidar com a vida social de uma forma saudável? Surge então um conceito interessante: a reeducação alimentar, um processo de mudanças de hábitos e a conscientização do que faz bem. Uma forma de trabalho que tem como objetivo unir a parte nutricional com o aprendizado e a gastronomia. Com pequenas mudanças na conduta alimentar, já é possível consumir alimentos saudáveis e saborosos. No processo de reeducação a pessoa se conscientiza de grande parte de seus erros alimentares e acaba compreendendo o que precisa ser mudado. Embora seja um processo gradual, é possível obter um emagrecimento de sucesso, além de incorporar hábitos muito mais saudáveis a sua vida. Outro ponto interessante é que neste método não há restrição total de nenhum nutriente e não há grandes proibições. A individualidade de cada um é respeitada, assim como seus hábitos, preferências, cultura e características socioeconômicas, já que quanto mais próximo de sua realidade mais fácil será o processo de mudança. Um nutricionista lhe ensinará a realizar trocas saudáveis na alimentação, além de oferecer dicas e receitas saborosas e com excelente valor nutricional, deixando para trás a idéia de que tudo que é bom engorda, ou que alimentos saudáveis não são saborosos. Portanto, reeducar-se implica em conhecimento dos alimentos, orientação por parte de um profissional capacitado, vontade de mudar hábitos e principalmente disciplina já que é um processo a ser mantido por toda a vida. *Pela nutricionista Silvia Lobo

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Epidemia de míopes

De acordo com o Censo Oftalmológico de 2014, existem cerca de 68 milhões de pessoas míopes no Brasil. E esse número vem aumentando. Pesquisas apontam que em 2050, metade da população brasileira terá miopia. Essa deficiência visual dificulta a visualização de objetos que estão a certa distância. Isso acontece porque o foco da imagem se forma, incorretamente, antes da retina. Essa formação pode ser motivada por duas razões: ou porque a córnea é muito curva ou porque o olho é mais comprido que o normal. “Quando nascemos nossos olhos têm um tamanho menor que o do adulto, ou seja, são hipermétropes. Quando essa hipermetropia não existe ou é muito pequena, as crianças ao crescerem vão desenvolver com muita probabilidade miopia”, explica Durval Valença, oftalmologista e sócio-fundador do IOR (Instituto de Olhos do Recife), que indica realizar o exame preventivo na criança entre os 3 e 4 anos. As causas mais comuns do distúrbio são relacionadas a hábitos como ler muito próxima do objeto (livro, tablet etc) e coçar os olhos, o que faz com que a córnea fique mais curva, ocasionado a chamada miopia de índice, onde o foco fica antes da retina. Após os 30 anos de idade, esse risco começa a ser menor. Alterações hormonais, diabetes e catarata também podem causar o problema. Há cerca de 20 anos, a hereditariedade era o fator mais preponderante. Hoje em dia, isso já não é tão comum. Mesmo pessoas que não são míopes passaram a ter filhos com miopia. O estilo de vida adotado pela população nas últimas décadas tem sido o principal motivo que fez crescer exponencialmente a incidência do distúrbio. De acordo com a última metanálise da Academia Americana de Oftalmologia, até 2050 a previsão é de que 50,7% dos brasileiros tenham miopia. Isso representa um aumento de 83% no número de caso em relação a 2014. AO AR LIVRE “O aumento está muito atrelado à educação, ao tempo em que se permanece lendo, principalmente com atividades indoor, realizadas dentro de casa”, esclarece Fábio Casanova, oftalmologista e diretor do Memorial Oftalmo. Segundo o especialista, quando estamos ao ar livre a luminosidade natural nos dá menos probabilidade de desenvolver uma futura miopia, ao contrário da luz artificial. O uso recorrente das novas tecnologias, com destaque para os aparelhos celulares, é hoje o maior fator de risco, já que levam os usuários a ler a uma distância bem próxima dos dispositivos e a permanecerem em ambientes fechados. Foi justamente a utilização excessiva de eletrônicos e a leitura muito próxima ao rosto que desencadearam na recepcionista Luciana Anacleto, de 23 anos, miopia e astigmatismo. “O uso de celular, computador, muita televisão, e o fato de eu quase ‘enfiar a cara no caderno para escrever’ fez com que eu passasse a não enxergar de forma nítida. De uns tempos para cá descobri que estou com miopia”, conta Luciana, que não tem histórico do distúrbio na sua família. O problema pode ser solucionado por meio de óculos, lentes de contato ou, em casos extremos, por procedimento cirúrgico. Os óculos e a lente de contato não corrigem a miopia, mas oferecem um foco adequado para a retina. E esqueça a crença de que se o míope não usar óculos ou lentes poderá ter o grau aumentado. Isso é mito! Já a cirurgia é considerada um tratamento, porque corrige a miopia. Chamada de cirurgia refrativa, é feita na córnea com o emprego do laser e indicada para ser realizada após os 21 anos, quando o grau da miopia está estabilizado. O procedimento também soluciona casos de astigmatismo (irregularidade na córnea que causa distorção de imagem) ou hipermetropia (dificuldade de enxergar de perto). O procedimento não requer muitos cuidados no pós-operatório. “A cirurgia é rápida e segura. O paciente é operado nos dois olhos no mesmo dia. O tempo de duração é de no máximo 15 minutos. Ele sai com um protetor de plástico, para evitar que coce o olho. No outro dia ele entra no consultório sorrindo porque já está enxergando tudo”, salienta Durval Valença. “Aqueles que apresentam graus mais fortes passam uma semana usando protetor, só o retiram na hora de dormir”. Somente no IOR, segundo o diretor executivo do instituto, Afonso Medeiros Filho, foram feitas 513 cirurgias refrativas em 2017. Quando o paciente míope é mais velho, entre os 50 e 65 anos, pode haver uma alteração do cristalino associado a uma catarata. Nesse caso a própria cirurgia de catarata também pode corrigir o distúrbio. Rodrigo Arthur é acompanhado por Valença desde o início do seu problema, aos 8 anos de idade. Hoje, aos 21, realizou há menos de um mês, a cirurgia a laser, uma vez que seu grau havia estabilizado fazia dois anos. Um dia após o procedimento já conseguia enxergar tudo perfeitamente. “Não tenho do que reclamar”, comemora o paciente. Já Laila Araújo, de 21 anos, tem 8 graus. Desde a bisavó da família, o histórico é de grau de miopia bem alto. Quando era mais nova, precisou passar por uma cirurgia ótica: “eu tive um princípio de descolamento de retina nos dois olhos e fiz um procedimento cirúrgico para corrigir esse problema”. O desejo de Laila é fazer a cirurgia refrativa, mas o grau ainda não está estabilizado, e mesmo com o procedimento cirúrgico, ela ainda precisará usar os óculos com um grau abaixo do que ela utiliza hoje. “Meu médico disse que a partir dos 21 anos eu já poderia fazer a cirurgia, porém meu grau não está estacionado e todo ano ele aumenta um pouquinho”. Cuidados Para prevenir problemas futuros na visão, os cuidados devem começar de muito cedo. Os pais devem estimular as crianças a brincarem ao ar livre e evitar passar muito tempo com os olhos a uma distância muito perto dos objetos, seja lendo, escrevendo, vendo televisão ou utilizando aparelhos eletrônicos, como celulares, tablets, entre outros. Fábio Casanova conta que nas escolas públicas da China, têm-se colocado em muitos lugares anteparos paras as crianças de 6 e 7 anos não aproximarem o rosto dos

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Mutações não hereditárias são principal causa de câncer de mama em mulheres jovens

Maria Fernanda Ziegler/via Agência FAPESP Cerca de 80% dos casos de câncer de mama em mulheres jovens, com idades entre 20 e 35 anos, podem ser causados por mutações somáticas – alterações genéticas nas células da mama que não têm origem hereditária. Foi o que constatou um estudo feito no Centro de Investigação Translacional em Oncologia (LIM 24) do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) com apoio da FAPESP. O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum em mulheres – a estimativa é de 59 mil novos casos no Brasil em 2018 – e ocorre principalmente naquelas que têm mais de 50 anos e já se encontram na menopausa. No entanto, 4,5% dos casos da doença acometem mulheres jovens, entre 20 e 35 anos de idade. Por ter diagnóstico mais difícil e ser pouco esperado, normalmente o tratamento nesses casos é iniciado quando a doença já está em estágio mais avançado e apresenta maior taxa de mortalidade que em mulheres mais idosas. Nos resultados do estudo, publicado na revista Oncotarget, são destacados os dois fatores mais importantes para o câncer de mama: o hereditário, quando a pessoa herda uma mutação genética dos pais, que predispõe ao câncer; e as mutações somáticas, que ocorrem na célula da mama ao longo do tempo. “Estudamos esse segundo fator, que descobrimos ser também o mais comum em mulheres jovens com câncer de mama e do qual pouco se sabe”, disse Maria Aparecida Koike Folgueira, pesquisadora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e uma das autoras do artigo, resultado do trabalho de doutorado de Giselly Encinas, com Bolsa da FAPESP. O trabalho teve colaboração de pesquisadores do Icesp, da FMUSP, do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC), do Ontario Institute for Cancer Research (Canadá) e da University of Toronto (Canadá). No estudo, foram analisados os casos de 79 pacientes do Icesp e IBCC com menos de 36 anos e diagnosticadas com câncer de mama. Treze pacientes (16,4%) apresentavam mutações germinativas nos genes BRCA1 e 2, que são alterações que têm a hereditariedade como base. O estudo identificou ainda outros genes herdados, que são menos comuns que o BRCA1 e 2. Dos tumores não hereditários, oito (com expressão positiva de receptores de estrogênio, ou seja, subtipo luminal) foram submetidos ao sequenciamento do exoma – parte do genoma onde estão os genes que codificam proteínas – e integrados para análise a outras 29 amostras luminais existentes em outros bancos de dados. “Dentre todos os tumores que acometem pacientes jovens, 25% são câncer de mama. É também o tipo mais comum em jovens. Há poucos estudos nessa área. Enquanto existem 2 mil tumores de mama sequenciados e disponíveis em bancos de dados, apenas 29 tumores (subtipo luminal) que acometem mulheres jovens tinham sido caracterizados. Nosso grupo sequenciou outros oito e analisamos os dados conjuntamente com os outros 29 já existentes”, disse Folgueira à Agência FAPESP. Com a análise dos dados, a equipe estabeleceu informações importantes sobre a ocorrência de câncer de mama causado por mutações somáticas em mulheres jovens. Folgueira explica que as células da mama, em especial, proliferam a cada ciclo ovulatório – proliferam e entram em apoptose (morte celular) –, o que faz com que elas tenham maior chance de uma mutação ao acaso. “Mais de 40% dos casos estudados apresentaram mutação somática em gene que codifica proteína de reparo de DNA, ou seja, o surgimento do câncer veio de um problema em algum sistema de reparo de DNA, que se originou na própria célula da mama e não foi herdado”, disse Folgueira. BRCA1 e BRCA2 Mutações ocorrem o tempo todo, seja por metabolismo celular ou duplicação das células (replicação do DNA), entre outras causas. Tanto que cabe a uma enzima específica – DNA polimerase – criar duas cadeias de DNA idênticas, a partir de uma única molécula de DNA original. Porém, ela pode não ser muito fiel à cópia, gerando erros nessas replicações. Para que o erro do DNA polimerase não passe adiante, existe ainda um sistema de reparos de DNA e, de acordo com o estudo feito no Icesp, 43% dos casos de câncer de mama em mulheres jovens estão relacionados a mutações em genes desse sistema. “Se a célula prolifera bastante ela tem mais chance de ter uma mutação ao acaso e é isso que parece ocorrer nos casos que estudamos”, disse Folgueira. O problema se assemelha aos casos de mutações genéticas hereditárias, onde o mais comum são alterações nos genes BRCA1 e BRCA2. Eles ficaram mundialmente conhecidos em 2013, quando a atriz norte-americana Angelina Jolie anunciou ter se submetido à mastectomia bilateral após ter descoberto, a partir de um exame com base no sequenciamento genético, que teria risco elevado de desenvolver câncer de mama. “Os genes BRCA1 e BRCA2 codificam proteínas importantes que participam do reparo do DNA. Quando esse sistema não funciona, esse DNA fica mais propício a sofrer mutações, e o acúmulo delas gera uma célula alterada, neoplásica, que pode desencadear o câncer”, disse Folgueira. Além de verificar que a hereditariedade não é a causa principal de câncer de mama em mulheres jovens, o estudo constatou que em torno de 50% dos tumores apresentam mutações somáticas patogênicas em genes que controlam a transcrição gênica e consequentemente a síntese proteica – mais problemática por ser uma função em que é mais difícil dizer se está associada à doença ou não. “No estudo, encontramos também mutações patogênicas em genes associados à regulação positiva da transcrição gênica em 54% dos tumores”, disse. Para a pesquisadora, embora a descoberta não altere momentaneamente o tratamento e atenção à população de mulheres jovens, ela surge como uma indicação. “Reparo de DNA é muito importante e um dos tratamentos no câncer de mama metastático, os inibidores da enzima PARP, por exemplo, é direcionado a pacientes com mutação germinativa em BRCA1 e BRCA2. Existem estudos clínicos em andamento para avaliar se este tratamento pode também beneficiar pacientes que apresentam mutações somáticas em outros genes de reparo, além de BRCA1 e BRCA2. Este

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Cólica infantil é tema de palestra do 17º Congresso Brasileiro de Gastropediatria

A cólica é um dos problemas que mais preocupam mães e pais de crianças. Responsável por atingir majoritariamente recém-nascidos, o desconforto será um dos temas discutidos no 17º Congresso Brasileiro de Gastropediatria – Gastroped. O evento, promovido pela Sociedade de Pediatria de Pernambuco em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria, mobilizará cerca de 1.500 especialistas, entre os dias 29 de agosto e 1º de setembro, no Hotel Armação, praia de Porto de Galinhas, em Ipojuca. Apesar de serem relacionadas a vários fatores, as chamadas “cólicas” que atingem os bebês não estão necessariamente ligadas a doenças. Esse comportamento “tipocólica” caracterizado por choro e contração nos primeiros meses de vida, costuma acontecer no fim do dia e faz parte do desenvolvimento e amadurecimento da criança. As cólicas geralmente ocorrem ao longo dos três primeiros meses de vida porque é nesta fase que todos os sistemas do bebê ainda estão muito imaturos para conviver com os estímulos ambientais. O intestino é um dos sistemas que está se adaptando para dar conta da digestão alimentar e também está aprimorando sua flora intestinal, componente importante deste processo digestório. Quando a criança nasce, ela ainda não está totalmente formada, e o bebê precisa passar por esse período difícil para desenvolver de forma adequada seu intestino. Esse processo será muito beneficiado pelo leite materno, que possui várias propriedades que auxiliam no amadurecimento do intestino e da flora. Por outro lado, o cérebro também está sendo muito desafiado nesta fase, por muitos estímulos emocionais e sensoriais, que não existiam no ambiente intrauterino. Os dias começam a ser “mais estressantes” à medida que o bebê vai interagindo mais com o mundo e, ao final do dia, ele estará “esgotado”. Esse tempo é necessário para que o cérebro e corpo aprendam a lidar com esses desafios. “Não existe remédio ou tratamento específico para combater a cólica, o que se tenta fazer é levar mais conforto, fornecendo uma rotina mais agradável para o bebê. Existem algumas estratégias, por exemplo, para proporcionar relaxamento para a mãe e o bebê através da interação entre os dois”, explica a gastropediatra Kátia Brandt, vice-presidente da Sopepe e presidente do Gastroped. A gastropediatra detalha, ainda, que a cólica do recém-nascido é diferente da dor abdominal que atinge crianças maiores, que possui outra origem e deve ser investigada pelo médico. As inscrições para o 17º Gastroped ainda podem ser feitas, presencialmente, no local do evento. Já a programação completa pode ser conferida através do sitewww.gastroped2018.com.br. SERVIÇO 17º Congresso Brasileiro de Gastropediatria – Gastroped. De 29/8 a 1º de setembro, no Hotel Armação, Porto de Galinhas, Ipojuca (PE). Mais informações:www.gastroped2018.com.br

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Caruaru tem Semana da Nutrição com atividades gratuitas

Alimentação consciente e obesidade serão alguns dos principais temas na Semana da Nutrição que o Centro Universitário UniFavip|Wyden promove entre os dias 29 e 31 de agosto, em comemoração ao Dia do Nutricionista. O evento, que será gratuito e aberto ao público, contará com palestras, oficinas e mesas redondas. Um dos destaques da programação é a palestra com a professora Veronica Ileana, que virá do Panamá para falar sobre o tema “A epidemiologia da obesidade no contexto latino-americano”. Microbiologia dos alimentos, cirurgia bariátrica, alimentação consciente e fitoterapia serão outras temáticas discutidas durante a Semana de Nutrição. Como encerramento, no dia 31, às 18h, o evento realizará um café da tarde comemorativo aos 10 anos de formação da primeira turma de Nutrição do UniFavip. Podem participar profissionais e estudantes da área nutricional e as inscrições devem ser feitas através do link https://goo.gl/forms/FDdSHCq26uZaPyUf2. Para efetivar a participação é preciso doar um quilo de alimento ou um kit de higiene pessoal no dia do evento. Todas as atividades acontecem no Campus do UniFavip|Wyden, na Avenida Adjar da Silva Casé, nº 800, Indianópolis, Caruaru.   Programação: Dia 29/08 - Oficina: Microbiologia dos alimentos às 15h30 Dia 30/08 - Palestra "Cirurgia bariátrica e reganho de peso: como a nutrição pode atuar nesses casos?" às 15h30; - Palestra "Microbiota intestinal" às 15h30; - Palestra "Alimentação consciente: desenvolvendo uma nutrição mais sustentável" às 15h30; - Palestra "Padrões alimentares contemporâneos e risco de adoecimento" às 15h30. - Palestra "Microbiota intestinal" às 19h; - Palestra "Fitoterapia e nutrição no controle da obesidade" às 19h; - Palestra "Alimentação consciente: desenvolvendo uma nutrição mais sustentável" às 19h; - Palestra "A epidemiologia da obesidade no contexto latino-americano" às 19h (palestrante internacional); - Palestra "Padrões alimentares contemporâneos e risco de adoecimento" às 19h.

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Entender as emoções no cérebro pode levar à descoberta de novas moléculas

André Julião/via Agência FAPESP Lauri Nummenmaa apresenta vários estudos na sequência, concluindo cada um deles com uma piada. A plateia invariavelmente ri, tirando dele um sorriso de satisfação. Se após a palestra ele fosse submetido a uma tomografia por emissão de pósitrons (PET, na sigla em inglês), provavelmente as imagens geradas pelo aparelho mostrariam uma ativação dos receptores de opioides endógenos do cérebro do professor da Universidade Turku, na Finlândia. A relação entre a capacidade de fazer rir e a construção de laços sociais é um dos temas de pesquisa de Nummenmaa. Seus estudos das emoções, com e sem o uso da PET, foram assunto de palestra realizada na São Paulo School of Advanced Science on Social and Affective Neuroscience. O evento, realizado na Universidade Presbiteriana Mackenzie até 31 de agosto, tem apoio da FAPESP. Usada para exames oncológicos e cardíacos, entre outros, a PET não é tão empregada em estudos do cérebro. “No entanto, ela é muito mais potente para o nosso campo do que se imagina”, disse Nummenmaa. A resistência ao uso do aparelho se dá em parte porque quem é submetido a ele tem injetado na corrente sanguínea algum material com radiação. O funcionamento de vários tecidos pode ser visualizado quando a tomografia detecta na corrente sanguínea o decaimento dos isótopos radiativos. “A quantidade de radiação é muito pequena e completamente segura”, disse o pesquisador. Atualmente, ele usa o equipamento para estudar o comportamento dos receptores de opioides endógenos no cérebro, que regulam o processamento motivacional e do prazer. Sua ação no funcionamento do cérebro de pessoas obesas foi tema de um estudo apresentado durante sua palestra. Publicado este ano na Nature Communications, o artigo mostra que, apenas olhando fotos de comidas palatáveis, algumas pessoas têm ativadas regiões do cérebro ligadas ao sistema de recompensa. “Variações nesses receptores podem explicar por que algumas pessoas sentem uma urgência em comer quando são sugestionadas, aumentando o risco de ganho de peso e obesidade”, disse. Ciência pop De tempos em tempos, os estudos de Nummenmaa aparecem na imprensa especializada graças à explicação de certos comportamentos humanos. Em um deles, ele partiu de estudos que afirmam que macacos usam o toque para manter e reforçar estruturas sociais. Então, submeteu 1.368 pessoas de cinco países europeus a um teste para mostrar o papel do toque nos vínculos humanos. Os voluntários deveriam colorir, em um desenho de uma silhueta humana, que partes do corpo alguém da sua rede estavam autorizadas a tocar (pai, mãe, cônjuge, amigo etc.). Em todas as culturas testadas (Finlândia, França, Itália, Rússia e Reino Unido), a área corporal em que o toque era permitido estava diretamente ligada à relação emocional que o voluntário tinha com a pessoa, independentemente de quando ela o encontrou pela última vez. “Conhecidos próximos e membros da família eram tocados por mais razões do que indivíduos menos familiares”, disse. Em seguida, Nummenmaa levou a plateia aos risos ao exibir um gráfico mostrando que, na média, as pessoas do Reino Unido são as menos propensas a se deixarem ser tocadas por outras de seu círculo social. Em 2014, outro estudo publicado por seu grupo na PNAS ganhou repercussão ao revelar outros mapas do corpo humano, dessa vez das partes envolvidas em diferentes emoções. As imagens mostram desde um corpo quase todo inativo (depressão), até outros bastante ativos na região da cabeça, tórax e abdômen (amor). Uso na saúde Segundo Nummenmaa, as técnicas de escaneamento cerebral dão uma visão tão detalhada do cérebro que podem ajudar a desvendar a origem de condições psiquiátricas e mesmo no desenvolvimento de novos tratamentos. “Técnicas como a PET são excelentes no sentido de que podemos realmente nos aproximar dos fundamentos moleculares e biológicos de várias sensações no cérebro”, disse à Agência FAPESP. “Isso significa que, de um ponto de vista mais amplo, elas podem ser usadas para a identificação e desenvolvimento de novas drogas. Quando tentamos entender a afetividade no cérebro nesse nível, isso pode ajudar quem desenvolve novos medicamentos e moléculas a entender como certas condições são desencadeadas”, disse. Mais informações sobre a Escola: www.mackenzie.br/en/eventos/universidade/sao-paulo-school-of-advanced-science-on-social-and-affective-neuroscience/.

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Mutirão no Hospital das Clínicas de Recife atenderá pacientes da fila de espera

A Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) e a Regional Pernambuco (SBACV-PE) realizam no próximo dia 31 de agosto, das 7 às 17 horas, o Circulando Saúde no Hospital das Clínicas da UFPE, em Recife (PE). A ação, que tem o apoio da FQM Farma e do Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital das Clínicas de Pernambuco, faz parte de um projeto nacional da Sociedade que busca diminuir a fila de espera de pacientes com problemas vasculares por consultas e exames. Em Pernambuco, há casos de pessoas que aguardam atendimento há mais de três anos. A estimativa é reduzir esse tempo em mais da metade. O público-alvo da ação são aqueles que estão na fila de espera para atendimento vascular no hospital e que tenham problemas de má circulação nas pernas e pés como varizes, dores, desconforto e inchaço. Será feita uma pré-seleção de 400 pacientes da fila de espera. Aproximadamente, 20 médicos especialistas em Cirurgia Vascular, residentes de cirurgia vascular e estudantes realizarão os atendimentos. Os profissionais orientarão o público quanto aos sinais e sintomas das principais doenças vasculares, chamando atenção para os perigos de alguns comportamentos de risco, as devidas medidas de precaução a serem adotadas e a importância de realizar o tratamento correto, sempre com um médico vascular. O atendimento inclui a realização de exame Doppler nos pacientes que apresentarem alguma alteração após a avaliação clínica. O Circulando Saúde também possui cunho educativo. Por isso, enquanto aguardam o atendimento, nos períodos da manhã e da tarde, pacientes e seus familiares poderão participar de três palestras, com os temas: Conhecendo a doença venosa, suas complicações e como evitá-las; As principais doenças que afetam a circulação (HAS, DM, dislipidemia, obesidade, IRC): como diminuir os danos causados?; e Tratando a doença venosa – uma abordagem multidisciplinar: do profissional (médico, fisioterapeuta, enfermeiro) ao paciente e familiares. "O objetivo do Circulando Saúde é aproximar a nossa especialidade da população, possibilitar que os cidadãos conheçam os fatores que mais contribuem para o desenvolvimento de doenças vasculares e oferecer atendimento com angiologistas e cirurgiões vasculares a uma parcela da população que tem difícil acesso ao especialista. Nesta segunda edição do projeto vamos ajudar a diminuir a fila de pacientes que aguardam há bastante tempo. É nosso papel enquanto instituição promover a saúde. Folhetos informativos sobre as doenças vasculares e seus cuidados também estarão disponíveis ao público", afirma o presidente da SBACV, Dr. Roberto Sacilotto. A primeira edição do Circulando Saúde ocorreu em São Luís (MA), em maio. A FQM Farma é parceira da Sociedade no projeto, apoia o mutirão de atendimento e fornece medicamentos e produtos, como Fletop, Flebon e Fledoid, dando assim o suporte necessário para a realização do evento. Dicas simples para evitar problemas vasculares Atualmente, aproximadamente 30% da população mundial apresenta varizes, alteração funcional da circulação venosa do organismo. Dores, sensação de peso e inchaço nas pernas são alguns dos sinais que podem indicar essa e outras doenças venosas. Algumas mudanças simples no dia a dia podem evitar esses problemas, como ingerir bastante líquido durante o dia (de preferência água), não passar muito tempo na mesma posição (sentado ou em pé), vestir roupas e sapatos confortáveis e, dependendo do caso, usar meias de compressão para ajudar a circulação.   Mutirão do Hospital das Clínicas da UFPE Data: 31 de agosto Horário: das 7 às 17 horas Local: Hospital das Clínicas da UFPE Endereço: Av. Prof. Moraes Rego, 1.235 - Cidade Universitária, Recife (PE)   Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) Fundada em 1952, a SBACV promove a educação continuada dos especialistas na área e é responsável pela concessão de título de especialista em Angiologia, Cirurgia Vascular e Endovascular. A entidade reúne aproximadamente 3 mil especialistas. A SBACV também realiza ações de esclarecimento da população sobre as principais doenças vasculares, tais como varizes, trombose venosa profunda (formação de coágulos dentro das veias), prevenção ao AVC e doença arterial periférica (estreitamento das artérias que alimentam pernas e braços levando à diminuição da circulação), entre outros. Mais informações: www.sbacv.org.br. FQM Farma A FQM Farma é uma indústria farmacêutica especializada em medicamentos vendidos sob prescrição médica. Sua linha de produtos está presente em farmácias de todos os Estados do Brasil. A fábrica está localizada no Rio de Janeiro e possui a certificação de boas práticas, emitida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A sua missão é promover a saúde e o bem-estar, colocando à disposição da classe médica e profissionais de saúde, soluções terapêuticas modernas que contribuam para a melhoria da qualidade de vida.

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Dia Nacional de combate ao fumo: Cigarro compromete circulação de sangue e aumenta risco de trombose

O Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado em 29 de agosto, tem por objetivo conscientizar sobre todos os danos causados pelo tabaco. Mais de 4.000 compostos químicos (muitos deles tóxicos), incluindo a nicotina, o monóxido de carbono, a acroleína e outros oxidantes: essa é a composição da fumaça de cigarro, cuja exposição constante induz a múltiplos efeitos patológicos no organismo, causados pelo estresse oxidativo das células. “Os efeitos adversos do cigarro são muitos e, no caso da saúde das veias, o fumo também afeta principalmente a circulação e isso favorece o aparecimento de processos de trombose (com entupimento dos vasos e que pode levar à morte), principalmente quando associado a fatores de risco”, afirma a cirurgiã vascular e angiologista Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. Por conta de todas as doenças associadas, o tabagismo é, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a principal causa de morte evitável no mundo. No Brasil, nos últimos dez anos, segundo o Ministério da Saúde, houve redução de 33,8% no número de fumantes adultos no País, mas uma em cada dez pessoas que reside nas capitais brasileiras ainda mantêm o hábito de fumar. Normalmente relacionado ao aumento da probabilidade de desenvolver infarto, o cigarro também pode causar problemas circulatórios como arteriosclerose (envolvendo as artérias da perna) e tromboangeite obliterante – distúrbio que afeta as extremidades do corpo. “Em ambos os casos, há riscos de ter de amputar o membro (como pernas, pés e mãos)”, explica. A médica enfatiza que a nicotina está ligada à diminuição da espessura dos vasos sanguíneos. “Além disso, o monóxido de carbono oferece um fator adicional de risco ao diminuir a concentração de oxigênio no sangue. Todo esse processo pode causar complicações para o normal funcionamento dos vasos, que ficam mais susceptíveis ao entupimento, podendo levar a processos de trombose principalmente quando há fatores de risco envolvidos”, afirma a médica. A trombose é um termo que se refere à condição na qual há o desenvolvimento de um ‘trombo’, um coágulo sanguíneo, nas veias das pernas e coxas. Esse trombo entope a passagem do sangue. Os principais fatores de risco são: dor na perna, obesidade, uso de hormônios (pílula anticoncepcional), portadores de qualquer tipo de câncer, portadores de Trombofilias (doença do sangue que deixa maior predisposição a coagulação sanguínea) e qualquer condição que aumente a imobilização (gesso, deficientes físicos, fraturas), gestantes e idosos. Alguns estudos também sugerem que a exposição à fumaça do cigarro resulta na ativação das plaquetas e estimulação da cascata de coagulação, por isso há um aumento na incidência de trombose arterial em fumantes. “Ao mesmo tempo, as propriedades anticoagulantes naturais são significativamente diminuídas”, comenta. Outra complicação do cigarro é que o ele dificulta o importante papel do sangue no processo de cicatrização, após cirurgias e procedimentos. “O vaso mais estreito tem um fluxo menor de sangue e o suprimento de oxigênio aos tecidos é afetado. Isso dificulta a cicatrização e pode causar até necrose de pele. Várias substâncias no cigarro dificultam a formação de fibroblastos, células ligadas ao processo cicatricial.” A angiologista alerta que, para os fumantes, o acompanhamento médico é fundamental para impedir que as doenças apareçam ou progridam. Fonte: Cirurgiã vascular e angiologista, Dra. Aline Lamaita é formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia e do American College of Phlebology. A médica possui título de especialista em Cirurgia Vascular pela Associação Médica Brasileira / Conselho Federal de Medicina. http://www.alinelamaita.com.br/

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Sociedade Brasileira de Dermatologia alerta: escolha do médico especialista não deve ser feita pelas mídias sociais

As novas tecnologias chegaram para revolucionar as comunicações e a forma como as pessoas se relacionam. Por meio delas, os médicos encontram excelentes oportunidades para estreitar o relacionamento com seus pacientes, atraindo também novos interessados em suas especialidades. No entanto, essas mídias também trazem desafios que precisam ser colocados em perspectiva para garantir a ética e a responsabilidade médicas. Por isso, a Sociedade Brasileira de Dermatologia alerta: a internet deve ser utilizada como instrumento de promoção da saúde e orientação da população. Reforça que o critério de escolha de um profissional para a realização de procedimentos estéticos não deve ser o número de seguidores, curtidas, popularidade e da propaganda do “antes e depois” – prática expressamente proibida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e publicada na Resolução 2.125/15. É fundamental que a população saiba certificar a capacitação do profissional escolhido para realizar um procedimento estético. A entidade alerta ainda sobre a oferta indiscriminada de serviços médicos em sites de compras coletivas, prática proibida e incompatível com a ética médica, bem como anúncios na internet, que oferecem pacotes baratos e promoções como forma de estabelecer um diferencial na qualidade dos serviços. Que profissional é esse que precisa fazer sensacionalismo e autopromoção para conquistar pacientes? Essa é uma reflexão que a SBD sugere que todos façam na escolha do profissional que cuidará da sua saúde. O vice-presidente da SBD, Dr. Sergio Palma, recomenda “ter cautela, não acreditar em tudo que é oferecido na Internet e evitar se submeter a qualquer tipo de procedimento ou serviço médico sem que haja antes uma consulta completa em ambiente adequado, com realização da anamnese e do exame físico para que não haja danos e riscos à saúde. Esses são os princípios básicos para não confiar a vida em mãos erradas”. O local onde o procedimento será realizado também deve ser decidido com muito cuidado. Para a execução de tratamentos clínico-cirúrgicos, as normas mínimas para o funcionamento de consultórios médicos e dos complexos cirúrgicos para procedimentos com internação de curta permanência devem ser rigorosamente observadas, atendendo as exigências do Conselho Federal de Medicina (CFM). Casas e imóveis residenciais em hipótese alguma devem ser considerados para a prática de procedimentos invasivos.   CRM e RQE Para ser um especialista numa área médica, não basta ter CRM (número que o médico recebe para exercer a medicina), é necessário possuir o RQE: identificação que o especialista tem para que sua especialidade médica seja reconhecida. O número é obtido no momento em que o médico registra o certificado de conclusão de residência médica credenciada pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) ou também o Título de Especialista no Conselho Regional de Medicina do estado em que trabalha. Para saber se o médico possui registro de especialista, qualquer pessoa pode fazer uma consulta gratuita no site do CFM e CRMs. No caso do médico dermatologista, a checagem também pode ser feita pelo site oficial da SBD. A SBD é a única instituição reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação Médica Brasileira (AMB) como representante dos dermatologistas no território brasileiro. Mais informações: www.sbd.org.br.   SBD lança “Guia de Boas Práticas nas Redes Sociais” para dermatologistas A SBD acaba de lançar um guia prático com orientações objetivas para os dermatologistas sobre o uso responsável das redes sociais. O documento foi produzido pela Diretoria da SBD com a contribuição dos especialistas da Comissão de Ética e Defesa Profissional da SBD. A expectativa é que o "Guia de Boas Práticas nas Redes Sociais" possa auxiliar o médico na hora de usar as redes sociais, bem como na criação de página e perfil pessoal e profissional nessas ferramentas de comunicação, tendo como referência as orientações e normas estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). “Esperamos que essa cartilha sirva de apoio para todos os dermatologistas. Importante não perder de vista que os conteúdos que compartilhamos, bem como nossa postura, acabam nos diferenciando qualitativamente. Ao observar os critérios definidos pelo CFM, o médico estará valorizando a conduta ética e adequada em sua relação com os pacientes e com a sociedade. Certamente será um subsídio importante”, comenta o vice-presidente da SBD, Sérgio Palma.

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Alimentos ultraprocessados alteram controle da saciedade da fome

Elton Alisson/via Agência FAPESP Se o ritmo atual de crescimento da obesidade no Brasil for mantido, o país poderá apresentar em 2020 uma tendência de prevalência semelhante à dos Estados Unidos e do México, com excesso de peso em 35% da população. A avaliação foi feita por pesquisadores participantes do evento com o tema “Obesidade” no Ciclo de Palestras ILP-FAPESP, realizado no dia 20 de agosto na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). A prevalência de obesidade no Brasil se intensificou a partir dos anos 2000 e mudanças no padrão alimentar da população contribuem para a escalada do problema. Nas últimas décadas, o brasileiro passou a substituir alimentos tradicionais, como arroz, feijão e salada, por preparações ultraprocessadas. “Houve uma intensificação de um ambiente alimentar obesogênico [que causa obesidade] que influenciou o estilo de vida e contribuiu para o aumento do problema no país”, disse Patricia Constante Jaime, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP). De acordo com a mais recente Pesquisa Nacional de Saúde publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 20,8% da população adulta brasileira – 26 milhões de pessoas – está obesa. A prevalência desse problema de saúde tem sido registrada em todas as faixas etárias e níveis de renda e em maior proporção em mulheres do que homens. A fim de entender melhor a relação do aumento da prevalência da obesidade com a alimentação, cientistas do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP (Nupens), do qual Constante Jaime faz parte, estudaram o padrão alimentar do brasileiro nas últimas décadas a partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE. A mais recente edição da pesquisa – que é realizada a cada 10 anos –, publicada em 2009, indicou que o brasileiro tem consumido menos arroz, feijão, carne, leite, açúcar, óleos e gorduras, em troca de mais pães, biscoitos, refrigerantes e outros grupos de alimentos. Mas a constatação de que tem diminuído o consumo de açúcar, óleos e gorduras – nutrientes relacionados ao desenvolvimento da obesidade – intrigou os integrantes do Nupens. “Se tem diminuído o consumo desses nutrientes e a obesidade no Brasil está aumentando, algo não fazia sentido na interpretação desse fenômeno”, disse Constante Jaime. Os pesquisadores passaram a analisar a alimentação a partir do paradigma do nível de processamento dos alimentos e não mais de nutrientes. A análise da dieta por esse ponto de vista indicou diminuição no consumo de alimentos básicos e aumento no de ultraprocessados. Ultraprocessados são formulações industriais com ingredientes derivados de alimentos, como proteína texturizada da soja, adicionada com aditivos para conferir mais sabor, textura e aroma. Estudos feitos com apoio da FAPESP mostraram que esses produtos respondem por 20% das calorias totais da dieta dos brasileiros. “Os produtos alimentícios ultraprocessados não são alimentos industrializados, mas formulações industriais. Eles passam por uma série de processos que fazem com que não seja possível identificar sua matriz alimentar e contribuem mais para o aumento do consumo de açúcar e gorduras, saturadas e trans”, disse Constante Jaime. Os produtos alimentícios ultraprocessados, segundo a pesquisadora, são hiperpalatáveis – concentram sabores que são agradáveis e os tornam irresistíveis –, promovem a adição de consumo de ingredientes como o açúcar e alteram o processo natural de controle da saciedade. “Há estudos que mostram que essas formulações industriais causam alterações nos mecanismos neurológicos relacionados à saciedade”, disse. Gordura, neurônios e melatonina Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), cientistas do Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades (OCRC) – um CEPID apoiado pela FAPESP – têm constatado que uma dieta rica em gordura saturada é capaz de danificar circuitos neuronais relacionados à saciedade. Por meio de experimentos com camundongos, foi demonstrado que gorduras saturadas (como o ácido esteárico) provocam a morte de um grupo de neurônios existente no hipotálamo (região do cérebro), conhecidos como neurônios POMC. Essas células são sensores de nutrientes e têm a função de avisar para o corpo que está na hora de parar de comer e que há energia disponível para gastar. Após a perda desses sensores, os indivíduos passam a sentir cada vez mais necessidade de consumir alimentos ricos em gordura e açúcar. Por outro lado, ficam com o metabolismo mais lento e armazenam grande parte da energia fornecida pela dieta desbalanceada. “Temos indícios de que outros nutrientes podem causar a recuperação desses neurônios que controlam o gasto energético”, disse Licio Augusto Velloso, coordenador do OCRC, durante o evento (leia mais em http://agencia.fapesp.br/26184). Além de mudanças no padrão alimentar, outros fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da obesidade são distúrbios no sono, nos ritmos biológicos e na produção de melatonina. Foi o que comentou José Cipolla Neto, professor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP. Esses três fatores são responsáveis pela regulação do balanço energético e do peso corpóreo. Regulam também a síntese de secreção da insulina e de outros hormônios importantes para o organismo. Segundo Cipolla Neto, a troca do período de descanso da noite pelo dia, a redução ou privação do sono e a diminuição da produção de melatonina pela iluminação noturna podem causar ruptura na distribuição rítmica dessas funções biológicas – chamada cronorruptura – e desencadear o desenvolvimento da obesidade. “Uma regulação rítmica diária, que permita a alternância entre os estados de vigília durante o dia e o descanso noturno, além do sono e da produção adequada de melatonina possibilitam uma boa regulação do balanço energético e do peso corpóreo”, disse. Outro fator que pode contribuir para o desenvolvimento da obesidade é a genética, disse Carla Barbosa Nonino, coordenadora do Laboratório de Estudos em Nutrigenômica, vinculado à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP. De acordo com Nonino, são conhecidos mais de 100 genes associados ao gasto energético, apetite, saciedade, formação de tecido adiposo e aos metabolismos lipídico e insulínico, entre outros fatores. “Temos procurado analisar a interação da nutrição com o genoma e a saúde de pacientes com obesidade. Essa área da ciência, chamada nutrigenômica, é relativamente nova e a cada dia são descobertos outros genes associados à obesidade”,

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