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Filmes de arte gratuitos até a próxima quinta-feira

Uma boa notícia para quem curte filme de autor: o Petra Belas Artes, conjunto de sala de exibições de São Paulo, acaba de lançar o seu streaming Petra Belas Artes à La Carte, que tem assinatura gratuita até a próxima quinta-feira. Além de oferecer um acervo de fôlego de filmes de arte, o streaming tem como diferencial o fato de para cada filme trazer um vídeo com explicações sobre por que assistir aquela produção. São informações, curiosidades e história sobre cada filme. É uma forma criativa de ajudar o assinante a encontrar a produção para assistir que se encaixe no seu perfil. Os filmes são classificados de forma bem irreverente como: cults incríveis, hahaha, mulheres maravilhosas, se você nunca viu um filme cult comece por aqui, para roer as unhas, todo cinéfilo precisa ver antes de morrer, França mon amour, boy meets girl, não soubemos classificar. Para assistir basta acessar: https://www.belasartesalacarte.com.br/

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Número de brasileiros endividados bate novo recorde em abril

De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o número de famílias com dívidas em cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro bateu novo recorde em abril de 2020, alcançando 66,6% – o maior percentual desde o início da realização da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), em janeiro de 2010. Esta foi a primeira Peic realizada após o início da pandemia de coronavírus no Brasil, a coleta dos dados ocorreu entre 20 de março e 5 de abril. Segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a renovação da alta do endividamento neste mês se baseou na ampliação do crédito ao consumidor. “A crise com a covid-19 impõe ao governo a adoção de medidas de estímulo ao crédito, na tentativa de manter algum poder de compra dos consumidores. A queda expressiva dos juros e da inflação reduz, respectivamente, o custo do crédito e a pressão sobre a renda, incentivando o endividamento”, explica Tadros, reforçando a importância de se viabilizarem prazos mais longos para os pagamentos ou alongamentos das dívidas, além da busca por iniciativas mais eficazes para mitigar o risco de crédito. “Assim, os consumidores poderão quitar suas contas em dia sem maiores dificuldades, afastando a piora nos indicadores de inadimplência, nos meses à frente.” Indicadores de inadimplência A quantidade de brasileiros com dívidas ou contas em atrasos ficou estável em abril, após dois meses consecutivos de aumento: 25,3%, percentual igual ao aferido no mês passado. Em comparação com igual período de 2019 (23,9%), contudo, houve crescimento. Já o percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes apresentou queda em abril, no comparativo mensal, passando de 10,2% do total, em março de 2020, para 9,9% em abril. Entretanto, o indicador havia alcançado 9,5% em abril do ano anterior. “Os resultados mensais favoráveis em relação à inadimplência revelam que, apesar das dificuldades com a quarentena aplicada em diversos estados e cidades, as famílias estão conseguindo quitar os compromissos com empréstimos e financiamentos”, destaca a economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira. Em relação aos tipos de dívida, o cartão de crédito continua sendo o mais apontado pelos brasileiros como a principal modalidade de endividamento: 77,6%. Carnês (17,5%) e financiamento de veículos (10,2%) também permanecem na segunda e terceira posições, respectivamente. “A proporção de dívida em cartão diminuiu novamente neste mês, enquanto as dívidas em carnês ganharam espaço na composição do endividamento. Também vêm se destacando o crédito consignado e o cheque especial”, ressalta a economista.

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Estudo identifica alvo potencial para o tratamento de COVID-19

No Brasil, assim como nos demais países do mundo, os casos mais graves de COVID-19 têm sido registrados principalmente entre os homens com mais de 60 anos. Em um estudo apoiado pela FAPESP, pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Botucatu descobriram que justamente nesse grupo de pacientes a expressão de um gene chamado TRIB3 está diminuída nas células epiteliais do pulmão – alvos preferenciais do novo coronavírus (SARS-CoV-2). Em artigo publicado na plataforma bioRixv, em versão pré-print (ainda sem revisão por pares), o grupo coordenado pelo professor do Instituto de Biociências (IBB-Unesp) Robson Carvalho apresenta dados de estudos anteriores que indicam o potencial da proteína TRIB3, codificada pelo gene de mesmo nome, de inibir a infecção e a replicação de vírus semelhantes ao SARS-CoV-2. Portanto, diz o texto, “medicamentos que estimulam a expressão de TRIB3 devem ser avaliados como potencial tratamento para COVID-19”. “Há uma droga com esse mecanismo de ação sendo testada contra câncer de endométrio por uma farmacêutica espanhola. Estamos estabelecendo parcerias para novos estudos com o objetivo de testar in vitro o efeito de compostos que estimulem a expressão de TRIB3 em células infectadas pelo novo coronavírus”, conta Carvalho à Agência FAPESP. Interação proteica Inicialmente interessados em descobrir por que a prevalência de câncer de pulmão é maior em idosos, os pesquisadores da Unesp investigavam como a expressão gênica no órgão se altera à medida que as pessoas envelhecem. Para isso, analisavam por métodos de bioinformática dados de transcriptoma (conjunto de moléculas de RNA expressas em um determinado tecido) disponíveis no repositório do projeto Genotype-Tissue Expression (GTEx), financiado pelo National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos. Esse banco de dados público reúne dados moleculares de mais de 17 mil amostras de 54 tecidos diferentes, entre eles o pulmão. “Começamos com dados de 427 indivíduos. As amostras foram estratificadas de acordo com a faixa etária: comparamos o grupo de 20 a 29 anos com o de 30 a 39, depois com o de 40 a 49 e assim por diante, até 79 anos”, explica Carvalho. Nessa primeira análise, entre outras alterações, os pesquisadores notaram que a expressão do gene TRIB3 diminui progressivamente durante o envelhecimento. Segundo Carvalho, dados da literatura científica sugerem que a menor produção dessa proteína pode favorecer a infecção e a replicação de alguns tipos de vírus, entre eles o causador da hepatite C (HCV). Sabe-se ainda que a molécula integra duas vias de sinalização celular – uma chamada UPR (sigla em inglês para resposta a proteínas não enoveladas) e outra conhecida como via de autofagia – que são importantes para o ciclo biológico de vários coronavírus. O grupo teve então a ideia de cruzar esse achado relacionado ao envelhecimento pulmonar com o conteúdo de outro banco de dados denominado P-HIPSTer (sigla em inglês para predição de interações moleculares patógeno-hospedeiro por similaridade de estrutura), cujo algoritmo explora informações baseadas em sequências e estruturas moleculares para inferir a probabilidade de interações entre vírus e proteínas humanas. Esse Human–virus interactome atlas mapeia possíveis redes de interação entre proteínas humanas e proteínas de diversos vírus, possibilitando a identificação de potenciais alvos terapêuticos. “Embora esse atlas não tenha a rede de interação entre as proteínas humanas e as do novo coronavírus, há dados referentes ao SARS-CoV, patógeno da mesma família que causou o surto de síndrome respiratória aguda grave em 2002. É o vírus mais intimamente relacionado ao SARS-CoV-2”, diz Carvalho. “Observamos que a TRIB3 apresenta alta probabilidade de interagir com a proteína do nucleocapsídeo do SARS-CoV. E, quando se compara o SARS-CoV e o SARS-CoV-2, observa-se 94% de similaridade entre as sequências dessas proteínas”, conta. O passo seguinte foi voltar ao banco de dados do projeto GTEx e repetir a análise de expressão de TRIB3 em um número maior de amostras de pulmão – agora avaliando separadamente homens e mulheres. “Curiosamente, não observamos nas mulheres uma mudança na expressão de TRIB3 ao longo dos anos, o que talvez ajude a explicar por que os homens idosos são os mais propensos a desenvolver pneumonia e insuficiência respiratória quando infectados pelo novo coronavírus”, afirma Carvalho. Célula-alvo Com o objetivo de descobrir quais células do tecido pulmonar expressam o gene TRIB3, o grupo recorreu a dois conjuntos de dados públicos disponíveis nos bancos Single Cell Portal e UCSC Cell Browser. Esses repositórios possuem dados de sequenciamento de RNA de célula única (do inglês, single-cell RNA-Seq). Com esse tipo de análise, é possível obter o transcriptoma de cada uma das células que compõem um tecido, em vez de olhar o tecido como um todo. “Observamos que a TRIB3 está expressa principalmente nas células epiteliais dos alvéolos pulmonares, as mesmas que expressam ACE-2 [sigla em inglês para enzima conversora de angiotensina 2], proteína à qual os coronavírus se conectam para invadir as células humanas. Isso reforça a hipótese de que a TRIB3 regula negativamente a infecção pelo SARS-CoV-2, ou seja, protege a célula da infecção”, diz o pesquisador. Como explica o biólogo Diogo de Moraes, primeiro autor do artigo, essas mesmas células epiteliais são responsáveis pela produção de surfactante, um composto que evita o colabamento dos pulmões. “Também identificamos uma diminuição na expressão de genes que envolvem o metabolismo de surfactante no pulmão de idosos. Outros estudos mostraram que a deficiência de surfactantes aumenta a vulnerabilidade para outras infecções virais e, nas últimas semanas, alguns pesquisadores discutiram sobre a reposição desses compostos no tratamento da COVID-19”, afirma. A esquipe da Unesp também contou com a participação de Brunno Paiva, Sarah Santiloni Cury e João Pessoa Araújo Jr. Colaborou ainda o pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Marcelo Mori, que recentemente teve um auxílio aprovado na chamada “Suplementos de Rápida Implementação contra COVID-19” para investigar como o envelhecimento contribui para a infecção pelo SARS-CoV-2. O artigo Prediction of SARS-CoV interaction with host proteins during lung aging reveals a potential role for TRIB3 in COVID-19. pode ser lido em https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2020.04.07.030767v1.   Karina Toledo | Agência FAPESP

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COVID-19: por que alongar traz benefícios para o corpo?

Com a pandemia do COVID-19 em que todos os estados do Brasil estão em quarentena há mais de 15 dias e milhares de brasileiros estão em isolamento social, o alongamento se torna essencial para evitar o sedentarismo e manter a rotina de exercícios, seja por meio de atividade física ou até mesmo como forma de canalizar as energias que eram gastas em saídas diárias para trabalhar, ir ao mercado, se divertir e ir ao parque, entre outras práticas, cuja interrupção foi necessária para evitar a proliferação da COVID-19. De acordo com o fisioterapeuta e professor do Centro Universitário São Camilo, Paulo Quemelo, o alongamento realizado de maneira regular apresenta benefícios para as pessoas que estão em período de isolamento e muito tempo paradas: “Existem evidências de que o alongamento aumenta a flexibilidade muscular e amplitude dos movimentos. Além disso, a prática de exercícios ajuda a reduzir o risco de lesões e a aliviar dores provocadas por algumas doenças”. Quemelo ainda ressalta que o alongamento ajuda a promover a redução da tensão muscular. “Nesse momento de isolamento social, trabalhando em casa e com todas as preocupações que temos, acabamos provocando uma tensão que não é nada boa para a nossa saúde. A realização de um bom alongamento provoca o relaxamento do músculo, o que aumenta a circulação da musculatura, evitando fadiga e favorecendo o bem-estar necessário ao corpo”. Você sabe a maneira correta de se alongar? O professor traz seis dicas de exercícios de alongamento. 1 – Puxe o pé para trás para alongar a região anterior da coxa;   2 – Apoie na parede dobrando a perna da frente e alongando a perna de trás para alongar a região posterior da perna;   3 – Flexione a coluna para frente, tentando alcançar o chão para alongar a região posterior da coxa; 4 – Com a mão, puxe a cabeça para o lado e para frente, alongando os músculos da região do pescoço;   5 – Levante o braço e, com a mão contrária, puxe pelo cotovelo para alongar a região posterior do braço;   6 – Levante o braço e incline para o lado contrário e depois junte as mãos e puxe para cima para alongar os músculos da região do tronco. Atenção também às dicas para executá-los da forma correta: • Realize o alongamento de forma lenta e suave; • Mantenha o alongamento por 30 segundos; • Respire durante o alongamento; • Alongue sempre os dois lados do corpo; • Alongue diariamente ou pelo menos 3 vezes por semana; • Procure um ambiente tranquilo e espaço adequado (o mais confortável possível).

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BID oferece cinco cursos gratuitos para a quarentena

Há alguns anos, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) vem transformando as experiências adquiridas no âmbito das operações que financia e dos estudos que desenvolve em cursos online para o Brasil e toda a região, tanto sob o formato de MOOCs (Massive Open Online Courses), quanto cursos online com tutores, com turmas menores. No momento estão abertas cinco oportunidades que oferecem novas práticas, metodologias, conhecimentos e tecnologias para que profissionais possam avançar em suas carreiras: • Gestão de riscos em projetos. Melhore o desempenho de sua equipe ao aprender a se antecipar a riscos. Projetos complexos em geral apresentam múltiplas partes interessadas, características ambíguas, influências políticas, desconhecimento do projeto, mudanças na governança, entre outras. Isso te soa familiar? Por isso, lidar efetivamente com situações complexas como essas pode se tornar uma vantagem competitiva. • Gestão de projetos de desenvolvimento . De acordo com o Project Management Institute (PMI), apenas 51% dos projetos do setor público e privado conseguem terminar no tempo previsto, e apenas 57% seguem o orçamento original. Neste curso você vai fortalecer sua capacidade de gestão de projetos de desenvolvimento para que sejam executados de forma eficaz e efetiva; conhecer boas práticas internacionais; aprender conceitos e ferramentas de gestão de projetos; e entender a metodologia PM4R desenvolvida pelo BID para gestão de projetos de desenvolvimento. • Economia Digital . Estude no seu próprio ritmo e entenda a importância de tecnologias como o Big Data e sua utilidade no monitoramento e avaliação de políticas públicas, o impacto da tecnologia em governos e conheça exemplos práticos do Brasil e do mundo sobre como o uso de novas ferramentas está gerando melhores serviços públicos e economia para os governos. • Consultas públicas significativas (bolsas integrais disponíveis para servidores públicos). Chega de consulta pública meia boca. Conheça as melhores práticas para realizar uma consulta realmente significativa, evitando problemas no futuro de um projeto ou obra. Você vai aprender boas práticas internacionais relacionadas à consulta desenvolvidas nos últimos anos, tanto pelo BID como por outras agências de desenvolvimento, academia, sociedade civil entre outros. • Princípios para a revisão de avaliação de impacto ambiental (bolsas integrais disponíveis para servidores públicos). Se você está envolvido na revisão e no processo de avaliação de impacto ambiental este curso é para você. Aprenda a rever e considerar os resultados de avaliações de impacto ambiental realizadas por outros. Foi concebido para ser aplicado a uma variedade de cenários legais, institucionais e culturais e ser usado por revisores de qualquer país em que se realizem avaliações de impacto ambiental.

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Pesquisadores testam tratamento com anticorpos de pacientes curados de COVID-19

A transfusão de anticorpos produzidos por pacientes curados da COVID-19 pode se tornar um tratamento para casos moderados e graves da doença. Para testar a eficácia da estratégia, 45 pacientes do Hemocentro de Ribeirão Preto estão recebendo plasma sanguíneo com os anticorpos que combatem o novo coronavírus (SARS-CoV-2). A técnica, chamada de transferência passiva de imunidade, também está sendo testada em países como China, França, Itália e Estados Unidos. “Ainda não temos vacinas ou medicamentos aprovados para a COVID-19 e, por isso, é importante testar essa estratégia. Vamos verificar se a transferência de anticorpos é segura e se auxilia na neutralização do vírus e, portanto, na recuperação da doença”, diz Rodrigo Calado, coordenador do estudo e um dos pesquisadores principais do Centro de Terapia Celular (CTC) da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP. Infecções virais como a causada pelo SARS-CoV-2 tendem a ativar o sistema imunológico do paciente infectado. Ao reconhecer a presença do vírus, as células de defesa começam a produzir anticorpos (proteínas secretadas por linfócitos) que têm a função de neutralizar o patógeno. “Dependendo da pessoa, essa resposta pode levar entre sete e 20 dias até que seja produzida uma quantidade suficiente de anticorpos para eliminar o vírus”, diz. Por isso, o estudo realizado no Hemocentro de Ribeirão Preto vai levar em conta o tempo da doença. Dessa forma, nos testes, a transfusão de plasma deve ocorrer no máximo até o sétimo dia da infecção, caso haja sinais de que o quadro irá se agravar. “A doença tem duas fases: uma de propagação do vírus e outra de muita inflamação. A transfusão do plasma tem de ser antes do agravamento da inflamação, para que os anticorpos doados possam atuar diretamente no vírus”, diz. O grupo do Hemocentro de Ribeirão Preto obteve aprovação do projeto esta semana pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e já está coletando o plasma dos doadores curados de COVID-19. O experimento vai se juntar a outras iniciativas de pesquisa semelhantes realizadas na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em Campinas, na Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo, e nos hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês. “É interessante unirmos forças nesse momento. Estamos conversando com outros centros de pesquisa, temos experiência em rodar ensaios clínicos e podemos auxiliar com esse conhecimento. Também é interessante aumentar o número de pacientes testados para termos uma resposta mais robusta sobre a segurança e eficácia dessa estratégia para casos de COVID-19”, diz. Técnica longeva A técnica de transferência passiva de imunidade não é uma novidade na ciência. Foi desenvolvida em 1891 para o tratamento de difteria – doença que na época matava muitas pessoas e para a qual não havia vacina – e rendeu a seu criador, Emil von Behring, o Prêmio Nobel de Medicina em 1901. Mais recentemente, a estratégia também foi usada na epidemia de SARS, em 2002, e em casos de varicela zoster. A aplicação mais comum do método no Brasil é o soro antiofídico. Nesse caso, anticorpos produzidos por cavalos expostos ao veneno são transferidos para pacientes picados por cobras. Diferentemente do experimento realizado com COVID-19, no caso do soro antiofídico os anticorpos neutralizam o veneno da cobra e não um vírus. “A vantagem é ser uma técnica que pode ser testada, sobretudo em momentos emergenciais. O ideal seria termos uma vacina, que é a injeção do vírus atenuado para que o indivíduo que nunca teve a doença produza de forma ativa seus próprios anticorpos. Mas isso requer muito tempo de pesquisa e de testes. Agora, em plena pandemia, testar o plasma se torna uma medida mais rápida. Também não requer o tempo necessário para produzir uma droga em laboratório. Se confirmada a eficácia, basta colher o plasma do doador e pronto”, diz. Calado ressalta que, a despeito de a técnica já ter sido usada para outras doenças, é preciso verificar se para os casos de COVID-19 a transfusão de plasma diminui a mortalidade e também se é segura. “A transfusão envolve 600 mililitros de plasma e essa quantidade pode sobrecarregar os pulmões e o coração. Outro risco é desencadear uma reação inflamatória exacerbada, em vez de diminuí-la. Pode provocar alergia ou outras reações. Precisamos antes testar para saber se é segura e se pode ser benéfica”, disse. Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP

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A perda do que nunca tivemos

Tem um poema de Pablo Neruda que diz assim: “se cada dia cai dentro de cada noite, há um poço onde a claridade está presa. Há que pescar a luz caída com paciência”. O sol tem um efeito Neruda em mim. Os pensamentos fatalistas e a melancolia da noite fazem menos sentido de manhã. E de dia tem roupa na máquina, o varal tá pesado, o café tá frio. Quando mais nova, cansava meu pai perguntando a importância de fazer a cama. Se vai usá-la de noite, por que arrumá-la pela manhã? Defendia os pratos limpos não guardados, a cama pronta para mais tarde. Assim sobraria tempo para a vida. Ele fazia a retórica: “por que tomar banho se vai se sujar?”, “por que viver se vai morrer?”. É que a repetição é a ordem natural do mundo. A volta da Terra nela mesma. O sol, a lua. Acordar, dormir. Limpar, sujar. Viver, morrer. Limitados fisicamente, grita em nós o que há de mais mundano. A rotina tem um fim em si própria. Tia Angela, mãe de Isadora, disse que o tempo agora é medido em dias. Porque o futuro é algo deveras intangível. Os planos para mês que vem são ridículos. O vírus nos colocou diante do óbvio: nunca tivemos controle. A verdade é que toda pergunta que já sabemos a resposta é sempre falsa. Isabel Allende em “Paula” relata quando percebeu a grandeza do ato de beber de água, enquanto vivia o terror de cuidar de sua filha em coma: “O meu braço se levanta e pega o copo com a força e a velocidade exata. Bebo e sinto os movimentos da língua e dos lábios, o sabor fresco na boca. O líquido frio baixando na garganta. Nada disso pode fazer minha pobre filha”. Lembro dela quando ouso ser ingrata. Na medida do tempo diário, vivemos e morremos todo dia. A perda do que nunca tivemos - o futuro - nos causa medo. Aprendi, pois, que o oposto do medo não é coragem, é amor. Amor é olhar na cara do monstro bem pertinho. Reconhecê-lo em nós mesmos. Entendê-lo. A palavra monstro vem do latino monstrum, que significa “avisar, prevenir”. A criatura inventada por Mary Shelley em Frankenstein avisava aos mortais do perigo da ambição do homem. Quando o monstro entende que causa terror, lamenta: se não posso inspirar amor, causarei medo. A escritora alertou: "nada é mais dolorosa para a mente humana que uma grande e repentina surpresa”. A natureza, sem medo do amanhã, carece de pressa. Ela faz do caos sua fantasia, mas é, na verdade, a ordem esperando ser desvendada. Regina Gianetti observou uma lagarta que inventou de virar casulo na sua janela. A observadora desenhou cenários terríveis para sua inquilina. O vento vai derrubá-la. A faxineira, espaná-la. A chuva, matá-la. Enquanto preocupava-se, o casulo parecia inerte. Será que morreu? Eu matei? Algo ruim aconteceu? O devaneio durou semanas. Um dia, a danada virou borboleta. Invisível e incompreensível à percepção humana, a natureza ocupava-se do seu processo fantástico de transformação. Criou asas. Voou.  O perigo nunca foi o mundo, o amanhã, o vírus, mas a nossa ignorância sobre eles. O perigo é olharmos e não nos reconhecermos no monstro. A cada manhã, o mundo se recria. Quem sabe agora ele esteja se preparando para virar borboleta. E quando o pavor fizer morada, a roupa tá suja, o varal tá pesado, o café tá frio. Bebe um copo de água. O céu coloriu. Alaranjou. Vai cair mais uma vez dentro do poço. Agora, há que pescar a luz caída, enquanto enxergamos sentido nisso tudo, porque senão, pra que viver se vai morrer?

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Comunidade dos Pequenos Profestas pede ajuda

A Comunidade dos Pequenos Profetas  (CPP) que realiza um trabalho social com população vulnerável da região Central do Recife,  teve que suspender as suas atividades. O intuito foi atender as orientações do Ministério da Saúde e Governo do Estado de Pernambuco suspendemos as nossas atividades na semana passada, a fim de resguardar às crianças beneficiadas pelo programa de um possível contágio pelo coronavírus. Mas a paralisação prejudicou a assistência essas pessoas que não podem mais contar durante a quarentena com projetos como o telhado produtivo, que consistia no plantio de hortaliças em cima de uma casarão antigo no bairro de São José, sede do CPP "Gostaríamos de contar dos nossos amigos e parceiros neste momento.Como não sabemos quando poderemos retornar as nossas atividades, queremos garantir que nosso público e seus familiares não fiquem desamparados", afirma o comunicado do grupo nas redes sociais.  O  intuito é distribuir cestas básicas e produtos de higiene para as mais de 200 famílias  atendidas pelo projeto. As doações, em qualquer valor, poderão ser realizadas na conta bancária: Banco Bradesco Agência 3208 Comunidade dos Pequenos Profetas Conta Corrente: 99453-7 CNPJ 12 861 514 0001 10  

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MP alerta municípios a darem assistência a quilombolas, indígenas e ciganos

Para informar e garantir a proteção à pandemia de coronavírus e a segurança alimentar das comunidades quilombolas, indígenas e ciganas, o Ministério Público de Pernambuco recomendou às autoridades públicas dos municípios de Sertânia, Passira, Garanhuns, Ipojuca e Águas Belas que implementem medidas sanitárias, de comunicação e alimentar para assegurar que essas comunidades de povos tradicionais sofram o menor impacto possível na época da pandemia. Assim, os gestores municipais devem distribuir entre as comunidades informações sobre como se prevenir de contaminação e quais as providências a serem adotadas em caso de alguém contrair o vírus. Devem ainda implementar ações de acesso à saúde, à assistência social, a itens de higienização, dentre outras necessidades identificadas. É ainda fundamental garantir o abastecimento de água nas localidades onde o abastecimento é inexistente ou irregular e recursos tais como a distribuição de cestas básicas e de kits que alimentação para os estudantes que têm, no momento, as aulas suspensas; e para que os responsáveis pelo Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar no município, caso exista, viabilizem as compras institucionais das famílias inscritas no Programa. Também é preciso viabilizar o acesso seguro dos membros das comunidades quilombolas, indígenas e ciganas, às agências bancárias, por vezes localizadas a quilômetros de distância dos seus territórios, para o saque do Bolsa Família, além da vacinação contra a gripe, conforme o calendário nacional, de forma eficiente e sem que estes sejam expostos à aglomerações em filas e transporte público. Muitas famílias das comunidades quilombolas, indígenas e ciganas vivem da renda gerada pela produção e venda de produtos agrícolas e, neste momento, encontram dificuldades para vender os alimentos produzidos devido à ausência de compradores nos mercados, bem como devido às dificuldades dos gestores municipais em viabilizar as habituais compras institucionais do Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar neste momento de restrições à aglomeração de pessoas. Assim, devem ser convocados para propor e articular soluções os Conselhos de Direitos existentes no município, tais como o Conselho de Saúde, o Conselho da Assistência Social, o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional, o Conselho de Alimentação Escolar e o Conselho de Desenvolvimento Rural, entre outros. As recomendações frisam que essas comunidades desenvolvem uma diversidade de modos e condições de vida, de acesso a serviços essenciais, como saúde, assistência social e saneamento básico, abastecimento de água, etc., e que, muitas vezes, para terem acesso a serviços de saúde e a bens essenciais faz-se necessário o deslocamento para municípios ou comunidades vizinhas.

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Simulador estima efeitos de medidas para enfrentar a Covid-19 em favelas

A partir de uma demanda do movimento Favelas contra o Coronavírus, iniciativa de coletivos de comunicação comunitária, pesquisadores brasileiros da área de Dinâmica de Sistemas desenvolveram um simulador para analisar o impacto de diferentes medidas na disponibilidade hospitalar e no número de vidas salvas em populações de baixa renda das favelas brasileiras, no contexto da pandemia do novo Coronavírus. O objetivo é contribuir com o debate público acerca do combate à pandemia. A ação, atrelada ao empreendedorismo social, é voluntária, orgânica e orientada por uma equipe multidisciplinar, que realizou desde o levantamento de dados até a modelagem e a construção do simulador, intitulado de "Favelas contra o Coronavírus". O time, coordenado por Igor Oliveira, pesquisador do grupo Dinâmica de Sistemas Brasil, conta com a participação de Ellen Aquino, mestranda no Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Sociedade (PPGCTS) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e Vinícius Picanço Rodrigues, mestre e graduado em Engenharia de Produção, também pela Universidade, e atualmente professor de operações do Insper. De acordo com Aquino, o intuito da ferramenta é disseminar informações para dialogar com o poder público e contribuir com o debate sobre a disseminação e possíveis formas de enfrentamento da Covid-19 no País. "Em tempos desafiadores como o que vivemos, sabemos que pessoas de baixa renda que estão organizadas em comunidades ou favelas enfrentam uma maior volatilidade na renda, o que diminui a adoção de medidas preventivas à Covid-19 justamente por falta de recursos. Além disso, o acesso dessas pessoas aos serviços de saúde tende a ser menor do que a média", pontua Aquino. Segundo a pesquisadora, esses fatos levaram a equipe a enxergar a importância e a necessidade de levar em conta, nos modelos matemáticos e de simulação, elementos específicos da população de baixa renda. "Entendemos que a Ciência está a favor da sociedade, e assim, unimos esforços de pesquisadores para conseguir dimensionar esse cenário e traduzir as simulações gráficas em estratégias às favelas", relata. O simulador foi modelado com foco específico em sete dimensões: remoção temporária de moradores de favela para espaços públicos; remoção temporária de moradores de favela para hotelaria; subsídio a insumos de higiene; renda básica para compra de produtos de higiene; estruturas emergenciais de saneamento; expansão da disponibilidade de Unidade Terapia Intensiva (UTI); e uso de máscaras de proteção facial. "Por meio dessas dimensões, o usuário pode simular a quantidade de vidas que poderiam ser salvas e de leitos de UTI disponíveis - em cenários otimista e pessimista -, de acordo com os conjuntos de estratégias que podem ser adotadas, em maior ou menor grau", sintetiza Aquino. Para criar a ferramenta, os pesquisadores adaptaram o modelo epidemiológico Covid-19 da empresa americana Isee Systems. Também se apoiaram na modelagem da capacidade do Sistema Único de Saúde (SUS) do Rio de Janeiro, com dados disponibilizados pelo próprio SUS, e realizaram o estudo dos mecanismos causais envolvendo adensamento urbano excessivo e condições de higiene. A perspectiva é que o projeto se expanda com dados também de outras cidades, já que a ferramenta permite que qualquer usuário insira números de seu Estado ou município, para que assim tenha as informações sobre a sua realidade. Fazem parte da equipe Cláudia Viviane Viegas e Gisele Chaves, integrantes do grupo Dinâmica de Sistemas Brasil, e Rodrigo Bertamé Ribeiro, do movimento Favelas contra o Coronavírus. O simulador pode ser acessado em www.favelascontracorona.com.br.

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