Recife é a capital da festa junina e do carnaval, pelo menos quando se trata de popularidade entre os moradores locais. Essa é uma das constatações da pesquisa Cultura nas Capitais, divulgada nacionalmente nesta terça-feira (24). De acordo com o levantamento, as festas juninas são as preferidas dos moradores de Recife entre as festas populares, e o percentual de recifenses que disseram ir a blocos de carnaval é quase o dobro da média na comparação com as metrópoles analisadas. Preferidas por 47% daqueles que frequentam festas populares, as festas carnavalescas em Recife superaram com folga cidades com grande tradição no carnaval, como Salvador (22%) e Rio de Janeiro (36%). Realizada pela JLeiva Cultura & Esporte, com levantamento de campo e processamento de informações a cargo do Datafolha, a pesquisa traz o mais amplo levantamento sobre hábitos culturais já realizado no país, e mostra a relação da população de 12 capitais brasileiras com a cultura. Além de Recife, também fazem parte do estudo Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís e São Paulo. A pesquisa ouviu 613 moradores de Recife, de 14 de junho a 27 de julho de 2017, a respeito de suas práticas culturais ao longo dos 12 meses anteriores. A leitura de livros – respondida por 56% – e a ida ao cinema (55%), a shows (46%) e a festas populares (46%) são, respectivamente, as atividades culturais mais frequentadas pelos moradores de Recife. Nos dois primeiros quesitos (livros e cinema), no entanto, os índices estão abaixo da média geral: Recife é a pior colocada na leitura de obras literárias e a terceira com menor percentual de frequência em cinemas. A capital pernambucana também obteve alguns dos piores resultados de presença em bibliotecas (36%), espetáculos de dança (31%), museus (26%) e teatros (25%). Espaços mais frequentados Outro tópico abordado pelo estudo foram os espaços culturais mais frequentados. O Cinema São Luís é o ponto mais citado (94%) e frequentado (71%). O segundo em menções (93%) e frequência (66%) é a Casa da Cultura. Os recifenses também disseram ir ao Teatro de Santa Isabel (47%), Paço do Frevo do Recife (35%), Instituto Ricardo Brennand (37%), Caixa Cultural Recife (18%), Museu Cais do Sertão (14%) e o MAMAM (8%). Livro e plataforma digital interativa Os dados detalhados e as principais conclusões da pesquisa estão compilados na publicação Cultura nas Capitais: como 33 milhões de brasileiros consomem diversão e arte, lançado nesta terça-feira (24). O livro contém 180 infográficos e análises assinadas por especialistas de 15 temas abrangidos pelo estudo: Tempo livre, Acesso e Prática, Educação, Renda, Gênero, Idade, Religião, Cor da Pele, Cultura e Tecnologia, Música, Artes Visuais, Artes Cênicas, Audiovisual, Políticas Públicas e Cidades. Todas essas informações estão também disponíveis para acesso público e gratuito no site: http://www.culturanascapitais.com.br. A plataforma interativa permitirá ainda o cruzamento livre de dados compilados, servindo como importante ferramenta de análise para o usuário. Cultura nas Capitais é uma realização da JLeiva Cultura & Esporte, do Ministério da Cultura, do Governo Federal e do Governo do Estado de São Paulo, com patrocínios do Instituto CCR e da Braskem e apoio da ProAc ICMS do Estado de São Paulo, da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura e da Fundação Roberto Marinho. Metodologia A pesquisa da JLeiva Cultura & Esporte ouviu 10.630 pessoas com idade a partir de 12 anos, entre os dias 14 de junho e 27 de julho de 2017. As pessoas foram abordadas pessoalmente em pontos de fluxo. O questionário, com 55 perguntas, traçou um panorama dos hábitos culturais dos moradores de 12 capitais brasileiras, apontando as atividades mais e menos praticadas. O estudo procura entender como algumas variáveis demográficas, sociais, econômicas e comportamentais (sexo, idade, escolaridade, renda, estado conjugal, presença de filhos, cor e religião) influenciam a vida cultural da população, aproximando ou afastando os moradores do cinema, do teatro, do circo, de shows de música e de outras atividades culturais. A pesquisa também explora a forma pela qual o brasileiro se relaciona com o audiovisual, as artes cênicas, as artes visuais e a música. Além de perguntas sobre as motivações e barreiras que aproximam e afastam as pessoas de algumas atividades, o estudo também traz questões que avaliam o impacto das novas tecnologias e a forma pela qual a população escolhe as suas atividades culturais. Para melhor interpretar os resultados, a JLeiva Cultura & Esporte analisou as respostas utilizando um modelo de regressão – equações que estimam as relações entre as variáveis de uma pesquisa. O objetivo foi compreender com mais precisão o impacto de cada característica dos respondentes (como sexo, idade e religião) na frequência às atividades culturais. Com essa metodologia, conseguiu-se uma abordagem inédita sobre acesso à cultura no Brasil. No conjunto das 12 capitais, a margem de erro da pesquisa é de 1 ponto percentual, para mais ou para menos. Nos resultados de cada município, a margem varia de 2 a 4 pontos. Sobre a JLeiva Cultura & Esporte Consultoria especializada no desenvolvimento e implantação de políticas de marketing cultural, esportivo e social de empresas e instituições públicas ou privadas. Com amplo conhecimento do mercado brasileiro, a JLeiva Cultura & Esporte orienta as empresas e instituições no desenvolvimento de estratégias alinhadas com sua visão, sua missão e seus valores, e com as necessidades e oportunidades dos mercados cultural e esportivo. Atuando desde 2004, participou da realização de mais de 500 projetos culturais e esportivos, da área social ao entretenimento, nas mais diferentes cidades e regiões do Brasil. Sobre o Instituto CCR O Instituto CCR, uma entidade privada sem fins lucrativos, nasceu em 2014 com o objetivo de estruturar a gestão de projetos sociais, culturais, ambientais e esportivos apoiados há mais de dez anos pelo Grupo CCR. Por meio do Instituto CCR são viabilizados projetos, com recursos próprios da companhia e oriundos de leis de incentivo, com foco prioritário em quatro áreas: Saúde e Qualidade de Vida; Educação e Cidadania; Cultura e Esporte; Meio Ambiente e Segurança