Arquivos Notícias - Página 618 de 655 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Insatisfação com valor de impostos

Sete em cada dez brasileiros concordam que a baixa qualidade dos serviços públicos se deve mais à má gestão dos recursos do que à falta deles. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que 81% dos brasileiros acreditam que o governo já arrecada muito e não precisa aumentar os impostos para melhorar os serviços públicos. Para 84% das pessoas os impostos no Brasil são elevados ou muito elevados e 73% são contra o retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Para 80% dos entrevistados, o governo deve reduzir as despesas atuais para diminuir os déficits orçamentários. Dos que acham que deve manter os gastos, a primeira opção para estabilizar as contas públicas deve ser a privatização de bens. "A população não quer pagar mais impostos e continuar tendo serviços de má qualidade. É preciso aumentar a eficiência do uso do dinheiro público, além de promover um debate que informe à sociedade a situação das contas do governo e explique a necessidade de reformas urgentes, como a da Previdência", afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. A pesquisa foi feita em parceria com o Ibope e entrevistou 2.002 pessoas em 143 municípios entre os dias 17 e 20 de março. O número de brasileiros que têm a percepção de que pagam caro por serviços ruins é cada vez maior. Considerado o elevado patamar de impostos pagos no país, 90% dizem que os serviços deveriam ser melhores. Em 2013, o volume era de 83%, e em 2010, de 81%. A saúde e a segurança têm as piores avaliações entre os 13 serviços analisados. Receberam os índices mais baixos - 20 e 22 pontos -, em uma escala em que valores superiores a 50 representam que a parcela da população que considera o serviço de alta ou muita qualidade é superior à que considera de baixa ou muito baixa qualidade. Nenhuma das opções alcançou índice acima dos 50 pontos. Os que tiveram a melhor avaliação foram o fornecimento de energia elétrica e os Correios, com 48 e 46 pontos, respectivamente. Entre os 13 serviços avaliados, seis tiveram queda em relação à pesquisa anterior, realizada em julho de 2013. Contra a volta da CPMF Apesar de 65% dos entrevistados não saberem o que é a CPMF, quando informados pelos entrevistadores, 73% disseram ser contra a cobrança. Para 70% dos que responderam à pergunta, a CPMF é um imposto injusto, que afeta as pessoas independentemente de seu nível de renda. A volta da CPMF poderá aumentar os preços dos produtos, na opinião de 59% dos entrevistados. O argumento de que o recurso do tributo será investido na Previdência Social e na saúde não convence os brasileiros a serem favoráveis ao seu retorno. Para 61% dos entrevistados, a recriação da CPMF não vai melhorar a vida dos brasileiros. Reequilíbrio das contas públicas Para 59% da população, os gastos públicos subiram muito nos últimos anos e 80% acreditam que o governo deve reduzir as despesas atuais para diminuir os déficits orçamentários. Entre os que recomendam o corte de gastos, a prioridade deve ser reduzir o custeio da máquina pública e os salários dos funcionários públicos, na opinião de 32% e 22%, respectivamente. Para os que acham que o governo deve manter os gastos, foram apresentadas três opções para estabilizar as contas. Do total, 42% disseram que o governo deve vender ou conceder bens e estatais à iniciativa privada, 17% defenderam a criação de impostos e 12% acham que é melhor aumentar a dívida pública. Outros 30% não souberam responder. Uso de recursos por instâncias de governo Quanto menor a instância de governo, maior a percepção da população de que o dinheiro é bem utilizado. Dos entrevistados, 83% consideram que os recursos federais são mal utilizados ou muito mal utilizados pelo presidente da República e seus ministros. O percentual cai para 73% quando se analisa o orçamento estadual e para 70% quanto se verifica o municipal.

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Recife recebe workshop sobre marketing político digital

Em um momento em que o universo da política está cada vez mais no foco de debates, o Recife recebe uma ação voltada para interessados no assunto, o Workshop sobre Marketing Político Digital - Oportunidades para as Eleições de 2016. O encontro acontece neste sábado, 16 de julho, das 9h30 às 18h, no Impact Hub, localizado na Rua do Bom Jesus, Bairro do Recife. Destinado a políticos, candidatos e coordenadores de campanhas eleitorais, assessores de políticos e de candidatos e profissionais de comunicação (publicidade, relações públicas, jornalismo, rádio e TV) o curso será ministrado pelo consultor e palestrante Leandro Rehem e pela especialista em inteligência, comunicação e monitoramento em mídias sociais Fátima Silana, com participação da advogada e blogueira Noélia Brito. As inscrições podem ser feitas por meio do link. A programação consiste em sete horas de treinamento intensivo sobre os principais aspectos que envolvem a criação de uma presença política na internet como Marketing Político Digital (MPD) na prática, Produção de conteúdo, Inbound Marketing, Conversão de Visitantes em Eleitores, Planejamento e Estratégia, Combate à guerrilha e Estruturação de equipe, além de algumas tendências e dicas práticas. No período da manhã, Fátima Silana fala sobre como as mídias sociais e o monitoramento podem fazer a diferença para uma campanha, abordando questões como identificação de militâncias, problemas da cidade, geração de insights para estratégias de campanha e diagnóstico da receptividade do programa eleitoral. No período da tarde, Leandro Rehem apresenta as principais técnicas disponíveis no mercado para criação de campanhas eleitorais na Internet. Neste contexto, será abordado o planejamento de uma campanha política digital, o perfil do eleitor conectado, a legislação eleitoral na web, marketing de conteúdo, marketing de atração, email marketing e dicas práticas. O curso termina com uma conversa com a convidada Noélia Brito sobre Expectativas e Perspectivas para eleição 2016. Noélia é jornalista, procuradora do Município do Recife e editora do Blog da Noélia Brito, de conteúdo político. Milita ativamente nas redes sociais e possui um perfil no Google+ que já obteve mais de 13,6 milhões de acessos. Fátima Silana é especialista em inteligência, comunicação e monitoramento em mídias sociais com mais de 12 anos de experiência profissional, além de Gerente de Projetos da E.life, empresa brasileira pioneira e líder na América Latina em monitoramento, análise e gestão do relacionamento nas mídias sociais. Leandro Rehem é publicitário especialista em marketing digital, conteúdo para web e novas mídias. Atualmente, é sócio da LeWay Marketing & Conteúdo.

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Anatomia dos juros altos

O Brasil pratica a maior taxa de juros real e nominal do planeta. A esse custo do dinheiro trava-se o consumo e o investimento. Ademais, o custo fiscal é muito alto. Em 2015, o governo pagou aos credores cerca de meio trilhão de reais de juros, equivalente a 8% do PIB. E entre dezembro de 2014 e de 2015, graças à elevação da taxa de juros, o País desembolsou R$ 190 bilhões a mais. Esse valor é muito superior à meta de déficit primário aprovado recentemente pelo Governo Temer para 2016. As razões para o Banco Central praticar eventualmente juros altos não residem apenas no seu objetivo de manter a inflação de demanda sob controle. Há outras duas razões macroeconômicas importantes. Até o início da década passada juros altos atraiam capitais de curto prazo que ajudavam a financiar o déficit de transações correntes. Historicamente, investimento direto e financiamentos externos não fechavam essa conta. Os capitais de curto prazo eram quase sempre necessários para bancar a diferença. Por conseguinte, quando o País não conseguiu gerar saldos crescentemente positivos na sua balança comercial e atrair novos investimentos e financiamentos de forma sustentável, juros reais elevados foram funcionais para atrair os dólares necessários para equilibrar o balanço de pagamentos. A outra razão - muito mais importante e atual- é o desequilíbrio fiscal do setor público. Este setor captura a poupança privada oferecendo taxas de juros atraentes para financiar o seu déficit. A irresponsabilidade fiscal do passado gerou enormes déficits internos que são financiados com poupança privada intermediada pelas instituições financeiras. Uma vez que o estoque da divida representa cerca de 68% do PIB, o mercado para cobrir a possibilidade do default incorpora aos juros um fator de risco. Para rolar essa divida, indexada parte a Selic e parte a índices de preço, a União precisa oferecer uma remuneração que, no fundo, estabelece uma rigidez para baixo na taxa de juros real. Esses são os fundamentos para o argumento de que a taxa de juros real no Brasil tenha um piso alto porque cumpre duas funções: a primeira, agora não mais existente, mas que foi importante no passado, é ajudar a financiar o déficit externo (transações correntes), captando poupança do resto do mundo e, a segunda, bastante atual, é financiar o déficit interno (divida pública), captando poupança doméstica através do sistema financeiro. Todavia, essas razões não são as únicas que explicam as altas taxas de juros. É necessário entender, também, como funciona a intermediação financeira no Brasil e porque esse mercado pratica spreads (diferença entre o custo da captação e da aplicação) tão elevados. Segundo o Banco Mundial, o spread, brasileiro é um dos mais altos do mundo (22,8% em maio de 2016, sendo 32% no segmento de pessoas físicas e 12,2% no de pessoas jurídicas). Por que essa diferença é tão alta? Em primeiro lugar, há um prêmio pela inadimplência. Na composição do spread, a inadimplência responde, por cerca de um quarto da diferença. Em segundo lugar, há o mark-up dos bancos constituído pela soma das participações no spread das despesas administrativas (9,2%), dos impostos diretos (25,4%) e dos lucros (37,75%; dados de 2014). Pergunta-se: Existe indício de cartelização por parte do sistema bancário? Os lucros dos bancos são exagerados? A teoria econômica ensina que, em mercados onde o produto é artificialmente escasso e muito caro em comparação com mercados onde há mais competição, existem fortes indícios de práticas monopolísticas. Existe, de fato, um poder de mercado que se manifesta pelo elevado spread, pela escassez relativa de crédito e por altos lucros. O spread bancário é uma medida da eficiência e da competitividade do sistema financeiro. Países mais desenvolvidos e com sistemas financeiros mais competitivos apresentam spread inferiores a 10% e volumes de crédito, medidos com relação ao PIB, relativamente elevados. Além disso, a concentração bancária está longe de ensejar uma saudável concorrência no mercado de crédito. No Brasil, os quatro maiores bancos- dois públicos e dois privados- respondem por 70% do volume de crédito. É importante estimular a competição entre os bancos. Mais competição amplia o crédito e reduz o seu custo. Isso significa maior desenvolvimento para o mercado financeiro e para a economia como um todo. Caso essas condições se estabeleçam, os juros irão cair até atingir um ponto de equilíbrio que sempre será testado pelo mercado. O importante é que a oferta de crédito aumente e o seu custo caia a níveis que permitam retomar o crescimento econômico.

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Conjuntura torna eleição imprevisível

Múltiplas candidaturas. Pelo menos cinco partindo com força - seja de estrutura, reconhecimento político ou tempo de TV. As eleições municipais do Recife sinalizam um cenário com toda tendência de segundo turno, após 12 anos. A última eleição na capital pernambucana que foi para o segundo turno foi entre João Paulo e Roberto Magalhães, no ano 2000. A deliberação oficial sobre as candidaturas e coligações acontece entre 20 de julho e 5 de agosto. Mas a disputa já começou há um bom tempo. O PT e DEM (na época ainda PFL), atores daquele embate voltam fortes nessa eleição, mas sem favoritismo. Os democratas representados pela pré-candidata e deputada estadual Priscila Krause. Os dois mais votados nas eleições 2012, Geraldo Júlio (PSB) e Daniel Coelho (PSDB) voltam a se enfrentar no pleito de outubro. O partido do prefeito apresenta recall maior que naquele embate, mas sem uma figura que foi fundamental para aquela decisão: Eduardo Campos. Junta-se a esse grupo o deputado estadual Sílvio Costa Filho (PRB), que sonhava até então com o apoio dos petistas e do PTB, do senador Armando Monteiro. Mais duas candidaturas com menor estrutura já foram postas: o deputado estadual Edilson Silva (Psol) e o presidente do PV Carlos Augusto Costa. “Podemos esperar uma eleição muito pulverizada. Muitos candidatos, muitos dos quais competitivos. O segundo turno é certo e o resultado é uma incógnita. Priscila agrega a bandeira da mulher, além de experiência no Legislativo. Ela tem capacidade de reunir as chamadas bandeiras de centro-direita. Daniel sempre teve excelentes performances devido a sua boa capacidade comunicacional”, avalia o cientista político e professor da Unicap, Thales Castro. Apesar do reconhecimento popular de João Paulo, o especialista acredita que o desgaste do impeachment no seu partido trará dificuldades para o ex-prefeito recompor sua base e reinventar o discurso. A participação do DEM e do PSDB no ministério do governo provisório de Michel Temer é visto pelo cientista político Túlio Velho Barreto como um fator que poderá resultar num empoderamento dos seus candidatos na disputa local. No caso, Priscila Krause e Daniel Coelho. No entanto, ele ressalta que horizonte político até outubro ainda não é claro. Um maior ou menor envolvimento dos atores políticos locais no governo e o desgaste das denúncias de corrupção poderiam tanto contribuir como prejudicar tais candidatos no Recife. “A morte de Eduardo Campos, único real líder do PSB no Estado, certamente, afetará a campanha. Não se sabe o que acontecerá com a disposição do PMDB de emplacar o candidato a vice na chapa, o que significaria o afastamento do atual vice- -prefeito Luciano Siqueira, do PCdoB”, avalia. Sobre o prefeito Geraldo Júlio, Thales destaca que o socialista entrará numa eleição na situação oposta a que enfrentou quatro anos atrás. Em 2012, a força e habilidade de costura política do ex-governador Eduardo Campos, aliado ao intenso desgaste interno do PT, que detinha a prefeitura, levou o então desconhecido secretário de desenvolvimento econômico, mas com rejeição baixíssima, a uma vitória no primeiro turno. “Geraldo Julio tinha Eduardo Campos como principal cabo eleitoral e ainda contava com uma aliança com Lula e Dilma. Há uma diferença brutal desse contexto de alianças”, afirma. Na ocasião, o atual prefeito contava com 12 partidos no seu palanque, que garantiu a eleição do então pouco conhecido secretário no primeiro turno. Daquela Frente Popular, ao menos o PRB e PV terão candidaturas próprias. Até o partido do vice-prefeito Luciano Siqueira, o PCdoB, não está garantido na coligação devido ao apoio socialista ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Para Velho Barreto, as dificuldades da gestão socialista se agravaram com o afastamento das legendas do DEM e  do PSDB em Pernambuco e no Recife. “No plano local, o PSB parece ter se precipitado ao afastar ainda mais o DEM e o PSDB ao solicitar os cargos que esses partidos ocupavam na prefeitura e Estado. Tal fato pode ter sido resultado do açodamento dessas legendas em lançar os seus pré-candidatos, mas, fundamentalmente, parece ter resultado da inabilidade em costurar a manutenção da aliança ou de manter uma relação de proximidade que permitisse alguma composição na frente, ou seja, antes, durante ou depois da disputa eleitoral”, afirma. Além das múltiplas candidaturas fortes, a crise econômica e política torna a eleição ainda mais imprevisível. “O cenário nacional de incerteza, denuncismo e delações promove uma desorientação no eleitor. Em outubro ainda estaremos submersos nessa crise continuada. Uma eleição atípica e oposta ao quadro econômico de 2012, quando Pernambuco surfava numa onda de muitos investimentos e euforia. Hoje omomento é de esgotamento tributário e financeiro do País”, afirma Thales. Soma-se ainda a esse cenário turbulento a estreia de uma série de regras eleitorais que irão reduzir drasticamente o período de realização de campanha oficial, o tempo disponível em rádio e TV e uma queda no financiamento, devido à proibição da doação de recursos por parte das pessoas jurídicas. Em tese, o discurso de cada candidato ganha mais força frente as restrições. REJEIÇÃO. Estudo do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) realizado em Parceria com a Folha de Pernambuco no final de junho indicou um fato preocupante para todos os pré-candidatos à prefeitura: o índice de rejeição é muito elevado. O único pré-candidato ao pleito municipal com menos de 50% de rejeição é Carlos Augusto (?), que tem 48%. As maiores rejeições são dos deputados Edilson Silva (57%), Priscila Krause (54%), Sílvio Costa Filho (53%) e Daniel Coelho (52%). O prefeito Geraldo Julio e o ex-prefeito João Paulo ficaram empatados com 50%. (Por Rafael Dantas)

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O mal-estar da mobilidade (Por Gustavo Costa)

A expectativa era de padrão Fifa. A execução das primeiras concessões de serviço de transporte de passageiros da Região Metropolitana do Recife foi iniciada durante a Copa. Os dois primeiros lotes de linhas (sete licitados), beneficiados por BRTs, passavam a integrar a operação transitória dos Corredores Norte- -Sul e Leste-Oeste. Após dois anos, e três das “Jornadas de Junho”, grassa o mesmo mal-estar coletivo com o padrão do serviço de mobilidade. Apesar dos vultosos investimentos públicos e privados, a operação segue transitória; da boa aceitação dos BRTs, a infraestrutura de vias e terminais segue inacabada, travada e insegura; dos ganhos de escala e velocidade em algumas linhas, caras estações depredadas e dezenas de BRTs depreciando em garagem são o pior retrato da ineficiência, do desperdício e improviso. Afinal, o que deu errado? Seguramente, o impacto da maior crise econômica da história brasileira explica muito. Não tudo. Outra parte da explicação está em velhos e conhecidos gargalos da gestão pública, cujas soluções demandam diagnóstico, esforço e prioridade na agenda política metropolitana e local. Em primeiro lugar, há a secular cultura da insegurança jurídica nos contratos públicos. Não é eficiente licitar às pressas para fazer bonito na Copa. São indispensáveis planejamento e regras que projetem estabilidade, equilíbrio entre direitos e obrigações, proteção contra casuísmos burocráticos, além da garantia de retorno do investimento a taxas de mercado. Em síntese, expressivos investimentos público-privados em infraestrutura de mobilidade reclamam marco legal e contratual estável, equilibrado desburocratizado e previsível. A falta de concorrentes na recente licitação internacional, as prenunciadas dificuldades nos contratos em execução e o atraso dos contratos pendentes sinalizam que o gargalo da insegurança jurídica não tem sido bem compreendido pela gestão pública. O segundo gargalo é a ineficiência da gestão e regulação. Quando de sua criação (2007), o Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, sucessor da extinta EMTU, era uma inovadora ideia no papel: a primeira empresa pública multifederativa destinada à gestão do complexo sistema de transporte metropolitano, com estrutura societária, organizacional e financeira. Quase 10 anos depois, a ideia não pegou: os municípios consorciados não compraram o projeto, o governo estadual banca sozinho o “consórcio”, com escassos repasses, e o Grande Recife, apesar do esforço de alguns técnicos abnegados, segue desestruturado, sem equipe e receitas à altura da sua missão. É uma grande ideia fora do lugar, a reclamar urgente simplificação. Por fim, o mais importante: o atual modelo de financiamento da mobilidade está esgotado. As “Jornadas de Junho” de 2013 deixaram claro que a sociedade não suporta mais expansão de tarifas sem contrapartida eficiente. Por outro lado, o retorno da inflação a partir daí, potencializada pelo represamento artificial de preços administrados, confirma que a alternativa não é o “lanche grátis”. No mundo rico, a sociedade financia boa parte da conta com subsídio público. No Brasil, e em Pernambuco, o sistema é dependente de tarifa, paga pelos pobres e sem subsídio eficiente. A conta da mobilidade é injusta e não fecha. A solução do complexo problema do financiamento passa pelo fim da dependência tarifária, com a ampliação das fontes de receita, inclusive subsídios orçamentários. Alternativas existem, algumas delas impopulares para a classe média, a exigir muita prioridade política. E há também alternativas mais sofisticadas, como os fundos de infraestrutura, tal como previsto na recente MP 727/2016. Pernambuco já ensaiou um fundo garantidor de mobilidade, mas abortou a ideia. É hora de retomá-la, agora com impulso federal. A mobilidade entrou na agenda política pelo grito das ruas de 2013. A Copa e a crise político-econômica secundarizaram sua pauta, mas o mal- -estar coletivo e silencioso continua. O silêncio das ruas acabará cedo ou tarde. Já passou da hora de os atores políticos locais e metropolitanos formularem respostas para um problema que também é seu.

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Sintomas de visão podem ser doença neurológica

A enxaqueca é uma das principais queixas nos consultórios oftalmológicos, mas se ela for causada por problemas relacionados à visão é indispensável procurar um neuroftalmologista. Essa subespecialidade da oftalmologia cuida de problemas no nervo óptico e nas vias ópticas, isto é, regiões do cérebro responsáveis pela visão. Além da dor de cabeça, dor ocular e retro ocular, outros sintomas podem indicar a presença de alterações neurológicas, dentre eles: baixa visão, diminuição dos campos visuais, alteração do tamanho da pupila, visão dupla, estrabismo, queda da pálpebra, sensação de blackout, fotofobia, balanço no olhar (nistagmo) ou, ainda, alteração na visão das cores. “Por isso, é indispensável que o paciente fique atento a esses sintomas, pois eles podem revelar outras doenças neurológicas”, explica a neuroftalmologista Marisa Kattah, do Instituto de Olhos do Recife. Segundo a médica, algumas doenças neurológicas podem incidir diretamente na visão e, por conta disso, o paciente também deve ser acompanhado por um neuroftalmologista. Tumores cerebrais benignos, por exemplo, podem comprimir as áreas nobres relacionadas ao sistema visual. “Aneurismas, adenomas de hipófise, suspeita de hipertensão intracraniana, infecções virais, bacterianas e parasitárias, e doenças autoimunes, como a esclerose múltipla, podem afetar o nervo óptico e outras áreas do sistema visual”, revela. Já acidentes vasculares cerebrais e tromboses podem causar perda súbita da visão e a miastenia grave (comprometimento da comunicação entre os nervos e os músculos) pode provocar visão dupla e queda das pálpebras. “Além disso, alterações nos campos visuais e na pupila, gerando dificuldade para enxergar de perto e fotofobia, podem ser originadas por doenças do sistema nervoso periférico ou autônomo, como Parkinson ou Alzheimer”, complementa a médica. CRIANÇAS – Quem tem filhos, especialmente bebês, deve ficar atento a certos comportamentos que podem ser indicativos de doenças neurológicas. “Se perceber, por exemplo, que a criança não fixa o olhar ao amamentar ou ao olhar para mãe, se apresenta estrabismo ou queda da pálpebra, se tem diferenças no tamanho da pupila e na cor da íris, se não acompanha objetos e não reage à luz, ou mesmo se sofre de convulsões, deve procurar imediatamente um neuroftalmologista”, indica a doutora Marisa Kattah. Antes mesmo de completar o primeiro mês de vida, é indispensável que o bebê faça exames de prevenção e de investigação, dentre os quais o exame oftalmológico completo, teste do olhinho e neuroftalmológico. “Esses testes incluem movimentação ocular, reflexos fotomotores da pupila e de convergência e mapeamento da retina, que ajudam a detectar qualquer anomalia”, explica. A neuroftalmologista, que atende no IOR, também chama a atenção para o fato de que, seja adulto ou criança, testes de prevenção e a indicação de exames eletrofisiológicos são indispensáveis para a eficácia do diagnóstico precoce e tratamento. “Os neurologistas, pediatras e, principalmente, os oftalmologistas devem encaminhar seus pacientes ao neuroftalmologista, em qualquer suspeita de alteração visual, para que ele possa ajudar a diagnosticar o quanto antes a patologia e saber lidar com ela”. Outro alerta feito pela médica é que todo paciente, após os 15 ou 20 anos de idade, deveria realizar um exame de campo visual, como parâmetro, e não somente após a suspeita de algo importante. “Isso preveniria muitas patologias neurológicas que porventura irão produzir alterações visuais”, complementa.

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Barreto Júnior, agora climatizado, apresenta "Angelicus"

Teatro Barreto Junior, no Pina, um dos mais tradicionais espaços do Recife, recebe em seu palco o espetáculo "Angelicus", da Cia. Matraca de Teatro, para apresentações de sexta (15) a domingo (17), no horário das 20h. No primeiro dia a entrada é franca, podendo o público retirar o ingresso uma hora antes do espetáculo. O Teatro Barreto Junior é um equipamento cultural da Prefeitura do Recife. O espetáculo "Angelicus" tem texto de Hamilton Saraiva e apresenta como tema central a prostituição. A proposta é fazer o público refletir que há várias maneiras de prostituir-se, seja através do território sexual - o mais convencional - ou outras maneiras impostas pelos aparelhos ideológicos, como: igreja, família, estado, escola ou polícia. A montagem flerta com várias propostas: metateatro, dramaturgia, farsa, comédia del'art, máscara, circo, música, e comédia buffo. Na sexta-feira (15) a entrada para 'Angelicus" será gratuita, já no sábado (16) e domingo (17) os ingressos custarão R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Ao longo do mês de julho, o Teatro Barreto Junior oferecerá ao público espetáculos de dança e teatro infantil, sempre aos finais de semana. Enquanto isso, a Fundação de Cultura Cidade do Recife está preparando o edital de utilização da pauta do teatro para os meses de agosto e setembro. Com novo sistema de climatização, junto com o Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu, o Recife agora conta com dois espaços públicos culturais em pleno funcionamento na zona sul da cidade. Climatização – O Teatro Barreto Junior ganhou um novo sistema de climatização. Toda a sala de máquinas foi trocada, bem como, foi realizada a limpeza dos dutos. Uma novidade foi a instalação de um atenuador de ruídos nos dutos do ar, visando a melhoria da acústica do espaço. O serviço de requalificação contempla também a automação do sistema, o que possibilitará melhor controle da climatização do ambiente. O serviço teve custo total de R$ 235 mil com recursos da Prefeitura do Recife. Serviço: Espetáculo Angelicus, da Cia. Matraca de Teatro Quando: sexta-feira, 15 de julho Horário: 20h Local: Teatro Barreto Júnior, Rua Estudante Jeremias Bastos, 121, Pina, Recife Entrada Franca - Ingressos disponíveis na bilheteria do teatro uma hora antes da apresentação Dias: 16 e 17 de julho (Sábado e domingo) Horário: 20h Preço: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia) Informações: 3355.6398 contra proposta do Ministro da Saúde

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Entidades na Justiça contra plano de saúde popular

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) anunciaram que pretendem mover ações judiciais caso o governo federal autorize a venda de planos de saúde de cobertura reduzida ou segmentada.  No dia 6 de julho, em audiência no Senado Federal, o Ministro da Saúde, Ricardo Barros, anunciou que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) poderá liberar nova modalidade de planos de saúde, de menor preço, mas com restrições de serviços e atendimentos, piorando a cobertura mínima atualmente exigida. As entidades afirmam ser falso o argumento do ministro de que a venda de planos populares  irá aliviar o Sistema Único de Saúde (SUS) . "Ele ignora que no momento de recessão, desemprego e inflação, o que a população mais precisa é de proteção social e, portanto, de mais investimentos no SUS. Ele também desconhece a triste realidade dos usuários de planos de saúde, em especial daqueles que hoje adquirem os planos 'falsos coletivos', os de menor preço e de rede credenciada restrita, que proliferam por causa da fraca atuação da ANS", critica o Idec  e a Abrasco em comunicado enviado à imprensa. O comunicado diz ainda que os os planos de saúde já cometem muitos abusos: negações e exclusões de cobertura, barreiras de acesso para idosos e doentes crônicos, reajustes proibitivos e rescisões unilaterais de contratos, demora no atendimento, número de médicos, hospitais e laboratórios incompatível com as demandas dos usuários, baixa qualidade assistencial e conflitos na relação entre planos e prestadores de serviços. Para Marilena Lazarinni, presidente do conselho diretor do Idec, os planos populares, de qualidade inferior, irão agravar essa situação "As ações judiciais contra planos de saúde, que tiveram crescimento exponencial nos últimos anos, irão aumentar ainda mais. Esses planos não irão cobrir os tratamentos mais caros e complexos, e irão excluir os doentes crônicos e idosos, que terão que buscar atendimento no SUS. Como os riscos de adoecimento são imprevisíveis, estarão em jogo a saúde e a vida de pacientes que necessitem de assistência além da cesta básica oferecida pelos planos populares" avalia Marilena. Segundo Marilena, a autorização da venda de “planos populares” visa apenas beneficiar os empresários da saúde suplementar, setor que hoje movimenta R$ 125 bilhões por ano e já é privilegiado pela renúncia fiscal no cálculo de imposto de renda, por isenções tributárias, créditos, empréstimos e parcelamentos de dívidas a perder de vista. O comunicado das entidades afirmam também haver conflitos de interesse. "O ministro interino teve sua última campanha a deputado federal em parte financiada por dono de plano de saúde. O atual presidente da ANS já presidiu entidade representativa dos planos de saúde, quando ajuizou ações contra o ressarcimento (o pagamento ao SUS toda vez que um cliente de plano de saúde é atendido na rede pública)", diz a nota. "Nenhum sistema público universal, em nenhum país do mundo, adota 'planos populares' privados como alternativa para a organização da assistência à saúde. Tal medida, juntamente com a redução e desvinculação do financiamento público, poderão inviabilizar o Sistema Único de Saúde (SUS) e o direito à saúde inscritos na Constituição Federal" alerta Mario Scheffer, vice-presidente da Abrasco e professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP.

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Restaurantes inovam para enfrentar crise

A crise afetou em cheio o setor de bares e restaurantes em todo o País. Em Pernambuco, após a euforia da Copa do Mundo, quando ampliou o número desses estabelecimentos, a população assiste ao fechamento de várias dessas casas. As placas de “aluga-se” e “vende-se” nos pontos comerciais voltaram à paisagem da capital pernambucana. Os sobreviventes deste momento de baixa no consumo da alimentação fora do lar acreditam que sairão mais fortes após essa fase de perda de dinamismo da economia brasileira. As promoções e a criatividade no marketing são aliados para, ao menos, manter a movimentação e satisfação da clientela. De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), um a cada seis empresários do setor afirmou que repassaria ou fecharia seu negócio em 2016. O pessimismo, identificado numa pesquisa anual realizada pela organização, está explicado pelo desempenho negativo no ano passado, quando o faturamento caiu 4,33% no País. No recorte da região Nordeste, a baixa no faturamento foi mais acentuada nesse período: 7,39% Para o presidente da Abrasel-PE, André Araújo, o setor vem sofrendo desde a reformulação da Lei Seca, em 2012, mas a situação se agravou com a atual crise econômica. A entidade se mobiliza para discutir com os empresários locais sobre as soluções para esse momento. “A crise não vai durar a vida toda. Estamos conversando sobre saídas criativas. Alguns espaços estão aproveitando a infraestrutura para locação de outras atividades, algumas empresas têm aproveitado o quadro pessoal para fazer encomendas para fora, outros ativam serviços de delivery. São alternativas para a crise”, afirma Araújo. Promoção é o prato mais saboroso nos momentos de crise. Alguns estabelecimentos optaram por fazer cardápios completos com valores especiais para atrair a clientela, como foi o caso do Ça Va Bristô. “Precisamos dançar conforme a música. Criamos um menu diferenciado abrangendo entrada, prato principal e sobremesa. O café expresso é a cortesia. Estamos em busca do cliente não só pelo preço, mas focando na qualidade do serviço”, afirma o proprietário Manoel Fernandes Filho. Mesmo em meio à crise, o investimento em mídias, seja impressa ou digital, segue sendo uma das prioridades do empresário. Quem também inovou foi o Mingus, que estendeu sua oferta de menu-confiança, garantindo a movimentação do estabelecimento. “Sempre fui da máxima que em épocas de crise devemos enxergar oportunidades e apostar na criatividade associada a preços atrativos. Há pelo menos três ou quatro anos já vínhamos investindo em menus-confiança durante a noite com opções completas de degustação a preços bastante competitivos. Estendemos essa ação para o almoço e a intitulamos de Noite & Dia. Com ela, conseguimos movimentar bastante as noites da semana e os almoços como um todo, cuja requência sempre foi menor, mesmo antes do atual cenário econômico”, afirma Nicola Sultanum, proprietário da casa. O menu executivo do restaurante é de R$ 39 no almoço (segunda a sexta) e R$ 59 no jantar (segunda a quinta). Seguindo essa tendência de ampliar o horário de atendimento, o Ça Va é outro estabelecimento que passou a abrir em mais um dia na semana. “Enquanto muitos restaurantes fecham nas segundas-feiras, passamos a abrir tanto para almoço como para jantar”. EVENTOS. Os eventos e festivais gastronômicos são outro caminho trilhado pelo setor em tempos de crise. Com essa estratégia, os restaurantes ofertam novos pratos para os seus clientes habituais e se apresentam para uma nova clientela interessada em novas experiências degustativas. O proprietário do Mingus avalia que a promoção de festivais aguçam a curiosidade dos consumidores e permitem aos clientes passearem por outras culturas gastronômicas. Para promover o acesso à alta gastronomia, o estabelecimento se engajou no Recife Restaurant Week desde sua primeira edição. “Já realizamos festivais também com temática por países e investimos para trazer chefs internacionais estrelados pelo Guide Michelin. Esse intercâmbio é muito importante também para otimizar o nosso maior capital: o material humano que orquestra a culinária do restaurante associado a um serviço de excelência nos salões”, explica Sultanum. Neste ano, por exemplo, a Abrasel promoveu o Festival Brasil Sabor, que envolveu 64 participantes no Estado no mês de maio. Associado a ese evento, aconteceram a Copa dos Cozinheiros e a Corrida dos Garçons, que garantiram uma maior exposição de marketing para o segmento no período da campanha. “Os festivais gastronômicos são ótimos para realizar a integração entre o estabelecimento e os consumidores. Através desses eventos acabamos descobrindo um local que não conhecíamos ou um novo prato que nunca tínhamos experimentado”. EFICIÊNCIA. A primeira recomendação do Sebrae - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - para o setor de bares e restaurantes no período de crise é se preocupar com a produtividade e eficiência. Avaliando o momento de pessimismo do mercado, a instituição mapeou desafios a serem superados e as alternativas que podem ajudar as empresas a atravessar o ano sem perdas. Fruto desse estudo, foi publicado o documento Desafios para 2016 - Como os negócios de alimentação fora do lar podem superar a crise. Em paralelo às promoções e eventos que contribuem para aumentar o fluxo de consumidores, o dever de casa, de acordo com o Sebrae, é rever os processos da empresa, observando pontos de melhorias e analisando formas de redução de custo. Essas medidas podem ajudar a melhorar as contas no final do mês. A equação, no entanto, não pode reduzir a qualidade dos serviços prestados sob o risco de fuga da clientela. Uma filosofia adotada pelo proprietário do Kisu, Villa Setúbal e do La Fondue, Beto Mergulhão. Ele diz que o setor vem operando no limite dos preços. “Reduzimos custos que não interfiram na qualidade do produto ou dos serviços. Já temos uma marca no mercado, atuando no ramo há 35 anos. Nossos clientes estão acostumados com o padrão de atendimento que não pode cair”, afirma. Para ele, essa foi a pior crise enfrentada pelo setor na cidade, mesmo comparando com o período de hiperinflação vivido pelo País. “Já passamos por vários momentos de oscilação na economia, essa é mais uma no currículo. Houve uma retração

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Cirurgia de redução de estômago com ajuda de robô

  A cirurgia robótica está sendo utilizada para as operações conhecidas como de redução de estômago (cirurgia bariátrica).  O primeiro procedimento com uso da tecnologia  foi realizado no Hospital Esperança, no mês passado, , pelo cirurgião bariátrico Walter França. A paciente foi uma mulher de 41 anos e a operação foi um sucesso. O procedimento durou 2 horas, tempo que será reduzido nas próximas intervenções com o avançar da prática. De acordo com França, o equipamento é capaz de dar uma visão de 360 graus ao profissional e permite um campo 10 vezes maior da área a ser operada. "Esse avanço tecnológico é de suma importância para Pernambuco. A partir de agora as cirurgias da obesidade com uso da robótica entram numa nova fase. Além de permitir uma recuperação mais rápida ao paciente, reduz as chances de complicações infecciosas por ser um procedimento minimamente invasivo e também reduz o tempo de cirurgia com menos traumas associados", garante o cirurgião. O robô-cirurgião Da Vinci Si HD utiliza tecnologia 3D e permite procedimentos minimamente invasivos com maior precisão e alcance além da mão humana. Além de cirurgias bariátricas, o robô pode ser utilizado em cirurgias  ginecológicas e urológicas, a exemplo da prostatectomia radical (retirada da próstata), para o tratamento do câncer de próstata. Uma das vantagens é que reduz o risco de efeitos colaterais como a disfunção erétil (impotência) e incontinência urinária. As incisões também são menores, por isso, o paciente recebe alta em 24h a 48h, em média, e pode retornar às atividades em duas semanas.. Entre a aquisição do robô e o treinamento da equipe – realizado no Da Vinci Training Center – INSIMED, centro de excelência para América Latina, em Bogotá, na Colômbia – a Rede D'Or São Luiz investiu R$ 15 milhões. A previsão do Hospital Esperança Recife é que nos primeiros meses sejam realizadas 30 cirurgias por mês nas diversas áreas e que ao final de um ano, esse número ultrapasse os 50 procedimentos mensais.          

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