Algomais Saúde - Página: 140 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Pesquisa da Sociedade Brasileira de Dermatologia conclui que exposição solar leve não impacta na produção de vitamina D

Um estudo inédito promovido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, durante o II Simpósio Nacional de Cabelos e Unhas, em agosto de 2017, no Rio de Janeiro, identificou que a utilização do fotoprotetor e exposição leve ao sol não afeta a capacidade de síntese cutânea de vitamina D. Coordenado pelos dermatologistas Flávio Luz (secretário-geral), Clívia Carneiro, Hélio Miot (1o secretário) e Sandra Durães, o estudo contou com o apoio da equipe do laboratório de análises clínicas da Universidade Federal Fluminense (UFF) e envolveu 95 voluntários, entre dermatologistas, alunos e participantes espontâneos. Os participantes foram divididos em três grupos: confinados da exposição solar por 24h, expostos a doses baixas de sol (10-15 min que não chegam deixar a pele avermelhada) com e sem fotoprotetor tópico (FPS 30). Os seus níveis de vitamina D no sangue foram medidos na manhã antes da exposição solar e também na manhã seguinte, permitindo o cálculo da variação desses níveis, no intervalo de 24h. A pesquisa revelou que a variação dos níveis plasmáticos de vitamina D foi maior para o grupo exposto com filtro solar do que para o grupo confinado, mostrando que ocorreu síntese efetiva de vitamina D após breve exposição ao sol, mesmo com filtro solar. “A diferença da variação dos níveis plasmáticos de vitamina D entre o grupo exposto com filtro solar e o grupo exposto sem o filtro não atingiu diferença significativa, indicando que não houve diferença substancial entre a exposição solar leve com e sem filtro solar”, explica Hélio Miot. O médico salienta que a síntese de vitamina D depende de doses muito baixas de UVB em pequenas áreas do corpo. A radiação atinge a pele através do vestuário leve e couro cabeludo, áreas que não são completamente cobertas pelo filtro solar. Entre outras informações decorrentes do estudo realizado pela SBD estão: - O uso regular de filtro solar nas áreas diretamente expostas ao sol para prevenção ao câncer da pele, queimaduras e fotoenvelhecimento tem sido criticado por alguns profissionais como importante causa da hipovitaminose D na população devido à redução de sua síntese cutânea, culpando o dermatologista e sua recomendação do uso de filtro solar. Até o momento, nenhum estudo havia sido conduzido para avaliar e subsidiar recomendações de uso de filtro solar, especialmente, em populações de risco para hipovitaminose D. - A vitamina D é um importante hormônio produzido a partir da ingesta nutricional, e, principalmente (90%) pela pele, a partir da exposição leve à radiação UVB. Desempenha importantes funções no organismo, principalmente no metabolismo ósseo, imunidade e resistência à insulina. Diversas condições clínicas e de hábitos interferem nos níveis de vitamina D, como dietas restritivas, cirurgia bariátrica, obesidade, hepatopatia, nefropatia, idosos, acamados, indivíduos que não se expõem diretamente ao sol, sedentarismo, diabetes mellitus, entre outras. - Significativa fração da população mundial apresenta níveis plasmáticos de vitamina D insuficientes e até deficientes. Isso tem originado políticas de suplementação da indústria alimentar (por exemplo, laticínios, sucos industrializados), ou mesmo suplementação oral em populações de risco (por exemplo, idosos). - Os resultados do experimento subsidiam a manutenção da indicação da fotoproteção regular frente à exposição moderada ao sol e confirmam que a exposição solar mais segura para a pele deva ocorrer fora dos horários de pico do UVB (10h-16h), sob vestuário adequado, sem risco de vermelhidão (o que degrada a vitamina D da pele) e sem compromisso da síntese de vitamina D. - A atual epidemia de hipovitaminose D deve decorrer da ingesta insuficiente e, principalmente, dos hábitos de lazer e de trabalho em ambientes abrigados da proteção solar, característicos da sociedade moderna que não se expõe ao sol no seu cotidiano. Isso não depende do uso de filtro solar. Ademais, há elementos ligados ao indivíduo, como a espessura da pele exposta (reduzida em idosos), má-absorção do intestino (como ocorre em pacientes que fizeram cirurgia bariátrica), medicamentos de uso regular, obesidade, sedentarismo, e variações nos receptores de vitamina D nos tecidos, que interferem com a síntese e disponibilidade de vitamina D.

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As lesões nas atividades físicas e esportivas: tipos e prevenção

Quando falamos em esporte e atividade física, geralmente ressaltamos seus aspectos positivos. Em poucas palavras: faz bem para a saúde e previne doenças. Entretanto, nessas práticas podemos enfrentar situações que nos colocam do lado oposto: as lesões. As lesões podem ocorrer nos diversos tecidos humanos, mas na prática esportiva e de atividades físicas são mais evidentes na pele, nos músculos, nas articulações e nos ossos. As principais são: - Contusões: golpe direto que danifica os tecidos. Produz inchaço e a descoloração típica do hematoma. É comum em esportes de contato, como as lutas, futebol, handebol e basquetebol. - Abrasões: quando há uma raspagem por atrito. Pode ou não sangrar e dá a sensação de ardência. Geralmente acontece em quedas e é muito comum entre as crianças novas, pois elas ainda estão desenvolvendo seu controle motor. A abrasão pode ser acompanhada por uma contusão, com a formação do hematoma, especialmente nas quedas. - Entorses: quando há um estiramento dos ligamentos nas articulações, que pode provocar uma ruptura parcial ou completa. É comum no tornozelo, especialmente nas modalidades que demandam saltos (voleibol e basquetebol), assim como em atividades em terrenos irregulares. - Distensões: quando um músculo ou tendão é muito comprimido ou muito alongado rapidamente com muita força, acontecem rompimento nas células, como se um elástico arrebentasse. Há diferentes graus, dependendo da quantidade de células afetadas; em graus maiores, as cartilagens também são afetadas. - Luxações: uma torção pode afetar a articulação de tal forma que os ossos “saem” da sua posição. Se elas “voltam” ao lugar logo em seguida, é considerada uma subluxação; se precisar de intervenção médica, é considerada uma luxação completa. Acontecem com mais frequência no ombro, cotovelo, dedos da mão e patela (no joelho). - Fraturas: quando um osso se rompe totalmente ou parcialmente, sendo que a força geradora da fratura pode até romper a pele (a chamada fratura exposta). - Perfurações e cortes: são menos prováveis no esporte, mas podem acontecer caso o ambiente não seja seguro. Lascas de madeira do piso e pontas soltas em uma trave podem gerar cortes e perfurações. Em situações mais superficiais, não sangram, mas situações graves podem afetar inclusive órgãos. O principal sinal de que há uma lesão é a dor. Os hormônios liberados durante a atividade ou na própria situação da lesão podem mascarar parte da dor, mas ela é a principal indicação que o corpo nos dá de que algo está errado. Cada situação precisa ser avaliada em seu grau de gravidade por um médico e pode exigir um tempo maior ou menor de recuperação. De forma geral, lesões musculares têm uma recuperação mais rápida que lesões articulares e nos ossos. Mas é sempre importante seguir as recomendações médicas, porque a dor e o inchaço podem desaparecer, mas o corpo ainda pode estar em recuperação. Entorses, distensões, luxações e mesmo fraturas podem ser evitadas quando a prática física/esportiva é feita com o adequado acompanhamento profissional: a preparação física não envolve somente “ter fôlego” ou “estar em forma”, mas também sessões de treinamento que envolvem aquecimento e desaquecimento adequados, assim como um planejamento que inclua o desenvolvimento de uma flexibilidade adequada. Mesmo que os estudos indiquem que o alongamento antes da sessão de treino, sem aquecimento, pode até ser prejudicial, o planejamento do treinamento precisa incluir alongamentos, para que as articulações tenham a mobilidade exigida durante a atividade realizada. Também é fundamental incluir o fortalecimento muscular de forma progressiva, para que os músculos e tendões estejam preparados para as demandas das atividades, sustentando as articulações. Ainda assim, as lesões podem acontecer a partir do contato corporal, especialmente nos esportes coletivos. Por isso, os praticantes precisam estar cientes que confrontos diretos podem colocar em risco sua integridade física e dos demais participantes. Ainda que haja competitividade e vontade de vencer, é preciso trabalhar o autocontrole para que as práticas sejam saudáveis para todos.

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As principais doenças do frio

O inverno se aproxima e, com ele, as doenças características do frio aparecem: resfriados, gripe, rinite, asma, entre outras. O motivo? Segundo a Dra. Priscila Moraes, médica especialista em alergia e imunologia do Docway, baixas temperaturas e o ar seco fazem com que os poluentes e micro-organismos permaneçam mais tempo suspensos no ar. Além disso, as pessoas tendem a ficar mais tempo fechadas, sem ventilação adequada, o que favorece o aparecimento tanto de doenças respiratórias infecciosas como alérgicas. Um cuidado especial deve ser dado às pessoas mais suscetíveis a complicações por vulnerabilidade do sistema imunológico, como crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas. Saiba reconhecer as principais doenças do inverno: 1) Resfriado x Gripe Popularmente, as infecções virais de vias aéreas superiores são chamadas, de modo generalizado, de gripe. No entanto, são doenças diferentes. Ambas são causadas por vírus, porém se apresentam de maneiras distintas. O resfriado é provocado por vírus como adenovírus, rinovírus e vírus sincicial respiratório. Em geral, provoca sintomas mais brandos, com coriza, tosse, congestão nasal, dor no corpo e dor de garganta leve. A febre, quando presente, costuma ser baixa. Normalmente, os sintomas duram até 3 dias e apresentam melhora espontânea. Já a gripe, provocada pelos vírus Influenza, entre eles o H1N1, provoca sintomas mais intensos, como febre alta, calafrios, dor muscular, dor de cabeça, coriza e, algumas vezes, pode evoluir com complicações respiratórias. A duração é mais prolongada, podendo chegar a 7 dias, com melhora espontânea. Em alguns casos, pode ter como consequências infecções bacterianas, como pneumonia e sinusite. 2) Rinite x Sinusite Rinite é uma inflamação da mucosa nasal, caracterizada por dois ou mais dos sintomas: coriza, espirros, nariz entupido e coceira. Ela pode ser de causa alérgica ou não alérgica. Os principais desencadeantes da rinite alérgica são os ácaros presentes na poeira doméstica, seguidos por pelos de cão e gato, mofo e pólen. Entre as não alérgicas, as de maior importância no inverno são as infecciosas, provocadas por vírus, e as irritativas, provocadas pela poluição. O tratamento inicial deve ser com antialérgicos e, dependendo de cada caso, pode ser necessário corticoide local. A sinusite pode ser uma consequência tanto da rinite alérgica como da não alérgica. Os principais achados são secreção nasal esverdeada, nariz entupido e dor de cabeça/face. Muitas vezes, só melhora após tratamento com antibiótico. 3) Bronquite x Asma A bronquite é uma doença aguda, provocada pela inflamação das vias aéreas inferiores (brônquios) e tem como principal causa as infecções virais. Além da tosse, quase sempre presente, também pode apresentar febre e falta de ar. Tem duração de poucos dias e a melhora costuma ser espontânea, com auxílio de medicamentos sintomáticos. A asma é uma doença inflamatória crônica, na maioria das vezes de causa alérgica, que provoca sintomas de falta de ar, chiado no peito e tosse. Quase sempre, sintomas melhoram após o uso de medicamentos para aumentar o espaço da passagem do ar, os broncodilatadores. Dependendo da frequência e gravidade dos sintomas, é necessário usar corticoide oral ou inalatório. 4) Bronquiolite Bronquiolite é a infecção dos bronquíolos dos bebês causada por vírus, normalmente o Vírus Sincicial Respiratório (VSR). É mais comum até 3 anos de idade e costuma ser o primeiro episódio de chiado na infância. Provoca tosse, respiração ofegante, queda da saturação de oxigênio no sangue e é motivo comum de internação nessa faixa etária. Em geral, melhora espontaneamente, com medicamentos sintomáticos; em alguns casos, há necessidade de suporte respiratório com oxigênio. 5) Pneumonia É a infecção que se instala nos pulmões. Pode ser causada por vários micro-organismos diferentes (bactérias, vírus, fungos) e provoca tosse, dor no tórax, mal-estar, falta de ar e, ainda, pode apresentar secreção amarela ou esverdeada. O tratamento, na maioria das vezes, é feito com antibiótico. As medidas de prevenção que devem ser tomadas: Manter vacinas em dia. A vacina da gripe deve ser aplicada anualmente e é gratuita para grupos de risco. Lavar bem as mãos sempre que possível e, indispensavelmente, antes de se alimentar, após espirrar ou tossir e depois de usar o banheiro. Proteger com o braço (e não com as mãos) quando espirrar ou tossir Fazer higiene da casa adequadamente, de maneira que diminuam os alérgenos do ambiente, como ácaros da poeira Evitar lugares com aglomerados de pessoas e lugares sem ventilação adequada Em locais com ambiente seco, é recomendável o uso de um umidificador de ar no ambiente, desde que usados por poucas horas e com saída de vapor de até 60%. Beber muita água

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Dermatologistas alertam importância de tirar a maquiagem antes de dormir

“Não precisa de muito. Apenas 10 minutinhos antes de dormir reservados para remover a maquiagem são fundamentais para a saúde da sua pele”, afirma a dermatologista da Clínica Vanità, Dra Camila Dornelas. Segundo a dermatologista, a higiene do rosto tem o objetivo de remover os resíduos que se acumularam na face ao longo do dia. “Maquiagem, protetor solar, poluição do ambiente - tudo isso vai se acumulando no rosto e pode ser bem prejudicial, contribuindo até mesmo para o envelhecimento da pele em longo prazo”, afirma. Entre os principais benefícios para o rosto ao se proceder à limpeza da forma adequada, a também dermatologista da clínica Vanità, Dra Vanessa França elenca os principais: “os benefícios são vários, entre eles, ação rejuvenescedora, redução da oleosidade, diminuição do surgimento de acne e comedões e prevenção do envelhecimento precoce”, destaca. Para obter bons resultados na limpeza da pele, a dermatologista orienta alguns passos: 1 - Remova o excesso da maquiagem com lenço demaquilante hipoalergênico ou com um algodão umedecido com água micelar. Lembre-se sempre de saber o produto adequado para o tipo de pele. 2 - Não esqueça de remover a maquiagem da área dos olhos. Para isso, podem ser usados alguns tipos de gel ou água micelar apropriados para a região e que removam produtos a prova d’água. 3 - Depois disso, lave o rosto com um sabonete líquido ou em barra adequado pro seu tipo de pele para remover qualquer resíduo que tenha faltado. Consulte um dermatologista pra decidir que produtos serão usados em sem caso.

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Mês da conscientização do câncer cerebral faz um alerta sobre a importância do diagnóstico precoce

O câncer cerebral é caracterizado pelo crescimento desordenado das células normais do cérebro. Este câncer pode se originar a partir de células do sistema nervoso central (SNC), classificado como primário, ou pode ter origem em tumores localizados em outros órgãos e as células doentes irem parar no cérebro, classificado como secundário. No Brasil, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), 4% das mortes por câncer estão associadas ao câncer cerebral. E em jovens com idade inferior a 15 anos, os tumores do cérebro são a segunda principal causa de câncer. Embora o percentual de prevalência não seja tão grande – incapacidade e índice de mortalidade – são importantes os alertas à população para a necessidade de um diagnóstico precoce, principalmente porque seus sintomas, em sua maioria, se confundem com os de outras doenças. O oncologista Bruno Conte, do Hemomed Instituto de Oncologia e Hematologia, recomenda que ao sentir sintomas recorrentes, o paciente deve procurar um clínico geral ou neurologista. A automedicação, além de mascarar e dificultar o diagnóstico do tumor cerebral, pode comprometer o prognóstico. “ O diagnóstico da doença em estágio inicial facilita o tratamento e aumenta a sobrevida”, alerta. O Hemomed Instituto de Oncologia e Hematologia é o maior serviço ambulatorial privado no país com 10 mil atendimentos por mês em todas as subespecialidades oncológicas. Tumor primário ou secundário Os tumores cerebrais são em sua maioria secundários, ou seja, provém de metástases provenientes de outras partes do corpo, sendo que se origina, em metade dos casos, de um câncer de pulmão ou de mama. O tumor cerebral, por si só, já é uma doença invasiva e ocasiona mudanças físicas, sociais e psicológicas na vida do portador. Em muitos casos, o tratamento deixa o paciente debilitado, impossibilitado ou limitado para realizar atividades até então consideradas normais em seu cotidiano. Existem vários tipos de tumores cerebrais. O importante é o diagnóstico preciso para identificar quando é benigno ou maligno. Segundo o médico oncologista Bruno Conte, do Hemomed Instituto de Oncologia e Hematologia, todos os tipos de tumores cerebrais manifestam sintomas que variam conforme a parte do cérebro afetada, mas, basicamente, incluem dor de cabeça, tonturas, vômitos, alterações de equilíbrio, problemas de visão, convulsões, déficit neurológico progressivo e confusão mental. “A dor de cabeça é geralmente mais intensa durante a manhã e desaparece após os vômitos. Alguns tipos de tumores podem provocar dificuldade em caminhar, falar ou a nível de sensibilidade”, explica o oncologista.

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Zika elimina tumor humano avançado no sistema nervoso

Um estudo brasileiro mostrou, pela primeira vez em um modelo vivo, que o vírus Zika pode ser usado como ferramenta no tratamento de tumores humanos agressivos do sistema nervoso central. O estudo foi publicado no dia 26/04 na revista Cancer Research. Após injetar pequenas quantidades do patógeno no encéfalo de camundongos com estágio avançado da doença, os cientistas observaram uma redução significativa da massa tumoral e aumento da sobrevida dos animais. Em alguns casos, houve a eliminação completa do tumor – até mesmo de metástases na medula espinal. “Estamos muito animados com a possibilidade de testar o tratamento em pacientes humanos e já estamos conversando com oncologistas. Também submetemos uma patente com o protocolo terapêutico adotado em roedores”, contou Mayana Zatz, professora do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP) e coordenadora do Centro de Pesquisas do Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP. Zatz coordenou a investigação ao lado de Oswaldo Keith Okamoto, também professor do IB-USP e membro do CEGH-CEL. Colaboraram pesquisadores do Instituto Butantan, do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Nossos resultados sugerem que o Zika possui uma afinidade ainda maior pelas células tumorais do sistema nervoso central do que pelas células-tronco neurais sadias [principais alvos do vírus no cérebro de fetos expostos durante a gestação]. E ao infectar a célula tumoral ele a destrói rapidamente”, disse Okamoto. Em seu laboratório no IB-USP, o pesquisador tem se dedicado nos últimos anos a estudar um grupo de genes que, quando expressos em tumores malignos, conferem às células tumorais propriedades semelhantes às de células-tronco, tornando-as mais agressivas e resistentes ao tratamento. Segundo Okamoto, essas células tumorais com características de células-tronco já foram observadas em diversos tipos de tumores sólidos, inclusive aqueles que afetam o sistema nervoso central. Dados da literatura científica sugerem que elas ajudam o câncer a se disseminar pelo organismo e a restaurar o crescimento tumoral após a quase eliminação da doença por tratamentos de químio e radioterapia. “Nossos estudos e de outros grupos mostraram que o vírus Zika causa microcefalia porque infecta e destrói as células-tronco neurais do feto, impedindo que novos neurônios sejam formados. Foi então que tivemos a ideia de investigar se o vírus também atacaria as células-tronco tumorais do sistema nervoso central”, disse Okamoto. Metodologia O trabalho agora publicado teve como foco os chamados tumores embrionários do sistema nervoso central. Foram usadas nos experimentos três linhagens tumorais humanas: duas de meduloblastoma e outra de tumor teratoide rabdoide atípico (TTRA). Como explicou Okamoto, ambos os tipos de câncer são causados por aberrações – genéticas ou epigenéticas – que acometem as células-tronco e progenitores neurais durante o desenvolvimento embrionário, quando o sistema nervoso está em formação. “As células-tronco neurais que sofrem essas alterações dão origem, mais tarde, às células tumorais. Formam tumores agressivos, de rápido crescimento, que podem se manifestar logo após o nascimento ou até a adolescência”, disse o pesquisador. Em uma primeira etapa da pesquisa, o grupo testou in vitro se o Zika era capaz de infectar essas três linhagens de tumores do sistema nervoso central e também células de outros tipos frequentes de câncer, como mama, próstata e colorretal. Foi feito um estudo de escalonamento de dose, ou seja, quantidades crescentes do vírus foram adicionadas às células tumorais em cultura até encontrar a quantidade capaz de promover a infecção. Por microscopia de imunofluorescência, os pesquisadores puderam confirmar se o vírus tinha de fato invadido e começado a se replicar no interior da célula tumoral. “Observamos que pequenas quantidades do Zika eram suficientes para infectar as células de tumores do sistema nervoso central. As de próstata chegaram a ser infectadas, mas em uma proporção muito menor. Por outro lado, mesmo uma grande dose viral não causou infecção nas células de câncer de mama e de tumor colorretal”, disse Okamoto. O segundo experimento consistiu em comparar a capacidade do vírus de infectar células-tronco neurais sadias – obtidas a partir de células-tronco pluripotentes induzidas (IPS, na sigla em inglês, células adultas reprogramadas em laboratório para se comportarem como células-tronco) – e células-tronco tumorais do sistema nervoso central. “Infectamos ambos os tipos celulares in vitro e vimos que as células-tronco tumorais são ainda mais suscetíveis a serem destruídas pelo Zika do que as células-tronco neurais sadias. Nesse mesmo ensaio, expusemos neurônios maduros ao vírus – diferenciados a partir das células-tronco neurais humanas – e vimos que eles não foram infectados ou destruídos pelo patógeno”, disse o pesquisador. “Esta é uma ótima notícia, uma vez que nosso objetivo é destruir especificamente células tumorais”, afirmou Zatz. Como explicou a pesquisadora, as células-tronco neurais usadas no experimento foram obtidas durante um estudo anterior do grupo, feito com pares de gêmeos discordantes, ou seja, casos em que apenas um dos irmãos foi afetado pelo vírus, embora ambos tenham sido expostos igualmente durante a gestação (leia mais em: http://agencia.fapesp.br/27083). A linhagem de tumor teratoide rabdoide atípico foi, segundo Okamoto, a que se mostrou mais sensível à infecção. “Fizemos uma extensa análise do perfil genético e molecular dessas linhagens, que incluiu sequenciamento completo do exoma [parte do genoma onde estão os genes que codificam proteínas], análise de expressão gênica global e de alterações cromossômicas. Chegamos à conclusão que essa linhagem tumoral mais sensível ao vírus também foi a que mais se assemelhou às características moleculares das células-tronco neurais sadias”, disse o cientista. Dados preliminares do grupo sugerem que o Zika também é capaz de infectar e destruir outros tipos de células tumorais do sistema nervoso central, entre elas glioblastoma e ependimoma. Ensaios in vivo Na terceira e última etapa da pesquisa, foram feitos ensaios com camundongos imunossuprimidos, nos quais foram injetadas células tumorais humanas – tanto de meduloblastoma quanto do tumor teratoide rabdoide atípico, em diferentes grupos. Nesse modelo de estudo, o tumor é induzido em uma região do encéfalo conhecida como ventrículo lateral. De lá, ele se espalha para outras regiões do sistema nervoso central e, em seguida, ao longo da

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FPS promove campanha de incentivo ao uso racional de medicamentos

A população brasileira de idosos cresceu 18,8% entre os anos de 2012 e 2017. As pessoas com mais de 60 anos já são 30,2 milhões, segundo os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse envelhecimento da população é um dos motes da 7ª Campanha de Incentivo ao Uso Racional de Medicamentos que, neste ano, acontece na próxima sexta, dia 4 de maio, na Praça da Santa no IMIP, das 7h às 15h. A ação é promovida pela Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS) junto com o Departamento de Assistência Farmacêutica (DAF) do IMIP e, além de lembrar o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, comemorado em 05 de maio, busca alertar para os perigos da automedicação. Na ação, os estudantes e tutores do curso de Farmácia da FPS e os residentes e farmacêuticos do DAF-IMIP atendem a população com serviços como exame que medem taxa de glicemia, aferição de pressão e IMC, além de orientação farmacêutica para o uso correto dos medicamentos e descarte apropriado, inclusive de medicamentos vencidos, além de explicações sobre hipertensão e diabetes, doenças de alta prevalência na população. “Atividades educativas como essa visam aproximar o farmacêutico do público. Os benefícios serão muitos para o paciente, como adesão ao tratamento e redução do número de medicamentos e doses e a consequente economia financeira para a família e para os serviços de saúde pública”, explica Flávia Morais, coordenadora do curso de Farmácia da FPS. Flavia explica ainda que faz parte da rotina do paciente idoso utilizar muitos medicamentos, mas é preciso buscar uma melhor administração dessas medicações e, assim, minimizar os eventos adversos.

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Hipertensão é a principal causa de ataques cardíacos. Entenda o problema e como tratá-lo

A hipertensão é uma doença que atinge muitos brasileiros, sem nenhuma distinção. Apesar de ter diversas causas, algumas não podem ser evitadas, como a questão de genética, sexo, idade e até mesmo etnia. Cardiologista e professor da USP, o especialista Augusto Scalabrini Neto aponta que o ideal é se manter atento e fazer exames de rotina para saber se há ou não chances de ter o problema ao longo da vida. A doença, que age danificando o coração e o sistema arterial, faz com que o sangue seja bombeado com mais força pelas artérias, que estão mais contraídas, gerando resistência cardiovascular. "A pressão arterial está diretamente ligada com o bombeamento de sangue no coração e por isso pode causar complicações em vários órgãos do corpo, como o próprio coração, rins, olhos e o cérebro", explica o professor da USP. No entanto esses sintomas costumam aparecer apenas em estágio avançado da condição, fazendo com que as pessoas não percebam que há um problema, o que agrava ainda mais a situação. Para saber se há ou não alguma complicação, o primeiro passo é realizar o exame de pressão. Algumas pessoas recebem um diagnóstico inexato por não estarem habituados com a medição. Por isso, para medir a pressão arterial de forma correta é necessário estar calmo, não ter feito esforço físico ou ingerido alimentos ou bebidas alcoólicas nos últimos minutos. Até mesmo cruzar as pernas ou falar pode influenciar e gerar um resultado errôneo do exame. Cerca de 35% da população brasileira é hipertensa e a doença pode surgir como consequência de sedentarismo, obesidade, estresse e excessos de sal, álcool e tabagismo. "As chances de desenvolver hipertensão aumentam ainda mais se houver uma combinação desses fatores, que separados já são um perigo para saúde do coração e todos os órgãos do corpo são afetados direta ou indiretamente", comenta. Além dos tratamentos medicamentosos, a principal maneira para controlar a hipertensão é a mudança de estilo de vida. "As mudanças podem ser feitas gradualmente, mas a doença é um resultado da forma como as pessoas vivem, por isso é importante começar o tratamento o mais cedo possível", recomenda Dr. Augusto. Para as pessoas acima do peso, é importante saber que cada quilo perdido ajuda a diminuir essa fragilidade. A dieta passa a levar um pouco menos de sal, gorduras e processados. O hipertenso deve optar por alimentos cozidos ou grelhados, além de temperos naturais. Começar a praticar exercícios físicos também é um grande auxílio nesse processo. Por outro lado, é importante estar atento com o psicológico, problemas do cotidiano podem fazer com que o estresse e o nervosismo sejam algo normal, mas administrar contratempos com tranquilidade melhora a vida em todos os setores.

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Você sabe a diferença entre cisto e cálculo renal?

Quando se fala em doenças do rim, logo se vem à cabeça o cálculo renal, popularmente conhecido como pedra nos rins. Outro problema menos comum que também acomete o órgão é o cisto renal, alteração encontrada em até 15% dos pacientes com mais de 70 anos. Mas, qual a diferença entre os dois? Segundo o urologista Guilherme Maia, do Hospital Santa Joana Recife, o que diferencia os dois problemas é que os cálculos são sólidos, enquanto os cistos são líquidos. Além disso, um apresenta sintomas e outro não. “O paciente com cálculo renal normalmente sente dores nas costas ou na parte anterior da barriga, sangue ao urinar (hematúria), náuseas e vômito. Já o cisto é assintomático”, explica. Outra diferença determinante é que o cálculo renal é 100% benigno, enquanto o cisto, que pode ser simples ou complexo, tem chances de ser um tumor maligno. “Os cistos podem ser classificados em quatro tipos de acordo com a probabilidade de ser maligno ou não. No tipo 1, a chance é zero. O tipo 2 e o 2f, apresenta chance de 5%. Já os tipos 3 e 4 têm chances de 40 a 80% de ser maligno”, esclarece Maia. Diagnóstico e tratamento – Como na maioria dos casos os pacientes com pedras nos rins procuram o médico após sentirem algum sintoma, o diagnóstico é mais rápido. “Uma vez que ela é identificada, o tratamento pode ser realizado através de medicamentos e intervenções cirúrgicas dependendo do tamanho das pedras”, revela. Enquanto isso, o diagnóstico do cisto costuma ser feito através de exames de rotina, como ultrassom ou tomografia. Quando identificado, o profissional recorre a uma ressonância para definir a classificação do cisto. “Os cistos dos tipos 1 e 2 são acompanhados com exame anual, sem a necessidade de extração. Já os tipos 3 e 4 são tratados cirurgicamente, devido ao alto risco de malignidade”, afirma o urologista.

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Índice de mortos por câncer aumenta

Em uma série de pesquisas, o Observatório de Oncologia, plataforma analítica criada pelo Movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC), encabeçado pela ABRALE, vem alertando que se não houver mudanças significativas nas políticas públicas em pouco mais de uma década o câncer se tornará a principal causa de óbitos no Brasil. Em 2016, a projeção era de que a cada 100 mil brasileiros, 115 seriam vítimas fatais de algum tipo de tumor. Em apenas dois anos de estudo, o Observatório apontou que a projeção se tornou realidade em 10% dos municípios do país. O último levantamento constatou que um total de 516 cidades já apresentam o câncer como principal causa de morte, estas concentram 6,6 milhões de habitantes. Neste mapa, o Sul se destaca negativamente, pois 80% do montante de cidades estão nos três estados que compõem a região. Embora alarmantes, os dados mais recentes do TJCC são apenas mais um confirmador do crescimento de óbitos por câncer. Outro estudo recente, este conduzido pela Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), constatou, utilizando o DataSUS, que o número de mortes por câncer cresceu em 10 anos de cerca de 17%, pulando de 145 mil vítimas fatais, 78 a cada 100 mil habitantes, em 2005 para quase 207 mil mortos por câncer, 100 em cada 100 mil habitantes, em 2015. Para o patologista Clóvis Klock, presidente da SBP, entidade que faz parte do Conselho Estratégico do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer, o descaso com o diagnóstico é um fator determinante para o aumento de mortes por câncer. “A partir do momento em que uma suspeita é detectada por um clínico geral, o paciente do sistema público precisa ter acesso aos exames necessários para confirmação ou descarte dessa hipótese. Além dos exames clínicos e de imagens, o mais elementar de todos é a biópsia. Analisada pelo médico patologista em um laboratório, é ela quem levará ao laudo anatomopatológico, instrumento que diz se a amostra é ou não câncer. Esse processo feito no tempo correto salva vidas”, destaca o especialista. Em outro levantamento do Observatório de Oncologia, esse realizado em agosto de 2017, constatou-se que 20,4% dos pacientes iniciam a fase de tratamento após um prazo de mais de 60 dias do primeiro diagnóstico, o que representa, mais do que um atraso perigoso, o descumprimento da Lei nº 12.732/12 (em vigor desde 23/05/3013) que estabelece o período de dois meses como prazo máximo para o primeiro tratamento oncológico no SUS a partir do laudo anatomopatológico. “Para reduzir o número de mortes é preciso focar em três pilares, a prevenção, o diagnóstico e o tratamento, o Brasil peca em todas as partes”, alerta o presidente da SBP. “Dentro da minha especialidade, que se encaixa no meio desse caminho que o paciente deve percorrer, é fácil notar o quanto a população desenvolve doença por um estilo de vida inadequado, o quanto é demorado o processo de diagnóstico e o quanto esse paciente vai esperar para o início dos tratamentos”, finaliza.

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