Arquivos Urbanismo - Página 35 de 93 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Urbanismo

O mundo recomeça pelo Centro do Recife

Na quinta-feira, 18.11.21, tive a oportunidade de participar, no Cais do Sertão, do lançamento, pela Prefeitura do Recife, da inciativa denominada Recentro que tem como slogam uma paráfrase do famoso título do painel pintado pelo grande artista plástico pernambucano e modernista brasileiro, Cícero Dias, escrito no chão da Praça do Marco Zero: “Eu Vi o Mundo... Ele começava no Recife”. O slogam do Recentro é: “O mundo recomeça pelo Recife”. Trata-se de uma iniciativa que há muito tempo o Recife estava requerendo, precisando, praticamente exigindo: prioridade para o seu centro, com destaque para uma gestão territorial própria, no caso uma espécie de escritório de gestão com status de secretaria municipal, ligada diretamente ao prefeito. A área de abrangência dessa gestão territorial será os bairros do Recife, Santo Antônio e São José, historicamente os territórios que primeiro se desenvolveram na cidade e que formam o seu primitivo núcleo de povoação. Até a década de 1970 eram o centro comercial (as principais e as mais sofisticadas lojas da cidade), de serviços públicos (as principais “repartições” municipais, estaduais e federais) e privados (quase todos os médicos, dentistas, advogados, bancos, agências de viagem, restaurantes, bares, cinemas, etc), cultural (basta dizer que o frevo nasceu em São José e que o teatro Santa Isabel fica em Santo Antônio), religiosa (provavelmente a maior concentração de capelas e templos barrocos do mundo). Pois, desde então, com o desenvolvimento dos outros bairros mais distantes e a implantação neles de grandes centros comerciais (shoppings), foi-se dando a decadência e o esvazimento paulatino e contínuo dessa importande região onde a cidade nasceu e, inclusive, abrigou, 100 anos depois, a primeira cidade planejada do Brasil (Mauriciópolis, a sede da ocupação holandesa do Nordeste Brasileiro). Exceção feita ao Bairro do Recife que, a partir do início do atual século descobriu uma nova vocação como polo tecnológico (o Porto Digital). Tive a oportunidade de dizer ao prefeito João Campos, após o lançamento, que, naquele momento, ele tinha feito história. Desejo a ele, a sua equipe e a Ana Paula Vilaça, que assumirá a nova secretaria, todo o sucesso, inclusive para resgatar o indispensável planejamento de longo prazo para a região, também há décadas desaparecido.

O mundo recomeça pelo Centro do Recife Read More »

Prefeitura do Recife lança programa para revitalização do centro

Da Prefeitura do Recife Coração econômico, histórico e cultural do Recife, os bairros do centro da cidade convivem com a movimentação do comércio, com a inovação do parque tecnológico e agitada vida cultural, mas também com os desafios construídos ao longo de muitos anos. Para pensar essa área da cidade de maneira integrada e explorar toda sua potencialidade, a Prefeitura do Recife lançou, ontem (18), no auditório do Cais do Sertão, o Recentro. Na ocasião, o prefeito João Campos também anunciou que a Chefe do inédito Escritório de Gestão do Centro será Ana Paula Vilaça. “A gente lança hoje o Recentro, que é um grande plano de manutenção, de cuidado, de incentivos fiscais para o centro da cidade. Então a gente lança esse plano e um modelo de governança. Ana Paula Vilaça vai, a partir de agora, ser a secretária chefe da gestão do centro do Recife. A gente tem pelo centro, um carinho muito grande, todo recifense que eu conheço, que eu converso, demonstra um carinho muito grande pelo centro. Qual é o grande desafio? Todo mundo gosta, mas tem que ter alguém com a vida dedicada a cuidar de todos os problemas e potencialidades do centro. E agora a gente cria uma estrutura permanente para isso, empoderada, e que vai poder tratar tanto de questões rotineiras quanto de pautas estratégicas de longo prazo para o centro da cidade”, explicou o gestor municipal no lançamento. O Programa vai ter como eixos de ação um ousado plano de incentivos fiscais, reforço na vocação da área central da cidade para a inovação e tecnologia, com o fortalecimento do apoio ao Porto Digital e a criação de um laboratório a céu aberto para iniciativas inovadoras e a ampliação dos investimentos públicos nos bairros. Tudo isso será gerido pelo Escritório Recentro de Gestão, uma nova estrutura montada exclusivamente para pensar o centro da cidade em toda sua complexidade e que responderá diretamente ao prefeito João Campos. Ana Paula Vilaça ocupa há 10 meses a função de secretária executiva de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, onde já acompanha a implementação de projetos importantes para o centro da capital pernambucana e assumirá a chefia do Escritório Recentro de Gestão no próximo dia 1º de dezembro. Ana Paula é formada em Arquitetura e Urbanismo e em Direito, e também tem mestrado em Planejamento Urbano. Em 2013, a arquiteta começou a atuar na Prefeitura do Recife como Gerente Geral do Recife Antigo, na Secretaria de Turismo. Em 2016, tornou-se presidente da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur). Em 2017, retornou à Prefeitura como secretária de Turismo, Esportes e Lazer. “É um grande desafio cuidar do centro histórico da cidade do Recife, que tem um grande potencial, pela sua história, arquitetura, tradição, cultura. Então a gente está montando esse time, para cuidar, especificamente, dessa região da nossa cidade, com vários projetos, tanto intervenções públicas, quanto privadas. Então vai haver uma governança, um canal de escuta da sociedade civil, das entidades que atuam aqui no centro histórico, para que a gente promova essa requalificação e essa revitalização”, declarou Ana Paula Vilaça. “Haverá muitas novidades. O Recentro é o primeiro passo de muitas ações e projetos que serão implementados. Alguns já começaram, como o anúncio de hoje de um pacote de benefícios fiscais, de incentivos fiscais, além de obras de infraestrutura. Com a parceria com a iniciativa privada, a gente pretende trazer vida e requalificar o centro histórico da nossa cidade”, acrescentou ela. INCENTIVOS FISCAIS - O eixo de incentivos fiscais tem o objetivo de montar um ambiente favorável para que as pessoas voltem a morar e investir nos bairros do centro da cidade, além de promover a ressignificação da área como polo de lazer e turístico, para além do Bairro do Recife. Para isso, um arrojado plano de incentivos fiscais será colocado em prática. Os benefícios valem para os Bairros do Recife, Santo Antônio e São José. “Incentivo fiscal é um instrumento, é o começo da resolução, a gente está dando redução de ISS e de IPTU. Quem fizer uma revitalização de imóveis, ou recuperação parcial ou total, pode ter até 100% de redução no IPTU, e, nessas obras, também vai ter uma redução de ISS de 5% para 2%. E, além disso, quando isso for destinado a moradia, que é algo que é importante a gente estimular para poder revitalizar o território, o prazo pode chegar a 10 anos quando for para habitação de interesse social; e pode também aumentar a parte de ITBI. Em relação ao ITBI, a gente vai dar até 100% de isenção tanto para a primeira aquisição do imóvel, pela construtora, quanto para o primeiro proprietário para moradia”, detalhou a secretária de Finanças do Recife, Maíra Fisher. Para impulsionar a atração de novos empreendimentos, tanto para novas construções como para projetos de recuperação de imóveis nas Zonas Especiais de Proteção Histórica (ZEPH) dos bairros de São José, Santo Antônio e Bairro do Recife, a Prefeitura dará descontos nos impostos municipais. O IPTU terá desconto de 100% para projetos de construção e recuperação total e de 50% para reparo e manutenção dos imóveis na área. Os descontos valem por cinco anos para uso não residencial, e oito para uso residencial. Além disso, os beneficiários de programas de habitação popular construídos no centro terão isenção do IPTU por dez anos. A área também terá isenção total do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis Intervivos (ITBI) tanto para a primeira transmissão, no caso de construções, como de restituição no caso de melhorias para recuperação, conservação ou manutenção. Já o ISS terá alíquota reduzida para intervenções destinadas à recuperação e manutenção de imóveis localizados nas Zonas Especiais de Preservação Histórica. Também serão beneficiados empreendimentos de hotelaria, com a redução válida por 10 anos, nos bairros Santo Antônio, São José e Bairro do Recife. E atividades de cultura, lazer, serviços comunitários, educacionais, além de negócios voltados à beleza e à higiene pessoal, pelo mesmo período, no Bairro do Recife. A redução da alíquota é de 5% para 2%, o

Prefeitura do Recife lança programa para revitalização do centro Read More »

No século do automóvel

Nos primeiros anos do Século 20, vivia-se em Pernambuco um período de relativa paz e progresso, particularmente no Recife, vendo o movimento das obras do seu porto, iniciadas em 29 de julho de 1909. As obras, orçadas em 54.242:838$000 e confiadas à companhia francesa Societé de Construction du Port de Pernambuco, arrastaram-se ao longo dos anos com sucessivas interrupções. O Porto do Recife que, em 1899, recebera 1.616 embarcações, num total de 1.200.650 toneladas e 9.748 passageiros, era o maior anseio da população, tendo a notícia da assinatura do contrato de construção, em 4 de agosto de 1908, sido motivo de grandes festas. A conclusão de suas obras, porém, só foi efetivada em 15 de abril de 1922, quando o Arlanza, transatlântico inglês de 14 mil toneladas, atracou no seu ancoradouro interno. As obras do Porto do Recife, fizeram passar o bairro portuário por uma grande reforma urbana: seculares prédios, testemunhas do crescimento do velho burgo desde os primeiros anos da colonização, alguns até da primeira metade do Século 16, foram demolidos cedendo lugar às novas avenidas e ruas do novo traçado. Com tais demolições também sumiram da paisagem em 1917, a igreja do Corpo Santo (Século 16), cujos primórdios datavam dos primeiros anos da colonização, e duas das primitivas portas da cidade, os arcos de Nossa Senhora da Conceição e de Santo Antônio, que se erguiam nas cabeceiras leste e oeste, respectivamente, da atual ponte Maurício de Nassau. A cidade tomava novos aspectos. Nas ruas já corriam automóveis; o primeiro fora trazido, em 1904, da Europa, pelo médico Otávio de Freitas, sendo de marca Renault, iluminado à luz de carbureto e com a alavanca de marcha do lado externo. Desde 1903, a partir 23 de março, o Recife estava ligado a Goiana por um carro ônibus que fazia o percurso com “pouco mais de oito horas”. Os carros de aluguel, precursores dos nossos táxis, só vieram a aparecer em 1919, sendo pertencentes às Garagens Ford e União. Com o automóvel nas ruas surgiram os atropelamentos, como aquele acontecido na Rua Barão da Vitória (hoje Rua Nova), em 7 de novembro de 1915, com o saldo de um morto e quatro feridos. A paisagem urbana foi-se modificando, com o desaparecimento dos bondes de tração animal, puxados por burros e que aqui circulavam desde 1870, substituídos por elétricos, cuja primeira linha foi inaugurada a 13 de maio de 1914, ligando a Praça Rio Branco à Maciel Pinheiro. Na verdade, o século 20 veio a ser conhecido como o “Século do Automóvel”. A invenção foi elitizada com o aparecimento de novos adeptos, inclusive o governador Dantas Barreto em 1911, mas logo popularizada com os primeiros veículos de aluguel, em 1920, de propriedade das garagens Ford e União. O usuário pagava o preço de dez mil réis na primeira hora, decrescendo proporcionalmente para sete mil réis para quarta meia hora. O taxímetro dos nossos dias é invenção dos anos 1950. As ruas começaram a se adaptar para receber a nova invenção. A mão única, já conhecida no Recife desde 1864 quando foi assim considerado o tráfego na ponte da Boa Vista, passou a ser uso frequente em várias de nossas estreitas ruas, onde não mais era permitido o trânsito dos carros de bois (1905), sendo demolidos os pequeninos prédios da Praça da Independência. Em 1974, numa consulta ao Departamento de Trânsito, recebi a informação que circulavam no Recife 82.486 veículos matriculados, sendo 5.870 táxis, 6.899 caminhões e 69.717 entre automóveis, ônibus e utilitários. Em 2012 o número de veículos matriculados na cidade do Recife era de 598.433, dos quais 378.540 são automóveis, seguindo-se de 78.029 de carga e 78.029 de passageiros e 114.399 motocicletas. *Leonardo Dantas Silva é jornalista e pesquisador

No século do automóvel Read More »

Compesa e Porto Digital lançam primeiro ciclo de inovação aberta

Transformação digital, inovação de processos e melhoria na entrega de resultados. São esses os objetivos buscados pelo Águas Digitais, o programa de inovação aberta do Governo do Estado, por meio da Compesa, com o Porto Digital lançado nesta semana. Neste primeiro ciclo de inovação, o foco é o desenvolvimento de soluções para aprimorar o atendimento ao público e os serviços de campo da companhia de saneamento. Inicialmente, as inscrições estão abertas para startups, pesquisadores, empresas e institutos de ciência e tecnologia (ICT) submeterem as suas contribuições sobre os desafios da Compesa e suas possíveis soluções, pelo site https://www.aguasdigitaiscompesa.com.br. A chamada segue aberta até 8 de dezembro. Após a fase inicial voltada a ouvir as contribuições do mercado, o programa pretende selecionar soluções dentro de cinco desafios propostos em áreas de interesse mapeadas pela Compesa, Porto Digital e CESAR. Dentro do processo de inovação aberta, as empresas e profissionais engajados poderão receber investimento financeiro, consultorias e apoio corporativo para desenvolverem e customizarem projetos que se transformarão em mínimos produtos viáveis (MPVs) e, posteriormente, em produtos capazes de ganhar mercado (Go-to-Market). “O Programa Águas Digitais integra o momento de renovação vivido pela Compesa, neste ano marcado pelos 50 anos da Companhia. O objetivo do projeto é apoiar e estruturar nossa empresa na obtenção de soluções inovadoras na busca da superação de desafios, como parte do processo de transformação digital. Com isso, queremos também ampliar a compreensão do conceito de inovação nos diferentes níveis gerenciais, definir modelos para desenvolvimento de inovação e adotar métodos e ferramentas gerenciais aplicadas à inovação na Companhia”, explicou a presidente da Compesa, Manuela Marinho. “São inúmeros os desafios enfrentados diariamente na busca por garantir a melhoria contínua na prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Nesse sentido, promover a interação e a parceria entre o poder público, empresas e sociedade civil em geral, é estratégico para que tenhamos a capacidade de inovar, evoluir e, consequentemente, oferecer uma operação cada vez mais eficiente para os pernambucanos”, comenta a secretária de Infraestrutura e Recursos Hídricos, Fernandha Batista. Os desafios elencados pela Companhia estão divididos nas áreas temáticas de gestão de ativos, cadastro e análise de clientes, gestão de equipes de campo, análise da qualidade da água e otimização do abastecimento de água. Os participantes futuramente selecionados contarão com possibilidade de investimento total da Compesa estimado em R$ 1 milhão, além de mentoria especializada em Design, Agile, Lean Startup e Business durante as fases de prototipagem e MVP. “Inovação aberta é um conceito que propõe a colaboração entre empresas, indivíduos e órgãos públicos na criação de novos produtos e serviços. Ou seja, ao invés de depender de uma equipe interna de pesquisa e desenvolvimento, a proposição e a construção das soluções para os desafios da organização são feitas por empresas e pessoas especializadas externas”, comenta o presidente do Porto Digital, Pierre Lucena. “É exatamente isso o que garante mais diversidade, reduz o tempo entre desenvolvimento e operação, diminui os custos e gera novos mercados”, completa.

Compesa e Porto Digital lançam primeiro ciclo de inovação aberta Read More »

Francisco Cunha participa de debate sobre mobilidade urbana

O consultor Francisco Cunha participa hoje (quinta-feira, 11), às 19h, da VIII Semana da Engenharia Estácio Recife, debatendo os desafios da mobilidade urbana no Grande Recife. Compõem a mesa o vereador Fabiano Ferraz e o engenheiro civil Ivan Cunha. O evento será aberto ao público, seguindo todos os protocolos de higiene e segurança, e acontece no auditório do campus na Avenida Abdias de Carvalho.

Francisco Cunha participa de debate sobre mobilidade urbana Read More »

Iluminação com energia solar é instalada na Via Parque, em Caruaru

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Serviços Públicos e Sustentabilidade, deu início à instalação de luminárias de LED com geração fotovoltaica (energia solar) nas ruas da cidade. Inicialmente, os serviços foram realizados no trecho da Via Parque, na Rua Armando da Fonte, com a instalação de dez luminárias. Os novos equipamentos substituem as lâmpadas convencionais, tornando o serviço de iluminação mais eficiente, moderno e sustentável, contribuindo, de forma direta, para a redução do consumo de energia elétrica. De acordo com o secretário de Serviços Públicos e Sustentabilidade de Caruaru, Ytalo Farias, este é um passo importante para a implementação do sistema de iluminação sustentável no município. “Esse é o compromisso e a preocupação que a Prefeitura vem tendo com a população de Caruaru, pensando na economia da iluminação pública e visando à sustentabilidade com energias renováveis. Com o potencial inovador, a estimativa é que a cada 10 equipamentos implantados, obtenha uma economia de energia de R$ 100 por mês”, enfatizou. O novo sistema funciona pela captação de energia dos painéis individuais, que, durante o período do dia, recebem luz solar e a transforma em energia elétrica. A carga é transferida para a bateria, que aciona a luminária de lâmpadas de LED acopladas aos braços metálicos do poste.

Iluminação com energia solar é instalada na Via Parque, em Caruaru Read More »

"O Parque Capibaribe aponta uma solução para as mudanças climáticas".

Nestes dias em que acontece a COP 26 (26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), temos uma boa notícia para comemorar: apesar de o Recife estar entre as 16 cidades mais vulneráveis do planeta, as ações para enfrentar essa situação não estão começando do zero. O Projeto Parque Capibaribe é um passo fundamental para a adaptação ao aquecimento global. A constatação aconteceu no workshop RXN (Recife Exchange Netherlands), que reuniu especialistas pernambucanos e holandeses para estudar seus territórios e debater a elevação da temperatura e do nível do oceano. Nesta entrevista a Cláudia Santos, Roberto Montezuma, coordenador geral do projeto Recife Exchange (no qual a ideia do Parque Capibaribe foi gerada), explica a concepção do Recife como cidade parque e a sua integração a os outros como projetos, Parque Beberibe, Parque Tejipió e Parque Marinho. Montezuma, que é arquiteto, urbanista e professor da UFPE, também fala das perspectivas da COP 26 e diz que as pessoas estão descobrindo que para enfrentar as mudanças climáticas é necessária uma visão sistêmica do mundo que leve em conta os aspectos econômicos, sociais e ambientais. “É o planeta dizendo: ou pensam o coletivo ou não temos saída”, alerta o urbanista. O que é o Recife Exchange? É um time que busca excelência em pesquisa, ensino e inovação. Ele é parte do Observatório do Recife, que une academia, governo e sociedade civil, articulado a ONU-Habitat, ao Instituto das Águas da Unesco e a universidades internacionais, como a de Toulouse. Tem como objetivo pensar projetos que ajudem as políticas públicas. O Recife Exchange nasceu na Universidade Federal de Pernambuco, durante a comemoração dos 100 anos de migração holandesa para o Brasil. Ele surgiu da provocação de pensar o futuro do Recife. Nesse sentido, o workshop realizado em 2011, RXA (Recife Exchange Amsterdam), que reuniu profissionais do Brasil e dos Países Baixos, deu o primeiro passo, ao desenvolver o conceito Recife árvore d’água. Ao observarem a cidade numa vista aérea, revelou-se a forma de uma árvore, onde as raízes são o mar, o tronco é o encontro das bacias hídricas, os galhos são os rios, e as folhas e frutos são as pessoas inseridas em movimentos sociais. A partir dessa visão, a conclusão é de que o Recife deveria ser reinventado com base no entendimento de que a natureza – rios, mangues, córregos, mar e vegetação – precisava ser aceita e acolhida. O RXH (Recife Exchange Holland) pensou o Centro Histórico, em 2019. Depois entrou a pandemia, e o RXN (Recife Exchange Netherlands), que foi a versão virtual em 2021, elegeu o tema Águas como Patrimônio e as discussões abrangeram as reflexões e estudos sobre o aquecimento global e o aumento do nível dos oceanos. Em 2022 haverá uma versão do evento na Holanda como um espelhamento das experiências. Desde o RXA foram criados grupos no Recife e na Holanda, cada um estudava seu território e depois se reuniam para cruzar as informações. Fizemos o nosso projeto em parceria com eles, que voltaram em 2012 para pensar o Recife, surgindo daí os conceitos da árvore d’água, e do Recife 500 anos. Ambos os conceitos vão desdobrar em duas ações de política pública: O Parque Capibaribe, cujo desenvolvimento ficou a cargo da UFPE e da Prefeitura do Recife, a visão de um planejamento de longo prazo para a cidade, com etapas e prazos, que está sendo desenvolvido pela Agência ARIES. Um aspecto que foi muito interessante para eles foi o fato de o projeto do Recife ter virado política pública. Em 2020, as experiências RXA e RXH foram premiadas como best practice pela Agência de Patrimônio Cultural da Holanda. A partir daí eles nos viram como um time estratégico para continuar essa relação que está sendo muito boa. Esses workshops foram muito inovadores porque a universidade está articulada com a sociedade civil, com órgãos públicos e com seus grupos de pesquisa. Em relação à sociedade civil, foi importantíssima a experiência com o Observatório do Recife que incorporou a visão da arvore d’água e seus desafios a serem superados no documento O Recife que Precisamos, que foi apresentado aos candidatos à prefeitura da cidade como uma demanda da sociedade. O Recife, como já noticiamos no ano passado, é a capital mais ameaçada do país e a 16ª cidade mais vulnerável do planeta ao aumento do nível do mar provocado pelo aquecimento global. A carta do RXN afirma que essa vulnerabilidade é uma das consequências da pouca importância dada às “águas” que compõem a cidade. Você poderia explicar essa relação? Em 2014, a cidade foi considerada a 16ª hot spot do planeta porque foram levados em consideração três aspectos: o fato de ser uma cidade marinha, uma capital com uma das maiores concentrações habitacionais do Brasil e por ser uma cidade patrimônio. O Recife deu as costas para as suas águas. O Recife é uma cidade aquarina e estuarina, que recebe a água que vem dos morros e vai para o mar e recebe as águas do mar que vão para dentro da cidade também. Então duas vezes por dia, aproximadamente, as marés fazem esse filtro nos rios. A cidade nasce do porto, da água, porque a capital era Olinda e o Recife, o porto. São cidades que nasceram irmãs. Quando os holandeses chegaram, incendiaram Olinda e botaram o centro do poder para o porto, que ficou no meio desse anfiteatro. Esta é uma outra visão da cidade: um anfiteatro em meio círculo, onde o Recife é o limite dele, os morros fazem uma espécie de plateia e o chão, a mata atlântica, é o palco, um palco molhado, e o fim desse anfiteatro é o mar. No primeiro projeto urbano, a Cidade Maurícia, essa cidade que vem para o centro do anfiteatro se amplia para a Ilha de Antonio Vaz, porque já não cabe na região do porto. O plano leva em consideração a ilha seguinte, o porto, Olinda e os caminhos de plantação situados na planície molhada que produzia açúcar. Nesta planície, os rios fazem papel

"O Parque Capibaribe aponta uma solução para as mudanças climáticas". Read More »

João Campos apresenta experiência do Recife na COP-26

Da Prefeitura do Recife Num cenário em que o Brasil é considerado um dos cinco países que mais agravaram o aquecimento global, o prefeito do Recife João Campos participa da Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a COP-26, em Glasgow, na Escócia, com agendas até sábado (6), mostrando que a pauta do meio ambiente é prioridade na gestão municipal. Entre os compromissos previstos, João Campos vai participar de um encontro com prefeitos de diferentes cidades da América Latina, de reuniões com representantes de programas e empresas sobre sustentabilidade, e ainda fazer uma palestra sobre juventude e empoderamento público. Na agenda, também estão as assinaturas da Declaração de Edimburgo e do Manifesto de Jovens pela Educação Climática de Greta Thunberg. Na próxima quarta-feira, João Campos estará no evento “Investing to Achieve Net Zero - Connected Places Catapult”. A “Connected Places Carapult” é um empreendimento que oferece inovação para empresas e instituições públicas com a proposta de catalisar melhorias significativas nos modos como as pessoas vivem, trabalham e viajam. O status Net Zero, que será discutido, vai além da ideia de neutralidade de carbono pois significa não adicionar novas emissões à atmosfera. Na manhã de quinta-feira (4), o gestor municipal terá reunião bilateral com a diretoria da Timbeter. A empresa do ramo de tecnologia tem sede na Estônia e recentemente fechou um convênio com o Governo de Pernambuco. Além disso, em breve terá um escritório no Recife, que será responsável pela sua expansão na América Latina. À tarde, João Campos será palestrante no evento “O Nordeste Brasileiro e o potencial da Transição Energética Justa no Brasil”, no “Brazil Climate Action Hub”, e visitará estandes de empresas num setor nomeado “Green Zone” (Zona Verde). Na sexta-feira (5), João Campos fará mais uma reunião bilateral, desta vez no estande do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e do IDFC – “International Development Finance Club”, na Blue Zone (Zona Azul). Também será palestrante em um evento sobre juventude e empoderamento público. Por fim, vai assinar o Manifesto de Jovens pela Educação Climática, do Movimento Fridays for Future (Sextas pelo Futuro), criado pela ativista ambiental sueca Greta Thunberg, no Pavilhão do ICLEI (Governos Locais pela Sustentabilidade - organização não governamental internacional que promove o desenvolvimento sustentável, a partir dos municípios e estados). O Manifesto pede a implementação da educação climática nas escolas públicas e privadas de Educação Básica do Brasil. O Recife já tem a disciplina inserida na grade curricular de sua rede desde 2019. No sábado (6), pela manhã, o prefeito do Recife faz reunião bilateral com o representantes do Euroclima+, principal programa da União Europeia sobre sustentabilidade ambiental e mudanças climáticas na América Latina. Ele também vai comparecer a uma outra reunião bilateral com a empresa Solar Americas Capital que tem sede em Londres. Trata-se de uma empresa de energia solar. No mesmo dia, João Campos estará no ato de assinatura da Declaração de Edimburgo, documento de posicionamento dos governos locais de todo o mundo em contribuição à negociação do Novo Marco Global para a Biodiversidade Pós-2020, no Pavilhão LGMA.

João Campos apresenta experiência do Recife na COP-26 Read More »

Governo anuncia triplicação da BR-232, com investimento de R$ 93 milhões

Com a apresentação do projeto para a triplicação da BR-232, no trecho que dá acesso à Região Metropolitana do Recife, o Governo do Estado lançou na última sexta-feira (29) um edital para contratação das obras de infraestrutura que contempla 6,8 quilômetros de extensão. O trecho beneficiado é da entrada da BR-101 (km 4,70) até a da BR-408 (km 11,50). O investimento previsto é cerca de R$ 93 milhões. "O Recife é um polo médico e de serviços fundamentais para a nossa economia. Então, garantir o ir e vir à nossa capital é essencial e necessário para toda população. A entrada do Recife precisava de intervenções que já vinham sendo estudadas. Ainda se buscavam soluções para que fosse possível realizar esta obra", destacou o governador Paulo Câmara. De acordo com a apresentação do Governo do Estado, trafegam diariamente 67 mil veículos no trecho. O fluxo  corresponde a um volume de tráfego próximo ao limite máximo da rodovia. O índice de fluidez está classificado com a letra E, em uma escala que vai de A a F. Com a triplicação, este indicador deve elevar o nível para B.  Cerca de 25 mil passageiros de transporte urbano também utilizam as linhas que circulam pelo trecho. Além da implantação da terceira faixa, haverá a requalificação do pavimento em placa de concreto na pista principal e asfalto nas marginais, três passarelas, novo sistema de drenagem, a implantação de dois retornos na altura do Jardim Botânico e a realocação e o redimensionamento das paradas de ônibus existentes. A secretária de Infraestrutura e Recursos Hídricos, Fernandha Batista, explicou que o projeto vai garantir mais qualidade e velocidade para quem transita ali, devido ao acréscimo de 33% na sessão viária, permitindo a redução de uma hora para 25 minutos nos horários de pico. "Isso representa uma melhoria de 58% na duração do trajeto. A rodovia é rota obrigatória para o fluxo sazonal intenso durante os feriados e para o escoamento contínuo da produção de grandes cidades. Além disso, sofre forte impacto da ocupação urbana em seu entorno”, ressaltou.

Governo anuncia triplicação da BR-232, com investimento de R$ 93 milhões Read More »

Iphan dá parecer favorável a tombamento do mural “Batalha dos Guararapes”

Da Fundaj O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) deu parecer favorável à abertura do processo de tombamento do mural “Batalha dos Guararapes”, obra do artista plástico Francisco Brennand instalada na Rua das Flores, no bairro de Santo Antônio, Centro do Recife. A decisão atende a um pedido feito pelo presidente da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Antônio Campos, à Superintendência do órgão em Pernambuco. Referência cultural da memória nacional, o mural cerâmico, já tombado na esfera estadual, hoje se encontra na área externa do prédio de uma agência do Banco Santander, que recentemente solicitou a transferência do patrimônio para o bairro de Boa Viagem. Reafirmando o valor histórico da peça no berço urbanístico da cidade, o presidente da Fundaj, Antônio Campos, encaminhou o parecer do Iphan à Secretaria Estadual de Cultura para que sejam tomadas as medidas cautelares cabíveis. No pedido feito no início de outubro, a Fundaj se prontificou a disponibilizar uma equipe técnica para auxiliar na elaboração do dossiê de tombamento. A solicitação passa por preceitos que reconhecem o prestígio cultural do local, visto que o mural é uma criação de um dos maiores artistas brasileiros, Francisco Brennand. Além disso, retrata, em meio a poemas assinados por Ariano Suassuna e César Leal, o episódio da Batalha dos Guararapes, um dos acontecimentos históricos que marcaram a História pernambucana.

Iphan dá parecer favorável a tombamento do mural “Batalha dos Guararapes” Read More »