Cultura e história - Página: 10 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Cultura e história

Sociedade luta pela preservação do patrimônio histórico do Paulista

Instituto Histórico, Geográfico, Arqueológico e Antropológico do Paulista articula várias ações para preservar a memória da identidade local. *Por Rafael Dantas Vizinha de municípios com amplo patrimônio arquitetônico, como Olinda e Igarassu, a cidade do Paulista tem se destacado na luta pela preservação de sua história. Conhecida pelo passado industrial têxtil da família Lundgren, ainda abriga lugares de diferentes períodos históricos, como o Forte de Pau Amarelo, com aproximadamente 300 anos, e as ruínas da Igreja Nossa Senhora dos Prazeres de Maranguape. A criação recente do IHGAAP (Instituto Histórico, Geográfico, Arqueológico e Antropológico do Paulista), em 2023, um desdobramento do Movimento Pró-Museu, tem reforçado a defesa da preservação desses edifícios de grande importância para a identidade local. As iniciativas para preservar o patrimônio histórico do Paulista são variadas e ambiciosas, especialmente por meio do IHGAAP. “Queremos oficializar junto ao Iphan a existência de um centro histórico que reflita tanto o período colonial quanto o operário têxtil da cidade" que já foi o maior parque têxtil da América Latina. Essa história precisa ser resgatada”, afirma Ricardo Andrade, presidente do instituto e historiador. A falta de reconhecimento formal desse patrimônio dificulta o acesso a recursos financeiros para o município. Sem um centro histórico oficializado, Paulista ficou de fora dos investimentos do PAC Cidades Históricas. Recife, Olinda, Igarassu e Goiana, por exemplo, já possuem essa “distinção” e puderam concorrer. As disputas recentes mais intensas pela preservação do patrimônio arquitetônico da cidade estiveram em volta do Cine-Teatro Paulo Freire. Fundado em 1944, o espaço está em ruínas. Há um projeto municipal para a construção de um complexo multicultural, que derrubaria a estrutura atual. Mas a iniciativa recebe críticas dos cidadãos que têm interesse na preservação da memória da cidade. Uma ação de embargo evitou a demolição. Bernadete Serpa, escritora e ex-funcionária das fábricas têxteis da cidade, estava presente na inauguração do espaço, quando era criança. Na época, com o nome de Cine-Teatro Municipal, ele recebeu na sua cerimônia de abertura a visita do então interventor Agamenon Magalhães. Ela lembra que o político brincou com o cabelo dela ao entrar no prédio. “Sou da primeira turma do Grupo Escolar Dantas Barreto, fundado no dia 28 de maio de 1944, em plena guerra. Ele foi inaugurado no mesmo dia do teatro, eu não me esqueço porque Agamenon brincou com os cachinhos do meu cabelo quando ele entrou no auditório, de noite. Eu fui atriz do Teatro Paulo Freire, com uns 17 anos. Recentemente vieram com um megaprojeto para o local. Já está demolido o teto do grupo escolar e do teatro, além de uma sala anexa muito especial”, afirma a escritora. Além da destruição do prédio, que integra a identidade patrimonial da cidade, uma das críticas do instituto ao projeto é pelo fato de o teatro ter sua capacidade reduzida. Enquanto as instalações antigas comportavam 400 lugares, sua nova versão proposta pela prefeitura é de que tenha 250 assentos. A falta de diálogo com a classe artística no redesenho do projeto também é questionado pela população. O valor da obra de todo o complexo, anunciado no ano passado, foi de R$ 10 milhões. Só a construção do novo-cine teatro custará R$ 7 milhões segundo o último anúncio da Prefeitura do Paulista. Outra reclamação dos defensores do patrimônio do Paulista é acerca do Forte de Pau Amarelo. Ele foi construído no Século 18, tendo suas obras iniciadas em 1729. No século seguinte, após a chegada da família real ao Brasil, há um projeto de reconstrução, que duraria décadas. Apesar de uma trajetória secular, vindo ainda do período colonial e construída no local por onde os holandeses invadiram Pernambuco anteriormente, a fortificação foi abandonada. Nos últimos anos, a Prefeitura do Paulista anunciou uma revitalização, com previsão de restauro de equipamentos históricos, das instalações sanitárias, hidráulicas e elétricas, concretagem, remoção e reassentamento de telhas, pinturas, entre outros serviços. O investimento anunciado em 2023 era de R$ 340 mil. Neste ano, o poder municipal anunciou uma vistoria, mas sem declarar uma previsão de conclusão. “Para esse tipo de obra é preciso uma empresa com notória especialidade na área de preservação e restauro. As obras estão ‘às baratas’. O Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural está parado também. É o segundo de Pernambuco, após fundado o de Paulista. Infelizmente, essa pauta da preservação, da identidade e da memória não existe”, critica Ricardo. “Nossa luta no Instituto, o bom combate, é para que haja ações e políticas públicas voltadas para a preservação do patrimônio”. Procuramos o poder municipal para se pronunciar sobre as obras em andamento, mas até o final desta edição não houve resposta. PATRIMÔNIO RELIGIOSO O ícone mais conhecido da cidade de Paulista é a Igreja de Santa Isabel Rainha de Portugal. Inaugurada em 1950, ela está preservada e em atividade. Porém, o patrimônio religioso da cidade guarda outros templos importantes Quem redescobriu as ruínas da antiga Igreja Nossa Senhora dos Prazeres foi o padre Renato Maia, que chegou na cidade nos anos 1980. “Quando se fala em Paulista, o que vem à mente das pessoas é a história dos Lundgren, da Fábrica de Tecidos e das Casas Pernambucanas. Quando cheguei, falava-se de uma igreja em ruínas no meio da mata”, relembra o religioso. Ele relembra que ao estudar a obra do historiador Pereira da Costa descobriu que, para comemorar a expulsão dos holandeses, foram construídas duas igrejas em homenagem a Nossa Senhora dos Prazeres. Uma no Monte dos Guararapes e outra no chamado na época Monte Maranguape. Ela foi construída por Fernandes Vieira em 1656. “A igreja estava em ruínas, não tinha condições para nada. Era muito difícil de chegar, com muito mato ao redor. Descobrimos o lugar, fizemos caminhadas e celebrações nas proximidades das ruínas. Minha preocupação sempre foi de criar essa identidade e um sentimento pela história da cidade”, afirmou o padre Renato. O processo de ocupações irregulares na região é um fator atualmente que pressiona pela manutenção dessas ruínas. O pleito do religioso e dos membros do instituto é de que haja ao menos um

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Escritores pernambucanos brilham na 27ª Bienal do Livro de São Paulo

Autores de Pernambuco participam de eventos e sessões de autógrafos, destacando-se na programação da feira literária. Os escritores pernambucanos Fernanda Castro, Juliano Ferro e Mirela Paes são alguns dos destaques confirmados para a 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que acontece de 6 a 15 de setembro no Anhembi. Com uma programação diversificada que inclui mais de 150 horas de atividades e a presença de mais de 330 autores nacionais e internacionais, Pernambuco estará representado por esses três talentos, que trarão ao evento suas experiências literárias e obras publicadas. Fernanda Castro, natural do Recife, é conhecida por suas obras de fantasia como "O Fantasma de Cora" e "Lágrimas de Carne". Na Bienal, ela participará de vários eventos, incluindo um bate-papo na Arena Cultural no dia 6 de setembro e uma sessão de autógrafos no estande da Companhia das Letras no dia 9 de setembro. Além disso, Fernanda também falará sobre sua experiência no mercado editorial durante o Papo de Mercado, abordando o tema “Escrevi um livro, e agora?” em 12 de setembro. Mirela Paes, também recifense, é uma escritora que acredita na magia das palavras e frequentemente explora temas femininos e fortes em suas obras. Ela participará de um bate-papo sobre o processo de publicação de livros no estande da Amazon Kindle no dia 13 de setembro, seguido de uma sessão de autógrafos. Mirela também estará disponível para encontros diários com leitores e criadores de conteúdo, reforçando seu compromisso em se conectar com o público. Juliano Ferro, nascido em Caruaru e criado em São Bento do Una, trará sua experiência de vida e suas obras para a Bienal. Ele estará no estande da All Print Editora durante todo o evento, oferecendo autógrafos e participando de encontros informais com leitores. Com um histórico acadêmico em Ciências Contábeis e Direito, além de uma carreira no serviço público, Juliano demonstra a diversidade de talentos literários que Pernambuco tem a oferecer. Serviço:Bienal Internacional do Livro de São PauloData: 6 a 15 de setembro de 2024Local: Av. Olavo Fontoura, 1209 - Santana, São PauloIngressos a partir de R$ 17,50.Mais informações no site: Bienal do Livro SP.

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Musical Pernambucano "Capiba, pelas ruas eu vou" encanta público em São Paulo

Apresentações lotadas celebram a obra de Capiba e a arte-educação do projeto Aria Social. O musical pernambucano "CAPIBA, pelas ruas eu vou", dirigido por Cecília Brennand e com direção musical de Rosemary Oliveira e direção artística de Ana Emília Freire, conquistou o público paulista em sua recente turnê. Com um total de seis apresentações realizadas entre 05 e 14 de agosto, o espetáculo foi aplaudido por cerca de quatro mil espectadores em São Paulo. A turnê incluiu apresentações no Teatro Santander e no Teatro Sabesp Frei Caneca, na capital, além de uma sessão no Teatro Humberto Sinibaldi Neto, em São José do Rio Preto. O espetáculo contou com um elenco formado por 39 bailarinos-cantores, todos alunos do projeto social Aria Social, além de uma orquestra de câmara composta por 17 músicos. O sucesso das apresentações foi garantido pelo trabalho de uma equipe de 100 pessoas, incluindo técnicos de som e luz, videógrafos, figurinistas e outros profissionais. A produção destacou-se pela qualidade técnica e artística, utilizando mais de 80 equipamentos de luz e som e cerca de 300 figurinos, e emocionou o público com a interpretação da obra-prima "Missa Armorial" de Capiba. Sobre o Projeto Aria Social O projeto Aria Social, responsável pelo musical, é uma iniciativa de arte-educação que visa transformar a vida de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade na Região Metropolitana do Recife. O projeto oferece formação completa em música e dança para 588 alunos, além de capacitar 140 mães artesãs em técnicas de artesanato e empreendedorismo social através do projeto Casa de Maria. O objetivo é promover a inclusão social e a valorização da cultura pernambucana através da arte. Como Ajudar: Para contribuir com o Aria Social, você pode fazer doações únicas, mensais, ou apadrinhar a escola. Doações também podem ser feitas via transferência bancária utilizando a chave: 07.041.925/0001-20. Para mais informações, visite o site ariasocial.ong.br/quero-ajudar ou ligue para (81) 3341.1014.

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Mostra da Diversidade Sexual no Sertão do Pajeú: Inscrições Abertas para Oficinas de Audiovisual

Evento acontece de 16 a 19 de setembro em Afogados da Ingazeira (PE), com atividades gratuitas voltadas ao cinema e debates sobre diversidade sexual. A 3ª Mostra da Diversidade Sexual no Sertão do Pajeú acontecerá em setembro, na cidade de Afogados da Ingazeira, Pernambuco. O evento, que já se consolidou como um importante espaço de discussão e expressão artística na região, ocorrerá de 16 a 19 de setembro no Cine São José. Além da exibição de curtas-metragens que exploram temas como gênero, sexualidade e religiosidade, a mostra promoverá oficinas, debates e formações, incentivando a produção audiovisual local e regional. Este ano, duas oficinas já estão com inscrições abertas e são oferecidas gratuitamente. A oficina online "Olhar", realizada em parceria com o projeto F(r)icções, abordará diferentes tipos de escrita cinematográfica, como resenha, crítica e ensaio. Ministrada por Márcio Andrade e Sandro Alves, profissionais renomados na área, a formação ocorrerá de 16 a 19 de setembro, com aulas online no período da manhã. As inscrições vão até 6 de setembro, e os selecionados serão divulgados no dia 11. A segunda oficina, "Elaboração de Minidocumentário", será conduzida pelo cineasta Marlon Meirelles e ocorrerá presencialmente na Associação de Moradores do Bairro Borges, em Afogados da Ingazeira. Com 15 vagas disponíveis, a formação será realizada de 14 a 16 de setembro, das 14h às 17h. As inscrições também são gratuitas e devem ser feitas até 10 de setembro. Esta é uma oportunidade única para quem deseja aprender mais sobre a produção de documentários e se engajar em debates relevantes sobre diversidade sexual no sertão pernambucano. Serviço:

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Palavra Cifrada promove maratona literária nesta sexta (30) e sábado (31)

Entre os participantes das atividades estão autores renomados como Xico Sá, Marcelino Freire, Samarone Lima, João Cézar de Castro Rocha e Cícero Belmar A confluência entre as diferentes artes e a literatura, as relações entre a literatura pernambucana com o panorama mundial, celebração da leitura e homenagens a grandes escritores de Pernambuco são algumas das atrações do Festival Palavra Cifrada nesta sexta (30) e sábado (31). Entre os participantes das atividades estão autores renomados como Xico Sá, Marcelino Freire, Samarone Lima, Cícero Belmar e João Cézar de Castro Rocha. Depois de romper as fronteiras das páginas dos livros nas cidades de Afogados da Ingazeira, Vitória de Santo Antão e Garanhuns, o Palavra Cifrada aporta na capital pernambucana para celebrar a leitura e a força da palavra em Pernambuco. São diversas atividades e reflexões sobre a literatura contemporânea, com destaque para a produção local, no evento aberto ao público. Abrindo o festival na sexta-feira, a partir das 10 horas, um grupo de poetas abre o festival realizando performances nos mercados públicos da Boa Vista, Casa Amarela, Encruzilhada e Peixinhos. Em seguida, às 17 horas, o escritor Cícero Belmar conversa com o crítico Luís Reis sobre “A importância do teatro de texto e do texto para o teatro numa sociedade cada vez mais teatral”, refletindo sobre a prosa nas artes cênicas na Livraria do Jardim. Em homenagem a “Perto do Coração Selvagem”, o primeiro romance da recifense Clarice Lispector publicado há 80 anos, às 18 horas acontece a conferência “A Palavra bem perto do coração" com os especialistas nas obras da autora Anco Márcio Tenório Vieira e Yasmin Gallindo. Encerrando o dia, o consagrado escritor Marcelino Freire comanda bate-papos e recitais e outras atrações com poetas e agentes culturais da cidade na Pré-balada Literária às 19 horas. Trata-se de uma versão intimista da festa literária que nasceu em 2006, onde o autor mobiliza livreiros, donos de bar, donos de sebo, escritores e escritoras para celebrar a atividade literária na Livraria do Jardim. Sendo redescoberto pelo público leitor, o poeta pernambucano Solano Trindade é homenageado no recital “A Palavra Trindade - Um livro faz 80 anos”, onde o escritor Samarone Lima lerá o livro do poeta do povo: Poemas d'uma vida simples no sábado (31) a partir das 15 horas na Livraria do Jardim. Haverá microfone aberto para autores/autoras que queiram participar da celebração a Solano. Ainda no sábado, outra celebração a um escritor pernambucano: Maria Valéria Rezende, uma das principais vozes da literatura brasileira do século 21, realiza a conferência “Essa tal felicidade em Felicidade clandestina de Clarice Lispector” tratando do sentimento que dá título a um dos mais celebrados livros da escritora pernambucana às 16 horas na mesma livraria. Xico Sá se une a João Cezar de Castro Rocha, escritor, historiador, enxadrista e professor de literatura comparada, e um dos mais atuantes críticos da cultura brasileira, para refletir sobre as relações entre a literatura da Europa e a perspectiva na América Latina na conferência “Franz Kafka e as metamorfoses na América Latina”. Os escritores partem da obra do autor tcheco para dialogar com a vida cotidiana no nosso continente. O show “A Palavra sagrada” encerra a edição 2024 do Palavra Cifrada, com Carlos Gomes e Maju Cavalcanti apresentam o show lítero-musical “Na boca muitos nomes”, espetáculo de poesia que entrelaça poemas e canções dos dois artistas num grande concerto, a partir das 20h, na Livraria do Jardim. O Festival Palavra Cifrada é realizado pela produtora Nós Pós. Sob a direção geral do produtor cultural Alexandre Melo e com a direção de produção de Hudson Wlamir, conta com incentivo do Funcultura. Tem curadoria do escritor Sidney Rocha, é totalmente gratuito e conta com tradução em LIBRAS em todas as suas atividades. Mais informações no Instagram @nosposprodutora. SERVIÇO: Festival Palavra Cifrada Livraria do Jardim (Av. Manoel Borba, 292) 31 e 1 de setembro @nosposprodutora

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Ética, Vida e Morte em “Kairós: Minióperas de um Tempo Oportuno”

Montagem inédita explora temas universais através de minióperas com uma abordagem inovadora. Espetáculo é gratuito e será realizado no Teatro Hermilo Borba Filho. A produção “Kairós: Minióperas de Um Tempo Oportuno” chega ao Teatro Hermilo Borba Filho trazendo uma experiência única para os amantes do canto lírico e do teatro. Composta por quatro minióperas que exploram o conceito de tempo e as questões existenciais de vida e morte, a montagem é uma criação coletiva de alguns dos maiores expoentes da música erudita de Pernambuco. Assinada pela diretora musical Maria Aída Barroso e com libreto de Luiz Kléber Queiroz, a obra propõe uma reflexão profunda sobre a natureza humana, utilizando o surrealismo e o teatro do absurdo como principais influências. O elenco é formado por cantores experientes e promissores do canto lírico recifense, como Anita Ramalho, Lucas Melo, e Josie Emanuele, além de músicos que executarão as composições ao vivo. A cenografia e os figurinos, concebidos por Marcondes Lima, fogem do convencional e se aproximam do surrealismo, propondo uma releitura visual que dialoga diretamente com os temas abordados nas minióperas. O palco em formato de arena proporciona uma proximidade maior com o público, criando uma atmosfera intimista que valoriza a atuação tanto quanto o canto. “Kairós” será apresentado de 29 a 31 de agosto, às 20h, no Teatro Hermilo Borba Filho, com entrada franca. A montagem é uma iniciativa da 25 Produções e Publicidade, sob a direção geral de Luiz Kléber Queiroz, e é resultado de um esforço colaborativo entre músicos, cantores e artistas visuais. Além disso, o espetáculo contará com intérpretes de Libras em todas as sessões, promovendo inclusão e acessibilidade. O ensaio geral será aberto ao público na segunda-feira, 26 de agosto, às 19h, no Teatro Milton Bacarelli, proporcionando uma oportunidade única para o público entender o processo criativo e técnico por trás da obra. Serviço:

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Festival de Ópera de Pernambuco celebra compositor pernambucano Euclides Fonseca

O maestro Wendell Kettle foi responsável por orquestrar a obra "A Princesa do Catete", que integra o acervo da biblioteca do Instituto Ricardo Brennand. O Festival de Ópera de Pernambuco (FOPE), que teve início na última sexta-feira (23), no Teatro de Santa Isabel, chega à sua quinta edição trazendo uma homenagem aos 170 anos de nascimento do compositor Euclides Fonseca (1854-1929), o primeiro compositor de óperas nascido em Pernambuco. O evento, que segue até o dia 08 de setembro, é uma realização da Academia de Ópera e Repertório e da Sinfonieta da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), sob direção artística do maestro Wendell Kettle, com incentivo do Funcultura para duas óperas. Nesta edição, entre os trabalhos que serão apresentados, o maestro Wendell Kettle resgata a obra "A Princesa do Catete", ópera composta por Euclides Fonseca em 1883 e que integra o acervo da Biblioteca José Antônio Gonsalves de Mello, do Instituto Ricardo Brennand. A obra foi composta a partir do libreto escrito pelo também pernambucano Carneiro Vilela (1846-1913), escritor conhecido e um dos fundadores da Academia Pernambucana de Letras. A parceria entre o compositor e o escritor resultou em uma comédia única, com valor imensurável para a cultura de Pernambuco e do Brasil. A montagem desta ópera é mais do que uma celebração da história musical do estado, ela se revela, acima de tudo, como um convite para que o público conheça e valorize essa herança. "Essa dobradinha entre Euclides Fonseca e Carneiro Vilela é de um valor cultural muito importante. Então queremos que todos possam vir, assistir e prestigiar, para conhecer e para valorizar a ópera produzida aqui no nosso Estado", destaca o maestro Wendell Kettle. O trabalho exigiu a orquestração de "A Princesa do Catete", que é a definição de quais instrumentos tocam em cada parte da música, as melodias, as harmonias e os ritmos. "É sempre um desafio você traduzir na composição textural de uma orquestra a linguagem que o compositor expressou no piano. Então eu procuro sempre ter um estudo do ritmo dramático da obra para saber como orquestrar determinado momento", explica o maestro e idealizador do festival Wendell Kettle. Essa não é a primeira vez que Wendell Kettle faz o trabalho de orquestração de óperas de Euclides Fonseca. O mesmo trabalho precisou ser feito com as óperas "Leonor" e "Il Maledetto", apresentadas em edições anteriores do FOPE. "A primeira ópera de Euclides Fonseca, "Leonor", tem duas versões. Uma versão de 1883, que ele mesmo orquestrou, e depois ele fez uma versão com piano, em 1915. Nós juntamos essas duas versões para que a gente pudesse ter uma ópera de uma duração maior", explica o maestro. A restauração das obras de Euclides Fonseca é um trabalho meticuloso, que envolve não apenas a modernização da orquestração, mas também a preservação da essência original das composições. O processo de orquestração é crucial, ainda, para a valorização e modernização do repertório operístico local, possibilitando que essas obras sejam mais acessíveis e atraentes para novos públicos. "Também restauramos a obra "Il Maledetto", um drama bíblico em um ato, baseado na história de Caim e Abel. Do "Il Maledetto", a gente tem uma abertura orquestrada, mas com uma orquestração não convencional para os dias de hoje. Então nós modernizamos a orquestração da abertura, colocamos o violoncelo e complementamos com alguns outros instrumentos", complementa Wendell Kettle. A Academia de Ópera e Repertório da UFPE tem desempenhado um papel crucial nesse processo de restauração e divulgação das obras de Fonseca. A expectativa é que o projeto se complete no próximo ano, com a montagem de "As Donzelas d'Honor". Além disso, há planos para uma parceria com a Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), coordenada pela professora Melina Peixoto, que estudou "A Princesa do Catete" em seu doutorado, visando ampliar a visibilidade das obras de Fonseca. Sobre Euclides Fonseca Euclides de Aquino Fonseca é uma figura histórica de grande importância para a música pernambucana. Natural do Recife, ele foi pioneiro na composição de óperas no estado. No festival deste ano, a escolha de "A Princesa do Catete" reflete a vontade de resgatar e celebrar o legado cultural deixado por Fonseca. Abolicionista, compôs em 1888 um Te Deum para comemorar a abolição dos escravos. O compositor atuou também como crítico musical, professor, pianista e maestro, com atuação de destaque no Club Carlos Gomes, sociedade artística amadora atuante no século XIX em Pernambuco. É patrono da cadeira de no 26 da Academia Brasileira de Música e membro da Academia Pernambucana de Música. Em 1925, escreveu e publicou, pela editora do Diario de Pernambuco, o livro "Um século de vida musical em Pernambuco". Euclides Fonseca chegou a ser convidado a continuar os estudos de piano na Alemanha, mas recusou o convite com receio da distância da família, bem como de tornar-se ingrato ao seu país. Por razões semelhantes, recusou convites feitos por Carlos Gomes, o compositor de ópera mais importante do país, para trabalhar em Belém, no Pará, e também a proposta feita pelo regente Alberto Nepomuceno, para seguir para o Rio de Janeiro. Sobre o V Festival de Ópera de Pernambuco O Festival de Ópera de Pernambuco começou na última sexta-feira (23) e segue até 08 de setembro, no Teatro de Santa Isabel. A realização é da Academia de Ópera e Repertório e da Sinfonieta UFPE, sob direção artística do maestro Wendell Kettle. No primeiro fim de semana, o público conferiu a obra "O Menino Maluquinho", ópera composta pelo maestro Wendell Kettle em homenagem ao icônico personagem do escritor Ziraldo. O elenco do espetáculo infanto-juvenil era composto apenas por crianças. No último fim de semana do evento, a ópera apresentada será “O Elixir do Amor", trabalho do italiano Gaetano Donizetti. Os ingressos custam a partir de R$ 30 (meia-entrada) e podem ser adquiridos apenas presencialmente na bilheteria do Teatro de Santa Isabel. Programação "A Princesa do Catete", de Euclides Fonseca; dias 29/08, 30/08 e 31/08 (20h) e 01/09 (19h) | | Ingressos: R$ 30 (meia-entrada) e R$ 60 (inteira) "O Elixir

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O simples na escrita de Aldemiro

*Paulo Caldas A escrita de Aldemiro Lima é, sobretudo, marcada por dois elementos especiais que residem no conteúdo dos textos: sentimentos e emoções. Sob a mesma ótica outra virtude se faz notar ao longo do seu escrever: a opção pelo simples. A ausência de formulações rebuscadas deixa o leitor relaxado, à vontade, como se mantivesse cordial diálogo com o escritor. Nesta publicação, celebra com pompa e circunstância o sublime enlace da prosa com o verso, numa efeméride em que são partícipes trechos da poesia ora intimista ora além do simplesmente pessoal e, com a visão ampliada, contos concebidos à luz do cotidiano. No decorrer da leitura é possível notar zelo do autor com a riqueza de detalhes na construção dos cenários que se prestam às cenas, onde surgem diálogos, movimentação e gestuais entre personagens e protagonistas. Quando cuida dessas figuras, o faz com esmero, a partir do perfil físico e traços do psicológico, procedimento peculiar dos autores que seguem preceitos definidos na liturgia das chamadas oficinas literárias. Os exemplares podem ser adquiridos na Livraria Imperatriz (Shopping Recife) e com o autor pelo contato: 99975-5829. *Paulo Caldas é Escritor

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Lançamento literário celebra 150 anos da imigração italiana no Brasil

Evento gratuito acontece na UNICAP no dia 30 de agosto No dia 30 de agosto, a Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP) será palco do lançamento da obra "Memória dos 150 Anos da Imigração Italiana no Brasil". O evento, que acontecerá no Auditório Dom Helder Câmara às 18h30, comemora os 150 anos da chegada dos primeiros imigrantes italianos ao Brasil, oferecendo ao público uma antologia que destaca a rica herança cultural italiana no país. O livro é resultado de uma colaboração entre a Editora Inhouse e o Comites Nordeste - Comitê dos Italianos Residentes no Nordeste, com apoio cultural do Instituto Humanitas da UNICAP. Organizado por Maria Carolina Russo, presidente do Comites Nordeste, pela conselheira Gabriela Weber Buonocore e pelo editor Márcio Martelli, da Editora Inhouse, a obra reúne contribuições de 42 escritores de todo o Brasil. Com 274 páginas, o livro apresenta relatos e memórias dos descendentes de italianos que buscaram uma vida melhor no Brasil, ajudando a moldar a sociedade brasileira. Aberto ao público, o lançamento promete ser uma noite de celebração e reflexão sobre o impacto da imigração italiana no Brasil. Além da apresentação do livro, o evento contará com discursos de representantes das instituições envolvidas e atividades que ressaltam a importância deste marco histórico. Serviço: Lançamento da obra "Memória dos 150 Anos da Imigração Italiana no Brasil" Data: 30 de agosto de 2024Horário: 18h30Local: Auditório Dom Helder Câmara, Bloco A, Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP)Entrada: Gratuita

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Recife cidade leitora

*Por Débora Echeverria Livros são suportes onde a humanidade registra ideias e conhecimentos. Graças a eles, é possível transportá-los (ideias e conhecimentos) no tempo e no espaço. São registros de significativa parte do patrimônio cultural da humanidade. Inúmeras bibliotecas foram queimadas e destruídas no mundo por serem a elas atribuídas a difusão de ideais e teorias filosóficas capazes de transformar realidades – sintoma da potência desses espaços. Para além da possibilidade de registrar e entregar conhecimento e informação, os livros trazem também os textos literários. Ao analisar a literatura, Antônio Cândido a distingue em três faces: “(1) ela é uma construção de objetos autônomos como estrutura e significado; (2) ela é uma forma de expressão, isto é, manifesta emoções e a visão do mundo dos indivíduos e dos grupos; (3) ela é uma forma de conhecimento, inclusive como incorporação difusa e inconsciente.” Para Cândido, o efeito das produções literárias se deve à atuação simultânea desses três aspectos – quando o(a) poeta ou o(a) narrador(a) elabora uma estrutura “nos propõe um modelo de coerência, gerado pela força da palavra organizada”. Segundo ele, “o caráter de coisa organizada da obra literária torna-se um fator que nos deixa mais capazes de ordenar a nossa própria mente e sentimento”. A defesa do direito à literatura nada mais é que garantir a todos os benefícios que os textos literários podem proporcionar. Espaços públicos para educação não formal, aquela que é ofertada fora das escolas, as bibliotecas ganharam força na cidade do Recife nos últimos anos. Em 2016, a prefeitura cria a Rede de Bibliotecas pela Paz incorporando as duas unidades fundadas nos anos 50 do século passado – Biblioteca Popular de Casa Amarela e Biblioteca Popular de Afogados – somadas às bibliotecas dos quatro Compaz inaugurados nos anos subsequentes. Em 2024 inauguram-se dois novos Compaz, espaços públicos onde as bibliotecas têm centralidade. E, no mesmo ano, mais uma biblioteca é inaugurada, esta na antiga passarela da Av. Herculano Bandeira. Somadas, o Recife conta hoje com nove bibliotecas públicas municipais. Construir com tijolo e cimento tem sua complexidade. Em seguida, é necessário transformar a obra em “espaços existenciais”, atribuindo- -lhes conceito, “alma” e expertise. Em 2022, a Rede de Bibliotecas Pela Paz elaborou o Projeto Recife Cidade Leitora. Este foi transformado em programa de governo, por meio do Decreto Nº 35.746/2022 assinado pelo prefeito e pelos secretários de Segurança Cidadã, de Educação e de Cultura. Com o programa, as três secretarias se comprometem a reunir esforços para fazer do Recife uma cidade leitora. O compromisso demanda o desdobramento da política pública em diferentes ações, cujo principal objetivo é a democratização do acesso ao livro e a formação de leitores. Para tanto, no dia 13 de junho passado, na biblioteca do Compaz Escritor Ariano Suassuna, representantes do poder público e da sociedade civil se uniram em reunião ampliada para apresentar propostas para construção do PMLLLB (Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca). Na ocasião, o grupo gestor para construção do plano foi composto por 12 representantes, sendo seis da sociedade civil e seis do poder público. Capital de um Estado de grandes poetas e escritores, o Recife dá um passo importante ao elaborar um plano decenal de fomento ao setor do livro e da leitura, compreendendo que as bibliotecas – públicas, escolares e comunitárias – têm papel fundamental na democratização do acesso ao livro e na formação de leitores. São espaços públicos de convivência, fruição cultural e combate às desigualdades sociais. Viva o Recife Cidade Leitora! *Deborah Echeverria é designer, editora da Cubzac, gerente da Rede de Bibliotecas pela Paz (Prefeitura do Recife), realizadora do Seminário Biblioteca nas Escolas.

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