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Crítica| 1917

Alguns filmes de guerra entraram para a história do cinema mundial, fincando o pé definitivamente entre os melhores longas de todos os tempos. Como esquecer de A Ponte do Rio Kwai, Apocalypse Now ou A Lista de Schindler? Pois bem, mais uma produção do gênero certamente passará a marcar presença nessas listas: o intenso 1917 de Sam Mendes, diretor ganhador do Oscar por Beleza Americana. A trama acompanha dois soldados britânicos, Schofield (George MacKay) e Blake (Dean-Charles Chapman), na amarga missão de cruzar o território inimigo, arriscando a vida para entregar uma mensagem que poderá evitar a morte de milhares de homens, inclusive, do irmão de Blake. O filme oferece uma profunda imersão às entranhas da Primeira Guerra Mundial, reproduzindo da forma mais realista e crua possível a repugnante face de um front de batalha. É quase possível sentir o cheiro acre das carcaças de animais abatidos no combate e dos corpos de soldados pendurados nas cercas de arame farpado.     Logo no primeiro ato o roteiro desanda para diálogos por demais expositivos, com personagens lembrando, quase que a cada frase, dos perigos que a dupla irá enfrentar. Mas a partir do segundo ato a história ganha força após uma surpreendente reviravolta que impulsionará a trama. Em relação ao elenco, George MacKay ganhou certa notoriedade ao atuar, em 2016, no elogiado Capitão Fantástico. Já Dean-Charles Chapman é mais conhecido por seu trabalho na série Game of Thrones. Alguns nomes de peso surgem durante a jornada para fazer uma pontinha, como os atores britânicos Colin Firth e Benedict Cumberbatch. 1917 ganhou recentemente dois prêmios no Globo de Ouro, melhor filme de drama e melhor diretor. A boa recepção da crítica, aliada ao reconhecimento nas premiações, dá ao longa grandes chances de figurar entre os indicados ao Oscar 2020. Não apenas na disputa ao prêmio de melhor filme, mas também nas categorias técnicas, a começar pelo competente trabalho de cinematografia. A trama é costurada com um longo (falso) plano-sequência, escolha que dá mais realismo à história. A sequência do ataque noturno, com Schofield fugindo em meio às ruínas de antigos edifícios iluminados pelas explosões é impressionante. Ponto para o diretor de fotografia Roger Deakins, que tem no currículo longas como Blade Runner 2049, Onde os Fracos Não Têm Vez e Um Sonho de Liberdade.     Indicada ao Globo de Ouro, a trilha sonora, composta por Thomas Newman, soa desnecessária em algumas cenas. É inegável que nas sequências de ação ela se mostra eficiente ao potencializar a tensão. Mas falha ao se fazer presente nos momentos de calmaria, os quais parecem clamar por silêncio em oposição à música que insiste em golpear os tímpanos do espectador. Newman é colaborador de longas datas de Sam Mendes. Trabalhou com o diretor em filmes como Beleza Americana e 007 - Operação Skyfall. Sam Mendes provou ser possível dar novo gás a um gênero que vinha fraco das pernas. Muitos até consideraram uma grande zebra o prêmio no Globo de Ouro, levando em conta concorrentes do porte de Scorsese e Tarantino. Resta saber se o Oscar tomará o mesmo caminho. Estreia: 23 de janeiro.

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Dicas de filmes premiados do catálogo da Prime Video

Na era dos serviços de streaming, encontrar um bom filme em meio a centenas de títulos não é tarefa fácil. A variedade em um catálogo assume, dessa forma, o papel de vilã na hora da escolha. A tarefa fica ainda mais difícil com a quantidade cada vez maior desses serviços. Além da Netflix, a Prime Video, da Amazon, vem ganhando espaço após baixar o valor da mensalidade para R$9,90. Ainda que não tenha uma interface tão organizada quanto a da Netflix, o serviço da Amazon representa boa opção frente ao catálogo da concorrente, que vem priorizando produções originais. Nos últimos dias, a Prime Video disponibilizou em seu catálogo filmes que se destacaram em grandes premiações do cinema mundial, como o Oscar, Cannes e Sundance. Indico aqui algumas dessas produções.   A Maratona de Brittany   Filme de estreia do diretor Paul Downs Colaizzo, que também escreveu o roteiro. Na trama, Brittany, uma jovem sedentária e baladeira descobre que está mal após tentar conseguir com um médico a prescrição de anfetaminas (para uso nada medicinal, é bom frisar). Terá agora de perder, como ela mesma diz em uma das cenas, o peso equivalente ao de um husky siberiano. Sem dinheiro para academia, se juntará a um grupo de corredores que, no fim, a conduzirão à maratona de Nova York. O longa foi bem recebido pela crítica. Ganhou o prêmio de melhor filme pelo júri popular no Festival de Sundance deste ano. A atriz e comediante, Jillian Bell, encarna a protagonista. Jillian foi indicada, em 2010, ao Emmy pelo roteiro do programa de comédia Saturday night live.   O Passado   Filme iraniano dirigido por Asghar Farhadi, conhecido por seu trabalho em A Separação, longa ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2012. Na história, Ahmad (Ali Mosaffa) retorna de Teerã à França para assinar o divórcio, quatro anos depois de deixar sua mulher, Marie (Bérénice Bejo) e os filhos. Seu retorno é marcado por conflitos entre Lucie (Pauline Burlet), filha de Marie do primeiro casamento, e Samir (Tahar Rahim), novo companheiro de Marie. Lucie guarda consigo um segredo relacionado à antiga esposa de Samir, que está em coma. Além da competente direção de Asghar Farhadi, o que torna esse um grande filme são as atuações. O iraniano Ali Mosaffa consegue transmitir a serenidade necessária que seu personagem pede. A atriz franco-argentina, Bérénice Bejo, mais conhecida por seu papel em O Artista, com sua atuação ganhou o prêmio de melhor atriz em Cannes. O Passado foi indicado ao Globo de Ouro e à Palma de Ouro em Cannes.   Filhos do Paraíso   Mais uma produção iraniana. Na história, Ali (Amir Farrokh Hashemian) vive com os pais e a irmã Zahra (Bahare Seddiqi) e um bairro pobre. Após perder os sapatos da irmã, passa a dividir secretamente os seus com ela, com medo de levar bronca dos pais. Até que surge a oportunidade de ganhar um par de sapatos novos se chegar em terceiro lugar em uma corrida da escola. Filhos do Paraíso mostra a dura realidade vivida por essa família humilde segundo o ponto de vista das duas crianças protagonistas. Sem perder o bom humor, o longa retrata o dia a dia dos irmãos que, logo cedo, terão de assumir grandes responsabilidades em casa, além das tarefas da escola. Foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1999.   As Maravilhas   Dirigido por Alice Rohrwacher, mesma diretora do belo Lazzaro Felice, da Netflix, o italiano As Maravilhas acompanha a história de Gelsomina, jovem que mora com o pai e as irmãs numa pequena fazenda em uma vila na região da Toscana, onde vivem da produção de mel artesanal. Sua rotina é alterada após a chegada de Martin, um garoto acolhido pela família, ligado a um projeto social para jovens infratores. As Maravilhas trata de amadurecimento, da passagem da infância para a vida adulta. Tem um elenco, em parte, desconhecido, mas muito talentoso. Destaque para a atriz romena Maria Alexandra Lungu, que encarna a protagonista Gelsomina e para a bela Monica Bellucci, que interpreta uma apresentadora de TV. O filme ganhou o prêmio do júri no festival de Cannes em 2014.

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Crítica: Parasita

Desde que entrou no circuito de festivais, o longa sul-coreano, Parasita, vem acumulando elogios e muitos prêmios. Ganhou a Palma de Ouro em Cannes este ano e, recentemente, recebeu três indicações ao Globo de Ouro nas categorias melhor filme em língua estrangeira, melhor diretor e melhor roteiro. Chega forte à disputa ao Oscar de melhor filme internacional. Parasita é dirigido pelo genial Bong Joon Ho, que já tem no currículo filmes de destaque como O Hospedeiro, Expresso do Amanhã e a produção original da Netflix, Okja. A câmera foca em uma barata que rasteja sobre o centro de um pequeno cômodo e logo é lançada fora com um peteleco. Em outra cena, os protagonistas estão na sala, tomada por fumaça de dedetização, indiferentes, como insetos super-resistentes. A sequência funciona como metáfora para o que virá mais adiante. Na história, o jovem Ki-woo (Woo-sik Choi) recebe a proposta do amigo Min-hyuk (Seo-joon Park) para substituí-lo como professor de inglês de Da-hye (Ji-so Jung), primogênita de uma família rica. Mas o que, para muitos, seria tão somente um emprego temporário, para Ki-woo representa ocasião para ter toda a família empregada. Após algumas armações, logo o pai, a mãe e a irmã de Ki-woo são contratados para também trabalhar na casa. Basicamente essa é a premissa. Revelar mais que isso estragaria sua experiência com o filme.     Bong Joon-ho contrapõe de forma genial a realidade daquelas famílias. Em outra sequência utiliza a chuva para ilustrar isso. Do lado da família Park, a tempestade é encarada como uma benção. Passam a noite protegidos e bem confortáveis em sua casa luxuosa. Na manhã seguinte o céu está limpo, bem azul, perfeito para a festa que farão para o filho no jardim da residência. Já do lado da família de Ki-woo, as coisas tomam caminho diferente. A tempestade inunda todo o seu bairro, as águas invadem as casas e todos tem de passar a noite abrigados em um ginásio. Parasita chama a atenção não só pelo bom roteiro, mas também pelo elenco. Destaque para Kang-ho Song, que aqui encarna Ki- taek, pai de Ki-woo. O ator é figura conhecida dos filmes de Bong Joon Ho. Atou em O Hospedeiro e Expresso do Amanhã. Woo-sik Choi também já trabalhou com o diretor no longa Okja. A história vai além do que aparece na superfície. Seus personagens complexos e cheios de camadas, uns jogados nos subsolos como baratas, outros encarando o “desafio” de escolher uma peça de roupa em um enorme guarda-roupas atulhado delas, refletem uma sociedade onde a discrepância nas condições e oportunidades não permite discernir quem realmente assume o papel de vítima.  

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Crítica: Frozen 2

Mais desafiador que lançar um filme que agrade crítica e público é lançar uma sequência que supere ou, ao menos, equipare-se ao primeiro. Por isso, sempre que sai um novo longa de alguma franquia surge a inevitável pergunta: será melhor que o anterior? Pois bem, a bola da vez é a animação Frozen 2, que estreia no Brasil em 2 de janeiro de 2020. Enquanto os fãs brasileiros terão de esperar um pouco mais, a animação já estreou há duas semanas nos EUA. Arrecadou na estreia US$ 130 milhões (R$ 550 milhões) e já se aproxima da marca de US$ 300 milhões. O sucesso nas bilheterias nem sempre é diretamente proporcional à qualidade de um filme. É o que acontece com Frozen 2, bem inferior ao seu antecessor.     Na trama, Elsa parte em busca de respostas sobre seu passado e a origem de seus poderes, motivada por uma história contada por seu pai, quando ainda estava vivo, sobre a época em que era príncipe de Arendelle. A nova aventura não tem a mesma pegada e imponência da primeira, tem cara de filme que costuma ser lançado diretamente em DVD e Blue-ray. Ainda assim, não deixa de exibir cenas de encher os olhos, como a do embate no mar que, inclusive, aparece no trailer oficial. Quando o assunto é Frozen, difícil não falar sobre a trilha sonora. Como esquecer de "Let It Go", ganhadora do Oscar de Melhor Canção, ou "Do You Want To Build a Snowman?"? No entanto, em Frozen 2, poucas se destacam, com exceção da música tema de Elsa, "Into the Unknown". Polêmica Frozen 2 segue fazendo sucesso nos países onde estreou, levantando também muita polêmica. A mais recente aconteceu na Coreia do Sul. De acordo com o The Hollywood Reporter, uma organização não governamental chamada Public Welfare Committee (Comitê do Bem-Estar Público) acusou a Disney de monopolizar os cinemas do país. A animação chegou à Coreia do Sul em 23 de novembro, acupando 88% das salas. A Disney ainda não se pronunciou quanto à acusação.  

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"A Vida Invisível" é indicado para o Independent Spirit

Representante brasileiro na luta por uma vaga no Oscar em 2020, “A vida invisível” deu mais um passo para que isso aconteça nesta quinta-feira (22): o longa-metragem está indicado na categoria de Melhor Filme Internacional do Independent Spirit, considerado o maior prêmio de cinema independente. A premiação ocorre em 8 de fevereiro de 2020, nos Estados Unidos, e é um importante termômetro para o Oscar. O diretor Karim Aïnouz comemora a nomeação: “É uma honra nosso filme ter sido nomeado. É um reconhecimento do nosso esforço, do cinema brasileiro. Tendo trabalhado tanto tempo dentro da comunidade do cinema independente americano, nos anos 90, esta indicação me enche de energia. Viva o cinema brasileiro!” O produtor Rodrigo Teixeira também exalta a indicação ao Independent Spirit: “Recebo com grande satisfação essa indicação ao mais importante prêmio do cinema independente. ‘A vida invisível’ merece esse reconhecimento e o cinema nacional também.” “A vida invisível” teve a première em maio deste ano no Festival de Cannes e venceu a mostra Um certo olhar, conquistando um prêmio inédito para o cinema brasileiro. Nos Estados Unidos, o filme tem distribuição da Amazon e a previsão de chegada em solo norte-americano é 20 de dezembro. Já está em cartaz nas salas de cinema do Brasil há algumas semanas, incluindo pré-estreias e o lançamento realizado na quinta. SOBRE O FILME – As irmãs Guida (Julia Stockler) e Eurídice (Carol Duarte) são como duas faces da mesma moeda – irmãs apaixonadas, cúmplices, inseparáveis. Eurídice, a mais nova, é uma pianista prodígio, enquanto Guida, romântica e cheia de vida, sonha em se casar com um príncipe encantado e ter uma família. Um dia, com 18 anos, Guida foge de casa com o namorado. Ao retornar grávida, seis meses depois e sozinha, o pai, um português conservador, a expulsa de maneira cruel. Guida e Eurídice são separadas e passam suas vidas tentando se reencontrar, como se somente juntas fossem capazes de seguir em frente. Tudo isso ambientado no Rio de Janeiro, a partir dos anos 1950, e com participação especial de Fernanda Montenegro. O filme é baseado em romance homônimo escrito por Martha Batalha. Por Houldine Nascimento

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Netflix: no mês da Consciência Negra, produções que denunciam o racismo

Há fantasmas que insistem em assombrar a humanidade, um deles é o racismo, ainda tão real e presente na sociedade. Fantasma que, infelizmente, não se limitou ao passado manchado pela escravidão, está nas esquinas e estádios de futebol. Como forma de resistência ao preconceito e a discriminação racial, no dia 20 de novembro é comemorado em nosso país o Dia da Consciência Negra, data que homenageia Zumbi dos Palmares, símbolo da luta dos negros escravizados no Brasil. Com frequência, filmes e séries tratam do assunto, denunciando e promovendo necessária reflexão. Em homenagem à data, indico três produções originais Netflix ligadas ao tema.   American Son   O longa American Son é baseado em uma peça homônima que fez grande sucesso na Broadway. Na história, Kendra vai a uma delegacia denunciar o sumiço do filho. Ela é tratada com desdém e preconceito pelo oficial responsável pelo atendimento, que faz perguntas baseadas em estereótipos como “qual apelido o garoto tem nas ruas”, se tem cicatrizes, tatuagens ou até dente de ouro. A questão racial e de gênero é potencializada quando o pai do jovem, Scott, chega ao local. Por ser branco e se apresentar como agente do FBI, é recebido de forma diferenciada. American Son denuncia o preconceito e discriminação, relacionados à questão de raça e gênero, ainda presentes nas relações familiares e nas instituições que deveriam proteger o cidadão. Kerry Washington, conhecida por protagonizar a série de Shonda Rhimes, Scandal, encarna Kendra. Steven Pasquale da série The Good Wife interpreta Scott.   Olhos Que Condenam   Em 1989, cinco adolescentes, quatro negros e um hispânico, foram acusados e, em seguida, condenados injustamente por, segundo os investigadores, estuprar uma jovem branca que corria no Central Park. Na época, Donald Trump, então magnata do setor imobiliário, atiçou a opinião pública com anúncios de página inteira pedindo a pena de morte para os acusados. O caso ficou conhecido como “Os Cinco do Central Park”. A minissérie Olhos Que Condenam, dirigida por Ava DuVernay, conta essa triste e revoltante história. A produção denuncia não só os maus tratos sofridos pelos adolescentes enquanto estiveram presos, como também o caminho difícil de ressocialização que muitos deles tiveram de trilhar durante a condicional. Fruto de um sistema que impossibilita uma segunda chance aos que passaram por alguma condenação. Ava DuVernay é conhecida por dirigir o longa Selma: Uma Luta Pela Igualdade, que acompanha os bastidores da marcha das cidades de Selma até Montgomery em 1965, liderada por Martin Luther King Jr. pelo direito de voto dos negros nos EUA.   A 13ª Emenda   "Um em cada quatro seres humanos com suas mãos nas grades estão presos na terra da liberdade." Assim começa o documentário A 13ª Emenda, também dirigido por Ava DuVernay. A produção tem como pano de fundo o sistema carcerário americano e se baseia na 13ª alteração feita na constituição dos EUA, que tornou inconstitucional alguém ser mantido como escravo. Mostra que o texto deixou uma brecha: "exceto como punição por crimes", o que possibilitou a prisão em massa de afro-americanos após o fim da Guerra Civil Amerciana. O documentário fala também sobre o polêmico filme O Nascimento de Uma Nação, de D. W. Griffith e a apologia que fez, na época, às atividades racistas do Ku Klux Klan. A 13ª Emenda foi indicado em 2017 ao Oscar de Melhor Documentário e ganhou o BAFTA, prêmio da Academia Britânica de Cinema e Televisão.  

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Recife Assombrado: diretor conta detalhes do primeiro longa pernambucano de terror

Se você é de Recife e região, certamente já ouviu histórias sobre seres assustadores como a Perna Cabeluda e a Galega de Santo Amaro. Conhece lugares na capital pernambucana considerados, por muitos, assombrados como a Cruz do Patrão no Bairro do Recife. Na década de 50, muitas dessas histórias foram relatadas no livro Assombrações do Recife velho, do sociólogo Gilberto Freyre. Obra que serviu de inspiração para o filme de estreia do jornalista e produtor cultural Adriano Portela, o longa Recife Assombrado, primeiro longa de terror feito em Pernambuco. Em entrevista, Adriano conta detalhes do projeto, que chega aos cinemas em 21 de novembro.     Como surgiu a ideia para o projeto do Recife Assombrado? A ideia do filme surgiu em 2015, quando participei de uma oficina sobre monstros na literatura com o professor André de Sena, lá em Garanhuns. Eu já havia observado que existia muita coisa em formato pequeno, muitos curtas, mas não existia um longa catalogando todas essas assombrações, como Gilberto Freyre fez na década de 20 com o livro “Assombrações do Recife Velho”, na época que era editor do jornal “A Província”. O jornalista Oscar Mello fez uma série de reportagens sobre assombração e o tema depois virou pauta do livro de Gilberto Freyre. Dos filmes produzidos em Pernambuco, poucos são de terror. Por que a opção pelo gênero? A opção pelo gênero, primeiro é que sou apaixonado pelo tema assombração, desta história da oralidade que Freyre, Carneiro Vilela, Jaime Gris e outros autores vêm pesquisando há muito tempo. Fizemos também uma pesquisa sobre o que o público queria ver em Pernambuco. Observamos que os gêneros terror e suspense, mais especificamente, são muito solicitados por aqui.     Considerando a crise atual no audiovisual brasileiro, quais foram os principais desafios enfrentados do início à conclusão das gravações? O desafio maior sempre é conseguir um incentivo. O boom do cinema pernambucano facilitou a aprovação do projeto na Ancine em 2016. Do Nordeste, foram três projetos aprovados, Recife Assombrado, Organismo de Jeorge Pereira, que inclusive é diretor assistente do meu filme, e um projeto do Ceará. O dinheiro do incentivo só caiu na conta em 2017 e o restante para a finalização agora em 2019. Ao longo dos anos, desde a retomada da produção audiovisual em Pernambuco, marcada pela estreia do longa “Baile Perfumado”, os filmes produzidos por aqui têm chamado a atenção não só no Brasil, mas também lá fora. Como explicar essa vocação do estado para a sétima arte? Essa vocação está ligada à vontade de fazer, ver a coisa acontecer. Certa vez eu estava na Academia de Cinema em São Paulo e perguntaram como a gente fazia os filmes por aqui, pois, até então, só tinha curso de cinema na UFPE e Aeso. Respondi que a gente aprendia com a cabeça no sol mesmo. Pernambuco é um celeiro multicultural e é essa vontade de realizar, fazer arte e acontecer.  

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Crítica| Campo do Medo (Netflix)

As tramas e personagens criados por Stephen King costumam fazer sucesso não apenas na literatura de terror, mas também na tela grande. Algumas dessas adaptações são presença garantida em listas de melhores filmes, como Um Sonho de Liberdade e À Espera de Um Milagre. Recentemente, It: A Coisa tornou-se o filme de terror de maior bilheteria da história do cinema. Pois bem, as adaptações não param de surgir: Campo do Medo, inspirado no conto homônimo escrito por Stephen King e o filho Joe Hill, é uma das novas apostas da Netflix. Na história, os irmãos Becky (Laysla De Oliveira) e Cal (Avery Whitted) são atraídos a um imenso matagal ao lado de uma rodovia, após ouvirem o grito de socorro de um menino. A dupla descobrirá que aquele lugar é muito mais sinistro e perigoso do que imaginam, uma espécie de labirinto verde dominado por uma força sobrenatural.     Campo do Medo é uma produção canadense, dirigida pelo diretor americano Vincenzo Natali, mais conhecido pelo cult de ficção científica, Cubo. Diferente de outras adaptações de Stephen King, a história não convence: previsível e com poucos sustos. O trabalho de edição feito por Michele Conroy é confuso e pouco ajuda (mais atrapalha) o desenrolar da trama. Conroy editou filmes como Pompéia e o terror cult Mama. A fotografia é uma das poucas coisas boas de Campo do Medo. As belas imagens aéreas do matagal são de encher os olhos e os enquadramentos fechados nas cenas dentro da mata potencializam o clima claustrofóbico proposto. Desde que estreou no catálogo da Netflix na sexta (4), Campo do Medo vem acumulando críticas negativas. No Rotten Tomatoes está com apenas 40% de aprovação, enquanto que no IMDb, alcançou, até o momento, a nota 5,6.  

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Rec'n'Play começa nesta quarta-feira

De 2 a 5 de outubro, o Bairro do Recife vai receber mais uma edição do REC’n’Play, festival de conhecimento que irá ocupar prédios e ruas da região central com centenas de atividades e programação gratuita. O festival é uma realização do Porto Digital e da Ampla Comunicação, com apoio da Prefeitura do Recife e do Sebrae. O evento vai abrigar workshops, palestras e oficinas, nas áreas de tecnologia, economia criativa e cidades inteligentes, exibições artísticas, hackathons, shows e rodadas de negócios. Desde sua primeira edição, em 2017, o festival funciona a partir de três pilares básicos: educação, negócios e entretenimento. Já tradicional no calendário da cidade, o REC’n’Play, em sua exploração de tendências tecnológicas e criativas, é um centro de profusão para quem se interessa por temas ligados a internet, robótica, fabricação digital, games, audiovisual, fotografia, design, música, sustentabilidade e clima no âmbito das cidades inteligentes. Este ano, o festival está ainda maior, com mais de 300 atividades durante os quatro dias de duração e ocupando 17 prédios do Bairro do Recife. Para realizar todas essas atividades, serão cerca de 500 convidados para palestrar, ministrar oficinas e compartilhar seus conhecimentos. São esperados 20 mil participantes, vindos de mais de 20 Estados do Brasil. Dentre os palestrantes confirmados estão André Ferraz, cofundador e CEO da InLoco, empresa pernambucana de tecnologia de inteligência de dados de localização e um exemplo de sucesso em empreendedorismo com crescimento exponencial, atuando no Brasil e nos Estados Unidos. Silvio Meira, cientista, professor e fundador do Porto Digital, e Pierre Lucena, atual presidente do Porto Digital e professor da UFPE, também já confirmaram sua presença. Os participantes também vão assistir às palestras dos jornalistas Luis Nassif e Caco Barcelos, da presidente da Microsoft Brasil, Tânia Consentino, do CEO da Mercedes-Benz do Brasil, Phillipp Scheimer, e do economista e ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco. Também estão entre as atrações do evento, Renata Albertim, CEO e co-fundadora do Mete a Colher, projeto que usa a tecnologia como aliada para combater a violência,  Luciano Huck, apresentador da Rede Globo de Televisão e empresário e o professor de criatividade Murilo Gun. A Algomais não poderia ficar de fora e promoverá a 4ª edição do Workshop Algomais Educação, no dia 3 de outubro, na Cesar School. O evento terá como tema O futuro das profissões, será mediado pelo professor Armando Vasconcelos, diretor do Colégio Equipe e contará com os palestrantes Felipe Furtado, diretor Executivo de Educação da Cesar School, e Bruno Montarroyos, Google Innovator Certificado para a Educação e líder do setor de atendimento a clientes estratégicos no Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados). No dia 5, Francisco Cunha, arquiteto e sócio da TGI, promove reflexões sobre o atual uso da Ilha de Antônio Vaz, que inclui os bairros de Santo Antônio, São José, Cabanga e Joana Bezerra. Haverá uma discussão na sede da CDL, depois uma caminhada pela Conde da Boa Vista, Av. Guararapes e Praça da Independência, até o Bairro do Recife. Em seguida, haverá um debate e serão desenvolvidas coletivamente sugestões dos participantes para essa área do Recife. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas através do site oficial do evento www.recnplay.

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HQ sobre vida de adolescente é lançado hoje

"Acordar cedo, enfrentar a escola, tentar se enturmar, se dar bem com as garotas, caçar novas aventuras e ainda buscar ser você mesmo...os dilemas da vida de Juca, aos 15 anos, são iguais aos de quase todo adolescente aprendendo com sua juventude. As fábulas de Guilherme Botelho Fernandes acertam em cheio nos dramas repletos de hormônios dessa fase, com afiado humor e com a sensibilidade típica de quem já passou poucas e boas nesse desafio chamado crescer...A vida de Juca é mesmo a ordinária história de uma juventude qualquer. Será?" A fábula em quadrinhos foi escrita e desenhada por Guilherme Botelho Fernandes, desde a adolescência até seus 25 anos, quando a vida de Guilherme foi interrompida num acidente de Asa Delta, em maio de 2013. Sua mãe, Angela Botelho, não deixou a história morrer e decidiu publicar o livro, in memorian. Editado pela Livrinho de Papel Finíssimo, com pósfácio e Clylton Galamba e capa do design Rodrigo Gafa, "A Ordinária História de Juca e Uma Juventude Qualquer" será lançada hoje (20), na Livraria Cultura. O exemplar estará a venda por R$80 Serviço: Lançamento do Livro "A Ordinária História de Juca e Uma Juventude Qualquer" Autor: Guilherme Botelho Fernandes (In Memorian) Editora: Livrinho de Papel Finíssimo Local: Livraria Cultura (Shopping Rio Mar) Horário: A partir de 18h30.

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