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Junho Violeta alerta para o risco do ceratocone

Visão borrada, sensibilidade à luz e dificuldade para enxergar à noite. Esses são alguns dos sintomas do ceratocone, patologia corneana que tem como característica o afinamento da córnea e um aumento na sua curvatura. Essas alterações podem ocasionar o surgimento da miopia, elevação do grau de astigmatismo e piora da acuidade visual. “Muitos pacientes não sabem que têm ceratocone, uma vez que seus sintomas podem ser confundidos com os de um distúrbio refracional, como, por exemplo, o astigmatismo”, relata a oftalmologista Mirella Maranhão, do Hospital de Olhos de Pernambuco (HOPE). O desafio é o diagnóstico precoce da patologia, principalmente naqueles pacientes que apresentam progressão da miopia e astigmatismo, mas permanecem com uma acuidade visual com óculos normal e sem sinais clínicos típicos. “Por isso a importância da consulta periódica com o oftalmologista”, orienta. Além de avaliar o histórico familiar, pois a maioria dos casos de ceratocone tem relação com a hereditariedade, é necessário incluir alguns exames complementares. A topografia corneana possibilita a avaliação da superfície e curvatura da córnea e é considerado um bom exame para o diagnóstico. O ceratocone geralmente se manifesta na adolescência e é bilateral, com desenvolvimento assimétrico, ou seja, um olho pode ser mais acometido que o outro. Pode estar associado a outras alterações oculares, especialmente àquelas relacionadas a alergias e ao hábito de coçar os olhos. Sem tratamento, a piora da visão pode ser progressiva, inclusive podendo causar cegueira. O tratamento depende do estágio da doença. “As lentes rígidas são as que proporcionam uma melhora da qualidade e quantidade da visão. Essas lentes evoluíram muito nos últimos trinta anos e, hoje, possuem vários tipos e curvaturas. Mesmo em casos avançados, podemos adaptar as lentes esclerais e obter uma resposta satisfatória”, explica Mirella. O tratamento cirúrgico consiste no Crosslink, anel intraestromal e transplantes de córnea, esse último realizado naqueles casos avançados em que as lentes rígidas e o anel intraestromal já não são mais indicados. A evolução do ceratocone pode ser rápida ou levar anos. “O ideal é que todos os pacientes diagnosticados com ceratocone sejam acompanhados semestralmente em um centro de referência que disponha de todos os recursos para seu diagnóstico e tratamento”, orienta a oftalmologista. Prevenção – Algumas atitudes na rotina podem ajudar a prevenir e até mesmo evitar o desenvolvimento da doença. Pessoas com hábito de coçar os olhos possuem mais chances de desenvolvimento da doença, além de maior chance de progressão caso já tenha o diagnóstico, portanto esse hábito deve ser evitado.

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Células-tronco são usadas em estudo para combater a Covid-19

Pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), do Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR) e do Instituto Carlos Chagas da Fundação Instituto Oswaldo Cruz (ICC/FiocruzParaná) iniciaram uma pesquisa pioneira que usa células-tronco no tratamento de pacientes com a covid-19. O coordenador do Núcleo de Tecnologia Celular da PUCPR, Paulo Brofman, um dos líderes do projeto, disse que a doença se apresenta de maneira muito diversificada nos pacientes, envolvendo desde sintomas leves até situação pulmonar bastante grave, que leva à necessidade de intubação e apoio de prótese artificial ou de respirador. “Um grande problema desses pacientes que evoluem de maneira mais grave é que ocorre uma alteração que a gente chama de “tempestade de citocinas” e leva a uma inflamação respiratória muito grande que vai ocupar boa parte da estrutura pulmonar, fazendo com que a área de troca do CO2 pelo oxigênio diminua muito”, explicou Brofman. O Núcleo de Tecnologia Celular da PUCPR já tem vasta experiência com o uso de células tronco mesenquimais (CTMs), derivadas do tecido do cordão umbilical (TCU), para doenças pulmonares, desde pesquisa básica, pesquisa clínica e até em pesquisa clínica experimental. “E elas se mostraram muito próprias para isso, porque têm uma importante ação anti-inflamatória. Isso vai fazer com que a diminuição dessa carga viral de citocinas que estão produzindo essa reação inflamatória diminua de maneira significativa, fazendo com que as células que possam ir ao pulmão e complicar a situação dele, não façam esse caminho”, disse Paulo Brofman acrescentando que a expectativa é muito promissora, no sentido de tratar os pacientes já gravemente comprometidos. Injeção de células Nesse estudo piloto serão envolvidos 15 pacientes. Ontem (22), estava sendo incluído o paciente número quatro. Em até duas semanas, deverão ser incluídos todos os 15 pacientes selecionados, já internados na UTI de covid do Hospital das Clínicas da UFPR. O objetivo, disse Brofman, é utilizar células derivadas do cordão umbilical, que são isoladas e expandidas e, depois de feito o controle de qualidade, elas são injetadas nos pacientes por via endovenosa. “O nosso protocolo corresponde a 500 mil células injetadas a cada dia por três dosagens, ou seja, por quilo de peso. Um paciente recebe, aproximadamente, 1,5 milhão de células por quilo de peso”. A infusão intravenosa terá intervalos de 24 horas e será realizada em conjunto com o tratamento convencional, explicou. Paulo Brofman informou que já há comprovação de que essas células vão para o pulmão, onde exercem a função importante de imunomodeladora e anti-inflamatória que elas já produzem. “E a gente tem esperança que isso possa diminuir muito essa reação inflamatória, encurtando o tempo de necessidade de intubação e do uso do respirador, e impedindo que a lesão que fica instalada no pulmão, após a agressão por essas citocinas inflamatórias, não deixe cicatriz muito grande”. Brofman explicou que esse é um problema grande, porque mesmo os pacientes que estão sobrevivendo à covid-19 estão apresentando algum grau de sequela. A expectativa dos pesquisadores é que as células tronco possam reduzir também esse grau de lesão. As células tronco mesenquimais são produzidas na PUCPR, enquanto a FiocruzParaná vai mensurar as citoquinas inflamatórias. A ideia é que os primeiros resultados desse estudo piloto, envolvendo os 15 pacientes do Hospital das Clínicas da UFPR, tempo de intubação e de hospitalização, possam ser obtidos até o final de julho. Os pacientes serão acompanhados durante quatro meses. A ideia é avaliar a segurança do método utilizado, isto é, verificar que não causa dano ao paciente. Segundo estudo A utilização de células mesenquimais vem sendo usada para outras doenças pulmonares e síndromes da angústia respiratória em endemias passadas, mostrando também recuperação bastante adequada para os pacientes, salientou Brofman. Ele disse que estudos na China, em dez doentes, mostram evolução positiva para os pacientes que receberam células. Paulo Brofman disse que os pesquisadores aguardam aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a liberação de financiamento pelo Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para um segundo estudo, multicêntrico, englobando pacientes do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná. O projeto já tem aprovação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). Serão abordados 60 pacientes no total. A perspectiva é que a pesquisa seja realizada ainda este ano, começando até dois meses após a aprovação pela Anvisa e o término do ensaio piloto. O coordenador do Núcleo de Tecnologia Celular da PUCPR esclareceu, entretanto, que mesmo que a resposta seja positiva com esses novos 60 pacientes, o tratamento não poderá ser estendido para tratamento da covid-19. “O problema é que nós temos milhares de pacientes da covid e não vamos ter, provavelmente, células para essa quantidade enorme de pacientes que estão internados em UTIs”. Apesar disso, Brofman afirmou que existem meios de se produzir uma quantidade grande de células, destinada em especial para os pacientes mais graves. “Não vamos poder atender a todos os pacientes. Mesmo os vários laboratórios que são envolvidos com a pesquisa não têm como produzir essa quantidade tão grande de células para que a gente possa atingir esses milhares de pacientes que estão internados em UTI”. Disse porém que o estudo trará conhecimento na utilização de outros tipos de medicamento baseados nos princípios que a célula mesenquimal vai ensinar no controle da covid nesses pacientes. Paulo Brofman sustentou ainda que essas células têm grande potencial imunomodulador e um efeito antimicrobiano, reparam o tecido e, além disso, têm uma característica própria: elas são imunoprivilegiadas. Isso significa que a covid-19 não penetra nessas células. Outros ensaios A terapia celular para o tratamento do coronavírus já está sendo testada em ensaios clínicos nos Estados Unidos, China, Colômbia, França e Jordânia. São utilizadas CTMs, que atuam na modulação da resposta imunológica e na proteção de tecidos danificados. O efeito tem sido positivo na recuperação dos pacientes e está relatado repetidamente em vários desses ensaios, mesmo em pacientes idosos em estágio avançado da doença. Paulo Brofman informou que nos Estados Unidos, por exemplo, os testes com célula

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Recife: pesquisa inicia nova etapa de testes de coronavírus

A pesquisa EPICOVID19-BR, que estima a proporção de casos de infecção por coronavírus no Brasil, iniciou uma nova etapa a partir de ontem (21), com a meta de realizar 33.250 testes rápidos e entrevistas em Recife e em mais 132 cidades de todos os estados do país. Cerca de 2,6 mil pesquisadores do IBOPE Inteligência vão às ruas, nos dias 21, 22 e 23 de junho, para visitar residências e convidar 250 moradores a realizar testes rápidos para o coronavírus em cada uma das cidades incluídas na pesquisa. "É fundamental que a população aceite participar da pesquisa. Em cada cidade, por exemplo, é preciso realizar pelo menos duzentos testes, para que possamos apresentar estimativas sobre a real dimensão da Covid-19. Além de contribuir com o esforço coletivo de enfrentamento da pandemia, o participante tem a oportunidade de realizar o exame e saber o resultado na hora", diz a epidemiologista Mariângela Freitas da Silveira, integrante da coordenação do estudo. O Estudo de Prevalência da Infecção por Covid-19 no Brasil (EPICOVID19-BR), coordenado pela Universidade Federal de Pelotas com financiamento do Ministério da Saúde, é o maior levantamento populacional do mundo a estimar a prevalência de Covid-19. A segunda etapa da pesquisa apresentou evidências inéditas sobre a velocidade de expansão do coronavírus em 83 cidades do país. A proporção de pessoas que já contraíram o vírus no Brasil aumentou em 53% no período de duas semanas entre a primeira etapa, realizada de 19 a 21 de maio, e a segunda, de 4 a 5 de junho. Os dados mais recentes também mostram que, para cada diagnóstico confirmado, existem ao redor de seis casos reais não notificados na população. Para se ter uma ideia, as estimativas somam mais de 1,7 milhão de pessoas que têm ou já tiveram o coronavírus, contra o total de 296.305 casos notificados em 120 cidades brasileiras na véspera do segundo levantamento da pesquisa. Como funciona a pesquisa O estudo inclui a cidade mais populosa de cada uma das 133 sub-regiões definidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o território brasileiro. A seleção das residências e das pessoas que serão entrevistadas e testadas ocorre por meio de um sorteio aleatório, utilizando os setores censitários do IBGE como base. Para o exame, os pesquisadores coletam uma gota de sangue da ponta do dedo do participante, que será analisada pelo aparelho de teste em aproximadamente 15 minutos. Enquanto aguarda o resultado, o participante responde a perguntas sobre sintomas da Covid-19 nas últimas semanas, busca por assistência médica e rotina em relação às medidas de prevenção e isolamento social. Em caso de resultado positivo, os profissionais comunicam a Vigilância Epidemiológica local. Pesquisa disponibiliza canais de informação sobre visitas Os pesquisadores que realizam as visitas estão identificados por crachá do IBOPE Inteligência e utilizam os equipamentos de proteção individuais (EPIs): máscaras, toucas, aventais, sapatilhas (todos descartáveis), óculos de proteção e luvas. Todos os profissionais são testados e apenas aqueles que tiverem resultado negativo realizam as visitas domiciliares. O estudo tem aprovação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa e cumpre todos os requisitos de segurança necessários, para proteger os pesquisadores e a população. Em caso de dúvidas, os participantes podem entrar em contato para esclarecimentos sobre as visitas às casas pelos telefones 0800-800-5000, (11) 3335-8583, (11) 3335-8606; (11) 3335-8610, ou pelos e-mails pesquisa.covid-19@ufpel.edu.br e pesquisa.covid-19@ibopeinteligencia.com.

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São João em tempos de pandemia exige mais cuidados

Mesmo com a proibição das fogueiras e fogos neste período junino, como forma de prevenção da Covid-19, especialistas alertam para alguns cuidados que precisam ser observados para evitar problemas de saúde. A chegada do inverno em Pernambuco (no último dia 20 e junho) vem a temporada de chuvas e a consequente baixa da umidade do ar. Com essa mudança de estação é frequente o surgimento de doenças como gripes, resfriados, bronquite, entre outras, decorrentes da diminuição da imunidade, deixando o organismo mais vulnerável. Maior atenção para crianças e idosos, mais susceptíveis a esses males. O médica Andréa Figuerêdo, do Hospital Jayme da Fonte, orienta cuidados preventivos, em especial por estamos em meio a uma pandemia que fragiliza o sistema respiratório. “É importante a hidratação, o consumo de frutas com alto teor de vitamina C, como acerola e limão; distanciamento de ambientes com aglomerações; uso de agasalhos de proteção para a chuva e o frio”, explica. A médica também lembra que esses agasalhos – geralmente de pouco uso - devem estar previamente limpos e o ideal é que sejam secados ao sol. Os asmáticos precisam estar em dia com seu acompanhamento médico e, se fizer uso de algum remédio, tê-lo disponível. “Sem esquecermos das recomendações já de praxe para prevenção da Covid-19, que é a lavagem das mãos, uso de máscara e de álcool em gel para limpeza de objetos e ambientes”.

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Sistema identifica insuficiência respiratória pela voz

Da Agência de Notícias da Fapesp Além da temperatura, da oxigenação no sangue e da frequência cardíaca, a voz pode se tornar um parâmetro para ajudar a identificar mais rapidamente pacientes com suspeita de COVID-19. Por meio da análise da fala, pesquisadores vinculados ao Centro de Inteligência Artificial apoiado por FAPESP e IBM pretendem detectar a insuficiência respiratória, um dos principais sintomas da doença. O projeto, batizado de Spira – sigla de Sistema de Detecção Precoce de Insuficiência Respiratória por meio de Análise de Áudio –, está sendo desenvolvido com apoio do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FM-USP). Instalado no Centro de Inovação Inova USP, na Cidade Universitária, em São Paulo, o Centro de Inteligência Artificial é um dos Centros de Pesquisa em Engenharia (CPEs) financiados pela FAPESP. “A ideia é identificar pela voz se uma pessoa que está falando ao telefone ou na frente da tela de um computador, por exemplo, apresenta um nível de insuficiência respiratória que indique a necessidade de ir imediatamente para um hospital para ser avaliada por uma equipe médica”, diz à Agência FAPESP Marcelo Finger, professor do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP e coordenador do projeto. Para desenvolver o sistema, os pesquisadores criaram um programa para coletar gravações de frases como “o amor ao próximo ajuda a enfrentar o coronavírus com a força de que a gente precisa”, lidas por pacientes com COVID-19 internados no Hospital das Clínicas. As amostras de voz coletadas serão comparadas com as de pessoas sem a doença para identificação de padrões diferentes por programas baseados em inteligência artificial. Por meio de técnicas de aprendizado de máquina, como de redes neurais, o sistema irá aprender a identificar se uma pessoa apresenta insuficiência respiratória pela quantidade de pausas, respirações e outros padrões presentes na voz ao proferir uma sentença, por exemplo. Ao constatar que a pessoa apresenta insuficiência respiratória, o sistema emitirá um alerta para o profissional de saúde que está monitorando o paciente remotamente entrar em contato com ele ou com seu acompanhante para encaminhá-lo a um hospital. “A ideia é que o sistema facilite o trabalho de triagem dos pacientes pelas equipes médicas, principalmente no momento atual, em que o sistema de saúde está sobrecarregado”, afirma Finger. Para fazer um pré-treinamento do sistema, os pesquisadores pretendem usar um acervo de vozes de falantes de língua portuguesa, de todas as regiões do Brasil, reunidas ao longo dos últimos 50 anos. O sistema pré-treinado com essa quantidade de dados será adaptado para que com muito menos amostras de vozes consiga classificar se uma pessoa apresenta ou não insuficiência respiratória, explica Finger. “Esse projeto, que usará processamento de linguagem natural para fazer diagnóstico médico, está na fronteira do conhecimento. Pode ser que o grau de precisão que alcançaremos em uma primeira fase não seja o ideal. Mas também estamos aprendendo e abrindo uma via de pesquisa que pode ter inúmeras aplicações”, diz. Os pesquisadores participantes do projeto estão recebendo novos registros de voz por meio do site do projeto. Mais de 7 mil pessoas já acessaram a plataforma, gravaram três frases e contribuíram com a pesquisa. Percepção tardia O sistema será especialmente útil no diagnóstico da COVID-19 porque a doença tem progressão muito lenta. Por isso, a maioria dos pacientes percebe muito tardiamente a piora do quadro e demora para ir a um hospital, conta Anna Shafferman, professora da FM-USP e integrante do projeto. As pessoas que evoluem para quadros mais graves da doença começam a piorar só após o sétimo dia de infecção e entre o oitavo e o 11º dia ocorre uma piora súbita, disse a pesquisadora em um evento on-line promovido pelo Jornal da USP. “No começo da epidemia, perguntávamos por que as pessoas demoravam tanto para procurar um hospital. Constatamos que isso se deve ao fato de não notarem que estão piorando. Por isso, a orientação é não ficar em casa esperando perceber que está com insuficiência respiratória porque essa percepção é muito tardia”, diz. Uma das razões para a progressão lenta da doença é o tipo de comprometimento pulmonar, mais intersticial, que mantém a complacência dos pulmões e dá a falsa impressão para o paciente de que o órgão está funcionando bem, explica a pesquisadora. “É muito frequente os pacientes com COVID-19 apresentarem saturação de oxigênio entre 85 e 87, que são números muito baixos. Um sistema capaz de identificar esse quadro de insuficiência respiratória por meio da voz facilitará muito o diagnóstico”, avalia. O sistema também será muito útil mesmo após superada a epidemia de COVID-19, uma vez que a insuficiência respiratória é um sintoma comum de outras doenças, como a pneumonia, aponta a pesquisadora. “Os profissionais de saúde também vão poder usar esse sistema na triagem de pacientes em um pronto-socorro, por exemplo”, afirma.

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Covid-19: Mais leitos no interior de Pernambuco

O Sertão pernambucano passou a contar com novos leitos de terapia intensiva para o tratamento de pacientes da Covid-19. A novidade faz parte do processo de readequação do Hospital Professor Agamenon Magalhães (Hospam), localizado no município de Serra Talhada, atendendo ao plano de contingência do Governo de Pernambuco. A unidade conta, desde a última terça-feira (16.06), com 10 leitos de UTI. Com isso, a região passa a oferecer leitos com maior capacidade de resolução para atender os casos mais graves da doença, ampliando o atendimento especializado na região. Os leitos ofertados no hospital estão sendo regulados por meio da Central de Regulação de Leitos do Estado. “Desde o início da pandemia, temos um compromisso com a abertura de leitos para garantir a assistência aos pacientes com a Covid-19. Com este que já é o maior esforço sanitário, logístico e de mobilização de recursos humanos da história de Pernambuco, já abrimos 745 leitos de terapia intensiva e 946 de enfermaria à disposição, totalizando quase 1,7 mil leitos. Destes, 545 estão no interior do Estado. Foi graças a este grande esforço, aliado à contribuição dos pernambucanos que, quando puderam, ficaram em casa e adotaram um isolamento social rígido, que salvamos milhares de vidas e estamos conseguindo diminuir a curva de contágio da doença. Com esta mobilização de todos, também estamos vendo, dia a dia, uma diminuição na pressão sobre a rede de saúde. A ocupação média dos leitos dedicados à Covid-19, que já foi de 91%, hoje está abaixo de 60%. Além disso, no caso da terapia intensiva, que já teve lista com mais de 300 pacientes, hoje a taxa de ocupação dos leitos de UTI está oscilando entre 80 e 83% e com tendência de queda”, destacou o secretário estadual de Saúde, André Longo. Já no Agreste, em Caruaru, desde o começo da semana, está em funcionamento o hospital de campanha para o tratamento de pacientes com a Covid-19. O serviço fica localizado em terreno anexo ao Hospital Mestre Vitalino (HMV). A estrutura já conta com 10 leitos de UTI e 20 de enfermaria, ativos. A expectativa é que a unidade atinja, nas próximas semanas, um total de 100 novos leitos. O Hospital Mestre Vitalino ainda conta com outros 40 leitos de UTI e 30 de enfermaria. Além da ampliação da oferta de leitos no Hospital Professor Agamenon Magalhães, em Serra Talhada, e na estrutura do Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru, o Governo de Pernambuco ainda colocou em funcionamento, nesta semana, 10 leitos de enfermaria na Unidade Pernambucana de Atendimento Especializado (UPAE) de Garanhuns, outros 4 de UTI no Hospital João Murilo, em Vitória de Santo Antão, e 40 novos leitos de enfermaria no Hospital Referência Covid-19 – unidade Olinda (Maternidade Brites de Albuquerque). Com isso, já são 1.691 leitos dedicados à Covid-19 em todo o território pernambucano, sendo 745 de UTI. (Da Secretaria Estadual de Saúde)

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PCR monta postos volantes para vacinar crianças, gestantes e puérperas contra gripe

A partir desta terça-feira (16) até a próxima sexta (19), a Prefeitura do Recife disponibiliza 15 postos volantes para intensificar a vacinação contra gripe de três grupos prioritários que ainda não alcançaram as metas estabelecida pelo Ministério da Saúde: crianças de 6 meses a 5 anos de idade, gestantes e puérperas (mães no pós-parto - até 45 dias). No Recife, só 26,4%, 29,2% e 25,9% desses grupos foram imunizados na terceira fase da Campanha Nacional de Vacinação contra Gripe deste ano, que, em parte do período, coincidiu com a quarentena mais rígida (lockdown) na cidade. Na Campanha de Vacinação Contra Gripe deste ano, a Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife imunizou mais de 430 mil pessoas. Ainda há 160 mil doses disponíveis. A abertura de postos volantes acontece três dias depois do lançamento, no último sábado (13), da campanha "Vacina em dia, mesmo na pandemia" por parte do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a Sociedade Brasileira de Imunizações e a Sociedade Brasileira de Pediatria. Além de dar continuidade à vacinação em mais de 130 unidades de saúde da cidade, das 8h às 17h, até o dia 30 de junho, o Programa de Imunização do Recife disponibiliza a opção extra dos postos volantes, nesta semana, das 8h às 16h, como forma de ampliar o acesso de crianças, gestantes e puérperas à vacinação. Os locais foram escolhidos em áreas descobertas da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e incluem escolas, creches, Centros Comunitário da Paz (Compaz) e Sitio da Trindade, por exemplo. As listas dos 15 postos volantes e dos 130 pontos fixos de imunização podem ser conferidas no site da Prefeitura do Recife (www.recife.pe.gov.br). Nos locais de vacinação não acontece atendimento de pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de covid-19. A Sesau Recife também vai aproveitar para imunizar os usuários dos grupos prioritários em consultas já marcadas, além de tentar agendar previamente a vacinação, sempre que possível, para evitar aglomerações. Nas áreas cobertas pela Estratégia de Saúde da Família, serão feitas buscas ativas para imunizar crianças, gestantes e puérperas, assim como adultos de 55 a 59 anos e pessoas com deficiência. Os casos que necessitem de vacinação domiciliar também devem ser agendados. Nos postos fixos de imunização, nas 130 unidades de saúde, podem se vacinar, além das crianças de 6 meses a 5 anos de idade, gestantes e puérperas, os demais grupos prioritários da terceira fase da campanha: pessoas com deficiência, adultos de 55 a 59 anos e professores que ainda não se imunizaram. Ainda podem se vacinar, também, os grupos das primeira e segunda fases da campanha que ainda não se imunizaram: pessoas idosas, profissionais de saúde, pessoas com doenças crônicas não-transmissíveis e outras condições clínicas especiais (diabéticos, obesos, transplantados, entre outros), detentos e funcionários do sistema prisional, adolescentes e jovens em cumprimento de medida socioeducativa, profissionais das forças de segurança e salvamento (policiais, militares, bombeiros, guardas municipais etc), além dos portuários, caminhoneiros, motoristas e cobradores de transporte coletivo. DOCUMENTOS – Para agilizar a vacinação, o Programa de Imunização do Recife recomenda que os usuários levem um documento de identificação, a carteira de vacinação e o cartão SUS (se tiverem esses dois últimos). Parte do público-alvo precisa apresentar também documentos que provem a necessidade da imunização. Os professores e os profissionais de saúde, por exemplo, devem levar comprovantes laborais, como crachás ou carteira de trabalho. Já as mães no pós-parto devem levar documentação que comprove a realização do parto nos últimos 45 dias, como, por exemplo, a certidão de nascimento da criança. As pessoas com doenças crônicas não-transmissíveis e outras condições clínicas especiais devem apresentar prescrição médica especificando o motivo da indicação da vacina. Os portuários, caminhoneiros, motoristas e cobradores de transporte coletivo devem apresentar documento comprobatório, como carteira de trabalho, contracheque com documento de identidade, carteira de sócio dos sindicatos de transportes ou carteira de habilitação (categorias C ou E).

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Pernambuco tem menor ocupação de leitos de Covid-19 desde abril

De acordo com boletim publicado hoje pela Secretaria de Saúde do Governo do Estado, hoje (15.06), a Central de Regulação de Leitos de Pernambuco registrou a menor taxa de ocupação desde o dia 10 de abril, com 87%. O percentual indica que, no momento, há 115 vagas de terapia intensiva disponíveis para o tratamento da doença provocada pelo novo Coronavírus. Essa taxa de ocupação integra um conjunto de dados consolidados hoje pela Secretaria Estadual de Saúde, que apontam para uma tendência de queda dos indicadores no mês atual. O Ministério da Saúde divide o ano em 52 semanas epidemiológicas. A primeira semana de 2020 teve início no domingo, 29 de dezembro de 2019, e se encerrou no sábado, 4 de janeiro deste ano. O pico de óbitos e casos do novo coronavírus em Pernambuco foi registrado na semana epidemiológica 20 – de 10 a 16 de maio. Já o sistema de saúde teve a maior demanda por leitos de terapia intensiva na semana seguinte, de 17 a 23 de maio. “Analisando os dados, é possível perceber claramente uma redução nas últimas três semanas. São números importantes, mas precisamos manter a cautela e a responsabilidade na condução dos próximos passos. A epidemia não tem se comportado de maneira uniforme em todo o Estado. Tivemos um aumento de demanda por leitos de UTI no Agreste e Zona da Mata, motivo pelo qual essas regiões não acompanharam a reabertura do varejo nesta segunda-feira, como o restante do Estado”, afirmou o governador Paulo Câmara. Para estabelecer os gráficos da evolução dos casos, óbitos e demandas de UTI por semana epidemiológica, o Gabinete de Enfrentamento à Covid-19 utilizou os dados da saúde relativos à data de ocorrência do fato. “Estamos sendo bem conservadores na avaliação dos dados ao utilizar as informações de casos e óbitos até a semana 23. Não avaliamos a semana 24, encerrada no último sábado, por admitir que os números podem sofrer uma variação significativa, com exames ainda a serem concluídos. Já os dados de solicitações de UTI não sofrem esse atraso, e os indicadores mais recentes estão nas nossas planilhas”, explicou o secretário de Planejamento e Gestão, Alexandre Rebêlo. Por sua vez, o secretário de Saúde, André Longo, adiantou as próximas etapas do enfrentamento da epidemia. “Teremos ainda a expansão do número de leitos, tanto na Região Metropolitana do Recife quanto no interior, além do aumento na capacidade de testagem e o reforço da mensagem para que as pessoas continuem fazendo o isolamento social e saindo de casa apenas em casos de extrema necessidade. Ainda teremos um tempo longo de convívio com a doença e todos precisamos nos adaptar”, concluiu Longo. (Do Governo de Pernambuco)

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São Paulo promete produzir vacina contra o novo coronavírus

Da Agência Brasil O governador de São Paulo, João Doria, anunciou que São Paulo vai produzir uma vacina contra o novo coronavírus. Isso será possível por uma parceria que foi firmada entre o Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac Biotech. A vacina é inativada, ou seja, contém apenas fragmentos do vírus mortos ou com baixa atividade. Com a aplicação da dose, o sistema imunológico passaria a produzir anticorpos contra o agente causador da covid-19. “Hoje é um dia histórico para São Paulo e para o Brasil, assim como para a ciência mundial. O Instituto Butantan fechou acordo de tecnologia com a gigante farmacêutica Sinovac Biotech para a produção de vacina contra o coronavírus”, falou João Doria, governador de São Paulo. “Essa vacina do Instituto Butantan é das mais avançadas contra o coronavírus. E estudos indicam que ela estará disponível no primeiro semestre do próximo ano, ou seja, até junho do próximo ano. Com essa vacina poderemos imunizar milhões de brasileiros”, acrescentou. A vacina, chamada de CoronaVac, está em fase adiantada de testes. Ela já está na terceira etapa, chamada clínica, de testagem em humanos. “Um coronavírus é introduzido em uma célula do tipo Vero. Essa célula é cultivada em laboratório. O vírus se multiplica. No final, o vírus é inativado e incorporado na vacina, que será aplicado na população”, explicou Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan. O investimento do Instituto Butantan para os estudos nessa fase clínica é de R$ 85 milhões. Segundo Dimas, há no mundo hoje 136 vacinas contra o novo coronavírus em desenvolvimento, mas apenas dez delas atingiram a etapa de estudos clínicos. Três estão em fases ainda mais adiantadas de testes e a CoronaVac é uma delas. Fase clínica O desenvolvimento de uma vacina é feito em etapas. A primeira delas é a fase laboratorial, onde é feito a avaliação de qual a melhor composição para a vacina. A segunda etapa, chamada de pré-clínica, é a de testes em animais. A terceira etapa é a chamada fase clínica, de testes em humanos. Essa terceira etapa é dividida em três fases. As fases 1 (inicial, que avalia se a vacina é segura) e 2 (que conta com uma maior quantidade de voluntários e avalia a eficácia do produto) já foram realizadas na China, com sucesso. Agora a vacina está entrando na fase 3, que será realizada no Brasil, com 9 mil voluntários, de todo o país, iniciando por São Paulo. Essa fase, que é um estudo populacional, deve ser começar já no mês de julho. “Dentro de aproximadamente três semanas, 9 mil voluntários estarão sendo testados aqui no Brasil”, disse Doria. “Na fase inicial [da vacina] foram feitos estudos em macacos. Os resultados foram publicados na revista científica Science. A fase 1 [de testagem clínica] contou com 144 voluntários [chineses] e, a fase 2, com 600 voluntários na China. E a fase 3 será agora feita no Brasil”, explicou Dimas Covas. Caso os testes feitos com esses 9 mil voluntários, na fase 3, se mostrem positivos, a vacina entrará na etapa de registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e então começará a ser produzida em larga escala. A expectativa do Instituto Butantan é de que a vacina poderá estar disponível para a população em junho de 2021. “Comprovada a eficácia e segurança da vacina, o Instituto Butantan terá o domínio da tecnologia e ela poderá ser produzida em larga escala no Brasil para fornecimento ao SUS [Sistema Único da Saúde] de forma gratuita até junho de 2021”, falou o governador. Então, caso ela seja aprovada, será produzida em larga escala tanto na China quanto no Brasil. O Butantan tem capacidade de produzir 1 milhão de vacinas por dia em sua fábrica de gripes”, disse Covas. As primeiras pessoas a serem vacinadas no Brasil, segundo Dimas Covas, serão as dos grupos de maior risco, como idosos e/ou com comorbidades, ou seja, doenças pré-existentes. Sinovac Por meio de nota em seu site, a Sinovac Biotech informou que os resultados pré-clínicos “promissores sobre o CoronaVac foram publicados recentemente na revista científica Science, em um artigo afirmando que o candidato a vacina é seguro e fornece proteção a macacos rhesus por meio de um estudo de desafio com animais”. Segundo a farmacêutica, a Sinovac está construindo uma fábrica comercial de produção de vacinas na China, que deverá fabricar até 100 milhões de doses de CoronaVac a cada ano. “Estamos orgulhosos em participar da luta contra a covid-19 e esperamos trabalhar com o Instituto Butantan para ajudar o povo do Brasil. Por meio dessa parceria, a Sinovac poderá aumentar a velocidade sem precedentes do desenvolvimento da CoronaVac, sem comprometer nossos padrões e procedimentos de segurança”, disse Weidong Yin, presidente da Sinovac.

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Vacina brasileira contra Covid-19 será testada em animais pela Fiocruz

Da Agência Brasil Uma vacina contra a covid-19 será testada em seres vivos pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos). O teste será em modelo animal, fase de desenvolvimento chamada de estudos pré-clínicos. A informação foi divulgada em nota pela Fiocruz. “A abordagem do projeto é de uma vacina sintética, com base em peptídeos antigênicos de células B e T – ou seja, com pequenas partes de proteínas do vírus capazes de induzir a produção de anticorpos específicos para defender o organismo contra agentes desconhecidos – neste caso, o Sars-CoV-2 [covid-19]”, explicou a Fiocruz. Segundo o instituto, essas biomoléculas, identificadas em modelo computacional (in silico), foram produzidas por síntese química e validadas in vitro. Os peptídeos foram acoplados em nanopartículas, que funcionam como uma forma de “entrega”, para apresentar essas biomoléculas para o sistema imune com melhor imunogenicidade e ativar sua defesa. “As vantagens da abordagem vacinal sintética são a rapidez no desenvolvimento em comparação às metodologias tradicionais e o não requerimento de instalações de biossegurança nível 3 para as primeiras etapas de desenvolvimento (sendo necessárias somente a partir dos estudos pré-clínicos), bem como o custo reduzido de produção e a estabilidade da vacina para armazenagem”, detalhou a Fiocruz. A fundação explicou que, na próxima etapa, serão feitas formulações vacinais com essas biomoléculas acopladas em nanopartículas, para avaliação in vivo, onde serão obtidos os primeiros resultados relacionados à imunidade conferida ao novo coronavírus. “A partir dos resultados dos estudos pré-clínicos, parte-se para a fase dos estudos clínicos de fases I, II e III. De qualquer forma, mesmo em processo acelerado de desenvolvimento tecnológico e, obtendo resultados positivos em todas as etapas futuras, a vacina autóctone de Bio-Manguinhos/Fiocruz não chegará ao registro antes de 2022”, concluiu.

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