Cultura e história - Página: 9 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Cultura e história

Murucututu: Exposição de Amanda Melo da Mota e Cristiano Lenhardt na Amparo 60

Mostra reúne obras que exploram o diálogo entre materiais e técnicas, ressaltando o encontro criativo dos artistas A exposição Murucututu, assinada pelos artistas Amanda Melo da Mota e Cristiano Lenhardt, está em cartaz na galeria Amparo 60, no Recife. A mostra, que reúne cerca de 28 obras, reflete o processo de colaboração entre os dois, que inclui tanto peças criadas em conjunto quanto trabalhos individuais que dialogam entre si. As obras utilizam materiais como cerâmica e têxteis, resultando de experimentos e trocas artísticas que começaram durante a pandemia. O nome Murucututu faz referência à coruja nativa da Mata Atlântica, cujo canto inspirou os artistas durante uma imersão no ateliê de Cristiano, em São Lourenço da Mata. Durante esse período, desenvolveram obras colaborativas, como a tela feita a partir de terra avermelhada e uma série de cerâmicas que, após um incidente no processo de queima, deram origem a esculturas. Segundo Cristiano, “foi um processo intenso, intuitivo e muito divertido,” marcado pela exploração de novos caminhos e pela ressignificação de materiais. A mostra também destaca o trabalho individual de cada artista, em constante diálogo. Amanda, cujas obras sempre trazem questões ligadas ao corpo e à paisagem, encontrou uma amplificação de suas poéticas ao trabalhar com Cristiano. “Também pensamos quais trabalhos nos tocavam. Aqueles do Cris que eu gosto, os meus que ele gosta, todos eles entraram em uma primeira lista”, ressalta Amanda, revelando como o apoio mútuo fortaleceu suas produções. Para Ana Maria Maia, crítica que assina o texto da exposição, Murucututu reflete a capacidade dos artistas de lidar com “a indisciplina dos materiais” e de transformar o fracasso em novas possibilidades criativas. A exposição permanece em cartaz na Amparo 60 até o fim de outubro, proporcionando uma experiência rica em experimentação e diálogo artístico.

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Instituto Ricardo Brennand celebra 22 anos com show intimista de Martins

Evento reforça o papel cultural do espaço pernambucano Neste domingo (15), o Instituto Ricardo Brennand comemora seus 22 anos com um show especial do cantor pernambucano Martins, às 16h, na galeria do museu. O evento promete uma experiência intimista para o público em um dos maiores centros culturais do Brasil, localizado na Várzea, no Recife. Fundado em 2002, o Instituto é reconhecido por seu vasto acervo de obras de arte, armas brancas e documentos históricos. Desde sua criação, o espaço já recebeu mais de 3,5 milhões de visitantes e foi premiado várias vezes pelo TripAdvisor como o melhor museu da América do Sul e do Brasil. A celebração com o show de Martins reforça o compromisso do Instituto em promover a cultura e a arte pernambucana, oferecendo uma programação que vai além da visitação tradicional, estimulando o encontro entre diversas formas de expressão artística. Serviço:

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Marcos Creder lança "Aurora escura, cor de chumbo" em evento no Recife

Terceiro livro do médico e psicanalista será apresentado no Ogê Restaurante, em 11 de setembro O médico, psicanalista e escritor Marcos Creder lança sua nova obra "Aurora escura, cor de chumbo" no próximo dia 11 de setembro, às 18h, no Ogê Restaurante, localizado na Rua da Aurora, Recife. O livro apresenta uma narrativa envolvente sobre a vida de Alberto, com eventos que transformam seu destino, retratados ora em primeira, ora em terceira pessoa. Recife e Olinda desempenham papéis importantes na trama, além de compor a atmosfera da história. "Aurora escura, cor de chumbo" explora as complexidades das relações humanas e questões existenciais que permeiam a vida do protagonista. Marcos Creder utiliza o tempo de forma subjetiva, subvertendo a ordem cronológica para intensificar a narrativa, que se destaca pelo tom sóbrio e sombrio. O autor, além de médico, é conhecido por sua produção literária e teatral, incluindo as obras "A Dor Entre o Corpo e a Alma" (2003) e "À Luz Âmbar do Sol Poente" (2023). O evento será aberto ao público e contará com sessão de autógrafos. O lançamento acontece no Ogê Restaurante, conhecido pela vista privilegiada da Rua da Aurora, um dos cenários retratados no livro, agregando ainda mais simbolismo à ocasião.

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Semente abre inscrições para 2ª Mostra Itinerante de Cinema Negro

Filmes dirigidos por pessoas pretas, pardas e povos tradicionais podem ser inscritos até o dia 16 de setembro de 2024. A Semente – Mostra Itinerante de Cinema Negro está com inscrições abertas para filmes nacionais, curtas, médias e longas-metragens, dirigidos ou codirigidos por pessoas pretas, pardas e povos tradicionais. As produções, finalizadas a partir de 2021, podem ser submetidas até o dia 16 de setembro de 2024, por meio de um formulário online. A Mostra busca fortalecer debates sobre negritude e questões sociais no sertão do Pajeú, Pernambuco, por meio do cinema. Bruna Tavares, da Pajeú Filmes, destaca a importância do projeto para as comunidades quilombolas da região: "Na primeira edição, recebemos filmes de todo o país, visitamos as Comunidades Quilombolas do Caroá, Leitão da Carapuça e Varzinha dos Quilombolas, e tivemos uma recepção maravilhosa em todas elas". Este ano, a Mostra acontecerá entre 4 e 9 de novembro, promovendo encontros, trocas culturais e apresentações nas mesmas comunidades. Realizada pela Pajeú Filmes, com apoio da Sagaz Produções, a Mostra é incentivada pelo Edital de Ações Criativas do Audiovisual da LPG/PE 2023. Para mais informações, os interessados podem acompanhar o perfil no Instagram @semente.cinemanegro ou entrar em contato pelo e-mail mostraitinerantedecinemanegro@gmail.com.

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Exposição "A Poética Contemporânea" reúne 40 artistas na Galeria Raiz no Recife

Mostra celebra a diversidade artística e traz interação no Metaverso como novidade A Galeria Raiz abre suas portas para a segunda grande exposição coletiva "A Poética Contemporânea" no dia 6 de setembro de 2024, às 18h, reunindo 40 artistas do Coletivo Raiz. A mostra reflete a pluralidade e criatividade dos tempos atuais, oferecendo ao público a chance de explorar múltiplas visões artísticas através de pinturas, esculturas e outras formas de expressão visual. A proposta é celebrar a arte em sua forma mais livre, dando voz à diversidade de olhares e à beleza singular de cada artista. Uma novidade contemporânea da exposição é o ambiente virtual no Metaverso, onde as obras poderão ser apreciadas de forma interativa. "O público poderá visitar, interagir entre si e com os artistas que estiverem online", destaca o Coletivo. O link de acesso estará disponível na bio do Instagram do @coletivoraizpe, a partir do dia da abertura da exposição física, permitindo uma imersão digital e ampliando o alcance da exposição para além das paredes da galeria. A exposição "A Poética Contemporânea" reúne 40 artistas, entre eles Abraão Figueiredo, Ana Maria Veras, André Luiz Santana (Alsal), Antônio Henrique, Báw Pernambuco, Camilla Brito, Camilo, Ceça Nunes, Cláudia Matos, Clélia Barqueta, Clériston, Dani Figueirôa, Diana Tenório, Diogo Alves, Dirce Camargo, Elielce Soares, G. Castro, Galo de Souza, Heleno Neves, Ilton Duarte, Inês Castro, Jenner Albuquerque, Jonatas Duarte, Leo Luna, Maurício Figueiroa, Noguès Dias, Nunes de Figueiredo, O Poeta, Paulo Profeta, Pedro Lapa, Ricardo Mendes, Robertson Rodrigues, Rodrigo Ferrário, Rosalva Freire, Sandra Buarque, Vania Coutinho, Vânia Notaro, Valéria Vital, Virgínia Lucas, Zé Monteiro e Zélito Passavante. Cada um traz sua visão única, contribuindo para uma rica diversidade artística. A Galeria Raiz, localizada no coração do Recife Antigo, é um espaço dedicado à promoção das artes visuais, oferecendo uma plataforma para a economia criativa da cidade. A exposição pode ser visitada de quarta a sexta, das 10h às 17h, e aos fins de semana, das 13h às 18h, na Rua da Moeda, 71, Térreo.

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11 fotos dos palácios municipais de Pernambuco antigamente

Ainda no clima das eleições municipais, a coluna Pernambuco Antigamente faz um passeio hoje pelos palácios ou casarões que sediam ou foram no passado a casa dos poderes executivo de vários municípios pernambucanos. Muitos desses prédios são verdadeiros ícones da arquitetura nas cidades do interior e da Região Metropolitana. A maioria das imagens resgatadas são de um século atrás, da Revista de Pernambuco. Nesse álbum que publicamos hoje há imagens também da Biblioteca do IBGE e dos próprios municípios. Alguns desses prédios permanecem como sede do poder municipal. Prefeitura de Olinda Prefeitura de Caruaru, maior município do agreste pernambucano Palácio dos Guararapes, em Jaboatão Prefeitura de Nazaré da Mata Prefeitura de Garanhuns Prefeitura de São Lourenço da Mata Prefeitura de Igarassu Prefeitura do Paulista Prefeitura de Petrolina Prefeitura de Inajá Para encerrar, uma imagem com um recorte de jornal de 1925. O prédio, que na época foi do Club Internacional, anos após foi adotado como Gabinete do Prefeito. A provável última sede antes da ida do poder municipal para o Cais do Apolo. A prefeitura mantinha outros edifícios na mesma Rua da Aurora, que também foram sede do poder municipal. O prédio se tornou museu e abriga atualmente o Mamam. Desde a década de 1930 se discutia no município a necessidade de construir um novo edifício para a prefeitura, que só veio a acontecer na década de 70, um projeto é do arquiteto Jorge Martins Junior. *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com) *

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Vera Holtz apresenta Ficções no Recife

Espetáculo de sucesso com mais de 85 mil espectadores será encenado no Teatro do Parque Após uma temporada aclamada em Portugal, Vera Holtz retorna ao Brasil com o espetáculo Ficções, inspirado no best seller "Sapiens", de Yuval Noah Harari. A peça, que já percorreu 25 cidades e atraiu 85 mil espectadores, será apresentada no Teatro do Parque, nos dias 10, 11 e 12 de setembro, às 20h. Com uma narrativa fragmentada e provocante, o espetáculo explora o poder das ficções criadas pela humanidade, como deuses, nações e sistemas políticos. A adaptação teatral é assinada por Rodrigo Portella, que transforma as reflexões de Harari em uma experiência cênica envolvente e interativa. Vera Holtz se desdobra em diversos personagens, improvisa e dialoga diretamente com o público, enquanto é acompanhada pelo músico Federico Puppi, autor da trilha sonora original. O objetivo é desafiar o espectador a refletir sobre as "ficções" que moldam a sociedade contemporânea, em uma montagem que mistura teatro, performance e música. Produzido por Felipe Heráclito Lima, Ficções não pretende apenas traduzir o conteúdo do livro de Harari para o palco, mas sim criar um espaço de interação e questionamento. A peça questiona a nossa insatisfação diante das inovações e ficções que dominam o mundo, provocando o público a participar ativamente da construção do espetáculo, que é uma verdadeira performance em constante evolução. Serviço:Ficções com Vera HoltzDatas: 10, 11 e 12 de setembro, às 20hLocal: Teatro do Parque (Rua do Hospício, 81 - Boa Vista, Recife)Ingressos: R$ 21 (meia, plateia popular) a R$ 160 (inteira, plateia nobre)Ingressos à venda: Sympla e bilheteria do teatroDesconto Vivo Valoriza: 50% de desconto para clientes (não cumulativo com meia entrada)Acessibilidade: Intérpretes de Libras em todas as sessões

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Natália Santana Lança Clipe de “Meu Plano” na Casa Buliçosa neste Sábado

Clipe aborda desilusões amorosas e planos frustrados, com apresentação ao vivo da cantora em um pocket show intimista. Neste sábado, 07 de setembro, a cantora e compositora Natália Santana lança o clipe de “Meu Plano” na Casa Buliçosa, em Santo Amaro, a partir das 18 horas. O clipe, protagonizado pela bailarina Patrícia Costa e dirigido por Carlos Lima, traz à tona o tema das desilusões amorosas e os planos de amor que não se concretizam. Durante o evento, Natália também fará um pocket show com voz e violão, proporcionando uma experiência intimista para os presentes. “Meu Plano” encerra o ciclo do EP Chão, o primeiro trabalho autoral de Natália Santana, composto por quatro músicas, todas em parceria com poetas. Com três clipes já disponíveis no YouTube, este lançamento finaliza a divulgação do projeto. O EP tem sido um marco na carreira da cantora, que já se destacou na cena musical independente de Recife com a banda Arcanflô, e agora segue sua trajetória solo. O evento acontece na Casa Buliçosa, um espaço multicultural e de gastronomia vegana que tem se consolidado como ponto de encontro criativo. “Estou muito animada e feliz com o resultado de um ano de trabalho. Esse projeto é o resultado de muitas mãos e uma verdadeira rede de apoio”, celebrou Natália Santana. SERVIÇOLançamento do clipe “Meu plano” de Natália SantanaCasa Buliçosa (Rua Capitão Lima, 269)07 de setembro às 18 horas

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"A ocupação dos holandeses no Brasil gerou a profissionalização deles no tráfico de pessoas escravizadas"

Dirceu Marroquim, Historiador e curador da exposição "1654 – 370 Anos da Rendição dos Holandeses em Pernambuco: Reflexões Históricas e Contemporâneas" explica a mostra que está no Museu do Estado de Pernambuco que propõe um olhar a partir da atualidade para esse período da história que está no imaginário cotidiano do pernambucano. Quem for à exposição 1654 – 370 Anos da Rendição dos Holandeses em Pernambuco: Reflexões Históricas e Contemporâneas – que está no Museu do Estado de Pernambuco até o dia 6 de outubro – não deve esperar um simples mergulho no período das lutas contra os batavos. Mas uma interessante experiência sobre como esse passado permeia o cotidiano dos pernambucanos. Também conduz o visitante a refletir sobre diversos aspectos que levaram ao apagamento do protagonismo de negros e indígenas na memória sobre essa época, e sobre questões que povoam o imaginário da terra dos altos coqueiros: A Pátria nasceu após a Restauração? Se os holandeses permanecessem, Pernambuco estaria melhor? A reflexão é feita a partir da contraposição de um discurso hegemônico representado, em obras seculares, como as que mostram homens (em sua maioria brancos) nas lutas contra os invasores, e artistas contemporâneos como Nathê Ferreira, que traz um grande painel destacando uma mulher nega que mata um leão por dia, que tem o provocativo título: Qual é a sua batalha? Cláudia Santos conversou com o historiador Dirceu Marroquim, curador da exposição juntamente com Maria Eduarda Marques e Helena Severo. Ele explica como a mostra foi montada e resgata informações pouco conhecidas como culto a Iansã no final do Século 18 que era uma celebração feita por escravizados no Monte Guararapes e que se perpetuou em territórios da população afrodescendente. Como é que surgiu a ideia dessa exposição? Ela surge da tentativa de olhar para uma data: os 370 anos da rendição dos holandeses. É uma história que permeia o imaginário da nossa população. Não é estranho você ver turistas na rua do Bom Jesus, por exemplo, e as pessoas dizerem para eles: essa é uma rua que é do tempo dos holandeses. Você encontra muitos vestígios dessa história na nossa vida cotidiana. Só que a gente não olha muito sobre os desdobramentos dessa memória ou de como ela foi construída. A exposição nasce com a tentativa de problematizar como foram construídos os discursos nacionalistas ou que se pretenderam tentar dar unidade a essa memória. O nosso ponto de partida é entender que essa é uma problemática presente e não sobre o passado. Apesar de o título da exposição ser 1654, ela não é uma exposição sobre o Século 17, mas sobre 2024. A nossa linha do tempo é de frente para trás, começa em 2024. A proposta dessa exposição foi tentar lançar muito mais perguntas do que oferecer respostas prontas, para que as pessoas saiam da exposição se perguntando: que história é essa? Lançando assim a boa dúvida. Procurando olhar para essa história colocando em dúvida essas batalhas, essa memória católica, que cai num certo discurso hegemônico. A pergunta que permeia a exposição – Qual é a sua batalha? – serve um pouco para ilustrar o intuito dela. Como é a exposição? Ela está dividida em quatro módulos. O primeiro deles trata sobre Presença, é basicamente uma tentativa de olhar para esses 24 anos de ocupação, entre 1630 e 1654. Só que a gente faz isso lançando mão de objetos e de reproduções que não remontem ao Século 17, mas que sejam olhares contemporâneos sobre esse passado. Na entrada da exposição tem uma reprodução feita por Marcelo Andrade, estudante de arquitetura da Unicap, que criou uma página chamada Mauritsstad Digital que foi fruto do trabalho de conclusão de curso dele. Ele reproduziu em 3D a Cidade Maurícia. Então, conseguimos dar uma dimensão material a essa cidade que a gente vê numa representação tão chapada. Em seguida, temos um setor de cartografia no qual vemos a cidade evoluindo, o tecido urbano que vai crescendo e ao mesmo tempo vemos as permanências, como a Praça da Independência, a Rua de São José, cujos traçados permanecem. Estamos falando dessas idas e vindas. Nesse módulo, inclusive, tem um quadro que é do parceiro Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, que retrata Maurício de Nassau e um homem escravizado atrás dele. Ao mesmo tempo, em frente a esse quadro, temos a obra do artista plástico contemporâneo James Duarte, cujo nome é Cimento Nassau, mas ele mostra um Nassau meio zumbi, com a mão putrefata. Trata-se de uma denúncia para mostrar que esse homem, a quem se atribui como ilustrado, quase um renascentista, representa a economia do açúcar que utilizava mão de obra escravizada. O segundo módulo é chamado Restauração, em que abordamos as guerras pela recuperação de Pernambuco que começam em 1645 e terminam em 1654. Só que a forma de abordar também tem as suas idas e vindas temporárias. De um lado, trazemos representações do Século 18 das batalhas dos Guararapes e das Tabocas. Temos uma representação feita por Victor Meirelles, que ficou pronta em 1879 e foi encomenda imperial, de certo modo uma ode ao gentil da terra, ou seja, à população local. Quem está à frente é o brasileiro Vidal de Negreiros. Por outro lado, temos a batalha da Nathê, artista plástica urbana extraordinária, que fez um painel intitulado: Qual é Sua Batalha? Ela morou nos Montes Guararapes, tem experiência grande no território. Na sua obra, a representação de uma batalha cheia de homens lutando desaparece. Ela mostra uma mulher negra lutando contra um leão. Então, seja no Século 17, seja hoje ou daqui a 100 anos, essa é uma imagem que constrói sentido e que aproxima o passado do presente. No centro desse módulo da Restauração há quatro totens que são os restauradores pernambucanos, a tetralogia: Henrique Dias, Felipe Camarão, André Vidal Negreiros e João Fernandes Vieira. Mas no centro, a gente procurou trazer uma espécie de memória de soldados. Conseguimos rastrear nas crônicas de guerra o nome dos terços que eram as tropas desses restauradores. Esses nomes

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Fundaj avança na preservação do acervo de Josué de Castro

Documentação do médico e geógrafo pernambucano passa por catalogação e digitalização, com planos de seminários e publicações sobre seu legado A Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) intensificou o tratamento técnico do acervo do renomado médico e geógrafo Josué de Castro, visando ampliar o acesso e a preservação de sua obra. O acervo, sob os cuidados do Centro de Documentação e de Estudos da História Brasileira (Cehibra), está em processo de catalogação e digitalização, com 2.662 itens já disponíveis online. Além disso, uma agenda de seminários e publicações está sendo preparada para difundir o legado de Josué de Castro, conhecido por seu pioneirismo nos estudos sobre a fome e a desigualdade social. Nesta quarta-feira (4), o presidente do Centro de Estudos e Pesquisas Josué de Castro, José Arlindo Soares, visitou o Cehibra e destacou a importância da preservação deste acervo no Nordeste. “O acervo está bem conservado e o processo de digitalização está avançado. A equipe é dedicada, e o nível de trabalho superou as expectativas. Este é o local mais adequado para garantir a preservação e o acesso ao acervo”, afirmou José Arlindo, ressaltando a importância de transferir à Fundaj os documentos que ainda estão sob posse da família. A presidenta da Fundaj, Márcia Angela Aguiar, também reforçou o compromisso da instituição com a difusão do acervo de Josué de Castro. Segundo ela, a acessibilidade a este acervo é crucial para pesquisadores e para a sociedade como um todo. A preservação e a disponibilização desse importante legado reforçam a missão da Fundaj em promover o conhecimento sobre temas centrais, como o combate à fome e à desigualdade social, temas amplamente abordados na obra de Josué. O trabalho da Fundaj não se limita à preservação documental. A instituição estabelece parcerias com outras entidades, como o Instituto de Estudos Brasileiros (IEB-USP) e o Centro Josué de Castro, para fomentar a pesquisa e a difusão do pensamento crítico sobre as questões sociais abordadas por Josué. Com iniciativas como essas, a Fundaj reafirma seu papel como guardiã de um acervo fundamental para o entendimento das causas da fome e das desigualdades no Brasil e no mundo.

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