Arquivos Algomais Saúde - Página 140 de 158 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Mitos e verdades sobre a infertilidade masculina

Receber um diagnóstico de infertilidade conjugal gera muitas dúvidas aos casais que estão querendo ter filhos. Quase sempre se acredita que o problema da infertilidade é apenas da mulher, o que é um engano. Atualmente já se tem conhecimento de que cerca dos 40% dos casos de infertilidade têm causas masculinas. “A proporção de casos de infertilidade é a mesma para homens e mulheres, sendo 40% para ambos. Em 20% dos casos, os motivos são do homem e da mulher simultaneamente”, esclarece o médico andrologista, Dr Filipe Tenório. Pensando em esclarecer algumas dúvidas acerca da infertilidade masculina, o especialista respondeu diversos mitos e verdades sobre o tema. Confira: A proporção em casos de problemas de infertilidade é igual para homens e mulheres? A proporção de casos de infertilidade é a mesma para homens e mulheres, sendo 40% para ambos. Em 20% dos casos, os motivos são do homem e da mulher simultaneamente. Homens não costumam ir ao urologista com frequência, essa ausência dificulta a identificação de um possível problema de infertilidade? O diagnóstico tardio dificulta. Diferente das mulheres, que vão ao ginecologista pelo menos uma vez ao ano, os homens não tem a cultura de procurar um urologista com regularidade. O exame de espermograma deveria fazer parte de uma rotina para os homens? O exame de espermograma é muito simples, e poderia ser solicitado quando o homem passasse da puberdade e iniciasse a vida adulta. No entanto, ainda existe muito tabu acerca desse exame. Eu já tive filhos. O problema está na minha mulher? Cerca de 40% dos casos de infertilidade são secundárias. Existem patologias cujos danos são progressivos. A varicocele, por exemplo, surge na puberdade, mas o dano piora conforme o passar dos anos. Desta forma, pode ser que o homem tenha tido filho aos 18 anos, e a varicocele não apresentou problemas graves na época, no entanto, depois de 20 anos, a doença pode piorar e ocasionar um problema maior caso ele queira ter filhos novamente. A idade interfere na fertilidade? A idade na mulher é um dos principais fatores que determina o sucesso de um tratamento. O homem também tem um grau de dificuldade quando vai envelhecendo, primeiramente porque existe uma chance maior de disfunção erétil e a libido pode cair um pouco. Recentemente foram descobertas alterações genéticas nos espermatozoides com o envelhecimento masculino. O homem mais velho, por exemplo, tem maior chance de gerar uma criança com Síndrome de Down, além de outras doenças neurológicas e psiquiátricas, como a esquizofrenia e o autismo, . Mas isso ainda é um campo em avanço e mais estudos estão sendo feitos. Álcool pode causar infertilidade? O paciente tem que ser um usuário crônico de altas doses de álcool para que ele cause infertilidade diretamente. Porém, nos pacientes que já são inférteis, o uso do álcool diminui e muito as chances de sucesso dos tratamentos de fertilização in vitro. Computador no colo contribuiu para infertilidade? Computador no colo pode superaquecer o testículo. Estudos comprovam que basta o aumento de 1 grau, no período de 20 minutos, para que a produção do espermatozoide caia 20%. Desta forma, a melhor indicação é que os homens não utilizem o computador no colo. Fumar pode me deixar infértil? O tabagismo diminui muito as chances de gravidez e as chances de resultados no tratamento de fertilização. Com relação ainda ao tabagismo, ele tem um complicador maior, pois a mulher do fumante, por estar exposta ao cigarro, será afetada também. O tabagismo tem impacto direto na produção e na qualidade dos espermatozoides, e ainda danifica o DNA dos mesmos.

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6 mitos sobre o período menstrual

Embora a menstruação seja comum na vida das mulheres, muitas delas ainda carregam dúvidas simples sobre o assunto. Normalmente, são informações passadas de geração para geração, mas que nem sempre têm uma explicação médica. Às vezes, por timidez, a paciente não pergunta para um profissional e a interrogação persiste por muito tempo. Para esclarecer, alguns mitos clássicos sobre o assunto que ainda sobrevivem entre as mulheres. Confira: “É impossível engravidar durante o período menstrual” Na teoria, realmente não é possível, já que menstruação é a "descamação" do endométrio, camada que é preparada para receber a gestação. No entanto, o corpo não é uma máquina que trabalha com exatidão, por isso é sempre bom tomar medidas preventivas para evitar o risco. “Mulheres com muita convivência menstruam simultaneamente” Cada pessoa tem o seu corpo com manifestações totalmente individuais; portanto, o período menstrual não tem relação alguma com o de outras mulheres. “As relações sexuais são mais prazerosas durante a menstruação” O período de maior desejo sexual é justamente o de ovulação, que corresponde aproximadamente ao 14° dia do ciclo menstrual. Acreditamos que muitas pacientes têm a sensação de mais prazer justamente por ficarem despreocupadas com o risco de engravidar. “É errado fazer exercícios durante o período menstrual” Exercícios físicos são essenciais para manter a qualidade de vida em qualquer momento. No período menstrual, eles ajudam a controlar a dor das cólicas devido à liberação de hormônios de prazer, como endorfinas. “Absorventes internos são proibidos para mulheres virgens” Mais um mito. O hímen tem até 2,5 cm de abertura na puberdade, e o absorvente interno é menor, tem até 1,9 cm. “Ter relações sexuais nesse período aumenta o risco de contrair DSTs” A realidade é que, com ou sem menstruação, fazer sexo desprotegida aumenta o risco de contrair qualquer doença sexualmente transmissível.

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Atenção na hora de fazer a tattoo

Não é de hoje que a tatuagem faz a cabeça de uma galera que curte desenho e procura por meio dessa arte afirmar no corpo sua identidade. Desde antes de Cristo, a prática já era difundida no Egito e em alguns países da Ásia e Oceania. Aos poucos, popularizou-se e é cada vez mais comum encontrar adeptos. Mas, é preciso ficar atento para os cuidados na hora de fazer a tattoo. O dermatologista André Rosa, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, destaca três pontos a serem levados em consideração ao se tatuar. Primeiro, a área da pele, que precisa estar saudável e não ter sofrido lesão ou ferimento. Depois ter certeza do que se quer desenhar, para não se arrepender e precisar pagar mais caro para fazer a retirada da tattoo. Por último, mas não menos importante, se perguntar: o estúdio de tatuagem obedece às normas da Vigilância Sanitária? O órgão é responsável por orientar e assegurar a esses locais o cuidado com a limpeza dos equipamentos e do ambiente. O ideal é fazer uma consulta a um dermatologista que vai investigar se o candidato a receber a tatuagem possui reação alérgica a algum componente químico da tinta usada para fazer o desenho. “O médico pode também orientar sobre o melhor local para se tatuar, após observar a saúde da pele”, ressalta Rosa. Infelizmente, ainda não foi inventado um medicamento eficaz para anestesiar aquela “dorzinha” na hora de se tatuar, quando pode ocorrer até sangramentos. O produtor cultural, Roger de Renor, 55, que estampa pelo corpo nada menos que 11 tatuagens, lembra-se do medo que sentiu ao fazer a primeira delas. “Como não sabia se iria doer muito, tomava uísque para aliviar a dor”, brinca. Apesar de não existir restrições quanto a parte do corpo a ser tatuada, algumas regiões podem doer mais que outras, por isso alguns tatuadores evitam na primeira ocasião, tatuar lugares, como na costela e no pulso. Além disso, os locais expostos ao sol são mais difíceis de cicatrizar. Os ombros e braços, por exemplo, que recebem de imediato a radiação solar, precisam ser hidratados com cremes de ação cicatrizantes, cuja indicação deve ser específica para a região do corpo e o tipo de tatuagem (colorida ou preta, grande ou pequena). Depois de feita a tattoo, é recomendado um período de 20 dias sem muita exposição ao sol para evitar possíveis problemas com a cicatrização. Renor conta que depois de tantos desenhos, o cuidado que tem com as tatuagens são os mesmos com a exposição ao sol. “Uso o famoso filtro solar. Como sou muito branco e levei muito sol até os 20 anos, tenho essa atenção com a pele para além da conservação das tattoos”, diz. Para quem tem problemas como acnes e espinhas, o cuidado com o sol deve ser redobrado, sendo, inclusive, indicado evitar se tatuar nessas regiões. Pessoas com tendência à queloide (cicatriz saliente que aparece após a cura de um ferimento) também precisam ficar espertas, pois ao fazer tatuagem podem surgir no processo de cicatrização essas indesejáveis marcas. O gerente de um lar para idosos, Adrian Albuquerque, 27, conta que depois de machucar a mão e o joelho apareceu queloide nas regiões e, após ter feito a primeira tatuagem, ficou uma cicatriz saliente no local do desenho. “A tattoo ficou até deformada”, lamenta. Hoje, com seis tatuagens, ele admite não ter sinalizado ao tatuador sua tendência à queloide e na hora de fazer o desenho ele pode ter feito força demais e ferido a pele. “Depois dessa primeira tattoo, fiquei com receio de fazer outras, mas troquei de profissional e passei a avisar antes ao tatuador sobre a facilidade que tenho de ter esse tipo de cicatriz”, justifica Albuquerque. André Rosa adverte que não há como prever se uma pessoa possui predisposição a essas cicatrizes, exceto quando já tenha tido uma ferida, como foi o caso de Adrian Albuquerque. “Geralmente a queloide não exige tratamento, mas é possível prescrever um sabonete líquido antibacteriano e pomada indicada pelo dermatologista para minimizar o alto relevo do desenho”. Não existe restrição de idade para se tatuar, porém menores de 18 anos precisam de autorização dos pais. Idosos por apresentam a pele mais fina, na hora de receber a pigmentação podem sentir dores mais fortes, ter sangramentos e dificuldade para cicatrização. Por isso, André Rosa reforça, nesses casos, a necessidade do acompanhamento de um dermatologista. PARA QUEM SE ARREPENDEU Até um tempo atrás, quem se arrependia de fazer uma tattoo precisava optar por um método de retirada doloroso chamado dermoabrasão e salabrasão, em que se esfregava a pele com sal. Hoje, existem lasers com essa função, como o Nd: YAG Q-Switched. “Após anestesiar o local, o dispositivo emite uma série de pulsos de alta energia no local da tatuagem e é feita a aplicação ponto a ponto, com ajuste de 10 disparos por segundo na região desenhada”, explica Rosa. O processo de retirada é mais oneroso do que fazer a tatuagem e o tempo dispendido para eliminar todo o desenho depende da cor utilizada. “A coloração preta é a mais fácil de ser retirada. Geralmente, as que dão mais trabalho são as cores azul piscina, verde e amarela”, observa Rosa. A duração da seção vai depender também da localização, da tinta usada e do tempo que foi feita a tattoo. O dermatologista recorda que já teve paciente na vigésima seção e mesmo assim não conseguiu tirar todo o desenho. Atenção especial também para a escolha do estúdio em que for feita a tatuagem. “Muitos tatuadores abrem seus negócios sem ser licenciados, e isso repercute na população, pois ela pode estar correndo riscos sanitários”, adverte Rozimare Sales, coordenadora da Vigilância Sanitária do Recife. Segundo Rozimare, é necessário que os materiais passem por uma fiscalização para garantir, por exemplo, que as tintas sejam antialérgicas e registradas na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O órgão também proíbe o uso de luvas importadas, sem a certificação do Brasil, e fiscaliza se o ambiente oferece condições necessárias para

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Congresso regional de endocrinologia terá mais de 80 palestras

Entre os dias 7 e 9 de junho, o hotel Summerville, em Muro Alto, a 50 km do Recife, vai sediar o EndoRecife 2018, promovido pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM-PE). Endocrinologistas e profissionais de saúde de outras especialidades - do Brasil e do exterior – vão discutir novidades no diagnóstico, tratamento e pesquisas da área. O EndoRecife é um dos principais congressos médicos regionais do país, deve reunir mais de 600 participantes e será realizado pelo 21º ano consecutivo. A direção da regional da SBEM em Pernambuco, liderada pelo endocrinologista Fabio Moura, escolheu o também endocrinologista Luiz Griz como presidente do congresso, emprestando a sua experiência para a realização deste importante evento científico. Durante três dias, vão ser apresentados temas como diabetes, osteoporose, câncer de tireoide, transtornos endocrinológicos na gestação, obesidade, reposição hormonal na menopausa, síndrome metabólica, entre outros, em mais de 80 palestras. A programação contará com a participação de médicos brasileiros e vários de destaque internacional, entre eles Michael Lewiecki, do New Mexico Bone Ressearch Centers (Albuquerque, EUA), George Grunberger, professor da Wayne State University School of Medicine (Detroit, EUA) e presidente eleito do American College of Endocrinology, e Oscar Bruno, professor da Universidad de Buenos Aires. No primeiro dia do encontro, haverá um curso pré-congresso sobre a Medicina do Estilo de Vida, tem apresentações sobre jejum intermitente, dieta sem glúten e sem lactose, dieta cetogênica, uso de suplementos alimentares para perda de peso, além da prática de exercícios físicos para a perda de peso. “Estamos sempre oferecendo novidades e uma renovação no EndoRecife. O curso pré-congresso é um exemplo, porque tem foco em um tema e traz uma discussão atualizada tanto para congressistas quanto para quem pretende fazer uma imersão apenas no assunto escolhido. Foi um acerto que estamos repetindo, acrescentando mais tempo ao evento”, afirma o presidente da SBEM-PE, Fabio Moura. As inscrições são feitas pelo site www.endocrinologiape.com.br, onde pode ser conferida a extensa programação científica.

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Núcleo de Pesquisa em Inovação Terapêutica Suely Galdino da UFPE recebe carta patente da molécula GQ-16

O Núcleo de Pesquisa em Inovação Terapêutica Suely Galdino (Nupit-SG) da UFPE recebeu recentemente, do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), a carta patente da molécula GQ-16, com vigência até 2028. O composto mostrou-se eficaz para o tratamento da diabetes, e estudos em andamento no Brasil e no exterior evidenciam sua importância para o tratamento de outras doenças de alta incidência. Este produto está sendo comercializado mundialmente por 20 empresas nos Estados Unidos, Europa, China e Japão para fins de pesquisa. No mês de junho, o Nupit-SG/UFPE receberá a visita de executivos da Coreia do Sul. Na ocasião, será discutida a inserção do GQ-16 em novos mercados. O grupo da UFPE também possui outras cooperações com empresas e centros de pesquisa sul-coreanos. O núcleo tem como eixo principal a busca de moléculas bioativas, tanto de fontes naturais quanto de produtos sintéticos, para o tratamento de doenças autoimunes e câncer. No âmbito da pesquisa translacional o grupo dialoga com as pesquisas clínica e pré-clinica e as pesquisas-ação de cunho social. Os professores líderes do núcleo são: Moacyr Jesus Barreto de Melo Rêgo (Departamento de Bioquímica) e Ivan da Rocha Pitta (Departamento de Antibióticos).

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Descobertas sobre zika e outras arboviroses prestes a sair do laboratório

Os surtos de zika, chicungunha e dengue nos últimos anos fizeram despertar a atenção de pesquisadores para a necessidade de investigar novas formas de prevenir e combater as arboviroses. Órgãos como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Secretaria de Saúde do Recife desenvolvem novas pesquisas na área. Confira a seguir o que os estudos mais recentes revelam. Remédio Pesquisas realizadas por cientistas da Universidade da Califórnia, tendo um brasileiro à frente do estudo, Alysson R. Muotri, constatou que a cloroquina, medicamento usado no tratamento da malária, pode impedir transmissão do vírus zika da grávida para o feto, evitando assim que os bebês nasçam com microcefalia. Segundo o infectologista do Hospital Esperança Recife, Moacir Jucá, a análise realizada in vitro mostra que a cloroquina defendeu dos ataques do vírus os minicérebros humanos – estruturas formadas por células-tronco que se aproximam da formação de um cérebro desenvolvido. Em seguida, os testes foram realizados com camundongos, que também responderam positivamente ao medicamento. “As fêmeas grávidas tratadas com cloroquina se tornaram imunes à doença, e tiveram filhotes saudáveis, mesmo após serem expostas ao vírus”, conta Jucá. Entretanto, o coordenador do serviço de infectologia do Hospital das Clínicas da UFPE, Paulo Sérgio Araújo, afirma que ainda é cedo para garantir a eficácia da droga. “Mulheres grávidas, por exemplo, não deveriam usar a substância porque acarreta risco ao feto, por isso, o tratamento requer mais estudos”, alerta. Até pouco tempo acreditava-se que as únicas formas de transmissão da zika se dava pela picada do mosquito, e da gestante para o filho e por meio do aleitamento materno. Entretanto, um estudo intitulado “Zika Bra”, fomentado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em parceria com a Fiocruz, investiga a forma de transmissão da doença via sexual e a possibilidade de contágio por outros fluídos biológicos, como lágrima, saliva, suor e sêmen, sendo a última já relatada em artigos, mas ainda sem força científica. “Por isso, são necessários estudos mais desenhados, como o que estamos desenvolvendo, com o número maior de pessoas participando, além das cinco identificadas na região”, ressalta Araújo, que é coordenador da pesquisa. Iniciado no segundo semestre de 2017, o estudo está sendo realizado em Manaus, no Rio de Janeiro e no Recife, onde são investigados moradores próximos ao HC, centro em que se desenvolvem as análises. Síndrome de Guillain-Barré O resultado de um estudo intitulado Quadro neurológico associado a Zika Vírus, coordenado por Lucia Brito e Fátima Militão, desenvolvido pela Fiocruz em parceria com o Hospital da Restauração, está prestes a ser publicado. A pesquisa vai divulgar números significativos de pacientes acometidos por zika e chicungunha que desenvolveram sintomas relacionados à Síndrome de Guillain-Barré (SGB). Trata-se de uma doença neurológica em que há uma produção desordenada de anticorpos que atacam os nervos periféricos, fazendo com que o impulso nervoso seja transmitido de forma lenta, causando fraqueza muscular e paralisia. “O número de pacientes analisados foram mais de 200”, informa o pesquisador e colaborador da Fiocruz Pernambuco, Carlos Brito. O intuito principal desta iniciativa é alertar os especialistas e a população que o quadro neurológico da SGB, relacionado a chicungunha e Zika, é mais frequente do que se imagina. “Inclusive, no caso da chicungunha, a doença pode ser tão grave quanto a zika e, em alguns casos, em uma proporção até maior”, esclarece Brito. Embora seja uma doença pouco conhecida pelos pernambucanos, quatro casos de pacientes com Guillain-Barré foram confirmados pela Universidade Federal de Pernambuco. Brito acredita que os resultados ajudarão a criar protocolos no tratamento de pacientes e melhorar os diagnósticos. Vale lembrar que o Ministério da Saúde já havia confirmado a ligação do Zika vírus com a SGB, depois de alguns estudos realizados pela UFPE, no qual foi observado que dos seis pacientes com sintomas neurológicos, quatro foram confirmados com a síndrome. Em breve, novas vacinas Já existe vacina para dengue desde a metade de 2016, entretanto, ela é oferecida apenas em consultórios particulares e tem eficácia de 66%. “O Programa Nacional de Imunização considera que não é custo-efetivo, logo ele não oferece a vacina nos postos de saúde, com exceção do Estado do Paraná, que implantou ano retrasado”, conta Paulo Araújo. A vacina é indicada para crianças a partir de 9 anos de idade, adolescentes e adultos até 45 anos. A boa notícia é que existe uma vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan, em São Paulo, em parceria com os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH), que se tiver comprovada a sua eficácia será distribuída gratuitamente. Ela está em fase de teste, sendo aplicada em 16 centros pelo Brasil, entre eles a Fiocruz no Recife. Vem sendo aplicada em pacientes de 2 a 60 anos e o bairro eleito para receber o teste no Recife foi Iputinga. Araújo explica que essa vacina é produzida com vírus inativado, ou seja, que está enfraquecido. “Se os resultados encaminharem para comprovar sua eficácia será uma arma contra a doença”, destaca. O estudo vai abranger 17 mil pessoas. Em Pernambuco a mostra é estimada em 1.200 pacientes e, por enquanto, já foram inseridas mais de 900 pessoas. A previsão é que, se tudo der certo, a novidade seja aprovada no prazo de três a cinco anos. Uma vacina experimental contra a infecção pelo vírus zika também está sendo estudada. Apesar de ter sido testada em humanos e aprovada por comitês de ética nacionais e internacionais, ela precisa ainda ser avaliada em um novo grupo de pessoas. “A finalidade é estudar novos dados sobre a sua eficácia e segurança no organismo de pessoas sadias. Por enquanto, é tudo ainda muito incipiente”, justifica Jucá. MOSQUITOS ESTÉREIS Uma das estratégias utilizada pela Secretária de Saúde do Recife para combater o Aedes Aegypti é o uso das ovitrampas, armadilhas com água que simulam um criadouro. Por conterem larvicida, os ovos colocados pelo mosquito fêmea não se desenvolvem. “As aplicações das ovitrampas nos ajudam a dar um diagnóstico mais preciso da frequência e quantidade de vetores do Aedes nas comunidades”, explica Jailson Correia, secretário de Saúde

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Música, remédio prazeroso

Desde antes de Cristo, a música já era utilizada para acalmar espíritos. Hoje, ela vem sendo aplicada para fins terapêuticos em hospitais e clínicas. Profissionais como o pediatra, músico e compositor Fernando Azevedo têm constatado na prática os bons resultados dos sons musicais para os pacientes. Juntamente com outros dez médicos de especialidades diferentes, Azevedo canta e toca para pessoas que estão hospitalizadas. “Levamos um ‘cardápio’ de música clássica à MPB para elevar o estímulo das pessoas que estão nos leitos", relata o médico e músico. Ele e seus colegas já se apresentaram no Hospital Otávio de Freiras, no Imip e no Hospital Universitário Oswaldo Cruz, onde a Orquestra de Médicos do Recife foi criada. “Percebo que todos ficam mais felizes e estimulados com a melodia. Não é apenas o medicamento que trata um paciente enfermo”, assegura. Para ele, a música consegue esse efeito por atingir as pessoas de forma lúdica, aliviando-as um pouco daquela realidade estressante em que se encontram num hospital. E é fácil entender como acontece esse efeito. Segundo a médica intensivista Cláudia Ângela Vilela de Almeida, a música libera endorfina, substância produzida pelo cérebro responsável por proporcionar a sensação de felicidade, humor, bem-estar e prazer; e diminui a produção de cortisol, hormônio liberado pelo nosso organismo quando estamos em situação de estresse. “A música também melhora a imunidade, principalmente quando o paciente está na UTI, pois ele fica mais calmo, diminui ansiedade, a incidência de delírio e, assim, melhora a qualidade do sono”, justifica Cláudia. A intensivista coordena o projeto de extensão Música para o Coração e a Alma, do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE). No projeto alunos e profissionais do Departamento de Música do Centro de Artes e Comunicação e de outros setores da universidade, além de funcionários do hospital, músicos convidados e corais se apresentam para os pacientes internados. Durante um período de 30 minutos a duas horas, eles cantam e tocam à beira dos leitos. No repertório estão presentes estilos musicais dos mais variados, desde músicas espirituais a marchinhas de Carnaval. “Às vezes eles passam muito tempo deitados, por essa razão ficam deprimidos e isso mexe também com familiares que os acompanham no hospital. A necessidade de algo que os conforte e torne a visita dos parentes agradável é imensa”, justifica Cláudia. O projeto que surgiu com o objetivo principal de promover por meio da música a humanização da assistência à saúde no HC-UFPE, especificamente na UTI, já tomou proporções maiores e passou a ser executado em outros departamentos. MEMÓRIA Sons musicais também são empregados na estimulação cognitiva. "Estudos comprovam que a música vem sendo cada vez mais utilizada em pacientes com doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson, demência senil e hiperatividade, por estimular as áreas emocional e motora", explica Vânia Ribeiro, psicopedagoga e sócia da clínica Amigos da Memória. A música é utilizada no espaço para estimular seus alunos com ou sem doenças neurodegenerativas a recordar. "Pesquisadores como Weinstein (que publicou artigo sobre o tema na Archives of Neurology), mostram ser possível trabalhar a canção com idosos com demência porque a percepção, a sensibilidade, a emoção e a memória para a música podem permanecer por muito mais tempo do que as outras formas de memória", ressalta a fonoaudióloga Lúcia Liberal também sócia do espaço. Escutar uma música que costumava ouvir numa determinada época pode ser uma forma de um indivíduo exercitar a memória e lembrar-se de seu passado. "A música é positivamente aplicada no resgate da história de vida dos alunos, uma vez que é conhecida como a linguagem da emoção”, informa a psicopedagoga. “Isso acontece porque ao escutarmos uma canção que apreciamos, desencadeia-se atividade no hipocampo, região do cérebro que desempenha um papel fundamental na ativação da memória e nas emoções vinculadas à socialização”, esclarece a psicopedagoga. *Por Paulo Ricardo Mendes (algomais@algomais.com)

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Inhame, um superalimento

Ele não usa capa, raios UV e muito menos voa para salvar a população em perigo. Nem tem a fama do espinafre, que ingerido pelo personagem Popeye, conferia grandes poderes ao marinheiro da animação. Mas o inhame pode ser considerado um superalimento. Iguaria presente em boa parte das mesas dos brasileiros, possui em sua propriedade algumas substâncias que fazem bem para quem o consome, sendo bastante útil para a prevenção e o combate de muitas doenças. “Parente” da batata e da macaxeira, poucos sabem que o inhame é originário da África e foi trazido para o Brasil na época da colonização pelos portugueses. Chegando aqui, caiu no paladar dos brasileiros e passou a ser considerado um produto regional, pois se desenvolveu bem no solo nordestino. Atualmente existem mais de 600 espécies, sendo apenas algumas consideradas comestíveis, como o inhame-branco. A nutricionista do Imip (Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira)Ligia Barros explica que além de ser saboroso quando acompanhado com outros alimentos, o inhame é rico nos chamados “carboidratos complexos”. Esse grupo de alimentos possui baixo índice glicêmico que garante um bom aporte de energia, sem, no entanto, aumentar em demasiado a taxa de glicose no sangue. “É um alimento com teor de calorias reduzido e pode auxiliar no planejamento alimentar de algumas pessoas que se beneficiem desse fato para perda de peso”, explica a nutricionista. Isso porque, o tubérculo garante uma boa quantidade de fibras auxiliando na manutenção da glicemia (nível de açúcar no sangue), no bom funcionamento intestinal, no controle dos lipídeos (gorduras) circulantes na corrente sanguínea e, assim, consequentemente, ajuda o indivíduo a se manter saciado por mais tempo. Mas, seus “poderes” não param por aí. O alimento ainda possui um bom teor de cálcio e fósforo, que ajuda na manutenção da saúde óssea e também contém um excelente teor de potássio, que auxilia no funcionamento do sistema cardíaco e na melhora dos níveis de pressão arterial. Suas propriedades vão mais além. Também dispõe de um bom teor de vitamina C e zinco, fortalecendo o sistema imunológico e fazendo com o que o corpo melhore as defesas do organismo. A nutricionista explica que o inhame também é fonte de vitamina do complexo B, em especial a Tiamina (B1), que auxilia na manutenção de uma boa saúde mental. Ele também pode ser fonte de diosgenina, um fito-hormônio que pode auxiliar no combate dos sintomas da menopausa e da TPM. Ao contrário de outros alimentos que têm algumas contraindicações, o inhame pode ser utilizado desde na dieta de bebês que iniciaram a alimentação complementar ao peito, quanto de idosos. “A quantidade vai depender do planejamento dietético do nutricionista para cada pessoa”, orienta Ligia. Mas, por ser uma fonte de carboidratos, pode ser calórico, logo o ideal é consumi-lo em baixa quantidade, com uma porção ao dia, seja cozido, assado ou feito no vapor. Ainda é possível experimentá-lo no formato de purê, sopas e acompanhado de carnes e/ou ovos, o que garante um bom aporte de carboidrato e proteína. Embora seja comum encontrar outras funções do tubérculo além da alimentar, como compressa de inhame cru no combate de inflamações e abscesso, não existe comprovação científica de que estas práticas realmente funcionam. “Não podemos receitar aos pacientes outras finalidades do alimento, a única garantia que temos é que ele auxilia no tratamento e na prevenção de algumas doenças”, ressalta Ligia. A nutricionista ainda alerta que mesmo sendo um alimento rico em nutrientes, de baixo custo e acessível à população, o inhame deve ser consumido tendo a consciência de que não existe alimento milagroso para o processo de emagrecimento, bem como para as doenças. “Porém, uma boa alimentação desempenha um papel fundamental no bom funcionamento do nosso organismo e só traz benefícios para o dia a dia”, aconselha.

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Por que sentimos sono após o almoço?

A sensação de sonolência após o almoço tem explicação e não está ligada diretamente à quantidade de comida ingerida nesta refeição. De acordo com o otorrinolaringologista e especialista em medicina do sono do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Fernando Oto Balieiro, o sono neste período é, na verdade, uma questão fisiológica, e, portanto, natural para a maioria das pessoas. Comumente, a luta para se manter acordado depois do almoço é atribuída ao deslocamento da circulação para o aparelho digestivo, o que diminui o transporte de oxigênio no cérebro. O médico, porém, explica que se, esse fosse o único motivo, em outras refeições o sono estaria presente, o que não ocorre. "Caso seja feita uma refeição mais pesada no meio da tarde em um período posterior ao do almoço, dificilmente esse sono será sentido. Isso porque essa sensação é fisiológica e não está ligada somente à questão da digestão. Além disso, existem situações para que ela apareça", complementa. As condições do organismo, citadas por Balieiro, são parecidas com as que ocorrem durante a preparação para o sono noturno, com variação hormonal e queda da temperatura corporal, que sinalizam ao corpo que é preciso dormir. "Nosso ciclo biológico de 24 horas possui algumas secreções de hormônio, como a melatonina à noite, que ajuda a induzir o sono, e queda da temperatura que sinaliza ao corpo que é preciso prepará-lo para dormir. Isso também acontece por volta das 14h00, mas desta vez com a variação, principalmente, do hormônio cortisol." A intensidade e a composição da alimentação não estão descartadas dos motivos dessa situação. O especialista enfatiza que refeições mais gordurosas realmente deixam a digestão mais lenta e potencializam esse efeito natural após o almoço. A fim de exterminar o cansaço, o cochilo após comer não é contraindicado para a maioria das pessoas. O especialista orienta que esse hábito deve ser evitado somente por quem sofre de insônia e refluxo. Caso contrário, descansar até 30 minutos já ajuda a recarregar a energia e não prejudicar o desempenho cognitivo durante o restante do dia.

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Tai chi chuan: bom para corpo e mente

Caminhar, fazer academia ou praticar alguma modalidade esportiva são as primeiras atividades físicas que a maioria dos brasileiros pensa quando quer se exercitar para melhorar a saúde. Porém, uma alternativa ainda pouco conhecida pela população com grandes benefícios para o corpo e mente é o tai chi chuan. A Universidade de Harvard apontou a arte marcial chinesa como a ideal para idosos. Diversos outros estudos científicos revelaram que o tai chi proporciona um organismo mais equilibrado e saudável em qualquer idade. “Por ser considerado como uma prática corporal da medicina tradicional chinesa, o tai chi chuan é visto como promotor da saúde e prevenção de doenças”, revela a doutora em psicologia social da USP (Universidade de São Paulo), Lisete Barlach. Ela afirma que essa atividade traz benefícios gerais para qualidade de vida, envolvendo o ser humano em suas dimensões fisiológicas, mentais e emocionais. “Trata-se de uma visão mais abrangente de saúde, pois o tai chi chuan não é apenas uma prática física, mas contém uma filosofia de vida”. A arte milenar exige muita concentração, contribui para melhorar a postura do corpo e promove o fortalecimento dos ossos e dos músculos, de acordo com Angela Soci, diretora da Sociedade Brasileira de Tai Chi Chuan e Cultura Oriental. “É uma metodologia que usa a baixa velocidade e o exercício de baixo impacto, mas é bastante exigente. Há um fortalecimento imediato dos membros inferiores e um estímulo à circulação sanguínea. O sistema cardiovascular é melhorado e o metabolismo geral do indivíduo acaba ganhando com isso”, explica a professora. Estudo da Universidade de Xangai, publicado pelo Jornal da Sociedade Americana do Coração, confirmou que essa atividade reduz a pressão arterial, além de baixar também os níveis de mau colesterol e triglicérides — que é uma gordura que amplia os riscos cardíacos. Praticante há dois anos, a médica Lucely Alves, 67 anos, buscou o tai chi chuan com a motivação de melhorar a saúde, porque enfrentava problemas articulares, na coluna e além de ter osteoporose. “Reduziu muito as dores, melhorou muito o meu humor e disposição, além disso, fiquei também mais paciente. A prática nos traz também uma maior consciência corporal, que nos faz corrigir alguns vícios de postura que assumimos no dia a dia”, conta. Ela faz duas aulas por semana com o professor André Silva, que é coordenador do núcleo pernambucano da Associação Chin Woo Martial Arts Institute. Como médica, Lucely avalia ser importante conhecer outras alternativas terapêuticas, principalmente quando são práticas sociais, que colocam as pessoas em contato umas com as outras. André informa que há um interesse crescente pela arte milenar no Recife e no País, pois as pessoas têm buscado uma vida mais equilibrada, fazendo um contraponto à agitação do cotidiano das grandes cidades. Além disso, tanto essa atividade como outros pilares da medicina tradicional chinesa promovem uma redução do uso de medicamentos, que seria outra motivação para vários praticantes. “A vida moderna não permite mais momentos de reflexão. Temos muita informação e pressões diariamente. Isso adoece o corpo, que é tratado com medicamentos. As pessoas estão percebendo que o organismo não suporta tanto remédio e entendem que o corpo tem um processo natural de cura. O tai chi chuan é um estado de meditação em movimento, muito indicado para descarregar o estresse e trazer mais equilíbrio às emoções”, declara o professor André Silva. Para a terceira idade, especificamente, a professora Angela Soci afirma que o tai chi chuan se tornou mais popular. Na China há o costume das pessoas idosas de praticá-lo nas praças. “Os benefícios para a saúde são positivos para todas as idades. Mas para os idosos, a ciência já comprovou que a prática reduz o índice de quedas e fraturas dos membros inferiores, promove a recuperação do sistema cardiovascular e contribui nos processos de recuperação ortopédica, inclusive de cirurgias. Muitas pessoas que tiveram AVC estão utilizando o tai chi chuan para auxiliar na recuperação neurológica também”, enumera. Os benefícios diversos que têm sido revelados pelas ciências nas últimas décadas motivaram a USP a criar uma Especialização em Práticas Corporais da Medicina Tradicional Chinesa, que é coordenada pela professora Barlach. Ela afirma que no Brasil, a medicina reconheceu o tai chi chuan como uma prática integrativa e complementar desde 2006, já sendo praticada em unidades de saúde públicas. “Essa política busca incorporar os benefícios à saúde, de maneira a complementar os tratamentos médicos convencionais”. *Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafael@algomais.com)

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