Urbanismo - Página: 53 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Urbanismo

Para pensar a cidade no Pós-Pandemia (por Rafaella Cavalcanti)

Quantas cidades há em um só Recife? Recife da Zona Norte, da Zona Sul, da Várzea, da Entra Apulso, da Avenida Boa Viagem. Recife do Coque e da Avenida Beira Rio. De Casa forte, Casa Amarela, do Fundão, do Alto José do Pinho. Recifes em meio ao caos da desigualdade social arraigada e da avassaladora Pandemia do Covid-19. Para pensar Recife durante e pós-Pandemia é preciso compreender seu território em sua diversidade e totalidade e ir além dos limites territoriais legais visto a importância da cidade para o Estado de Pernambuco. Garantir o acesso a moradias salubres e confortáveis, ao saneamento básico, a mobilidade urbana sustentável, a novos espaços públicos verdes de qualidade, entre outros aspectos são ações essenciais que precisam ser adotadas pelos governantes para reduzir um pouco das desigualdades presentes na cidade do Recife, bem como em muitas outras cidades brasileiras, e possibilitar que os efeitos desta e de novas Pandemias sejam minimizados. Além disso é essencial ousar mais, romper com a velha ideia de crescimento econômico “a toque de caixa” que só têm acentuado as desigualdades sociais e os impactos ambientais ao longo do tempo e dá espaço a modelos econômicos alternativos sustentáveis. Então, pode-se dizer que promover cidades saudáveis e prósperas durante e pós Pandemia para todas as pessoas requer a efetivação de ações nas escalas sociais, ambientais e econômicas. Estas precisam ser inovadoras ou mesmo serem apenas implementadas, já que foram pensadas há anos e não receberam as devidas atenções, em especial dadas pelos seus governantes. Ressalta-se também a importância de tratamentos customizados, através de um olhar sistêmico e transversal, para as cidades de pequeno, médio e grande porte e suas devidas áreas de influências. Logo, Recife, Amaraji, Gravatá, Arcoverde, Ipubi e Petrolina necessitam de ações diferenciadas para seus territórios durante e pós - pandemia. Por fim, a cidade pós-Pandemia será fruto de mudanças de atitudes do cidadão comum, dos seus governantes e dos demais setores da sociedade, uma vez que todos eles fazem a cidade e são os verdadeiros responsáveis pela vida nas e da cidade. Assim, o futuro promissor que almejamos para as nossas cidades está em nossas mãos e terá como reflexo as atitudes que estamos adotando hoje, bem como, as que estávamos tomando há um bom tempo, e as que devemos pactuar de forma conjunta para o futuro de curto, médio e longo prazo.   *Rafaella Cavalcanti é arquiteta e urbanista (UFPE) e Gestora Ambiental (IFPE). Atualmente é doutoranda na UnB e integra o Laboratório de Tecnologias de Investigação da Cidade (LATTICE/UFPE) e o Laboratório Espaços Urbanos (LEU/ UFPI).

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Mariana Zerbone: "As pandemias são marcos nas mudanças urbanas"

A pandemia expôs problemas críticos nacionais, como a desigualdade social, e impôs ao mundo uma redução de velocidade que fez muito bem ao meio ambiente e mostrou que é possível fazer um esforço maior em prol da sustentabilidade do nosso ecossistema global. Sobre esses aspectos e outras lições urbanas, ambientais e econômicas do "furacão mundial" que está sendo a Covid-19, conversamos com Mariana Zerbone, que é doutora em geografia, professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e editora gerente da Revista Científica Rural & Urbano. Ela defende que para que o "novo normal" se estabeleça, muitas mudanças devem acontecer no planejamento das cidades e no modelo de desenvolvimento adotado pelo Brasil e pelo mundo. . Quais as principais mudanças que as cidades deveriam promover nesse cenário pós-Covid 19, levando em consideração todo trauma vivido nesses meses de maior crise e diante da perspectiva de enfrentarmos novas ondas dela ou mesmo o surgimento de outras pandemias? O que se percebe é que as pandemias são marcos nas mudanças urbanas ao longo da história. As grandes reformas do final do século XIX e início do século XX tiveram as mazelas urbanas como justificativas para grandes mudanças nos nas formas e nos conteúdos das cidades. O que esperar das cidades pós pandemia em pleno século XXI? O que espera necessariamente não é o que vai acontecer, porém, podemos destacar, dentre tantos, alguns pontos que precisam mudar para que tenhamos cidades como melhores condições de habitabilidade, principalmente se pensando em cidades periféricas como Recife: 1. Diminuição da Desigualdade Socioeconômica 2. Melhores condições de moradia e saneamento 3. Mais espaços livres públicos. A diminuição da desigualdade socioeconômica deveria ser a principal ação tomada após uma crise desta magnitude, contudo sabemos que a redução da desigualdade está atrelada a ruptura de uma estrutura fruto de um processo que se perpetua, fruto da desigualdade socioeconômica estão os problemas sanitários, a falta de acesso ao saneamento básico potencializa qualquer pandemia, e com isso ficou evidente a necessidade de investimento em abastecimento de água, sistema de esgoto e coleta de lixo como ações prioritárias, com ou sem pandemia. É inadmissível que em pleno século XXI ainda existam pessoas que são privadas do acesso a saneamento básico, esta é a condição mínima para a cidadania. . Quais foram as principais transformações urbanas em outros marcos da história? No final do século XIX e início do século XX a criação de espaços de lazer para a classe trabalhadora, como os parques de vizinhança, modificou a estrutura urbana de muitas cidades na Europa e nos Estados Unidos, e esses foram criadas com o intuito de diminuir a insalubridade dos espaços urbanos. Contudo no final do século XX, na maioria das metrópoles brasileiras, os espaços livres públicos, como praças e parques, foram perdendo sua importância e sendo substituídos por espaços fechados climatizados, como os shoppings centers, como o principal espaço de consumo e lazer. Porém, o que se observa é que para que se realize o “novo normal” a retomada da utilização de espaços abertos, sejam eles públicos ou privados (praças, parques, restaurantes, feiras, mercados, lojas), será uma tendência, e talvez a principal mudança no cotidiano dos habitantes das metrópoles, mas para que isso se mantenha como padrão tem que haver uma atenção para a segurança pública, acessibilidade e mobilidade urbana. . A parada forçada do mundo apresentou alguns cases muito curiosos de retorno de animais ou de regeneração de parte da natureza quando a população ficou isolada. Que lições essa Pandemia nos deixa sobre a sustentabilidade (ou insustentabilidade) do nosso modelo de cidades? Com a “pausa” imposta pela pandemia foi possível perceber a impressionante capacidade de regeneração que a natureza possui, porém, nesta era que tem sido chamada por alguns especialistas como “Antropoceno”, a velocidade de degradação do meio pela sociedade não tem permitido que a natureza tenha seu tempo de regeneração. No entanto, também foi possível notar que é possível desacelerar as ações predatórias promovidas pela sociedade, tendo por base a redução do consumo, a mudança de matriz energética e a substituição por ações cotidianas sustentáveis. Talvez esse momento seja uma oportunidade de ruptura no padrão de consumo, com a valorização do essencial para a realização da vida, como também uma possibilidade de mudança nos usos dos espaços das cidades, com a valorização do espaço livre público e do contato com o “meio natural”. . A "economia verde" ou ao menos modelos econômicos que priorizem a sustentabilidade devem ganhar mais força nessa rediscussão das cidades e do próprio modo de consumo? Que recomendações cidades como o Recife poderiam adotar? De início uma das grandes preocupações da imposição da quarentena nas metrópoles era a possibilidade de desabastecimento. Com isso ficou claro que as cidades não são autossuficientes, mas sim dependentes das atividades realizadas no campo, estas essenciais para manutenção da vida, mesmo em tempos de pandemia. A alienação do processo produtivo coloca a cidade como central no mundo capitalista moderno e invisibiliza a produção de alimentos e seus produtores, principalmente daqueles insumos indispensáveis para a sobrevivência da população. Senti falta da mídia valorizar esses trabalhadores e revelar toda essa cadeia produtiva que continuou e continua provendo o abastecimento das cidades. Em um mundo globalizado essas relações produtivas em cadeia são cada vezes mais complexas e interdependentes, mas os produtores locais continuam sendo indispensáveis para a dinâmica desses espaços. E é aí que fica evidente a importância de ações voltadas para um desenvolvimento local, com a valorização do produtor, o que potencializa a promoção da sustentabilidade tanto no âmbito ambiental como econômico. As chamadas economias colaborativas urbanas também se mostraram presentes neste período de isolamento social, principalmente por força das mídias sociais, onde redes colaborativas se fortaleceram em busca de valorização do consumo de pequenas empresas, e de artesão e de comerciantes de bairro. O fortalecimento dessas redes locais deve continuar sendo valorizado para se pensar em uma cidade mais humanizada, no sentido de fortalecimento das relações sociais e interpessoais. Contudo, a desigualdade social continua permeando cidades como Recife, e não se pode

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Solidariedade dos recifenses se multiplica e ajuda no combate à Covid-19

Da Secretaria Executiva de Inovação Urbana do Recife Neste momento de combate à Covid-19, a solidariedade se tornou uma das principais armas contra a pandemia. No Recife, os exemplos se multiplicam todos os dias. São cidadãos, voluntários, ONGs, poder público e instituições privadas se unindo para enfrentar e superar a pandemia. A vontade de ajudar e a união entre poder público e instituições privadas resultou na doação de 8.000 escudos faciais para atender os servidores da Emlurb, Guarda Municipal, CTTU, Defesa Civil, Semoc e Procon. As doações pretendem proteger os servidores que atuam em serviços essenciais. Por meio de parceria entre a Prefeitura do Recife, através da Secretaria Executiva de Inovação Urbana do Recife, e empresas privadas como a Braskem, Osaka, Visual Projota, ArcelorMittal, MMS Plásticos, Eastman, GREA3D, Groupe SEB, Abinfer, Grafitus e o Projeto Cada Impressão Conta o trabalho para combater a Covid-19 vem ganhando ainda mais força. O isolamento social criou oportunidade para exercitar a solidariedade e a união entre empresas. Ações voluntárias se multiplicam para proteger não apenas quem vive em situação de vulnerabilidade, mas também os próprios profissionais que estão na linha de frente ao coronavírus. “A solidariedade das empresas e pessoas físicas, nesse momento crítico, doando estudos faciais é super importante, pois significa proteção à saúde dos profissionais que estão na linha de frente de combate ao Covid”, pontua Alexandre Nápoles, Gerente Geral de Planejamento e Inovação da Secretaria Executiva de Inovação Urbana do Recife. Já o CEO da Fab Lab Recife destaca a importância de proteger os profissionais que estão na linha de frente no combate à Covid-19. “Conseguimos atender a demanda dos profissionais que estão na linha de frente no combate ao coronavírus no hospital. Agora, conseguimos contemplar os profissionais que também estão na linha de frente, mas em outros serviços como a Guarda Municipal e CTTU, por exemplo, que é muito importante proteger também. Enquanto pessoas estiverem precisando se proteger, vamos estar nessa articulação”, enfatiza Edgar Andrade. A mobilização foi enorme para buscar parceiros, uma forma de contribuir com a dedicação dos profissionais. “O folheto que entregamos junto aos kits, fala um pouco sobre a proteção de cada um desses guerreiros. Nos unir nessa causa, foi a maneira que encontramos para agradecer tamanha dedicação e contribuir para minimizar a disseminação do vírus”, pontua a Coordenadora de Logística e PCP, da Groupe SEB, Erika Andrade.

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Jáson Torres: "Recife está planejando a rápida expansão da malha cicloviária"

Jáson Torres, que é gerente geral de Territórios Estratégicos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação da Prefeitura da Cidade do Recife e associado especializado em mobilidade urbana da Centro de Atitudes, respondeu a três perguntas do repórter Rafael Dantas sobre as cidades no contexto pós-pandemia. Ele trata sobre as tendências da mobilidade urbana e, especialmente, do lugar das bicicletas no "novo normal". A transformação das cidades foi o tema da capa desta semana da Revista Algomais, em matéria assinada por Rafael Dantas, que ouviu especialistas e gestores públicos sobre as tendências urbanas no cenário Pós-Pandemia. . .Há uma expectativa da continuidade desse recente aumento do home office após o isolamento. A provável redução de veículos é uma oportunidade para preparar as cidades com mais infraestrutura para ciclovias e pedestres? Já tem algum tempo, várias cidades do mundo vêm criando mais espaços para pedestres e ciclistas como forma de oportunizar meios alternativos ao carro particular e ao transporte público para os cidadãos e visitantes. Ocorre que, a grande maioria das metrópoles do mundo passou, ou vem passando, por mudanças substanciais desde o início da pandemia. No Recife não está sendo diferente. O chamado “novo normal” não é uma moda criada por uma agência de publicidade, mas sim uma realidade já vigente no mundo inteiro. Cada cidade está tendo que conviver com o seu novo normal, visto que a normalidade existente antes da pandemia não poderá ser restabelecida, muito em função da necessidade dos novos protocolos sanitários. O tele trabalho, ou home office, tornou-se, nas pressas, o formato adotado por grande parte das empresas e profissionais cujas atividades podem ser desempenhadas dentro de quatro paredes. O fato de tudo ter acontecido nas pressas não permitiu o planejamento adequado para que todos se estruturassem da maneira ideal, mas, por outro lado, mostrou que é possível, sim, viabilizar o tele trabalho e todos continuarem produzindo remotamente. No rastro de tantas mudanças ocorridas, onde residir, onde trabalhar e como se deslocar também precisam ser repensados. Todos nós temos visto, nos últimos meses, a enorme redução da poluição atmosférica dos grandes centros urbanos, assim como o quanto as emissões dos automóveis movidos a combustão contribuem para fragilizar a saúde das pessoas e suscetibilizar seus sistemas respiratórios. Não é mais concebível o incentivo a modos de transporte que não tenham como premissas a “coletividade” e a “saúde”, sendo, portanto, necessário inverter a prioridade do uso das vias urbanas, hoje voltadas para atender às demandas dos modos poluidores, para serem abertas aos modos ativos e coletivos. Sendo assim, nunca houve um cenário tão favorável para a experimentação como agora. Essa experimentação vai desde desoportunizar o uso dos modos poluidores, como também oportunizar infraestrutura para modos ativos e coletivos. O transporte público tem sido apontado como uma dos pontos de grande risco de infecção de coronavírus. Você tem informação de como tem sido o incentivo ao uso de bicicletas na mobilidade dos países que já estão em um estágio mais avançado de enfrentamento da pandemia? A questão do transporte público estar recebendo esse título de possível vilão precisa ser revista, visto que é o principal meio de transporte de grande parte da população e, como tal, precisa se adequar rapidamente à nova realidade de segurança sanitária. Afinal, quem mora distante de onde trabalha ou estuda precisa dispor desse modo para seus deslocamentos. Quero crer que os órgãos responsáveis por sua gestão estejam fazendo seus esforços para implantar as melhores práticas, de forma a reduzir significativamente os riscos de contágio da COVID-19. Apontar os possíveis riscos ao transporte público enquanto se incentiva a bicicleta poderia sugerir que a bicicleta seria um substituta ao ônibus, o que seria injusto e até imprudente. A bicicleta se apresenta sempre como uma alternativa a todos os modos de transporte para quem tem habilidade na sua condução e disposição a usá-la, bem como é recomendada para trajetos de até 10 quilômetros, ou a distância que seja mais confortável para quem a utiliza. Para tanto, é imperativo que haja infraestrutura adequada e segura para os ciclistas. O principal fato que tem motivado cidades do mundo a incentivarem o uso da bicicleta está mais relacionado à questão da saúde e do meio ambiente. O portal interativo com dados abertos, na Internet, “Pedestrian and Bike Information Center” é uma iniciativa bastante rica e aponta centenas de ações, que incluem: infraestruturas cicloviárias móveis e fixas em vias de grande fluxo; amento da malha cicloviária fixas; gratuidade de uso de bicicletas compartilhadas para parte da população; abertura de ruas para ciclistas e pedestres; dentre outros.   No "novo normal" seria recomendado às cidades investirem mais em mobilidade ativa (bikes e deslocamentos a pé)? Que tendências de adaptações do espaço urbano poderíamos pensar? O incentivo à mobilidade ativa vem norteando a grande maioria das gestões de metrópoles inovadoras, no mundo, conforme podemos ver nas ações do portal na Internet “Pedestrian and Bike Information Center”. O que mais tem ocorrido é a implantação das chamadas Pop-up Bike Lanes, que poderíamos traduzir como “ciclofaixas que surgem”, consistindo em ciclofaixas montadas, a princípio com cones, segregadores móveis ou apenas pintura, em vias que sejam atraentes para motivarem pessoas que não têm hábito de usar a bicicleta a passarem a usá-la, além de melhorar os deslocamentos dos ciclistas regulares. Essas ciclofaixas têm o propósito de criar um ambiente de experimentação, com forte possibilidade de se tornarem infraestruturas fixas e definitivas. O Recife também está planejando a rápida expansão da malha cicloviária, parte dela no formato Pop-up. . VEJA TAMBÉM Tullio Ponzi: “As pessoas tenderão a morar mais perto do trabalho” Compartilhamento de bicicletas melhora trânsito nas grandes cidades chinesas O uso da bicicleta como ferramenta para o estudo da paisagem No Dia Mundial Sem Carro, o desafio da bicicleta ganha cada vez mais adeptos  

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Tullio Ponzi: "As pessoas tenderão a morar mais perto do trabalho"

O isolamento social esvaziou as cidades e expôs a necessidade de uma série de adaptações urbanas para o período Pós-Covid 19, em que haverá um maior relaxamento da quarentena, mas ainda sem a descoberta da vacina. Novos hábitos e inovações no espaço público poderão transformar as cidades do mundo inteiro. Sobre essas tendências, o repórter Rafael Dantas conversou com o Secretário de Inovação Urbana da Prefeitura do Recife, Tullio Ponzi. Ele fala sobre a experiência da capital pernambucana no enfrentamento da disseminação do novo coronavírus e apresenta algumas das mais significativas mudanças que as metrópoles globais estão promovendo no "novo normal". Confira! A transformação das cidades foi o tema da capa desta semana da Revista Algomais, em matéria assinada por Rafael Dantas, que ouviu especialistas e gestores públicos sobre as tendências urbanas no cenário Pós-Pandemia. . Você tem trabalhado nos últimos anos com inovação urbana. As cidades e metrópoles tem características que são inconciliáveis com um cenário de prevenção de pandemias, visto que é baseada sempre em aglomerações. Que tendências urbanas o mundo já tem apontado para as cidades no "novo normal" pós Coronavírus? Até o surgimento de uma vacina ou de um tratamento eficaz, vai ser fundamental a humanidade aprender a conviver com o Coronavírus. São novos comportamentos, hábitos, valores, formas de se relacionar que pautarão esse novo mundo. Ele nos apresenta muitas incertezas, mas também muitas oportunidades. É como se o coronavírus fosse uma aceleradora de futuro. E sob a perspectiva das cidades não é diferente. A tendência mais marcante que se vê mundo afora é a da resiliência urbana, a adaptabilidade dos espaços urbanos, cada vez mais flexíveis, híbridos e “ressignificáveis”. Algumas cidades resolveram apostar na mobilidade ativa e na ressignificação de vazios urbanos. Quase que um “open” das ruas para as pessoas. Que passaram semanas em Lockdown e gritavam por essa necessidade de espaço urbano ou até mesmo descobriram que tinham. É como se as cidades mais do que nunca assumissem um papel de produtor de Oxitocina, o hormônio da felicidade nas pessoas. . Na prática, como têm sido essas experiências? São basicamente soluções urbanas estruturantes já previstas em planos de longo prazo, experimentais, com potencial de se tornarem definitivas, ou até mesmo transitórias, mas que de alguma forma estimulem uma mudança de comportamento coletivo para uma cidade mais sustentável.   Ações que dialogam com a necessidade do distanciamento social e estimulam as pessoas a viver a cidade, caminhar, pedalar, ou até mesmo trabalhar a pé ou de bicicleta, a exemplo de Paris que criou “a cidade a 15 minutos”, ou Bogotá que ainda durante a pandemia expandiu sua malha cicloviária provisória. É o carro de uma vez por todas perdendo espaço, a exemplo de Londres com a ampliação das Zonas Livres de Carros, só permitindo pedestres, ciclistas e o transporte público. . Quais outras iniciativas globais você destacaria? Uma das iniciativas mais interessantes por conta da escala já alcançada, do baixo custo, da facilidade de implantação e do alto impacto, é nos Estados Unidos. Em Seatle e Oakland com programas de fechamento provisório de ruas nos finais de semana para atividades de lazer e convivência, priorizando a escolha a partir da ausência de praças e parques nas proximidades. Chama atenção também urbanismo tático em Barcelona de alargamento das calçadas, e sinalizações lúdicas de caráter pedagógico e educativo, a fim de manter o distanciamento social, especialmente em lugares que possam gerar aglomeração, a exemplo de terminais ou locais de contemplação. . Você acredita que as transformações na vida urbana pós-pandemia poderá influenciar a decisão de onde as pessoas irão morar? A médio prazo, além do home-office, acredito que as pessoas tenderão a morar mais perto do seu trabalho, ir a pé trabalhar ou fazer tudo a pé. E os Bairros serão gradativamente redesenhados, cada vez mais uma bairro com todos os serviços, presencial ou online, ou seja, que funcione, mas que também aproxime as pessoas. Em resumo, é como se do ponto de vista urbano, a gente aqui no Recife tivesse uma janela de oportunidade para antecipar algumas metas do Recife 500 anos, nosso plano de Desenvolvimento de Longo Prazo. De antecipar o futuro para o presente. . A pandemia expôs mais do que nunca o drama das periferias, de falta de saneamento, acesso à água, entre ouros fatores. Nesse cenário pós-auge da pandemia o que pode e deve ser feito para garantir mais segurança sanitária para essas pessoas, visto que temos a expectativa de novas ondas da Covid-19 e também de outras pandemias? A dignidade de quem mora nas comunidades e a urbanização das favelas do Brasil mais do que uma agenda do Governo Federal, precisa ser um projeto de Nação. É um problema secular, que se arrasta há décadas e precisa ser de uma vez por todas priorizado. Não é apenas sobre tomar uma decisão política e investir algo, ainda que seja mais do que sempre se investiu, é sobre sabermos quando vamos realmente resolver, pra cada real a mais ou a menos investido. Não interessa se o investimento será público ou privado. O que interessa é que aconteça, que se priorize. Que se faça os dois. Aliás, a falta de saneamento, de acesso à água, e todos os outros problemas que existem nas periferias do Brasil, de infraestrutura e habitabilidade urbana, não são nem de direita, nem de esquerda. É preciso um Estado Social forte. O que não significa ser um estado anacrônico. Veja, não me refiro a tamanho, se mínimo, se máximo, também não interessa. O que interessa é a solução que o Estado apresenta para cada desafio. E nesse ainda o Estado brasileiro não apresentou.   Como tem sido a experiência do Recife no enfrentamento à Covid-19 em relação ao estímulo ao isolamento social? Aqui no Recife firmamos uma parceria com o ONU-Habitat, pioneira em todo Brasil, que aposta no engajamento comunitário para a conscientização sobre a importância do isolamento social, uso das máscaras, lavar as mãos e higienização. As ações foram realizadas pelos próprios moradores, que também fizeram novas

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Grande Recife promete reforçar a operação de ônibus nesta segunda (8)

De acordo com o Plano de Monitoramento e Convivência com a Covid-19, divulgado pelo Governo do Estado, os setores da construção civil e comércio atacadista retomam, gradualmente, suas atividades na próxima segunda-feira (8). Com o objetivo de minimizar o impacto no transporte público de passageiros, principalmente nos horários de pico, o Grande Recife reforçará a operação do sistema. Haverá aumento de frota nas linhas de maior demanda e disponibilização de ônibus extras em 16 terminais integrados*. Os veículos extras serão colocados em operação de acordo com o aumento da demanda de passageiros. A disponibilização desses ônibus poderá aumentar em até 20% o número de viagens a depender do terminal. O reforço na operação levou em conta as particularidades de cada atividade econômica. É importante destacar que os técnicos do Consórcio continuarão acompanhando a operação e fazendo os ajustes necessários para evitar aglomeração nos TIs. Os ônibus não poderão circular com o número de passageiros além de sua capacidade máxima, devendo haver embarque sentado. Na prática, isso significa que, a depender do layout do veículo, os ônibus só poderão circular com até 50 pessoas. A obrigatoriedade do uso de máscara continua e é obrigação da empresa operadora a recusa de passageiro que não faça uso do acessório. Nos terminais integrados, fiscais do Grande Recife e policiais militares apoiam os operadores para o cumprimento do uso da máscara. *Terminais Integrados com ônibus extras: Joana Bezerra, Tancredo Neves, Macaxeira, Caxangá, Aeroporto, Jaboatão, Barro, TIP, Cajueiro Seco, Xambá, PE-15, Camaragibe, Pelópidas Silveira, Igarassu, Abreu e Lima e Cabo.

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Fundaj: Epidemia cresceu mais rápido na periferia em maio

Nos últimos 15 dias, os números de casos e óbitos por Covid-19 da Região Metropolitana do Recife (RMR) cresceram em maior quantidade nos bairros de alta vulnerabilidade social. Baseado nos Informes Epidemiológicos da Secretaria de Saúde do Recife, o mapeamento feito pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) mostra o avanço da pandemia nesses locais entre 10 e 25 de maio. Além disso, a pesquisa também oferece uma análise sobre os impactos econômicos e as consequências da reabertura de escolas depois do confinamento. “O coronavírus tem características urbanas e territoriais com rápida velocidade de disseminação por meio da nossa rede de cidades. A doença se vale das nossas fragilidades, não apenas biológicas, mas também sociais. Nossas desigualdades intra urbanas e regionais potencializam sua dispersão e seus impactos”, afirmou o pesquisador e coordenador do Centro Integrado de Estudos Georreferenciados para a Pesquisa Social (Cieg) da Fundaj, Neison Freire. Dos 15 municípios que compõem a RMR, a pesquisa selecionou os 4 mais conurbados e que apresentam as maiores populações. Ou seja, o núcleo urbano central da aglomeração urbana do Recife. Esses quatro municípios reúnem 75,4% (3.072.281 habitantes) da população total da região metropolitana (4.074.014 habitantes). Suas respectivas populações, segundo a estimativa do IBGE para 2019, foram: Recife (1.645.727 habitantes), Olinda (392.482 habitantes), Jaboatão dos Guararapes (702.298 habitantes) e Paulista (331.774 habitantes). Considerando os 94 bairros do Recife, Jordão, Ibura e Cohab (Zona Sul) e Água Fria, Vasco da Gama, Nova Descoberta e Dois Unidos (Zona Norte) foram aqueles que apresentaram as maiores variações de casos confirmados, nos últimos 15 dias, comparados aos demais da cidade. Pina, Imbiribeira, Várzea, Iputinga, Torrões, Macaxeira e Torre são outros bairros com valores que variam entre médias e altas vulnerabilidade e número de casos confirmados. Os bairros que mais variaram em número de óbitos foram também os mais socialmente vulneráveis: na Zona Sul, Jordão, Ibura e Cohab, na Zona Leste, Barro, Curado e Estância, e na Zona Norte, Brejo da Guabiraba, Dois Unidos, Nova Descoberta, Vasco da Gama, Alto José Bonifácio e Água Fria. A pesquisa avaliou a variação de casos confirmados e óbitos, mapeando a relação desses indicadores com o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS). Esse índice foi criado pelo Cieg da Fundaj. O mesmo foi calculado por setor censitário urbano, com base em 4 variáveis do Censo 2010 do IBGE: proporção de domicílios com renda até ½ salário mínimo per capita, proporção de domicílios sem abastecimento de água e coleta de lixo, bem como a inadequação de esgotamento sanitário dos domicílios. Apesar do bairro de Boa Viagem apresentar a maior variação entre os 94 bairros do Recife (foi de 351, no dia 10 de maio, para 531 casos confirmados, no dia 25. Ou seja, 180 novos casos, 51% de aumento), o bairro tem baixo índice de vulnerabilidade social (0,03). Se compararmos com o bairro vizinho, do Ibura, por exemplo, a situação é bem diferente: no dia 10, apresentava 96 casos e no dia 25, passou para 182, um aumento de 90%, com um índice de vulnerabilidade social de 0,33. Ou seja, a variação de casos confirmados foi maior no bairro mais pobre e vulnerável. Utilizando como exemplo os mesmos bairros do Recife relatados anteriormente, podemos observar a nítida relação entre a pandemia e a vulnerabilidade social na cidade. Em Boa Viagem, os óbitos variaram 112% (de 24 óbitos no dia 10 de maio para 51 no dia 25), enquanto no Ibura variaram 256% (de 9 para 32 no mesmo período). Em Olinda, o bairro mais vulnerável e com maior variação de casos confirmados foi Águas Cumpridas, seguido de Sapucaia, Peixinhos, Fragoso e Jardim Atlântico. Alto da Sé, Carmo, Amparo e São Benedito foram os bairros com baixa vulnerabilidade social e menor variação de casos confirmados registrados no período estudado. Quanto a variação de óbitos, novamente Águas Cumpridas e os bairros Alto da Bondade e Caixa d’Água foram aqueles com maior variação de óbitos e alta vulnerabilidade social. Situação oposta foram os bairros de Casa Caiada e Bairro Novo, com pouca variação de óbitos e menor vulnerabilidade social. Novamente, Olinda segue o padrão de Recife e expõe suas desigualdades sociais em meio a pandemia. No município de Jaboatão dos Guararapes, o bairro onde houve maior variação de casos e com maior vulnerabilidade foi Guararapes, seguido pelos bairros de Cavaleiro, Zumbi do Pacheco e Prazeres. Já os bairros de Vista Alegre e Comportas apresentaram menor variação de casos confirmados e têm baixa vulnerabilidade social. Os bairros de Santana, Muribequinha, Bulhões, Vargem Fria e Manassi são bairros que, apesar de terem alta vulnerabilidade social, não apresentaram grandes variações positivas de casos confirmados no período pesquisado. Nesse município, os óbitos também cresceram mais nos bairros mais pobres: Santo Aleixo, Cavaleiro e Prazeres. Já no Paulista, o bairro com maior vulnerabilidade social e que apresentou maior variação de casos confirmados foi Jardim Paulista Baixo, seguido, em menor intensidade, pelos bairros de Paratibe, Janga e Pau Amarelo. No sentido oposto, os bairros de Jardim Paulista, Jaguaribe e Poti apresentaram menores variações e vulnerabilidade social. “As análises desses quatro maiores municípios da região metropolitana mostram que os bairros com menor renda e precariedade no abastecimento de água, coleta de lixo domiciliar e esgotamento sanitário são aqueles que têm apresentado maior variação percentual de casos confirmados e óbitos no período pesquisado”, frisou Neison. Impactos na economia desses municípios Os efeitos das medidas de distanciamento social, com o fechamento das atividades consideradas não essenciais estão sendo sentidos nos dados do emprego formal. Na pesquisa feita, destacam-se o que foi publicado na última semana de maio, referente a contratações e demissões no sistema do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). A Tabela produzida apresenta o saldo e o acumulado do ano para os municípios do núcleo da RMR, no mês de abril de 2020, quando as medidas estavam em funcionamento pleno. Também está disponível a estimativa do número de trabalhadores formais em dezembro de 2019, obtida pela Relação Anual de Informações Sociais (RAIS/2018) com ajustes pelo CAGED 2019. Pode-se argumentar que parte da queda deve-se

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DETRAN-PE adota CNH e CRLV digital para veículos de Pernambuco

O Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco – Detran-PE, seguindo as determinações do Governo de Pernambuco informa que em cumprimento às medidas anunciadas pela gestão estadual, e com o objetivo de colaborar com as ações de combate à Covid-19, os atendimentos presenciais estão suspensos em todas as unidades do Órgão, desde o dia 23 de março, por tempo indeterminado. A medida visa proteger a saúde de seus servidores e da população em geral, evitando o contágio comunitário. Diante disso, o Diretor Presidente do DETRAN-PE, Roberto Fontelles, informa que o Órgão está reforçando as versões eletrônicas do Certificado de Registro e Licenciamento de Veículos – CRLV Eletrônico, e Carteira Nacional de Habilitação – CNH Digital, disponível no aplicativo Carteira Digital de Trânsito – CDT, que reúne os dois documentos de porte obrigatório no trânsito. A ação é fruto da parceria com o Serviço de Processamento de Dados – Serpro, e Departamento Nacional de Trânsito – Denatran. A CNH Digital e o CRLV na versão eletrônica trazem todas as informações do documento impresso e têm a mesma validade jurídica do físico. Para ter o documento digital, o proprietário tem que ter pago o licenciamento do veículo de 2019. O acesso ao CRLV Digital é possível adicionando o documento após download do aplicativo CDT, disponível no Google Play e App Store. O cadastramento do veículo pode ser realizado no próprio aplicativo. Tanto a CNH quanto o CRLV digital poderão ser acessados pelo dispositivo móvel mesmo off-line, ou seja, sem internet. O CRLV Digital pode ser compartilhado para outra pessoa que utiliza o mesmo veículo, desde que ela já tenha instalado, em seu dispositivo móvel, o aplicativo CDT. O compartilhamento pode ser realizado para até cinco pessoas ao mesmo tempo. Quem recebe o CRLV digital não consegue exportar ou compartilhar o documento, mas pode apresentá-lo às autoridades de trânsito. Quando o proprietário do veículo não quiser mais compartilhar o documento, é só cancelar a opção no aplicativo. Segurança - O documento digital do usuário está protegido por uma senha de acesso de quatro dígitos, exigida para o login na Carteira Digital de Trânsito. O acesso ao aplicativo pode ser feito também com a leitura da impressão digital do usuário nos dispositivos móveis que já possuam leitor por biometria. A autenticidade do documento é garantida pelo QR Code, que pode ser lido para verificar se há alguma falsificação no documento durante uma fiscalização de trânsito. O procedimento de obtenção do CRLV e da CNH Digital é 100% online, não sendo necessário o comparecimento do proprietário ao Detran-PE. (Do Blog do Governo de Pernambuco)

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Mais Vida nos Morros lança ação de arrecadação na Semana do Meio Ambiente

Na próxima quarta-feira (3), o programa Mais Vida nos Morros vai realizar uma campanha de arrecadação de tampas de garrafas pet inicialmente nas comunidades Vasco da Gama e Sítio São Brás, localizadas na Zona Norte do Recife. A iniciativa está inserida na Semana Nacional do Meio Ambiente, que vai de 1º a 5 deste mês, e conta com diversos projetos espalhados pela cidade. Cerca de 8.000 moradores em 10 comunidades da cidade devem participar da campanha. A Campanha iniciou na comunidade da rua Ary Peter, no Alto José Bonifácio, passando pelo Morro da Conceição e UR 10. O objetivo da ação desta quarta é gerar conscientização, estimular os moradores a desenvolverem hábitos sustentáveis, como a reutilização de materiais recicláveis. Além disso, assegura que os moradores consigam se proteger da Covid-19, utilizando máscaras de proteção, álcool 70% e produtos de higiene. Qualquer morador poderá receber o kit. Basta juntar 10 tampinhas de garrafa PET, e ele irá receber uma garrafa de 500ml de álcool 70%, máscara de proteção e produtos de higiene. A ação, realizada pela Prefeitura do Recife através da Secretaria Executiva de Inovação Urbana, conta com o apoio da Universidade de Pernambuco (UPE), Ambev, Procon Recife, ASA e da empresa de água mineral Santa Terezinha. As tampas coletadas através da campanha estão sendo higienizadas e entregues à UPE, e serão reutilizadas para lacrar as garrafas de álcool 70%. Inicialmente, a campanha tem como objetivo arrecadar o total de 10.000 tampas. “Para a Semana do Meio Ambiente, estamos realizando a ação de arrecadação, onde as famílias estão juntando dez tampinhas de garrafas pet. Este movimento incentiva a sustentabilidade na comunidade, despertando no morador a importância da realização das tampas, que serão entregues a UPE para vedação de outras embalagens”, afirma Flaviana Gomes, Gerente Geral de Intervenções Urbanas. Foram doados para produção inicial de álcool 70%, 6.000 garrafas de 500 ml pela Ambev, UPE e a água mineral Santa Terezinha doou cerca de 100 garrafões. Também foram arrecadadas 2.000 máscaras de proteção, por meio do Procon Recife, 5.000 barras de sabão e 720 detergentes doados pela ASA. As tampas coletadas estão sendo higienizadas e entregues UPE para realizar o fechamento dos vasilhames. Durante toda esta semana uma série de atividades virtuais envolvendo especialistas, representantes de organizações e convidados especiais para abordar a temática “Pensar no futuro é agir agora”. Por meio de bate-papos e oficinas virtuais sobre temas como: culinária sustentável, desperdício de alimentos, educação ambiental, agricultura urbana, upcycling e reciclagem criativa, sustentabilidade das cidades. Toda a programação é gratuita e poderá ser acessada através das redes sociais do Mais Vida nos Morros. Confira a programação completa aqui. Quem também colabora nesta missão são os sessenta embaixadores do programa que se uniram para ajudar as comunidades. A mobilização de cada recifense, o protagonismo comunitário, a cidadania ativa e a vontade de fazer a diferença estão transformando a cidade. Diversas personalidades se envolveram, entre eles estão os próprios moradores e líderes comunitários, bem como artistas, jogadores de futebol, chefs de cozinha. Devido a pandemia ocasionada pela Covid-19, o programa Mais Vida nos Morros se reinventou e lançou, em março, a campanha “Mais Vida é Ficar em Casa”, que vem sendo realizada em dez comunidades do Recife. Dentro da campanha surgiu o movimento “Quarentena Sustentável”, que disponibiliza uma série de receitas e dicas sustentáveis, através de vídeos divulgados nas redes sociais. Conteúdos sobre como evitar o desperdício de alimentos, contribuir com a economia doméstica e promover hábitos mais sustentáveis estão inclusos na programação ofertada pelo programa Mais Vida nos Morros.

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Estado conclui obra na barragem de Ipanema I, no Agreste

O Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos, concluiu as obras emergenciais da barragem de Ipanema I, que fica localizada na cidade de Águas Belas, no Agreste do Estado. O trabalho, finalizado dentro de 30 dias, antes do previsto, foi realizado para minimizar o risco de rompimento da estrutura do reservatório, danificado após intensa chuva registrada em março na região. Com o término das ações, a população ribeirinha que reside na área de risco da barragem poderá retornar às suas residências com segurança. A iniciativa contou com o investimento de R$200 mil, captados junto à Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil. A declaração de emergência em Ipanema I foi emitida no dia 3 de abril, e a partir desse alerta, as equipes técnicas da Secretaria Executiva de Recursos Hídricos iniciaram um trabalho célere para a mudança desse cenário e a captação do investimento para a realização da obra, com convênio celebrado no mesmo mês. “A mobilização para o serviço foi iniciado no dia 29 de abril e, durante o mês de maio, as obras foram feitas levando em consideração o rebaixamento do nível de água na barragem para a realização dos consertos emergenciais, além da recomposição do aterro do reservatório, onde havia uma erosão significativa, o que trazia o risco do rompimento”, explica a secretária de Infraestrutura e Recursos Hídricos do Estado, Fernandha Batista. A situação de emergência em Ipanema I foi retirada na última sexta-feira, dia 29 de maio, após reunião com a Agência Nacional de Águas (ANA). Além de Águas Belas, a cidade de Itaíba e municípios de Alagoas tinham sido impactados com a situação de alerta. Ainda de acordo com a gestora, a obra na barragem de Ipanema I foi desenvolvida de caráter emergencial. “O trabalho de recuperação definitivo será realizado após o processo licitatório para a contratação de um projeto de recuperação estrutural do reservatório, que se encontra em fase avançada”, salienta Fernandha Batista. A barragem possui a capacidade de acumulação máxima de 611.473,46 metros cúbicos e foi construída pelo Departamento de Estradas de Rodagem de Pernambuco (DER) em 1970, como parte integrante da implantação da rodovia estadual PE-300, via que liga os municípios de Águas Belas e Itaíba. “As equipes técnicas da Secretaria Executiva de Recursos Hídricos vistoriaram grande parte dos reservatórios do Estado. É prioridade para o Governo de Pernambuco as ações de segurança em barragens, e para isso, a administração estadual segue contratando projetos de engenharia e ainda Planos de Segurança de Barragem (PSB) e de Ação Emergencial (PAE)”, ressalta a secretária executiva de Recursos Hídricos, Simone Rosa. Ações - Em janeiro de 2020, a barragem de Ipanema I recebeu Inspeção de Segurança Especial (ISE), realizada por especialistas consultores em projeto de barragem, concreto e geotecnia. O relatório referente a essa inspeção manteve a classificação da barragem em estado de alerta. Desde 2019, o reservatório vinha sendo monitorado pelos técnicos da Secretaria Executiva de Recursos Hídricos (SERH), que fizeram, no primeiro semestre do ano passado, Inspeção de Segurança Regular da Barragem. O relatório da situação foi apresentado à Agência Nacional de Águas (ANA) e a barragem foi classificada como Nível de Perigo Global 2. Diante desses fatores, foi recomendada a Inspeção de Segurança Especial (ISE), a elaboração de Plano de Segurança da Barragem (PSB), Plano de Ação de Emergência (PAE), além dos serviços de recuperação. Atendendo às recomendações do Relatório de Segurança Regular da Barragem e às solicitações do órgão fiscalizador, a SERH já havia iniciado a elaboração do processo licitatório para contratação de projeto de recuperação de Ipanema I. (Do Blog do Governo de Pernambuco)

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