Entretenimento - Página: 42 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Evento Salve, Salve em apoio ao bar Iraq

O Iraq, centro cultural que há 14 anos ocupa a Rua do Sossego no Bairro da Boa Vista, foi arrombado duas vezes ainda este mês de outubro e a partir daí, uma corrente de solidariedade se juntou a equipe que administra o espaço que tem o comando do produtor cultural, compositor e dj Evandro Sena. Além de uma vaquinha online (link no final do texto) que foi aberta para ajuda de quem não pode vir fisicamente, diversos segmentos artísticos ofereceram ajuda e prontamente estão sendo preparados uma série de eventos em prol do espaço que teve uma lista extensa de produtos e materiais roubados, como caixas de som, equipamentos, bebidas, insumos e uma jukebox danificada. O evento Salve Salve, acontece na próxima quarta feira 30 de outubro, a partir das 19h, Os artistas, Juliano Holanda, Clayton Barros e Juvenil Silva vão construir conosco mais uma noite inesquecível no IRAQ. SERVIÇO: Salve salve... IRAQ! Shows de Juliano Holanda, Clayton Barros e Juvenil Silva. Quarta, 30 de outubro. 19 horas Contribuição sugerida: R$20 Antecipado Sympla: R$15 IRAQ - Sossego,179. INGRESSOS: https://www.sympla.com.br/salve-salve-iraq-show-de-juliano-… VAKINHA: http://vaka.me/747436

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Banda Sinfônica do Recife comemora aniversário com frevo

Nesta quarta-feira (30), a Banda Sinfônica do Recife vai celebrar 61 anos de atividades, enaltecendo a força e o DNA do frevo, numa apresentação gratuita, no Teatro Santa Isabel, cujo repertório irá render homenagens a Capiba e Edgar Moraes, dois dos principais sinônimos que o frevo tem no dicionário pernambucano, nascidos nos meses de outubro e novembro. A apresentação, oferecida pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, terá início às 20h e os ingressos serão distribuídos na bilheteria do teatro, a partir das 19h. O maestro Nenéu Liberalquino e os músicos da Banda Sinfônica do Recife começarão o concerto executando a Second Suite for Band, na versão latina-mexicana, de Alfred Reed, com as músicas Son Montuno, Tango, Guaracha e Paso Doble. A segunda música do repertório preparado pelo maestro Nenéu Liberalquino para celebrar a data será Daquilo que eu Sei, de Ivan Lins, com adaptação e arranjo de Rafael Rocha. Em seguida, a aniversariante Banda Sinfônica cai no frevo, tocando Recife, Cidade Lendária, de Capiba, com a participação especial do Coral Edgar Moraes e arranjo de Nilson Lopes. O Coral participará também da execução do medley Edgariando, com obras de Edgar Moraes arranjadas por Spok, reunindo as músicas A Dor de uma Saudade, Alegre Bando e Valores do Passado. O repertório do concerto festivo encerra com Funk Attack, de Otto M. Schwarz, e Mambo, de Leonard Bernstein, com arranjo de Michael Sweeney. Serviço Concerto de Aniversário da Banda Sinfônica do Recife Data: Quarta-feira (30) Horário: 20h Local: Teatro de Santa Isabel, Praça da República, s/n, Bairro de Santo Antônio Ingressos gratuitos na bilheteria do teatro, a partir das 19h

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Nove dias de dança em toda a cidade

Com mais de 14 companhias locais e nacionais, 20 espetáculos, mostras de dança e oficinas nas escolas, o 24º Festival de Dança do Recife, realizado pela Prefeitura do Recife, celebrou a dança em todos os seus movimentos, com nove dias de programação espalhada por toda a cidade Terminou neste domingo (27), com atividades gratuitas e a céu aberto, no Recife Antigo e no Parque Dona Lindu, a 24ª edição do Festival de Dança do Recife, realizado pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife. Do último dia 18 até ontem, foram oferecidas mais de 35 atividades, entre mostras de dança, solos, intervenções e apresentações de grupos e coletivos, em alguns dos principais palcos da cidade, como os teatros Santa Isabel, Apolo, Hermilo Borba Filho, Barreto Júnior e Luiz Mendonça, e também nas ruas e a céu aberto, em locais como o Pátio de São Pedro, a Avenida Rio Branco e o Parque Dona Lindu. Entre as atrações, pelo menos seis se apresentaram na cidade pela primeira vez: o Grupo Raça, de São Paulo; a Nave Gris Cia Cênica, de São Paulo; a Cia de Dança do Teatro Alberto Maranhão, do Rio Grande do Norte; a Cia Tápias de Dança, do Rio de Janeiro; o Balé da Cidade de Campina Grande, da Paraíba; além da solista Lavínia Bizotto, do Rio de Janeiro. A bailarina Lot Yan Teresa, da Bélgica, foi a única atração internacional desta 24ª edição do Festival, que também levou oficinas de dança para escolas da rede municipal, para formar públicos e despertar corações e corpos para a linguagem da dança na cidade. O Festival de Dança do Recife também confirmou sua tradição e compromisso primeiro e mais urgente, de celebrar grupos, artistas e produções locais, garantindo espaço e sua programação para companhias como a Trippé Cia de Dança, Cia Balançarte, Acupe Cia de Dança, Balé Popular do Recife, Nortess Coletivo de Dança, Cia Nós em Dança, Grupo Experimental, Cia Trapiá, além da Escola de Frevo do Recife, que abriu em grande estilo as atividades, ao lado da Tribo Indígena Carijós do Recife, que celebrou no palco do Santa Isabel seus 123 anos no primeiro dia de atividades. Neste último fim de semana, o Festival chegou ao histórico Pátio de São Pedro, com o impecável e necessário espetáculo Pontilhados, do Grupo Experimental, que espalhou coreografias e sentidos pela geografia sentimental do centro da cidade, no sábado. O penúltimo dia do Festival de Dança encerrou com espetáculos nos teatros Hermilo, Barreto Júnior e Luiz Mendonça. No domingo, o Festival convidou os recifenses às ruas do Recife Antigo, com a Batalha de Hip Hop, do grupo Ginga B’Boys e B’Girls, na Rio Branco, intervenção de dança de salão, encontro de quadrilhas juninas no Marco Zero, além de espetáculos nos teatros Apolo e Hermilo e do grande evento Valencianas II, apresentação de Alceu Valença e da Orquestra de Ouro Preto, no Dona Lindu. Calendário - Até o fim do ano, mais dois festivais serão realizados pela Prefeitura do Recife para celebrar as artes cênicas e o frevo, duas das mais importantes e potentes tradições e cenas culturais do Recife. O Festival Recife do Teatro Nacional será entre os dias 16 e 24 de novembro, também tomando conta de vários equipamentos culturais da cidade. Já o Festival Nacional do Frevo, que já encerrou as inscrições e a etapa inicial de seleção, terá duas eliminatórias realizadas nos próximos dias 22 e 23 de novembro, ambas no Teatro Apolo. A primeira eliminatória reunirá os selecionados nas categorias Frevo Canção e Frevo de Bloco, cada uma com seis músicas. No dia seguinte, a segunda e última eliminatória contemplará as categorias Frevo de Rua e Frevo Livre Instrumental – Autoral, de novo com seis músicas de cada. Em cada uma dessas eliminatórias, serão selecionadas 3 finalistas de cada categoria para a grande final do Festival Nacional do Frevo 2019, que contará com 12 canções e acontecerá no dia 7 de dezembro, no Teatro Luiz Mendonça.

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Paço do Frevo estampa na fachada protesto contra vazamento de óleo no Nordeste

Após o recente desastre ambiental envolvendo o vazamento de óleo no Oceano Atlântico, que atingiu mais de 150 praias no nordeste brasileiro desde o início de setembro e que ainda não teve solução permanente para redução de danos, o Paço do Frevo, Centro de Referência de salvaguarda do patrimônio imaterial, amanheceu nesta terça-feira (29) com sua fachada histórica manchada de tinta. A ação, promovida pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), organização social gestora do museu, busca sensibilizar visitantes e transeuntes do Bairro do Recife sobre a urgência de medidas sanativas de responsabilidade de instituições governamentais federais. Em nota oficial, o instituto declarou o posicionamento do Paço do Frevo e explicou a preocupação do espaço cultural com a preservação ambiental: "Nossa casa está manchada Ante aos drásticos acontecimentos do acidente ambiental sem precedentes do vazamento de óleo que atinge as praias do Nordeste, é nossa obrigação, como espaço de cultura e cidadania, expressarmos nossas severas preocupações com a urgente necessidade de medidas de enfrentamento e redução dos danos. Cabem às instituições governamentais federais zelar pelo bem estar não apenas de todas as populações brasileiras mas também prover um ecossistema sustentável para as gerações futuras. A inoperância de soluções a contento e em tempo hábil coloca em questão a vida de toda uma região. Somos um centro de referência de um patrimônio da humanidade, o Frevo, e falamos todos os dias sobre a preservação de bens de incomensurável valor, nos posicionando sempre pelas garantias dos direitos humanos e por ações que transformadoras para um mundo mais justo, seguro e acolhedor. Somos também um espaço para debater o meio ambiente e sustentabilidade, recebendo no próximo mês atividades da Conferência Brasileira de Mudança do Clima, encontro anual de organizações não governamentais, movimentos sociais, governos, comunidade científica e o setor privado e público brasileiro. O meio ambiente é assunto de todos nós. Dessa forma, estamos solidários a todas as populações litorâneas atingidas diretamente pela tragédia, a todos os voluntários que, mesmo em condições impróprias, arriscam-se a dirimir o impacto do petróleo na vida marinha e a todas entidades ambientais que estão envolvidas para que as medidas necessárias não sejam mais ignoradas. Não há patrimônio sem salvaguarda e o meio ambiente é o patrimônio vital da nossa existência." Paço do Frevo - O espaço cultural apresenta-se como um local de incentivo à difusão, à pesquisa, e à formação de profissionais nas áreas da dança e da música, dos adereços e das agremiações do frevo. Ao longo de cinco anos, recebeu mais de 570 mil visitantes, teve mais de 2 mil alunos formados em suas atividades e promoveu mais de 500 apresentações artísticas. Localizado na Praça do Arsenal da Marinha, no Bairro do Recife, o Paço é uma iniciativa da Fundação Roberto Marinho, com realização da Prefeitura do Recife e gestão do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG). O projeto conta com o patrocínio do Grupo Globo através do Ministério da Cidadania, por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Funcionamento Horários: Terça (entrada gratuita) a sexta, das 9h às 17h. Sábado e domingo, 14h às 18h (Última entrada até 30 minutos antes do encerramento das atividades do museu). Ingressos: R$ 10,00 e R$ 5,00 (meia) Endereço: Praça do Arsenal da Marinha, s/nº, Bairro do Recife. Informações: 3355-9500 e http://www.pacodofrevo.org.br/programacao

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Pedro Huff e Amanda Cabral apresentam "Deixei um poema lá fora”

O compositor e violoncelista Pedro Huff e a violinista e cantora Amanda Cabral trazem para a 49ª edição do Gerações Musicais, o projeto "Deixei um poema lá fora”. O encontro acontece na quarta-feira (30), a partir das 19h, na Arte Plural Galeria. A entrada é gratuita. Além do pocket show, os artistas também conversam com o público sobre a processo de produção do trabalho, que conta com a participação do percussionista Gilú Amaral. "Deixei um poema lá fora” é a estréia de Pedro Huff no mundo da canção. O trabalho contempla vários ritmos e estilos das músicas pernambucana, urbana e do mundo. Passando pela música de concerto e pela música popular instrumental, ele dá continuidade a proposta dos seus dois últimos trabalhos - “Freveribe” e “Afluências” -, fazendo uso do violoncelo, percussão, violão e voz. O trabalho contém dez canções e um interlúdio instrumental que circulam pelo frevo, milonga, maracatu, chamam e entre outros ritmos e estilos de forma leve e marcante. Amanda Cabral é quem dá voz às músicas. ARTE PLURAL GALERIA – Comprometida em levar cultura ao público, a Arte Plural Galeria é um espaço múltiplo. Instalada na rua da Moeda, no histórico bairro do Recife Antigo, desde 2005, já realizou mais de 100 exposições e é reconhecida por incentivar o cenário cultural de Pernambuco, e a arte em todas as suas formas, contribuindo para a formação de um polo de produção, discussão, debates e encontros sobre o amplo mundo das artes. SERVIÇO: 49ª edição do Gerações Musicais Data: 30 de outubro de 2019 Local: Arte Plural Galeria - Rua da Moeda, 140, Bairro do Recife - Recife/ PE Horário: 19h. Informações: (81) 3424.4431

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Dj Mozaum comanda festa Ai Meu Corassaum na Galeria Joana D'Arc

A festa “Pop Thash Uber Cult” Ai Meu Corassaum esquenta a Zona Sul do Recife, na próxima terça-feira (29). Capitaneada pelo DJ Mozaum, a balada ocorre a partir das 18h, dentro da programação do Som Na Rural, na Galeria Joana D’arc - Pina. O DJ Salvador completa o line da noite, que promete som fino, animado e festivo, para os que curtem uma boa farra. Sempre com público cativo, que busca ouvir de tudo um pouco, a Ai Meu Corassaum é consagrou-se por mistura sucessos dos anos 80, 90 e 2000, com muito pop, rock, funk, mashups, músicas brasileiras e ritmos eletrônicos. Conhecido pela alcunha do DJ Mozaum, Mozart Santos é certeza de pista quente e dançante. Brasilian bass, disco music, anos 80 e 90, pop, samba, carimbós e músicas afetivas, são alguns dos estilos que compõem o set eclético e de alta qualidade de Mozart. Figura conhecida no cenário musical independente. Na década de 90, o DJ Salvador ficou conhecido no circuito de festas da cidade. Durante 10 anos foi residente do UK PUB e é presente em festas no Iraq Club e outras casas badaladas da cidade. A Galeria Joana D’arc fica na Av. Herculano Bandeira. A entrada do evento é gratuita. SERVIÇO: DJ MOZAUM COMANDA FESTA AI MEU CORASSAUM NA GALERIA JOANA D’ARC Nesta terça-feira(29), a partir das 18h, na Galeria Joana D’Arc, Pina Entrada gratuita

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Main Shoes inaugura no Shopping RioMar Recife

Reunindo convidados, amigos e a imprensa, a loja de calçados Main Shoes inaugurou no Shopping Riomar Recife na noite dessa quinta-feira (24). Os sócios Edvandro Leite e Rodrigo Chagas mostraram a nova coleção para os presentes, composta por sapatos e tênis exclusivos da marca. Com direito a muita música, garantida pelo Baile do Ed, as pessoas puderam conferir todas as tendências do verão 2020 em clima de Happy Hour.

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Literatura e cinema: afinidades e diferenças

Audiovisual e literatura sempre trocaram figurinhas. Mas nem tudo é preto no branco: as palavras contidas em um livro não vão para a telona de forma literal. Afinal, como resumir uma obra de 500 páginas em duas horas? Esse, porém, não é apenas o único dilema. “Muita gente assiste a um filme baseado em um livro e comenta ‘gostei mais do filme’ ou ‘o livro é melhor’. Não dá para fazer esse tipo de comparação pois são linguagens diferentes”, explica o roteirista Nelson Caldas. Ele estará ao lado da cineasta Kátia Mesel, dentro da programação da 3ª edição da Feira Literária do Sertão (Felis), na Praça Winston Siqueira. O evento é uma co-realização da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) com o Coletivo Cultural de Arcoverde (Cocar). O Diálogo Alimentação e Identidade, dia 26 de outubro, às 17h30, ocorre na Praça Winston Siqueira. O cinema é uma das muitas linguagens que dialoga com a literatura dentro da Felis (ver programação ao final da matéria). Realizada em Arcoverde de 24 a 27 de outubro, nesta edição a Felis aborda o tema Literatura, Preservação e Memória. “O atual momento político do Brasil e do mundo reflete uma tendência ao revisionismo da história e a literatura pode ser um grande antídoto à tentativa de se apagar o passado. Há também uma discussão local que a Felis propõem uma reflexão geral: estamos cuidando da nossa memória patrimonial?”, destacou Kleber Araújo. É o primeiro evento a ser realizado dentro do Circuito Cultural de Pernambuco, que reúne ações da Cepe, Secretaria de Cultura de Pernambuco e Fundarpe nas diversas linguagens artísticas. Serão mais de 40 horas e quase 60 atividades dentro de uma programação totalmente gratuita, que abrirá espaço para lançamentos de livros de autores locais e convidados, palestras, rodas de conversas, debates, apresentações musicais, oficinas, teatro, dança e gastronomia. A cineasta recifense Kátia Mesel enxerga a proximidade entre audiovisual e literatura a partir do roteiro. “No início de um filme tudo é escrito: primeiro o argumento, depois o roteiro. O cinema já nasce com a palavra escrita”, observa Kátia. Mas como nasce o roteiro? “De uma fofoca sai um mito, depois um livro, a seguir um filme. Essas trajetórias fazem parte da humanidade”, acredita Nélson. O pernambucano é roteirista da TV Globo e já adaptou 20 novelas da emissora para DVD. “A novela possui a linguagem de ganchos. Por isso acabo contando a minha novela dentro de outra novela. Conto minha história como acho que deve ser contada”, explica. Premiada internacionalmente, Kátia é reconhecida como a primeira diretora pernambucana, e já realizou mais de 300 filmes, desde a década de 1960. Mas dessa gama apenas três foram inspiradas em obras literárias, o que não exime o realizador de inevitavelmente produzir literatura ao escrever o roteiro. “Cacá Diegues, por exemplo, é membro da Academia Brasileira de Letras por causa dos seus roteiros”, ressalta. Isso, claro, para quem realiza filmes da maneira formal, como Kátia ressalta. “Sem esquecer de todas as licenças poéticas para uma ideia na cabeça e uma câmera na mão. Para resguardar a autoralidade da obra cinematográfica é preciso registrar por escrito”. Dentre os filmes inspirados em literatura, Kátia destaca seu premiado documentário Recife de dentro pra fora (1997), inspirado no poema Cão sem Plumas (1940-1950), de João Cabral de Melo Neto. “Basear-se em uma obra escrita por outra pessoa é desvendar seu conceito. Fiz grandes transtornos na obra poética. Mudei o sentido do rio, troquei estrofes de lugar. São olhares reversos”, explica a cineasta, que depois se encontrou pessoalmente com o autor e ele disse: ‘A obra de arte é como um filho. Depois que você coloca no mundo não é mais sua’”. Kátia também fez outras duas obras inspiradas em literatura. Rosana (2008) é baseada no livro de poemas de Cida Pedrosa, As filhas de Lilith (2008). Já Oh de Casa (1985) é baseado em textos de Gilberto Freyre, e traz imagens do escritor. Apesar de íntimas, para Nélson literatura e audiovisual são duas narrativas totalmente diferentes. “O importante é não haver preconceito entre as linguagens. É uma linguagem em cima de outra linguagem”, diz. O filme Através da Sombra (2016), dirigido por Walter Lima Jr. e com roteiro de Nélson Caldas Filho, é inspirado no clássico livro A volta do parafuso (1898), do inglês Henry James. “O desafio foi transportar para outra época”. No momento, o roteirista está adaptando o conto A queda da casa de Usher, do escritor americano Edgar Allan Poe. “Trago ele para o litoral recifense do começo do século 20”, adianta o roteirista, para quem a maioria dos filmes que assistimos são baseados em livros. “Só que são títulos desconhecidos, portanto ninguém se dá conta”.

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Flaíra Ferro lança "Virada na Jiraya"

A cantora e compositora recifense Flaira Ferro lança seu segundo disco, “Virada na Jiraya” hoje nas plataformas digitais. O álbum de 12 faixas, 11 assinadas pela artista, é uma produção independente e conta com as participações de Chico César na música “Suporto perder”,  do pianista Amaro Freitas em “Maldita” e das compositoras Isaar, Ylana, Sofia Freire, Paula Bujes, Laís de Assis e Aishá Lourenço na música “Germinar”. Quem assina a produção musical e os arranjos é o músico Yuri Queiroga (Elba Ramalho, Pedro Luís, Lula Queiroga), exceto na faixa “Coisa mais bonita”, produzida por Pupillo. Gravado entre Recife e São Paulo, o lançamento virtual do álbum completo está previsto para 25 de outubro e três, das doze faixas inéditas e autorais, já foram lançadas como clipe e single. “Coisa mais bonita” foi a primeira música a ser lançada em março de 2018 e teve repercussão viral na internet abordando a temática da liberdade sexual da mulher. Depois foi a vez de “Revólver”, lançada em fevereiro deste ano unindo o frevo à sonoridade do rock eletrônico. A mais recente foi “Suporto Perder”, divulgada em agosto e com a participação de Chico César, que também convidou Flaira para participar do seu recém-lançado disco O amor é um ato revolucionário cantando na faixa “Cruviana”. Com letras aguerridas, reflexivas e afiadas, o disco une rock, frevo, samples e beats eletrônicos em atmosfera dançante e combativa. Influenciada por artistas como Tom Zé, Rita Lee, Ave Sangria, Bjork, Chico César e Gilberto Gil, Flaira traz canções que representam diferentes estados de humor atravessando ironia, raiva, otimismo, discursos políticos e existenciais. O nome do álbum traduz a força desse anseio. “Virada na Jiraya” faz alusão ao jargão popular e humorado de estar em fúria. Para Flaira, o título sintetiza o movimento interno do extravasamento. “Esse termo ‘Virada na Jiraya’ me remeta à medicina da lucidez, ao anti-enlouquecimento. É um jeito bem humorado de transformar a raiva e os sentimentos de baixa frequência em combustíveis de transição para a conexão com nossa verdade”, afirma. “O jiraya simboliza a precisão. É o arquétipo do ninja, da agilidade dotada de grande inteligência física e emocional. Estar ‘virada na jiraya’, é trazer essas ações de poder para o corpo feminino”, complementa.

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Filme pernambucano ‘Piu Piu’, que conta a história do primeiro transformista do Recife, estreia em Brasília

“Quando a cortina se abria, sob um universo colorido de plumas e paetês, ela surgia no palco, serpenteando movimentos lascivos, ao som de uma rumba ou de um merengue” (Leda Rivas, Diario de Pernambuco, 1986). Piu Piu, como era conhecido o ator, cenógrafo e figurinista Elpídio Lima foi, talvez, um dos primeiros transformistas do Recife. Nos anos 1950 e 1960, ele atuou na Companhia Barreto Junior, nos palcos dos teatros Almare e Marrocos, onde imitava as cantoras e atrizes Sarita Montiel e Carmem Miranda. Foi também um dos criadores da Companhia Tra-la-lá, de teatro rebolado. “Descobri a existência de Piu Piu a partir de uma matéria publicada, em fevereiro de 1986, no caderno Viver, do Diario de Pernambuco, de autoria da jornalista Leda Rivas. Nela, Elpidio Lima, já com 65 anos, aposentado e vivendo de maneira modesta como costureiro numa pensão na Rua da Glória, contava, em entrevista, um pouco de sua vida nos palcos iniciada ainda muito jovem, com apenas oito anos de idade, num internato em São José da Laje, Alagoas”, conta o diretor Alexandre Figueirôa. O filme “Piu Piu”, que estreia na Mostra Diversidade do Festival de Cinema do Paranoá, em Brasília, no próximo sábado (26), tem como principal intenção homenagear esse artista, cujos vestígios de sua carreira, com exceção da matéria de Leda Rivas, são apenas algumas poucas fotos e notas publicadas nos jornais do Recife nos anos 50 e início da década de 1960. No Recife, está a produção participa da sétima edição do Recifest, data de exibição marcada para o dia 21 de novembro, no Cinema São Luiz. Piu Piu segue também o caminho de outros trabalhos audiovisuais que Figueirôa tem realizado – “Eternamente Elza” (2013) e “Kibe Lanches” (2017) – no sentido de trazer aos dias de hoje, personagens que, bem antes das conquistas dos movimentos LGBTQI+, assumiram de alguma forma, uma atitude pioneira e libertária, diante da forte discriminação e opressão aos homossexuais. Piu Piu não é, todavia, um documentário biográfico dentro dos padrões clássicos do gênero. É um docudrama poético cujas imagens evocam o espírito de um artista vivenciando um Recife do passado e do presente, ou seja, um personagem real que vagueia por um tempo não determinado e que, apesar de estar mergulhado numa sociedade conservadora, expressou seus desejos através da arte. “A realização deste curta foi um trabalho prazeroso de descoberta de um personagem e de revisitação a uma época em que a moral e os costumes conservadores vigentes eram subvertidos pelos artistas de teatro das comédias populares, revistas e chanchadas”, explica o diretor. E ele se concretizou graças à dedicação de uma equipe pequena que abraçou a brincadeira com muita garra e alegria: Alexandre Figueirôa, na direção; Túlio Vasconcelos, na produção; Sérgio Dantas e Jonatan Oliveira, na direção e assistência de fotografia; Chico Lacerda, na montagem; e principalmente, o ator Julio César no papel de Piu Piu, cujo desempenho mostra como ele encarnou pra valer esse personagem que não conhecemos em vida, mas merece toda nossa admiração e respeito. Também assinalamos nossa reverência aos entrevistados Luís Maranhão e Valdi Coutinho, cujos testemunhos foram fundamentais para a composição da narrativa. Nossos agradecimentos vão ainda a Fernando de Albuquerque, Cleberson Rafael, Duda Correia, Cristiano Arthur da Silva, Fred Nascimento, Lau Veríssimo, Marcos André F. de Albuquerque, Cícero Belmar, João Batista de Lima, Eliú, Luiz Carlos Ferreira, Paulo D’Arce, Taína Veríssimo e Yeda Bezerra de Melo

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